Como eu poderia dizer isso a ele. "É cara, eu te amo pra caralho, como você sabia?". Sem condição não é.

Eu aproximei a minha boca para dar um beijo nele. Ele colocou o próprio dedo indicador sobre a minha boca.

– Por que sempre que você não sabe o que falar você me beija? – perguntou James, arqueando uma de suas sobrancelhas.

Boa pergunta. Por que eu sempre faço isso?

– Mas agora eu não quero o seu beijo. Eu quero a sua resposta concreta. – ele continuou.

Eu suspirei.

– E, dependendo da minha resposta, você vai de qualquer forma se mudar? – perguntei, sentindo os meus olhos ficarem marejados.

Ele ficou quieto.

– Eu quero a sua resposta. Agora! – James pediu novamente.

Suspirei novamente.

– Sim, James! Sim. – respondi, e ele fechou os olhos em fenda. – Eu te amo.

Ele abriu um largo sorriso. Eu coloquei a minha cabeça entre minhas mãos. Para esconder o meu rosto.

Ficou um silêncio mórbido. Ele ainda estava me observando com o seu largo sorriso.

James se aproximou do meu ouvido, eu pude sentir sua respiração ofegante.

– Psiu, Katherine. – James sussurrou, beijando levemente o meu pescoço. Me causando arrepios – Você é linda, e... – ele cessou.

Me virei para olhar nos olhos dele, pousei uma das minhas mãos sobre o rosto dele.

– E?

– Eu te amo. – ele disse.

Duas gotas grossas de água insistiram em descer. James limpou uma delas. Eu sorri fraco.

– Então não vai... por favor. – a minha voz havia saído mais baixa do que eu pretendia.

– Eu não tenho motivos para ficar

– Eu não seria o seu maior motivo? – perguntei.

– Não sei se você seria um motivo que realmente valha a pena.

– Sério? – perguntei, um pouco abismada.

– Katherine, só me dê motivos para eu ficar.

Apertei os meus lábios, e as minhas lágrimas comprimidas começaram a cair como chuva. De repente eu senti os lábios, qunetes e macios, dele tocando os meus. Ele me beijou calmamente.

Fiquei por cima de James, separei nossas bocas e sorri maliciosamente.

– Irei te dar motivos para ficar.

Unimos nossas bocas novamente, porém nosso beijo fora interrompido por um alto gemido produzido por Sarah.

Um gemido de prazer, então significava que já estava tudo bem.

Eu e James nos entreolhamos e caimos na gargalhada, e, por fim, suspiramos aliviados.

– Está vendo, com o tempo tudo fica bem. – James disse.

– Nem tudo... – retruquei.

– O que você quer dizer com isso?

– Nós ainda estamos em um impasse.

Me joguei ao lado dele.

– Está bom Katherine. Eu não vou me mudar mais...

***

Uma semana se passou desde que ele me dissera isso.

Se ele fez isso?

Não, ele não fez isso.

Ele vai se mudar. Ele é muito bipolar, uma hora me diz que não vai se mudar. Na outra ele diz que a decisão dele é irreversível.

Mas ele vai ver só... o meu plano em prática.

***

Pov.: James.

Eu sei que Katherine destruiria a minha vida, se eu continuasse aqui.

Enfim, de primeira eu não havia percebido. Mas, Nicholas falou algo sobre três pessoas. Bem, Richard não iria com a gente. Porque, afinal de contas, ele se mudou de Seattle tem duas semanas.

Mas também não procurei saber quem seria essa terceira pessoa. Talvez ele estivesse se enganado.

Eu tenho outras coisas mais importantes para eu me preocupar agora. Tipo: arrumar as minhas coisas.

Algumas horas depois eu já estava com todas as minhas malas prontas, e Nicholas já tinha me avisado que iria passar daqui há alguns minutos para me buscar. Então eu já fui descendo as minhas coisas.

Katherine só estava observando a movimentação.

Quando eu subi pela última vez para me despedir de todos, Katherine me parou na porta.

– Você tem certeza disso? – ela me perguntou.

– Tenho. – respondi.

– Você não teria nada para me dar antes de ir?

– Um abraço? – perguntei, e sorri fraco.

Ela riu.

– Não. Um beijo. – ela retrucou, voltando a ficar séria.

Eu olhei-a, e tirei uma mecha de cabelo e coloquei-o atrás da orelha dela. Nossas bocas se encontraram com calma e leveza. Nossas línguas se entrelaçavam em um, perfeito, ritmo sincronizado.

Talvez, o nosso último beijo...

– Estou atrapalhando alguma coisa? – ouvi a voz da minha mãe nos perguntando.

(...)