Dear Diary - Anne Roberts escrita por Milena Everton


Capítulo 7
My Best Friend


Notas iniciais do capítulo

Oii galera! Saudades? (Sei que não, mas amo me iludir hahahah)
Vamos para os breves agradecimentos!
Obrigada a Mellany Scot e Sweet Dreams por terem um ótimo gosto e favoritarem minha história! Aêee, (risos)
Agora, preparadas para mais um? Lets'go my love!



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– Anne, querida você esta bem? – minha mãe perguntou abrindo a porta do quarto devagar nos surpreendendo. – James? O que esta fazendo ai meu filho?

James olhou para mim, a expressão do seu rosto o entregava por completo. Se nós dependêssemos dele para sairmos ilesos dessa, certamente já estaríamos condenados.

– Estávamos conversando, mãe. – falei da maneira mais natural que consegui retirando a mão de James que tapava minha boca.

A senhora Roberts acendeu a luz.

– O que aconteceu com esse abajur? – ela disse indo em direção aos pedaços do objeto espalhados pelo local.

Fez-se meio minuto de silêncio. Eu já estava pronta para falar quando James começa.

– Anne estava mostrando-me alguns livros. Acidentalmente um deles bateu no abajur. – James argumentou com uma das mãos massageando o pescoço. Seu comentário pareceu convincente.

– Vou limpar isso. Tenham mais cuidado da próxima vez. – alertou saindo do quarto.

A senhora Roberts não pareceu desconfiar de absolutamente nada, afinal, quem desconfiaria de dois quase irmãos no mesmo quarto? James e eu ficávamos na fazenda até altas horas, sozinhos, conversando sobre tudo que vinha na cabeça. Qual razão ela teria pra pensar algo tão banal se aquela cena era a coisa mais normal entre nós? Lembrando-me disso, senti como se estivesse traindo a confiança de meus pais. Como eles se sentiriam quando soubessem de algo desse tipo? Decepcionados? Enganados? Eu não queria faze-los se sentirem assim, mas foi mais forte do que eu. Foi inevitável. Eu me senti como um vulcão adormecido entrando em erupção. Era devastadora aquela sensação. Era quente e errado, muito errado.

– James, nós não deveríamos ter feito isso. – eu falava sem olha-lo nos olhos, o remorso estava me consumindo.

Ele se aproximou de mim ficando em minha frente. As pontas de seus dedos tocaram meu rosto e seguiram caminho até meu queixo, usando mais delicadeza do que força, fez com que eu o olhasse.

Agora, com a luz acesa, era possível enxergar cada traço de sua face, suas sobrancelhas arqueadas, seus olhos levemente puxados de cor castanhos avelã, as linhas que contornavam sua boca... Era tudo completamente perfeito e também um tanto que estranho, afinal eu cresci com aquele rapaz, no entanto, parecia que eu estava o vendo pela primeira vez. Eu estava completamente fascinada e admirada com tanta beleza em um só ser. Seu olhar intenso fazia com que eu desmoronasse por completo e todas as minhas duvidas sumiam quando aqueles olhos se encontravam com os meus.

– Você esta arrependida? – sua voz saiu em um tom baixo e seu olhar quase que implorava para que eu dissesse que não.

Eu queria poder dizer a ele que quando longe nada parece perfeito e quando ele se faz presente tudo tem cor, tudo faz sentido. Mas eu não podia, eu não devia. Nós sempre estivemos juntos e eu sempre desejei tê-lo perto, mas agora todo o meu corpo desejava que ele ficasse mais próximo e aquilo era perigoso demais.

– James, você não ver o quanto isso é errado? Nós somos praticamente irmãos!

– Não somos irmãos. – falou sério.

– Mas é como se fossemos.

Ele se afastou de mim ainda olhando em meus olhos.

– E se eu te dissesse que não temos parentesco algum?

Onde ele queria chegar com aquilo? Aquela pergunta soou sem nexo algum, mas seu rosto se matinha sério como se ele estivesse realmente certo do que dizia.

Franzi a testa e deixei transparecer o quão sem fundamento era aquela pergunta e antes que eu pudesse dizer algo, a senhora Roberts entra no quarto com um saco plástico e uma vassoura para recolher os pedaços do abajur. Nós nos mantivemos em silêncio, eu apenas o lançava olhares questionadores e, ele apenas me ignorava.

– Bom, já está tudo limpo, agora vamos dormir. Se o horário não estivesse tão avançado vocês poderiam até continuar conversando. Amanhã temos um dia inteiro pela frente e temos que acordar bem cedo. – ela deu ênfase a ultima frase.

– Vocês vão embora amanhã? – perguntei curiosa. Eu não queria que meus pais fosse embora, eu sabia que não demorariam, mas... Foi tão rápido. E James? Quando nos veríamos novamente? E eu já estava me preparando para mais uma avalanche de pensamentos torturantes, ainda mais agora que eu sei como eu me sinto quando ele esta perto, bem perto.

– Não querida, amanhã vamos para a praia. Passaremos o dia por lá. – suspirei aliviada - Convide aquele seu amigo para ir conosco. – piscou para mim e eu sorri em resposta, até, claro, ver James revirar os olhos. – Boa noite querida. – beijou minha testa.

– Boa noite, mãe.

– Boa noite Anne.

– Boa noite James. – sorri para ele e ele me sorriu em resposta.

Eles saíram do quarto e eu fui me deitar. Fiquei viajando em meus pensamentos. O que estava acontecendo comigo e James? Agora eu sei que o que eu sinto realmente não é apenas um afeto de irmã para irmão. Na realidade eu sempre gostei, mas agora era mais intenso, mais selvagem, mais quente. Certamente eu não vou convidar Nikola para ir à praia, não tem sentido. Ainda mais porque James deve pensar que tenho algo com ele e... Aí meu Deus! Eu não deveria estar me preocupando com isso, eu deveria estar ocupando minha mente em como dar um fim nisso! Isso é errado, completamente errado. Tenho certeza que estamos apenas confundindo os sentimentos. Mas porque toda essa certeza some quando eu olho nos olhos dele? Porque eu não pensei nisso quando os lábios dele estavam juntos aos meus naquela coreografia que me deixou voando? Porque eu não consigo raciocinar quando os braços dele me envolvem? Estava tudo errado, mas parecia tão certo. Certo quando estávamos juntos e, errado, completamente errado quando mais pessoas apareciam. Como explicaríamos isso para as outras pessoas? Que absurdo dois irmãos juntos.

“E se eu te dissesse que não temos nenhum parentesco?”

Ah James! Como eu queria que isso fosse verdade. Eu sei que vai doer, mas tenho que dar um fim nisso.

No dia seguinte já estavam todos prontos para ir à praia quando a campainha toca e eu me apresso logo para atender.

Abro a porta e me deparo com aquele garoto loiro de olhos claros. Um sorriso tímido nos lábios, mas seus olhos o entregavam. Ele não estava bem.

– O que houve Nick? – perguntei preocupada.

– Ontem te esperei na janela. Você não apareceu. E pelo visto esta bem ocupada agora, – disse olhando por cima de minha cabeça meus pais e minha tia arrumando as coisas para o dia de lazer – depois nós conversamos. – disse isso já virando as costas.

Fechei a porta por trás de mim e dei dois passos largos, suficientes para alcança-lo.

– O que aconteceu Nick? Problemas com o seu pai? – com a cabeça baixa ele assentiu em negativa – Com sua irmã? Sua mãe? – eu perguntava enquanto caminhávamos lentamente pela rua.

– Cat.

Cat? Ele estava sofrendo por ela, é isso? Eu não queria acreditar naquilo, eu não acreditei no que ouvi.

Olhei para ele confusa parando em sua frente.

– Cat? – perguntei incrédula.

– Ontem ela me ligou. Eu queria conversar com você... Eu não sei o que fazer. – ele dizia com a voz baixa e entristecida.

Eu não queria que ele voltasse de forma alguma com aquela loira falsificada. Aquela garota era completamente baixa e infantil, não sabe o que é amar alguém. Ela só quer saber de status, de popularidade e de humilhar as pessoas em sua volta. Eu já não gostava dela e só do fato de Nikola estar sofrendo por ela... Aí meu Deus!

– Você não pode voltar com ela, Nikola!

– Eu amo ela, Anne.

O que?! Ouvir aquilo foi tão... Frustrante. Um sentimento de raiva me consumiu e, eu não conseguia raciocinar normalmente. Fiquei paralisada ao ouvir aquelas palavras, foi como se tivessem socado meu rosto.

– Pensei que você não gostasse dela! – minha voz saiu irônica contra minha vontade, mas eu não evitei.

– Eu também achei. Achei que... Ah Anne, eu to muito confuso. – ele levou a mão até a cabeça metendo os dedos em sua raiz capilar.

– Querida, já estamos de saída. – falou minha mãe um pouco distante chamando nossa atenção, ela estava colocando algumas coisas no carro de tia Emm.

– Já vou. – olhei para ela e depois me virei para Nikola – minha mãe mandou convidar você. – falei séria. Nikola sorriu de canto com os braços cruzados.

– Você fala como se estivesse sendo obrigada a me chamar. Está tudo bem com você?

– Não poderia estar melhor! Agora vai se arrumar.

O garoto loiro sorriu para mim novamente ignorando completamente meu mau humor repentino e, foi a sua casa. Fui em direção ao carro em passos lentos com os braços cruzados. Eu não entendi porque aquilo me irritou tanto. Eles namoravam, era natural que ele sentisse algo por ela, e se ele namorasse comigo? Temos tanta coisa em comum, nos damos tão bem. Sinceramente, eu estou de parabéns, os pensamentos mais absurdos quem tem sou eu. O que Nikola vai querer com uma morta na sociedade?

Dei de ombros.

– Aquele cara vai com a gente? – James perguntou com cara de desdém.

– Vai. – disse naturalmente até perceber com quem eu estava falando. Lembrei que não iria chamar Nikola, mas agora era tarde. Arfei contraída comigo mesmo.

– O que você tem? Aquele fedelho te fez alguma coisa? – James perguntou ao notar minha falta de humor.

– Não. Ele não me fez nada. – falei tentando normalizar a voz. O garoto de olhos negros me avaliou por meio segundo, eu não conseguia mais olha-lo nos olhos por muito tempo, então encarei o chão para evitar certas lembranças.

– Já está tudo pronto. Podemos ir. – disse meu pai olhando para as coisas na carroceria da caminhonete.

– Claro que não velho ranzinza, – disse tia Emm – vamos esperar o namorado da Anne.

Senhor Roberts bufou insatisfeito.

– Ele não é meu namorado. – me apressei em dizer.

Emm deu de ombros.

O garoto loiro que parecia mais àqueles personagens de ficção caminhava apressadamente até nós. Ele estava com uma bermuda azul claro e uma camisa com listras verde água, com poucos botões fechados a camisa abria pouco de acordo com o vento deixando seu peitoral a mostra. Era impossível não o perceber, mesmo não tendo um porte físico musculoso ele conseguia ser extremamente atraente. Não era difícil admira-lo com aquele sorriso tão lindo que ele trazia.

– Já pode parar de babar o pivete. – sussurrou James enciumado envolvendo seu braço em meus ombros. E que braços!

– Não diga asneiras. - falei lhe dando um beliscão de leve no braço, ele gemeu baixo.

Quando Nikola chega minha tia logo se apressa em apresenta-lo para minha família enchendo o menino de adjetivos positivos. De cara minha mãe lhe abre um sorriso e tenta ser simpática, bem contrario do meu pai que apenas o cumprimentou sem trocar muitas palavras, mas aquilo era normal, meu pai sempre foi assim com “pretendentes” se bem que eu nunca tive muitos e os poucos ele espantava.

– Esse é James, irmão da Anne. – disse Emm.

Com a mão que estava desocupada James cumprimenta o garoto encarando-o como se pudesse arrancar sua cabeça e desmembra-lo por completo a qualquer momento. O loiro sorrir timidamente, e o moreno sorrir cinicamente em resposta.

– Muito prazer. Nikola. – James disse no tom mais suave que conseguiu.

– Igualmente James. – o garoto disse meio confuso, talvez pelo modo em que James o fitava.

Os dois ainda se encaravam guerreando com olhares quando meu pai diz que vai com a senhora Roberts na caminhonete e nós iriamos com a Emm em outro veiculo.

Chegando a garagem de Emm tinha dois carros que na época eram extremamente caros, mas isso não era de se admirar, Emm tinha muitas propriedades pela cidade de Raleigh.

– Uau! – Nikola falou admirado – que máquina Emm! – o garoto dizia fascinado passando a mão no veiculo.

– Só olhe tchutchuca. – disse Emm humorada retirando a mão do rapaz do veiculo. Ele sorriu. – Quer dirigir? – disse isso jogando as chaves para o dono de lindos olhos azuis que brilharam ao ouvir aquelas palavras e ele parecia não estar acreditando no que ouvia.

– Mas é claro! – a felicidade transbordava de seus olhos, porém com minutos contados.

– E por acaso você já tem carteira? – James com os braços cruzados ao meu lado perguntou provocando levantando uma sobrancelha.

Nikola encarou James com certa fúria nos olhos e assentiu em negativa jogando as chaves de volta para Emm. James sabia que Nikola tinha apenas dezessete e ainda não havia alcançado a maior idade.

– Esta feliz? – disse ressentida com os braços cruzados, incrédula quando vi o sorriso satisfeito de James.

Ele apenas deu de ombros.

Na hora de entrar no carro, mais atitudes infantis. James sempre ia à frente com Emm, mas dessa vez fez questão de ir atrás. Até ai tudo bem, mas ele queria que Nikola fosse à frente o qual recusou e eu acho que foi apenas por birra. Os dois ficaram naquela polemica até tia Emm entra na discursão idiota e mandar os dois para trás e eu fiquei na frente com ela. Com os olhares os dois se fuzilavam no banco de trás, confesso que a cena era engraçada, mas eles estavam me irritando.

Chegando a casa de praia de Emm eu corri para o seu quarto para trocar de roupa. Coloquei um short jeans meio desfiado e um biquíni preto.

– Quem vai comigo da uma volta? – disse animada chegando à sala esquecendo-me da infantilidade dos rapazes que estavam sentados lá.

Todos com os olhos em mim sem dizer nenhuma palavra acabaram me deixando envergonhada. Minha tia e minha mãe olhavam para mim com os semblantes satisfeitos, James me olhava de uma maneira estranha, a emoção que mais se aproximava era a de surpresa, mas por quê? James já me viu assim antes. Não muitas vezes, até porque eu nunca gostei de sol. Já Nikola realmente fazia sentindo o jeito que ele me olhava, mas ao mesmo tempo, não. Não era a primeira vez que ele me olhava admirado e eu gostava daquilo, porém ficava sem jeito.

– Não acha que deve pôr uma blusa? – sugeriu meu pai olhando para os garotos boquiabertos.

– Pai!

– Não seja antigo Dion. Vá menina, esta muito branca! – disse minha tia organizando algumas coisas na sala. Fazia semanas que ela não vinha.

– E vocês não vão? – disse me referindo a meus pais e minha tia.

– Mais tarde querida, só vamos organizar o almoço. – disse minha mãe com sua voz doce.

– E vocês? – olhei para os garotos.

– Eu vou! – disseram os dois em um coro levantando do sofá rapidamente e chamando a atenção do meu pai que estava sentado em uma poltrona.

– James, seus olhos são os meus olhos.

James sorriu para meu pai agradecido pela confiança. Se ele soubesse o que James estava fazendo comigo ontem a noite certamente não diria isso James e sim a Nikola.

Revirei os olhos pela desconfiança do meu pai para comigo e sai com os meninos.

A praia estava cheia de pessoas então Nikola sugeriu que fossemos com ele para outra parte da praia que não teria tanta gente. Animei-me com a ideia e não esperei a resposta de James puxando-o pela mão e acompanhando os passos do loiro.

Não demorou muito até chegarmos lá. O lugar era muito bonito, igualmente a praia, porém com menos pessoas seminuas.

– Bem melhor! – disse maravilhada com a tranquilidade do local sentando na areia perto da margem.

Os dois me acompanharam com os olhos e continuaram a me encarar já sentada.

– Vocês já podem parar de coreografar! – revirei os olhos.

Os dois se entreolharam parecendo dois cães selvagens.

– Já chega! – disse me levantando – Porque vocês não agem naturalmente? O que esta acontecendo?

– Ele não perde uma oportunidade para me provocar! – argumentou Nikola

– Você que não perde uma oportunidade para da em cima da Anne! – disse James na defensiva.

– Você enlouqueceu? Eu e Anne somos apenas amigos!

Apenas amigos?! Nossa! Essa doeu lá no pâncreas.

– Qual é garoto? Você falta come-la com os olhos!

– A pior coisa que existe é irmãos mais velhos que acham que podem mandar na vida das irmãs! – Nikola falou irônico.

James jogou a cabeça para trás soltando uma gargalhada irônica.

– Não somos irm... – James inicia a frase, silenciando-se em seguida. Olha para mim e Nikola, os dois completamente... Confusos? – Preciso ficar um pouco só. – finalizou nos deixando desentendidos e foi andando desnorteado em direção oposta a nossa.

– Que cena! – disse Nikola perto de mim observando James se afastar.

– Eu não sei o que esta acontecendo. – falei acompanhando com os olhos os passos do moreno.

– Tá na cara que esse cara tem ciúmes de você. Um ciúme bem estranho pra um irmão, mas não deixa de ser ciúme.

– E se não for apenas de irmão? – disse olhando para Nikola confusa, o qual me lançou um olhar um tanto que espantado com o que acabara de ouvir.

– Vocês não são irmãos de verdade? – disse Nikola com sua voz aveludada tentando me entender.

Eu não queria mais sozinha carregar aquele peso. Aquela duvida. Aquele medo, aquele sentimento. Eu precisava desabafar com alguém, mas... Eu não podia. Eu não podia contar para meus pais que certamente não me apoiariam, além de eu ter vergonha pra contar pra qualquer ser humano que fosse aquilo que estava preso em mim. Aquele era um segredo que eu só poderia compartilhar com James. Eu queria tanto que as coisas ainda fossem como antes, que nós ainda nos amassemos como irmãos, que nós no tratássemos assim. Agora é tão difícil vê-lo e não poder toca-lo da maneira que eu quero.

Olhei para dentro de seus olhos e ele sustentou meu olhar.

– Ninguém pode me ajudar. – minha voz saiu quase como um sussurro e eu sentia que a qualquer momento eu poderia começar a chorar.

Nikola mesmo sem entender nada pegou uma de minhas mãos e colocou sobre seu peito e eu pude sentir as batidas do seu coração.

– Eu não sei o que esta acontecendo e nem sei o porquê de você esta tão triste. Eu só quero te dizer que você veio no momento em que eu mais precisei e conquistou minha confiança com uma facilidade que nenhuma outra pessoa fez um dia. Você é minha confidente embora eu não seja o seu.

Aquela ultima frase fez minha consciência doer. Nikola sempre me contou tudo, ele não tinha segredos comigo. E eu? Bom, é tão absurdo estar apaixonada pelo seu próprio irmão que preferi não dizer nada, e mesmo assim eu descobri há pouco tempo, entretanto não tinha intensão nenhuma de desabafar com ele até agora.

– Nikola...

– Eu não conto nada pra você na intensão de que você conte algo para mim. Eu não gosto de você na intensão que você goste de mim. Eu não converso com você com a intensão que você converse comigo. Eu faço isso porque eu me tornei dependente de você. Você não sabe como me dói ver esses olhinhos azuis cheios de lágrimas. – ele passou sua mão em meu rosto delicadamente enquanto algumas lágrimas desciam lentamente. Era tão bom ouvir aquilo dele, ele era tão importante pra mim que eu tinha medo que alguma coisa destruísse nossa amizade um dia – Anne, eu faço qualquer coisa por você.

Continuamos com os olhos um no outro.

– Ninguém pode me ajudar. – repeti chorando.

Envolvi meus braços em sua silhueta e meu rosto parou um pouco acima de seu peitoral, porém ainda era possível ouvir as batidas do seu coração que agora estava mais acelerado que o normal. Sua respiração estava mais forte e estar abraçada com ele fazia minha dor amenizar bastante. Sentir seus braços me envolverem era tão confortável, tão certo, tão bom. Ficamos ali por um tempo juntos até ele me afastar delicadamente e limpou com as mãos o meu rosto húmido. Uniu a sua testa com a minha e fechou os olhos com força, expressão próxima da dor.

– Você não sabe, o quanto é ruim, saber que não posso te ajudar. – disse com a voz calma e entristecida.

– Eu achei que não, mas... Você já ajudou.


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Notas finais do capítulo

Gente, por favor, comentem! Querem que a história morra? (risos)
Feliz ano novo e Beijão!



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