“Knock, knock”

Eu ouvi e olhei pra porta.

–Hiccup?! Você está ai?! – disse uma voz feminina irritante que eu sabia de quem era, a loira sebosa e esquentadinha.

–É a Astrid. – disse ele se encaminhando para a porta.

É a vagabunda isso sim, parece que essa garota tem o dom de interromper tudo.

Ele abriu a porta e lá estava ela encolhida com um casaco maior que ela, descruzou os braços e abraçou o moreno e o beijou. Senti uma veia pulsando em minha testa ao ver aquela cena do inferno. Ela o soltou

–Então vai me ajudar a concertar a cela da Tempestade. – disse ela sorrindo e batendo palmas de leve.

–Você quer dizer ‘concerte’ pra mim não é? – pensei alto fazendo as esmeraldas olharem pra mim confusas.

Dei um sorriso irônico e fui até a porta segurei seu rosto e limpei seus lábios com a manga de meu moletom, e o beijei. O soltei e ele estava igual a um tomate. Sorri outra vez e passei pela porta voando. Subi até o telhado da casa de Hiccup. E de lá dei uma espiada.

Ele estava a uns 4 metros da porta vasculhando os céus com um olhar preocupado. A loira correu até ele não pude ouvir o que ela disse, mas ele fitava o chão com os punhos cerrados enquanto ela falava.

–Astrid! – ele gritou.

Eu não consegui ouvir o resto da frase, mas a loira saiu correndo dali enquanto ele voltava para casa e saia novamente agora agasalhado indo em direção a marcenaria eu sai dali e fui atrás da loira que já estava andando.

Estava preparado para mergulha-la em neve quando um garoto surgiu de entre as casa esse sim parecia um viking, mas tinha uma cara de burro... Eu pousei e a comecei a segui-los pensei que ela estava chorando, mas estava nervosa.

–O que houve Astrid? – perguntou o garoto.

–... Hiccup disse que quer ficar sozinho pra pensar. – disse ela quase socando o garoto.

–Eu já lhe disse que Hiccup é um idiota. – ele disse.

–Estou começando a achar que você tem razão. – ela disse ainda mais brava. E saiu afundando a neve onde pisava.

Essa esquentadinha está assim só por causa disso? Saiba que de onde eu vim o nome disso é frescura, não que eu saiba de onde eu vim. Virei-me e voei rapidamente em direção a floresta.

Pensar? Pensar no que? Que não se deve beijar os outros assim de repente? Que não deve beijar outros garotos? Ou garotos que não existem? Se bem que beijar não é ruim... No que eu estou pensando? Ele é uma criança, você não deve beijar crianças e sim protege-las.

Mas foi ele quem me beijou. Ah e quem o beijou antes de fugir? Eu não estou fugindo... Oh Odin eu estou conversando comigo mesmo. Eu sei que eu sou totalmente sozinho, mas isso? E continuo conversando comigo mesmo.

Olhei pra trás ao ouvir um rugido animado. Banguela vinha rapidamente em minha direção, pensei em fugir, mas eles com certeza me alcançariam “E ainda diz que não está fugindo” Eu não estou.

O dragão não ia conseguir parar naquela velocidade, mas antes que eu percebesse ele estava me segurando pelos braços e dando meia volta me levando de volta para a aldeia.

Ele me olhou com as pupilas dilatadas e tentou sorrir não sei como, mas conseguiu. Eu só podia rir de volta.

Chegamos à aldeia e eu fui jogado no telhado da casa deles como um saco de batatas. O dragão pousou.

–Te peguei. – disse ele com um sorriso torto.

O dragão deu um leve empurrão no seu ombro.

–Nós te pegamos. – disse acariciando o dragão que desceu do telhado desaparecendo. – Por que estava fugindo?

Pensei em dar uma má resposta. - Eu não estava fugindo. – disse me levantando.

–Bem é a segunda vez que vo...

Ele escorregou ao dar um passo, em meio que um reflexo o segurei com uma mão nas costas e uma no pescoço, vi meu cajado caindo e o segurei com o pé ergui o corpo dele que ficou bem perto do meu, eu ainda devia estar com a cara de pânico tanto quanto a dele. Seu rosto se tornou rosa e ele o cobriu com as mãos.

–Sabe? Você é um pirralho. – descobriu o rosto me fuzilando com olhos.

–Se eu sou um pirralho você é um encrenqueiro mal criado que joga bolas de neve na namorada dos outros por ciúmes. – disse quase rindo.

–Saiba que eu fiz aquilo por que percebi que ela era irritadinha, então resolvi me divertir – disse como se fosse o Norte me ensinando a ser um guardião.

Eu percebi que devia solta-lo, ele cambaleou, mas não caiu.

–Bem acho melhor descermos antes que eu dê de cara com o telhado – disse e olhou pra mim.

Eu fiquei raciocinando por um tempo, ah é Banguela havia indo embora. Passei meu braço por sua cintura e descemos, ele agarro meu moletom mesmo que estivéssemos a uns 7 metros do chão é ele podia se machucar.

Encostei meus pés no chão. Ele ia falar alguma coisa, mas eu acertei uma bola de neve na sua cara, o que o derrubou.

–Ah é assim? – ele disse jogando uma de volta.

E a guerra começou, eu me desviava com facilidade, mas ele era péssimo caia sempre, mas eu apenas ria e continuava a atirar. quando ele pediu tempo mal respiva direito e eu não parava de rir.

–Nossa você é péssimo. – disse o ajudando ele a se levantar.

–É e você é muito bom – disse ofegante.

–Anos de pratica. – disse.

–Eu nunca tinha feito isso. – ele disse.

–Não? – perguntei – Como não? Aqui neva nove meses por ano e você nunca fez uma guerra de bolas de neve?

–Eu não tinha amigos Jack, bem continuo não tendo. – ele disse limpando a neve da roupa.

–Bem agora você tem. – disse.

–É – ele disse – Como disse mais cedo eu preciso arrumar meu suporte, e por favor Jack, não vá embora de novo.

Não respondi. Caminhávamos em direção a marcenaria e em um silêncio um tanto incomodo.

–Jack? – ele chamou.

–Ah, sim? – disse.

–Por que você vai embora quando estou perto da Astrid? – ele perguntou.

“Pelo amor de Thor, eu não sei como responder a isso.”