POV ANNABETH

Acordei sorridente, comecei a me espreguiçar na cama, com preguiça de levantar e então me lembrei que hoje era o primeiro dia da Rachel com atividades “normais” do acampamento, e me alegrei, esse dia promete.

Me levantei e olhei para a minha cama, estava imunda. Ontem a noite eu me esqueci completamente de trocar de roupa e tomar um banho, então minha cama estava cheia de comida, graças a bagunça no pavilhão ontem á noite. Me lembrei de como eu me alterei, como eu me animei ontem, e então comecei a sorrir, felizmente todos no chalé ainda estavam dormindo, então não foi tão esquisito assim, ok só um pouco.

Fiquei um bom tempo no chuveiro, tentando tirar o cheiro de molho de carne...não foi uma tarefa fácil. Mas enfim, eu consegui, coloquei a blusa do acampamento, short preto e tênis de corrida e saí do chalé 6 em direção ao chalé 3.

Quando eu cheguei perto e ia abrir a porta, a porta se abre sozinha e sai de lá um Percy apressado, PAFT! Ele esbarra em mim e eu caio no chão, rindo, ele por cima, também rindo.

–Sabidinha? - ele disse se levantando e estendendo a mão para que eu me levantasse também.

–Posso saber por que a pressa? - eu disse, queria que aquilo soasse autoritário, mas é praticamente impossível ficar séria perto do Percy. Então peguei sua mão, me levantei e tirei a areia dos shorts.

–Eu não queria chegar atrasado no seu chalé, pra você não gritar comigo de novo “atrasado de novo, que novidade” “eu me atrasei, e a culpa é sua!” “você tem algum problema com horários?” “existe uma coisa chamada DESPERTADOR”– ele disse gesticulando, e fazendo imitação incrivelmente ridícula da minha voz.

–Ah, foi por mim? então pode esbarrar de novo – eu disse sorrindo, ele sorriu de volta e me beijou – Partiu arco e flecha? - eu perguntei, ele suspirou.

–E o jeito?- ele disse passando um de seus braços em meu pescoço, e assim fomos até a Arena.

–Já percebeu que faz dias que agente não toma café da manhã? - eu perguntei, isso me veio na lembrança agora quando vi algumas pessoas saírem do pavilhão.

–Não tenho fome pela manhã – ele disse olhando de relance o pavilhão.

–Nem eu- eu disse rindo de leve, chegamos na arena e nos dirigimos a um dos lugares na ponta da arquibancada. O professor ainda não tinha chegado.

–A gente bem que podia – ele ia dizer “namorar” com certeza, mas então o professor chegou na arena e eu ri um pouco da cara de decepção + ódio do Percy.

–Bom pessoal hoje a aula vai começar com... – ia dizendo o Sr. Laker, mas alguém pigarreou e ele olhou para trás. Rachel estava ali com um sorriso travesso no rosto, e as mãos para trás segurando o arco. Ela se dirigiu ao professor, eles conversaram por um minuto e ele saiu da arena.

– Oi pessoal – Rachel disse sorridente – Então... o quíron tava precisando do Jo e...

–Jo? - a maioria que estava na aula perguntou em uníssono.

–É – Ela disse – Jo apelido para Joseph – Ninguém entendeu – Joseph Laker – ela disse apontando para a direção que o Sr.Laker foi, muitos murmuraram um “ahh” como se finalmente tivesse entendido, eu queria rir da estupidez dos alunos, mas eu fui um das que murmuraram porque, bem, eu não sabia que o nome dele era Joseph.

–Enfim, eu vou dar aula pra vocês hoje, deixa eu só pegar uns alvos aqui – ela disse dando as costas para a arquibancada e se dirigindo ao lado oposto da arena.

–E você sabe arco e flecha? - disse em um tom debochado um garoto grande másculo, eu conhecia ele, filho de Ares.

Rachel parou abruptamente de andar. Escutei um risinho fraco dela, e de repente ela se virou, quando eu digo “de repente” é de repente mesmo. Ela apoiou um dos joelhos no chão e colocou a flecha no arco tão rapidamente que eu não consegui ver a flecha, só onde ela tinha parado. A flecha acertou em cheio a bermuda do garoto, se fincando na arquibancada. Ela prendia a bermuda do filho de ares à arquibancada, pude ver um pequeno terror em seus olhos, e acredite, não é todo dia que se vê um filho de Ares assim.

–É, eu acho que sei um pouquinho – ela disse com um sorriso falso estampado no rosto – ah, e boa sorte em tirar a flecha daí, você vai precisar- Ela disse. Ele puxou, puxou, mas a flecha não saiu, ele estava literalmente colado na arquibancada, todos riram. Ela montou alguns alvos.

–Então­ – ela disse enquanto prendia o cabelo em um coque – eu acredito que muitos de vocês não gostam de arco e flecha, estou certa? - Ela perguntou fitando a arquibancada, todos (sem exceções) concordaram em um murmúrio.

– Vejam bem, tudo que você tem que fazer para se dar bem no arco flecha é saber canalizar a energia dentro de vocês para a flecha – todos franziram o cenho, incluindo o Percy, ele ficava fofo assim – Eu vou explicar – ela disse pegando o arco e pondo flecha .

– Quando falam mal do livro que eu estou lendo – ela disse, puxou e lançou a flecha, todos observaram, foi um tiro certeiro, bem no meio do alvo, todos acompanharam a trajetória da flecha, ouvi algumas palmas.

–Ou – ela continuou – Quando dizem que as caçadoras são melhores – Ela lançou a flecha no mesmo alvo, só que dessa vez a flecha que ela lançou cortou ao meio a que já estava lá no alvo, ficando mais no meio ainda, se possível. Ela olhou pra flecha e sorriu.

–Viu? é fácil – ela disse fitando os alunos da arquibancada, nenhum demonstrou ânimo – ahh, vamos lá gente! – ela disse sorrindo, mas logo ficou séria – ok então, vou escolher alguém, você aí garotinha – ela disse apontando para alguém que eu não consegui ver – Qual seu nome?

–Bia – ela disse se levantando e pude reconhecer minha amiga bia extremamente corada, do chalé 4.

–Você me lembra alguém... – Rachel disse, semicerrando os olhos.

–Eu acho que... –Bia ia dizer mas Rachel cortou ela.

–Calma, Calma!! Eu vou me lembrar – Ela disse colocando o dedo no rosto – ELLEN PAGE! – ela disse com uma animação de quem acabou de ganhar na loteria – Você se parece MUITO com a Ellen Page!

–Brigada – bia disse sorridente, corando mais – Muitas pessoas dizem isso – ela riu de leve e colocou o cabelo atrás da orelha envergonhada, até porque todos estavam olhando para ela.

–Esse aí é o seu... – Rachel não terminou, estava com uma cara maliciosa no rosto, ela estava se referindo á nico.

–Am... – Agora Bia corou completamente, Nico também.

–Ok, venham aqui os dois – Rachel disse ainda com aquele sorrisinho.

Os dois desceram da arquibancada, Percy deu uns tapinhas nas costas do Nico, eles tiveram de passar perto da gente, já que estávamos na ponta.

–Seu nome? - Rachel disse.

–Nico – ele disse, coçando um pouco a cabeça.

–Ok, Nico você fica aqui – ela disse empurrando Nico um pouco mais para trás – e você, aqui reta com o Alvo – ela disse para Bia.

–Você é boa em arco e flecha? - Rachel perguntou á bia.

–Péssima – ela respondeu rapidamente com um sorriso de canto.

–Ótimo! – Rachel bateu palmas, não entendi o ótimo. Ela pegou um dos arcos marrons que os professores utilizam nas aulas e entregou á Bia, que o segurou. Ela também lhe entregou uma flecha.

–olhe, eu preciso que você me escute com muita atenção, ok? - ela disse – e faça tudo que eu disser, pode fazer isso? - Rachel disse e Bia afirmou a cabeça.

–Vamos começar – Rachel deu um sorriso suspeito, e ela começou a falar em alto e bom som, pra todos pudessem escutar.

–Bia, imagine o Nico no acampamento, andando normal, mas alguém para ele, uma filha de Afrodite – ela deu aquele sorrisinho suspeito, e Bia deixou o sorriso doce de lado – Ela se atira pra ele, imprensa ele na parede, bote a flecha no arco ,ele tenta resistir a tentação mas não consegue e acaba se rendendo, puxe a flecha, eles se beijam, no começo ele acha errado, mas filha de Afrodite sabia o que estava fazendo, ele começar a gostar, Mire no alvo, e retribui o beijo, no meio do acampamento, os dois se beijam loucamente, e não param, nem por ar ATIRA!!

Ela disse alto, e Bia atira. Uma flecha certeira, bem no meio do alvo, Bia fica surpresa com o próprio resultado, ela olha para Nico feliz, que estava tão surpreso quanto ela, todos na arquibancada prestavam atenção, estavam todos curvados para a frente, pra ter uma visão melhor da cena lá embaixo. Rachel deu um sorriso, como se já esperasse por isso.

–Agora, vamos! Todos desçam, venham pra cá, todos, formem duplas!! – ela disse gesticulando com mão para que descêssemos, todos desceram correndo, menos o filho de Ares que continuava inutilmente a tentar tirar a flecha dali. Estavam todos animados com aula, eu tenho de assumir que eu também estava. Percy me olhou, sorrindo.

–Vamo, vamo, quero tentar aquele negocio ali – ele disse pulando da arquibancada, parecia uma criança que acabou de ver o papai Noel. Que esquisito.

–Vamos – eu disse me levantando, ele agarrou minha mão e me arrastou até o alvo mais próximo. De repente eu escuto um barulho, não, uma música. Rachel estava com um controle na mão, tinha ligado uma música em um som, devo admitir a música realmente me deu vontade de sair pulando, era animada, mas não reconheci porque estava encarando o Percy, ele fazia uns passinhos estranhos, ok, estranho é pouco. Eu comecei a rir, eu ri muito.

–Nossa – Rachel chegou perto da gente, ela olhava surpresa para o Percy que logo parou de dançar – não faz isso de novo, sério – ela disse, ele encarou ela e ela começou a rir.

–Esse som? - eu perguntei intrigada

–Produtos Stoll – ela disse, e tudo fez sentido.

–ok, vamos ver como está essa dupla, quem vai primeiro? - ela disse esfregando as mãos freneticamente.

–Eu vou! – eu disse rapidamente, porque sabia que o Percy queria ir primeiro. Eu ri mais ainda da reação dele. Ultimamente eu tenho rido muito mesmo, sério.

–ok, vamos lá – ela foi até Percy e sussurrou alguma coisa, eu não ouvi, Percy sorriu um pouco e sussurrou pra ela de volta, eu assumo, fiquei intrigada. Ela chegou perto de mim e começou.

–Annie, imagine o Percy na arena, ai o professor chama ele para ajuda uma filha de Afrodite, Gisele – Quando eu ouvi o nome, estremeci de raiva, ela deu aquele sorrisinho suspeito – Ela se atira pra ele, joga a espada dele no chão, bote a flecha no arco,ele tenta dizer que tem namorada mas ninguém resiste a uma filha de afrodite puxe a fle... – Antes que ela terminasse de falar, eu atiro a flecha com tudo, um tiro certeiro, bem no meio do alvo. Eu fico ofegante, Percy está sorrindo como se estivesse satisfeito com a cena. Os dois estavam rindo

–Agora vamos, Percy você – Rachel diz em meio as gargalhadas, ele pega o arco e Rachel começa.

–Percy, imagine a Annie na arena, ela está lutando mais alguém chega por atrás e agarra a cintura dela por trás, um filho de apolo, dos lindos mesmo, se atira ne... – antes que ela dissesse “Nela” o Percy já atirou no alvo, uma flecha bem no meio. Eu ri muito, então na minha vez eu não tinha exagerado. Rachel riu, eu ri, e o Percy também, de repente eramos três lerdos rindo ao ritmo da música. Ah, agora eu reconheci, Runaway Baby realmente foi uma ótima pedida para essa aula.

Então Rachel subiu em um banco e desligou a música, ouvi um “aaah”, murmúrio geral.

–Eu sei, eu sei – ela disse – mas infelizmente a aula acabou, eu gostei da aula, espero que vocês também tenham gostado e blá blá blá, aquelas baboseiras que os professores dizem, então, até a próxima!- ela disse descendo do banco, e foi seguida por aplausos da turma inteira, eu aplaudi e o Percy também. Ela fez uma reverência e todos riram, colocou o arco nas costas e saiu correndo da arena sorridente.

–Então – o Percy disse se virando para mim e me puxando pela cintura – você tem ciúmes de mim, hum – ele disse disfarçando um sorriso.

–Eu realmente acho que você tem mais – eu disse apoiando minhas mãos em seu pescoço.

–Empate? - ele sugeriu.

–Não mesmo, joquempô? - eu disse, ele assentiu, é coisa de criança, mas é bom poder fazer isso perto do Percy, afinal, eu acho que ele ainda é uma criançona.

–Jo-quem-pô! – nós dois dissemos em uníssono, nós dois botamos pedra.

–Jo-quem-pô! – nós dois dissemos em uníssono de novo, nós dois botamos papel.

–Jo-quem-pô! – nós dois dissemos em uníssono de novo, de novo, nós dois botamos tesoura.

–Empate? - eu sugeri, ele riu.

–Empate – ele disse e me beijou mas eu tive de interromper o beijo. Nós tínhamos aula agora, agarrei seu pulso e saí correndo, arrastando ele comigo.

Nós fomos para mais umas duas aulas, grego e montaria em pégasos, depois almoçamos. Mais uma aula depois do almoço, e então estava na hora da reunião dos aliados de Atena, Combinei com o Percy pra ele ir logo, eu iria logo depois.

Eu passei no chalé de Atena e peguei alguns pergaminhos, eu tinha desenvolvido um plano, mas não acho que vá funcionar tão bem assim. Cheguei em uma clareira no meio da floresta, próximo ao punho de Zeus, todos já estavam lá, Percy piscou pra mim. Eu me sentei na mesa principal.

–Obrigada á todos por virem hoje, espero que vocês tenham trazido o que eu pedi na reunião passada, sim¿ - eu perguntei, e os líderes dos chalés se levantaram e me entregaram os pergaminhos. Eu tinha pedido para que cada um trouxesse o melhor que seu chalé pudesse oferecer, e então comecei a ler os pergaminhos, o primeiro era rosa e perfumado, não preciso dizer de quem era.

Afrodite

–Maquiagem permanente

–Perfume forte que tira o olfato

–spray de pele que dá cegueira temporária

–Bombas de Blush

Parecem ser coisas idiotas mas, são bem úteis. Continuei lendo os outros pergaminhos até que escuto alguém vindo da floresta, acho que não fui só eu porque todos olharam na mesma direção.

–Calma gente, não me fuzilem com os olhos – Rachel disse levantando a mão e vindo até a mesa principal.

–O que você está fazendo aqui? - uma das filhas de Afrodite perguntou.

–É sempre um prazer falar com vocês - ela disse numa voz sínica sarcástica.

–Sério Rach, você não deveria estar aqui – eu disse, ela me fitou perplexa.

–mas você disse que essa era a reunião dos aliados de Atena, então – ela disse.

–É, mas Apolo não está lutando por Atena – Helena disse chateada.

–O quê? mas, como?- Rachel perguntou com uma cara de descrença.

–Clarisse trapaceou, e o Will fez aliança com Ares – eu disse suspirando.

–Você só pode estar tirando uma com a minha cara – ela disse me encarando

–Não mesmo – eu disse olhando para ela.

–Mas isso não vai ficar assim – ela falou um pouco alto.

–Não há nada que agente possa fazer – eu disse, me rendendo, e sentei no toco/cadeira.

–Isso é o que nós vamos ver, me dê... 5 minutos – ela disse e então saiu andando pela floresta, senti um pouco de esperança invadir meu corpo, mas logo se foi porque ela realmente não podia fazer nada.

–Eu tracei um plano, vocês duas fizeram o mapa? - eu perguntei as minhas irmãs e elas assentiram e entregaram a mim – Ótimo, líderes dos chalés aqui na mesa – os líderes se levantaram e vieram até mim – ok, plano é o seguinte... – mas antes que eu terminasse de falar, lá vem Rachel seguida por alguns campistas.

–Kate! – ela disse, então kate tocou no chão e brotaram mais tocos de lá, um para cada campista que acompanhava Rachel –hey, eu quero o meu aqui na mesa legal – ela disse e Kate assentiu. Todos ficaram encarando ela.

–ah, é, Apolo vai lutar por Atena – ela disse finalmente entendendo que queríamos uma resposta para a situação. Todos vibraram.

–Mas, mas... mas, como?- eu perguntei atônita.

–Se você quer alguma coisa de clarisse, é só desafiar ela do contrário, tudo que eu tive de fazer foi dizer “você não consegue ganhar sem apolo” E BAM Apolo por Atena – ela disse sorrindo, eu pulei no pescoço dela, ela riu alto e eu voltei para o meu lugar, mas então eu me lembrei.

–Espera, nós estamos com dois chalés a mais que ela – eu disse, minha felicidade se esvaindo aos poucos.

–Eu me lembrei disso, mas vale recordar que dois dos nossos chalé, Poseidon e Hades, só têm um campista, então, não ficou nada desigual – ela disse com um sorriso travesso no rosto, eu fiquei extremamente feliz e pulei no seu pescoço de novo.

–Então, qual é o plano? - Percy perguntou. O PLANO, me lembrei, agora tínhamos o chalé de Apolo.

–Se quiser eu posso ir no chalé 6 pegar o plano que inclui apolo – helena disse, mas eu interferi.

–não é preciso, eu me lembro do plano – então comecei a escrever no mapa, os arqueiros e os filhos de Afrodite ficariam na defesa, juntamente com Percy, Nico, e dois filhos de Atena, todo o resto iria para o ataque, e eram muita gente, então o time inimigo iria ter de recorrer a defesa para reduzir o nosso ataque, e é aí que eu entro com o chapéu dos yankees e pego a bandeira.

–É, acho que por hoje é só – eu disse e me despedi do pessoal, nossa, a caça á bandeira já era amanhã, como passou rápido.

–É bom ver minha sabidinha assim tão feliz – uma voz atrás de mim disse, eu me virei e dei de cara um Percy sorridente.

–É cabeça de alga, mas nem se iluda porque não é pra você – eu disse tentando não sorrir, ele fechou a cara de fez um biquinho.

–Que coisa gay – Rachel disse atrás de nós, eu me virei, ela olhava estranho para o Percy.

–Gostou? - Percy perguntou para ela sem desfazer o biquinho. Ela esfregou a mão na cara do Percy, ele desfez o bico.

–Não se esqueçam 17h30min na colina meio-sangue sem atrasos – ela disse e saiu correndo na floresta. Quase me esqueci, iríamos buscar um meio-sangue hoje. Percy me beijou, eu retribuo, mas já estava escurecendo e nós ainda estávamos na floresta.

–Vamos – eu disse, ia interromper o beijo, mas simplesmente não consegui. Então quando nos separamos por falta de ar, Percy me abraçou e saímos da floresta.

–Você ouviu, 17h30min sem atrasos – eu disse, já havíamos chegado na área dos chalés.

–não sei de onde saiu essa minha fama de atrasado – ele disse forçando para não rir.

– provavelmente do fato que você sempre se atrasa – eu disse bagunçando seu cabelo – eu vou me arrumar, é sério Percy, não se atrase – eu disse tentando ficar séria, mas é impossível ficar séria perto do Percy. Ele afirmou com a cabeça, de meu um selinho e foi para o chalé 3, eu me dirigi ao 6.

POV PERCY

Não sei o porquê de todos me chamarem de atrasado. Ok, talvez eu saiba um pouquinho de nada, é muito raro eu me atrasar. Mentira, eu só me atraso às vezes. Mentira dupla, eu sempre me atraso. Mas dessa vez, vai ser diferente.

Tomei um banho super rápido, coloquei bermuda preta, uma camisa azul com um tridente também azul, e tênis cinza. Arrumei minha mochila, com água, alguns dracmas da fonte, alguns dólares, caso fosse preciso, e mais uma camisa. Chequei contracorrente, no meu bolso, ok. Saí do correndo chalé 3, nem me dei o trabalho de ir para o 6, queria chegar lá primeiro, para esfregar na cara delas que eu posso não me atrasar quando eu quero.

Cheguei e fiquei sentando no alto da colina meio-sangue. Passaram-se provavelmente uns 10 minutos, quem diria que elas é que estariam atrasadas? Até que eu ouço umas risadas vindas da base da colina meio-sangue, do lado contrário ao acampamento. Eu me levanto e olho, lá está a van do acampamento, e as duas garotas conversando e rindo. Eu suspiro e vou até lá.

–Atrasado – as duas disseram em uníssono. Elas ficaram me encarando com caras idênticas do tipo “eu já sabia”. Achei melhor não discutir. Nos dirigimos á van.

–Eu dirijo – annabeth disse, ela usava uma blusa laranja clara com uma coruja, um short cinza e tênis de corrida. Já Rachel ela usava uma blusa Amarela extremamente chamativa, com um sol estampado na frente com uma frase “Rachel shines like the sun”, short verde limão e tênis preto, o cabelo em rabo de cavalos que tinha uma fita colorida, ela estava bem chamativa.

–Blusa? - eu perguntei

–Obra de uma filha do deus da Arte – ela disse, falando de si mesma.

–Argos não vai com a gente? - eu perguntei confuso, ele sempre ia. Argos era o segurança do acampamento, o cara tinha olhos até nas mãos.

–ah não, aqueles olhos dele me dão arrepios – ela estremeceu – eu convenci Quíron que somos adolescentes responsáveis e que podemos ir sozinhos – Rachel disse, ela ficou séria, mas depois nós três caímos no riso.

–nesse caso, eu dirijo – eu disse tomando a chave da mão de annabeth.

–ei, eu pedi primeiro – ela disse em uma tentativa inútil de tirar as chaves da minha mão, só que eu era mais alto.

–joquempô – eu sugeri, ela parou de pular.

–ok – ela concordou – Rachel, vai também?

–tá brincando – ela disse com uma cara “eu não acredito nisso” – vocês estão discutindo quem vai dirigir daqui até Nova York – Ela disse, nós concordamos com a cabeça – se ninguém quiser discutir, eu vou no banco de trás, dormindo – ela disse, ficamos parados – ótimo- ela disse então entrou no carro e ficou no banco de trás.

–Joquempô – eu e annabeth dissemos juntos, coloquei pedra ela colocou papel.

–HAHA! – ela disse tomou as chaves da minha mão e foi dançando até o banco do motorista. Eu fui em direção ao carro, e me sentei no banco do passageiro. Annabeth olhou pra mim sorridente, eu ignorei. Ela riu mais, virou meu rosto e me beijou, ok, não tem como ficar bravo com um beijo desses.

–eu dirijo na ida, e você na volta, ok? - ela disse com um sorriso doce.

–ok – eu disse, dessa vez fui eu que a beijei.

–EI, DIRIGE- Rachel gritou lá de trás, Annabeth deu partida, e assim fomos. Eu e Annabeth ficamos conversando e rindo até que chegamos na cidade.

–Rachel, chegamos! – annabeth disse em uma voz muito fofa – Rach, acorda chegamos – a voz foi perdendo um pouco o toque doce – Rach, sério, acorda – ela disse, olhou pelo retrovisor e então – RACHEL CHEGAMOS EM NOVA YORK CARAMBA ACORDA!!! – ela gritou, Rachel deu um pulo no banco de trás da van, eu comecei a rir e Annabeth também, quando Rachel percebeu a situação dela riu junto. Os três rindo, de novo.

– E aí, para onde vamos? - Annabeth perguntou olhando para Rachel pelo retrovisor. Ela tinha parado o carro por causa do trânsito.

–Espera – ela disse abrindo a mochila e tirou um papel de lá – aqui, achei, a última aparição dele foi no... Queens.

–Ok, não é muito longe – Annabeth disse – Onde é a casa?

–Que casa? - Rachel perguntou

–a casa dele – eu completei.

–vocês são surdos? a ultima aparição dele foi no Queens, Ele fugiu de casa – Ela disse inconformada porque nós não sabíamos de algo que ela não tinha dito.

–Então nós vamos para o Queens, esperando que magicamente um meio-sangue apareça do nada e diga “ah, que bom que chegaram, vamos ser felizes para sempre no acampamento!” – Annabeth disse numa vozinha muito engraçada.

–A gente tem que procurar – Rachel disse – entra aí na esquerda, pra fugir do engarrafamento.

Annabeth entrou, Rachel começou a dar algumas coordenadas, entramos em ruas que eu nem sabia que existiam, e eu moro aqui desde bebê. Enfim, chegamos no Queens, Annabeth parou o carro no meio fio.

–E agora? - ela perguntou olhando para mim e para Rachel.

–Eu acho que é um bom começo descermos do carro- ela disse sarcasticamente, annabeth deu uma risada forçada. Nós descemos do carro.

–Então, nós vamos ter de investigar? - eu perguntei animado.

–Acho que sim – Annabeth respondeu

–UAU – eu disse – vamos sair por aí, NY adentro, de noite, como detetives super especializados em desvendar crimes. Somos um time, Eu sou o James bond! Ou o batman?

–Tá mais pra pantera cor-de-rosa – Rachel disse e as duas riram. Tá, eu acho que me empolguei um pouco.

–Vamos – Annabeth disse dando tapinhas na minhas costas – agente tem que começar a procurar.

–Não é melhor a gente se dividir? - eu perguntei finalmente tendo uma boa ideia.

–Claro! NY à noite, três meios-sangues? é melhor que agente se separe, e assim podemos ter uma morte mais rápida- Annabeth disse sarcástica. Quando eu tenho uma ideia, UMA IDEIA sequer, é esmagada com um inseto por uma bota (porque os insetos são esmagados por botas, ok?).

Começamos á andar, vale lembrar que o Queens é enorme, então, a probabilidade de acharmos o meio-sangue que a gente está procurando são mínimas. Probabilidade, que palavra bonita, gostei, onde que eu aprendi? Enfim, Andamos por alguns minutos e nada.

–É melhor voltar para a van – Annabeth disse – Agente continua a procurar no carro mesmo – Ela disse, eu e Rachel concordamos, mas quando nos viramos nos damos uma companhia nada agradável.

–Algo me diz que não vamos voltar para a van agora – Rachel disse.

–Sério? - eu disse, o monstro ficou confuso mais avançou. Eu e Annabeth desviamos para um lado e Rachel para o outro. Destampei contracorrente que estava no meu bolso, e me preparei para avançar.

Era uma parede de tão alto. Tinha pelo menos uns 3 metros, eu não sabia o que era até que redireciono minha atenção para seu rosto e vejo que ele tem um olho só. Ciclope. Aquele ciclope fazia o Tyson parecer uma criancinha chorona, era muito feio mesmo e fedia muito.

Rachel foi rápida, e disparou uma flecha bem no olho do monstro que urrou de dor. Uma das mãos o ciclope tentava tirar a flecha e a outra ficava mexendo meio sem sentido.

Annabeth avançou, ela desviou tão rápido da primeira mão que fiquei surpreso, e tentou acertar a barriga do monstro, mas ele abaixou a outra mão e empurrou annabeth, ela foi lançada contra o poste da esquina e caiu debruçada no chão. Meu coração parou.

Fiz menção de ir atrás dela, mas Rachel me impediu.

–Não! Você cuida do ciclope e eu da Annie – e assim ela saiu correndo até o poste da esquina. Eu queria saber porque ela foi atrás da Annabeth e não eu, foi ai que me lembrei ela é filha de Apolo, qualquer ferimento de Annabeth ela poderia curar.

O ciclope avançou, eu desviei para o lado. Ele estava esquisito, a flecha ainda fincada do olho dele, então para onde o olho virasse, a flecha virava junto, devo admitir, aquilo foi engraçado. Eu avancei para o ciclope, ele tentou me pegar com a mão mais eu desviei para a frente, ficando perto de sua barriga, ia usar contracorrente agora e craveja-la ali mesmo, mas ele trouxe a mão dele e tentou me esmagar. Usei contracorrente para me defender, espetando-a para cima, atravessando assim a mão dele. Ele mais uma vez urrou de dor, estava zangado, mas eu não tinha medo. Tentei acertar contracorrente em seu abdômen, mas ele me empurrou na parede mais próxima. Eu sei, eu sei, eu não posso morrer a não ser que ele acerte a base da minha coluna, mas acredite mesmo que você tenha a maldição de Aquiles, não é nada agradável ser lançado em uma parede de concreto.

Ele avançou em mim, juntei minhas forças e tentei erguer contracorrente, sem muito sucesso. Ele iria me esmagar dessa vez até que uma espada o bloqueia. Eu fiquei tão surpreso quando o ciclope. Ele deu alguns passos para trás mas depois investiu contra o portador da espada, ele era rápido e desviou facilmente do ataque. A luta voltou para a rua.

O ciclope tentou esmagar o cidadão sem sucesso, parecia que o portador da espada já esperava por isso e acertou sua mão. Mas, nada aconteceu. Então uma flecha brilhante vem de longe, direto na testa do ciclope, ele cambaleou um pouco para trás, e foi a oportunidade perfeita para o portador da espada, ele fincou a espada exatamente onde deveria ter um coração, reduzindo o monstro à pó.

Ele se virou e me viu no chão, chegou até mim e estirou a mão para me ajudar a levantar, eu não queria parecer fraco, mas mesmo assim aceitei a ajuda.

–Obrigada – eu disse ofegante me apoiando em meus joelhos.

–De nada – ele disse fazendo sinal positivo com a cabeça. Eu ia perguntar quem ele era, de onde ele saiu, e tal, mas então me lembrei : Annabeth.

Eu me viro, e me vem a visão de annabeth apoiada com um braço em Rachel, corro até lá. Eu simplesmente pego ela, afago seu cabelo, pensava que não iria poder fazer isso novamente. Eu sei, fui bem melancólico agora, mas quando se está apaixonado e você quase perde o amor da sua vida, isso acontece (Oops, fiz de novo).

–Percy – ela disse retribuindo meu abraço, sua voz soava um pouco fraca.

–Annabeth, nunca, nunca mais faça isso de novo – eu disse tentando esboçar um sorriso. Ela também deu um sorrisinho fraco saindo do abraço, mas voltou, dessa vez seus olhos no meu ombro. Então eu senti ela levantar o rosto, e apoiar seu queixo no meu ombro. Ela saiu lentamente do abraço, eu olhei para o seu rosto, seu olhos estavam fixados em alguma coisa atrás de mim, ou melhor alguém.

–Bran? - Annabeth disse semicerrando os olhos e frazindo o cenho.

–Annie? - ele disse, colocando a espada de volta na bainha. Pera, ele chamou a minha namorada de Annie?

–Bran! – ela disse e correu até ele, e o abraçou, meu sangue subiu fervente para a cabeça – Eu não acredito, você, você-ê é um semi-deus? - ela perguntou olhando para ele.

–É, pois é, você também? – Ele perguntou, Annabeth afirmou com a cabeça – isso é incrível! mas se bem que eu sempre soube que a sua beleza não era comum, tinha algum mistério, metade deusa, está explicado – ele disse, fitando-a diretamente.

Espera, ele acabou de cantar a minha namorada?