Eu não encontro o Flynn Rider na torre da Rapunzel.

– Eu não vou participar disso. – falei – Não gosto de violência.
– HAHAHA, tá bem, Candice da paz! – Hammel zombou
– Cale a boca, Hammel. – chutei a canela dela.

Hammel, Reyna, O garoto maluco de vestido e eu estávamos na mesa de pretores, enquanto esperávamos o resto do acampamento chegar, para decidirem onde Hammel e eu ficaríamos.

Mesa de pretores > Uma grande mesa de madeira, com toalha roxa. Não se chama “mesa de pretores”. Mas eu quis assim.

O que Octavian fazia ali? Não sei. Já que pra mim, ele era apenas um augure de vestido.

– Você é realmente muito mole. Está com medo? – Octavian zombou de mim também.
– Não. Cale a boca – bufei
– Não acredito que dois deuses apareceram por você... Não é nem uma guerreira. – ele me cutucou de leve com seu pilo.

É claro que eu sou da paz. Mas Octavian estava provocando.
Arranquei o pilo da mão dele com apenas um puxão ( Com licença, quem é o “muito mole” agora?) , e o bati na sua armadura. Octavian desequilibrou e caiu no chão. Algumas pessoas que já estavam lá riram do tombo dele.

– Vai pagar por isso. – Ele me ameaçou, e se levantou
– Você não serve nem pra segurar um pilo, Octavian. – devolvi o pilo pra ele, que me olhou com um olhar “Vou-decepar-você-como-faço-com-meus-ursinhos”

– ROMANOS! – Reyna se levantou.

Lia fez o mesmo, mas a armadura quase a derrubou em cima de Octavian, que tentava fazer sua melhor cara de líder.
Revirei os olhos, e continuei sentada.

– Estamos aqui, para aceitar Candice France, e Lia Hammel a nosso acampamento! – Reyna gritou, e alguns aplaudiram.
– Octavian, o que dizem os augúrios?
– Dizem que elas podem entrar – ele falou tedioso – Mas isso não é culpa minha.
– É porque você é tão insuportável, que nem a culpa quer ficar com você. – falei sorrindo pra ele.
– Recrutas? – Reyna ignorou minha quase-discussão com Octavian – Vocês tem alguma carta de referência? Credenciais?
– Que? – Lia, que estava flertando com um garoto da 2ª coorte, disse – Ah... Cartas? Não.
– Nem eu. – dei de ombros
– Sem cartas? – Octavian zombou – Mais umas pra 5ª coorte.
– Olha aqui, se ele usar esse tom de voz comigo mais uma vez, vou enfiar esse pilo na garganta dele. – murmurei pra Reyna, que me lançou o olhar ‘ se comporte’. Eu o conhecia bem, todo mundo usava-o comigo.
– Tudo bem... – Reyna continuou – Algum legionário ira apadrinhar Lia Hammel? – ela perguntou

Pra minha surpresa, um imbecil quis Lia.
Provavelmente, era porque ela era uma kenga, e estava flertando com o garoto da 2 coorte.
Não, não era porque ela era uma boa guerreira.

– Eu. – Um garoto ruivo disse. – Pietro, segunda coorte.
–Muito bem... – Reyna levantou as sobrancelhas – Pietro, você pode apadrinhar Lia Hammel. Sua coorte a aceita?

Pietro, o garoto ruivo que parecia um tomate, bateu o escudo no chão. Deduzi que ele ia começar uma música, como “ We will rock you”, já que todos os outros da coorte o seguiram.

– Minha coorte se pronunciou – disse uma garota que eu não fazia ideia de quem era – Nós aceitamos a recruta.

Olhei pra Hammel com nojo, e murmurei “puta”.

– Parabéns, Lia Hammel. – disse Reyna - Você agora se encontra em probatio.

Enquanto Reyna falava algo inútil pra Lia, meu olhar vagava pela sala de jantar. Até parar em Octavian, que estava a 10 passos de mim, e me observava com interesse.

– Tira uma foto. – sussurrei pra ele – Dura mais.
– Convencida. – ele disse.
– Candice France! – Reyna chamou minha atenção
– Fala migs. – me virei pra ela, então percebi que estava falando com Reyna... – Ah, oi?

É, eu realmente não sei dizer nada decente.

– Candice France, você tem alguma carta de recomendação, ou..
– Não. – a cortei

Então, a coisa mais inesperada e louca do meu dia aconteceu.

– Mas dois deuses apareceram por ela. E ela foi reclamada assim que chegou. – Octavian me defendeu.

Reyna o olhou surpresa, chocada e várias outras coisas.

–Não precisamos lembrar meus primeiros momentos vergonhosos – murmurei
– Sim. – Reyna disse – Concordamos que a recruta tem credenciais fortes, de Júpiter e Vênus. – Algum legionário ira apadrinha-la? – Reyna perguntou aos romanos.

Vários murmúrios se levantaram em todas as coortes, os romanos estavam incertos em relação a mim.
É por isso que eu não gosto deles...

– Eu. – disse a voz atrás de mim – Octavian, augure do acampamento, E centurião da primeira coorte. – ele disse
– Tá brincando com a minha cara?! – falei chocada

Primeiro esse garoto me odiava! Agora ele está me apadrinhando? DEUSES, O QUE EU FIZ PARA VOCÊS?

– Ér... Okay – Reyna falou confusa, olhando para mim e para Octavian, esperando que nós dois começássemos uma guerra, ou algo assim – A primeira coorte aceita a recruta?

Os metidos da primeira coorte bateram seus escudos no chão, sorrindo.

– A primeira coorte a aceita, Parabéns, Candice France. Agora está em probatio. Será um membro efetivo da legião, quando realizar um ato de coragem ou daqui um ano. – ela disse.
– O que vier primeiro. – Octavian murmurou.
– Sirva a Roma, obedeça às regras da legião e defenda o acampamento com honra. Senatus Popolusque Romanus!

Todos os romanos retardados disseram a mesma coisa.

– Que? – falei confusa, mas Octavian já estava me empurrando uma placa de probatio. Que obviamente, eu não fazia ideia do que significava.

Depois do jantar, Octavian e Reyna me largaram em uma torre ( Feelling Rapunzel), onde eu poderia assistir os jogos. Já que eu realmente me recusei a participar deles, e disse que iria enfiar o pilo de Octavian em todo mundo que tentasse me obrigar.

( N/Octavian: “ Não gosto de violência” já se esqueceu disso?) Quem deixou esse garoto fazer uma nota no meu POV? Com licença.

Para minha surpresa - de novo- , eu encontrei outra pessoa na torre da Rapunzel.

– Flynn Rider? – ofeguei
– Não, sua idiota. Eu sou Nico di Angelo.
– Ah tá. – falei e olhei pela janela da torre.

Quem sabe um dia, eu encontro um Flynn Rider numa torre por ai...

15 minutos depois:

– NICO??? – falei me virando pro garoto
– Esse foi seu recorde de lerdeza, grega.
– O que você tá fazendo aqui, assombração? – gritei assustada
– Eu estou cuidando da minha irmã.

Senti meus olhos molharem.

Nico di Angelo, filho de Hades, antissocial e mal amado.
Eu havia conhecido os dois a algum tempo atrás. Na caçada de Ártemis, conheci Bianca.
Sua irmã Bianca era uma caçadora... Ela foi morta em batalha.
Não exatamente em batalha, já que ela simplesmente foi esmagada por um gigante de ferro malvado, construído por provavelmente Hefesto.
VALEU AI, HEFESTO.

– Mas... – falei hesitante. O assunto “ Bianca” era delicado para Nico.
– Não. Não Bianca. Hazel. Minha outra irmã.
– Caralho, teu pai teve filha pra cacete... – murmurei
– O que? – ele perguntou
– Nada. – respondi rapidamente – Mas... sua irmã... romana?
– Sim né. Hurr durr. Lesada. – ele zombou de mim

HOJE É O DIA DE ZOAR A CANDICE HEIN?

– E você é grego... – falei
– Ai jura, flor? – ele ironizou
– E tá fazendo o que aqui, porra? – perguntei exasperada
– Viajando um pouco... – ele deu de ombros – e você?
– Missão suicida – dei de ombros
– Coisas de gregos. – ele falou
– É – concordei
– Mas escuta. – ele se virou pra mim, e segurou meus ombros – Não pode dizer a ninguém o que eu sou. Me entendeu? Ninguém!
– Entendi. Relaxa. – falei assustada.
– Ótimo. – ele me soltou

Ouvimos passos na torre.

– O jogo acabou. – disse um Octavian que estava com um roxo no rosto – as princesas podem descer.
– Falando em princesa – gargalhei – Seu príncipe te deu uns tapas, Octavian?
– Não é engraçado. – ele me olhou com censura – Vamos, France!
– Ei, por quê? - perguntei
– Vai ajudar na enfermaria. – ele disse
– MAS O QUE? – gritei