Simplesmente Complicado escrita por Samy Ogawa


Capítulo 12
A terceira.


Notas iniciais do capítulo

Gente, perdããão! Não era pra eu ter demorado tanto assim, mas sabe como é t.t

Baaaas, eu fiz um capítulo "grande" em compensação, se é que isso compensa auhauh

Espero que gostem :3

Ahhhhh! Queria agradecer muuuuuito a Seira por ter favoritado a fic *u*



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A garota era linda, juro que não sei como Jin a deixou escapar, ela com certeza era a mais bela dentre todas as que ele já havia me apresentado. Mas por alguma razão, por uma estranha razão, não consegui ver nada doce naquele sorriso cuidadosamente ensaiado, aparentemente, ensaiado há anos. Quando ela se virou para nós com aquela expressão gentil e simpática, fiz questão de abrir o sorriso mais inocente que já fiz na vida, e por instinto, virei a cabeça de lado e encostei no braço de Jin, o que o fez levar um mini susto e virar a cabeça corado. Lin quebrou um pouco o sorriso por alguns milésimos de segundos, os que Jin com certeza não reparou. Dei um sorrisinho de canto. Isso estava começando a ficar interessante.

– Prazer em te conhecer, Lin – continuei a sorrir, mesmo com as minhas bochechas já doendo, Jin passou seus braços sobre meu ombro e apoiou seu queixo em cima da minha cabeça.

– Bom te ver também, Lin – sorriu Jin, levantando a mão levemente e descendo-a logo em seguida.

Eu pensei que não iria ser, mas estar na mesma sala que a ex-namorada do Jin era totalmente desconfortável. Aquele clima esquisito pairando sobre os dois me deixava cada vez mais incomodada.

– Então... – Lin olhou para mim – Vocês dois se conheceram como?

– Lin, eu já te contei essa história... – suspirou Jin apertando os dedos na testa

Interrompi Jin, pondo minha mão em seu braço para que ele relaxasse.

– Nos conhecemos quando éramos pequenos. Nossos pais frequentaram a mesma faculdade, e em um dia do reencontro da turma, nossos pais nos levaram e viramos amigos – sorri para ela, que concordou com tudo.

Ao mesmo tempo, o ruivo dava um sorriso de canto, passando a mão no meu cabelo.

– E parece que viramos mais do que amigos – acrescentou Jin dando uma piscada

– Eu sempre pensei que vocês fossem apenas amigos – riu Lin coçando a cabeça

Eu também pensava. Na verdade, ainda penso.

– É porque nós não espalhamos para as pessoas, é meio complicado – respondeu Jin pondo as mãos no bolso. Balancei a cabeça concordando positivamente.

– Complicado? – perguntou Lin meio confusa – Mas vocês se casaram, o que há de mal nisso? Seus pais devem concordar e... – ela parou e refletiu alguma coisa

– Lin, – Jin levantou um pouco a voz, a albina levou seu olhar até ele – Posso falar com você um minuto?

– Ah – arqueou a sobrancelha meio desconcertada – Claro.

– Quer que eu vá junto? – fitei o ruivo.

– Não precisa – respondeu Jin indiferente, batendo de leve sua mão em cima da minha cabeça.

– Tudo bem... – cruzei os braços enquanto fazia um bico. Tratar-me com indiferença era quase tão dolorido quanto levar um corte no coração.

Em passos longos e silenciosos, os dois andaram devagar até a sala de conferencias, que era separada por uma porta. Vê-los entrando dentro daquele cômodo me deixou inusitadamente enciumada – na verdade, minha vontade era de sair correndo atrás dele e mostrar que ele não era de mais ninguém. Sinceramente, não sei o porquê. Talvez fosse o meu típico ciúmes de amiga.

Quando eles fecharam a porta da sala, corri em disparada até a parede que fazia divisão com o lugar que eles se encontravam. Eu iria conseguir escutar algo, nem que eu tivesse que me teletransportar para dentro. Encostei meus ouvidos na parede e apoiei minha mão para não cair. Mas quando Jin começou a falar, ouvi uma batida na porta da sala.

– Droga... Justo agora? – resmunguei indo até a porta batendo o pé no chão com força

Quando abri, a secretária deu um sorriso doce e prestativo, me entregando uma pasta cheia de relatórios e gráficos, sem um amassado sequer. Deu mais alguns papéis e me agradeceu por tê-los pego, e pediu para que eu entregasse tudo para Jin.

– Ah! Mais uma coisa – a secretária elevou o dedo se virando para mim de novo enquanto se distanciava da porta – O Zero já está chegando, se você puder avisar isso a eles também, eu agradeceria.

– Pode deixar que eu aviso – sorri acenando com a cabeça positivamente

– Obrigada – sorriu aliviada, com certeza pensando em seus outros milhões de afazeres no escritório.

Ao fechar a porta, abri a pasta para ver o que tinha dentro. Cálculos, cálculos, lista, cálculos...

– Não sei como o Jin consegue trabalhar nisso – suspirei colocando a papelada sobre a mesa

Quando já ia me sentar, passei o olhar pela sala e vi a porta da sala ainda fechada. Tinha esquecido a conversa entre os dois. Corri até a parede divisória e encostei minha orelha na parede de novo.

– Droga, essa parede é muito grossa, não da pra ouvir nada – cruzei os braços passando o olhar pela parede – Vou escutar pela porta...

Dei uns pulinhos discretos até a porta fechada e escorei minha cabeça com todo o cuidado, evitando qualquer barulho que pudesse entregar minha proibida presença ali.

– Jin, qual é o seu problema? Você quer mesmo que eu acredite nisso? – gritou Lin irritada.

Isso! Estava dando para ouvir tudo.

– Que droga Lin, o que você quer que eu faça? Eu acabei de te dizer a verdade, será que você não consegue colocar isso na sua cabeça? – explodiu Jin

– Tudo bem Jin... – Lin foi abaixando a voz.

Senti algo sendo jogado forte na porta. Balancei a cabeça para trás com o susto e pisquei meus olhos várias vezes antes de apoiar minha orelha na porta de novo.

– QUE DROGA LIN!

Senti algo se mexendo na porta novamente. Arregalei os olhos... JIN!

Ouvi a voz de Lin se aproximando da porta, cada vez mais suave.

– Só me responde uma coisa Jinzinho... – Lin sussurrou – Aquela coisa rosa é mesmo melhor que eu?

Mas que droga essa zinha ta querendo dizer com isso?

– Primeiro. Não a chame de “coisa rosa” – Jin respirou fundo – Segundo. Essa conversa terminou, não vim aqui para brincar de casinha com você, vim para trabalhar.

Ao ouvir a porta começar a se destrancar, corri para o sofá o mais rápido que pude e me joguei em cima, ficando em uma posição esquisita. Olhei para algumas revistas e as peguei para folhear enquanto os dois saiam do cômodo.

Lin saiu andando com um sorriso sarcástico, mas voltou a seriedade ao olhar os papeis em cima da mesa. Jin deu alguns passos com uma expressão séria, mas ao me ver daquele jeito em cima do sofá, soltou uma gargalhada e começou a andar em minha direção

– Que isso Amy? – riu Jin olhando para as minhas mãos com três revistas, as pernas estiradas em cima do encosto e minha barriga virada para cima.

– Eu queria ler de uma forma diferente – sorri forçadamente, enquanto Jin ainda ria.

– O que são essas folhas? – perguntou Lin abrindo a pasta

– Ah, a secretária que deixou ai – respondi saindo do sofá – Ela disse que era pro Jin

Jin se aproximou da mesa e se sentou em uma das cadeiras, analisando a papelada. Ele e Lin começaram a conversar sérios sobre os detalhes das finanças e coisas parecidas. Nem parecia que tinham tido aquela conversa bizarra na outra sala a poucos minutos. Aqueles dois eram mais esquisitos do que eu pensava.

Quanto mais a conversa se aprofundava, mais eu ficava confusa com o que eles estavam falando. Até o quadro laranja com uma pincelada azul estava mais interessante do que aquele assunto. Quando eu estava quase tacando a cabeça em cima da mesa, Lin deu uma pausa e sorriu para mim, ironicamente.

– Nossa Amy, perdão, deixa eu te explicar para você poder pensar junto com a gente.

– Não precisa, eu me viro, obrigada – sorri de volta.

“Aquela coisa rosa é melhor do que eu?” blablabla. Maldita. Vontade de fazê-la engolir esses papeizinhos...

– A Amy, vai fazer outra parte do evento, ela não precisa saber disso – Jin apertou minha bochecha. Dei uma olhada de canto para Lin e abracei o braço do ruivo.

Lin se remexeu um pouco, mas continuou séria. Eles continuaram a falar sobre as finanças, até que Lin resolveu ir procurar um guia sobre os melhores bufês de Nova York, que se encontrava na enorme estante do outro lado da sala, que tinha um comprimento até o teto e possuía uma escada para ajudar a chegar ao alto.

Subindo as escadas, Lin pediu para que Jin segurasse para que o objeto não caísse enquanto procurava o livro. Fiquei de pé longe apenas observando com os braços cruzados. Ao pegar o livro, Lin se desequilibrou e acabou tombando para trás. Jin instintivamente abriu os braços para pegá-la. BUM. Os dois caíram.

Abri a boca ao ver a cena. Jin estava estirado no chão com Lin deitada sobre seu corpo, em uma cena que qualquer pessoa poderia pensar em mil coisas. Os dois se olharam e ruborizaram. Quando eu ia correr para ir ajuda-los – ou ajuda-lo – Ouvi passos vindos da porta.

– O que significa isso?? – vociferou Zero entrando na sala, com um olhar furioso vendo a situação dos dois no chão.

Ops, acho que esqueci de avisar que ele já estava vindo...

– P-PAI! – Lin se levantou bruscamente, seguida de Jin, que estava mais vermelho que seu cabelo – Não é o que você está pensando!

– Foi um acidente, Zero. Ela caiu da escada em cima de mim, foi um mal entendido – bradou Jin desesperado.

Ajudo... Não ajudo... Ajudo... Não ajudo...

– Que pouca vergonha é essa? Ainda mais na frente da Senhorita Aamy – reprovou Zero, com os braços cruzados.

– Ah, foi um acidente... – sorri para Zero, tentando tranquiliza-lo – Pode acreditar, Jin salvou a Lin, eu vi tudo.

– Se você viu, então tudo bem... – Zero respirou fundo – Mas ainda quero conversar com os dois depois.

Os dois balançaram a cabeça positivamente. Zero suspirou e seguiu até sua enorme mesa, colocando sua maleta sobre o vidro. Voltei meu olhar para os dois, que involuntariamente ainda estavam vermelhos. Fui caminhando para puxar Jin de lá. Os dois se abaixaram para pegar o guia caído, e quando colocaram a mão no livro, Lin olhou para os dedos de Jin e franziu o cenho.

– O Jin, cadê a sua aliança? – se levantou e o encarou com uma cara confusa.

Jin e eu nos entreolhamos.

Droga droga droga droga... As alianças!


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Notas finais do capítulo

Geente, prometo que no próximo capítulo vão aparecer mais personagens, é que ainda não deu a oportunidade para apresenta-los uhauahu

Espero que tenham gostado, e que me perdoem por ter demorado quase 1 mês... e.e