Isobel em uma decisão inédita resolveu que queria passar mais tempo com os garotos e a filha, sendo assim ela preparou as malas e foi fazer estadia na casa da filha e do genro, Harry e Eric pareciam felizes com isso, mas mesmo com uma pessoa a mais na casa, nada do tratamento comum deles mudou e isso se devia ao fato de que Minerva sabia muito bem que Eric não dominou o patrono e resolveu insistir em fazê-lo praticar, Eric também queria conseguir o mesmo escudo que Harry, mas a cada tentativa e erro, ele ficava mais cansado e ele não sabia dizer se era pelas inúmeras tentativas ou se era Minerva, que estava insistindo tanto que chegava a irritá-lo:

– Mais uma vez. - disse ela duas horas depois do começo da pratica do dia.

– Chega! - gritou ele de volta guardando a varinha. - eu não aguento mais!

Ele deu as costas para Minerva e estava tomando seu rumo para dentro da casa, quando para sua surpresa Minerva o pegou pelo braço e o levou o resto do caminho e praticamente o jogou na cadeira da cozinha sentado:

– Você vai ficar ai, pensando no seu comportamento. - disse ela saindo da cozinha.

Ele cruzou os braços irritado, aquilo era ridículo ele tentava esse feitiço a dias, ele não aguentava mais ela pedindo para repetir o mesmo a todo momento, ele sabia que o feitiço era importante, mas ele não estava no exercito ou algo do tipo para que ela insistisse com tanta autoridade, ele olhou rápido para o corredor, nenhum sinal de Minerva, fechou os olhos e se concentrou nos sons da casa, Harry estava na sala com Alvo, que parecia ter um tom de voz mais baixo que costume, claramente evitando ser ouvido por Minerva, ele então abriu os olhos e espiou novamente o corredor, nenhum sinal, devagar ele se levantou da cadeira, abriu a porta dos fundos e saiu, quando estava puxando para fechar viu Minerva pelo vidro da porta o olhando, muito furiosa, ele puxou a porta que bateu fechada, ela claramente pegou o outro lado da maçaneta tentando abrir, mas não conseguia, então puxou a varinha e tentou de novo e nada, ele aproveitou isso e se distanciou da casa, estava correndo já, sabia que seria alcançado e que ficaria de castigo, mas mesmo assim ele queria ar puro e silencio, era só isso que ele queria, mesmo assim ele não parecia que teria isso tão cedo, já podia escutar Minerva gritando o seu nome, ela só gritava, não correu atras dele, ele parou de correr e permaneceu de costas, olhando o gramado, ele só queria silencio, ele queria organizar sua mente, queria tentar achar uma memoria feliz, mas não tinha descanso para isso, além disso, como acharia uma memoria feliz com Minerva o irritando tanto, ele voltou devagar por onde tinha saído:

– Não era para ter saído do castigo, vai ficar la agora o dobro do tempo. - disse ela.

– Não interessa quanto tempo eu fique. - ele olhou para os olhos de Minerva, eles estavam frios, ele não gostava disso, sempre quando ela começou a insistir seus olhos mudavam e ficavam frios. - eu não vou mais treinar o patrono.

– E vai ficar dependendo, que alguém esteja perto, para salvar você? E se não tiver ninguém perto?! - gritou ela.

– É bem obvio. - ele adquiriu toda sua postura fria, o que parecia diminuir a temperatura do ambiente e Isobel viu a marca se formando novamente e os olhos do menino mudando.

Eric vendo que deixou Minerva em xeque voltou para a cadeira e sentou, cruzando os braços e fechando os olhos, aos poucos a marca foi sumindo, mas nada mais foi dito entre ele e Minerva. Durante a madrugada, Eric se levantou e pegou a varinha, descendo as escadas em silencio, ele entrou na biblioteca e respirou fundo:

– Expecto Patronum. - disse ele baixinho.

Como nas outras tentativas, a luz prata estava fraca e pequena, ele fechou os olhos e procurou qualquer outra memória, voltando a abrir e tentar novamente, para novamente falhar, ele tentou por uma hora, antes de desistir e voltar para a cama. Isobel observava o comportamento na casa, o ambiente parecia muito pesado já que Eric e Minerva não se falavam a quatro dias, nem uma palavra, nem um olhar, ela tinha que admitir que ambos tinham gênios fortes e que provavelmente se Eric não fosse irmão de Harry e tivesse nascido em outra família, ele seria o filho que sua filha não teve, pois eram parecidos, ela também sabia que Eric andava treinando sozinho de madrugada, ela tinha que dar credito ao menino por isso, as vezes sua filha exigia demais e não deixava ninguém pensar por conta própria e esse era o momento que Eric deveria pensar e se concentrar por conta própria. Uma semana depois Eric se levantou da mesa do café da manhã, sem dizer uma palavra, ele se adiantou até Minerva e pegou sua mão puxando, Alvo deu um sorriso largo, Isobel olhou a interação estranha, Harry parecia contente e ficou olhando. Minerva mesmo confusa se levantou, ela não podia ficar brava com Eric para sempre, o amava muito para isso, ela sabia que tinha exagerado, mas não diria isso a ele, esperaria que ele viesse falar com ela e então pediria desculpas, se ele não conseguisse o feitiço, não importava mais, ela daria um jeito de sempre proteger ele, ele a puxou até o jardim e soltou sua mão, fez sinal de silencio e para que ela permanecesse parada ali, então dele deu alguns passos para o lado e puxou a varinha:

– Expecto Patronum. - disse ele.

Uma forte luz prateada saiu da varinha e fez um escudo perfeito, ela ficou impressionada e olhou para o menino que abaixou a varinha:

– Precisava de um tempo sozinho, para pensar. - disse ele. - desculpe por ter gritado.

Minerva não disse nada e apenas abraçou Eric, ela sentiu falta dele. Isobel durante a noite conseguiu ficar um tempo a sós com o menino, ele parecia mais leve e feliz:

– Qual era o pensamento feliz? - perguntou ela curiosa.

Ele sorriu e parecia um pouco envergonhado, mesmo assim ele tinha uma resposta:

– Será que é mesmo difícil imaginar? - perguntou ele piscando e saindo dali, antes que mais perguntas viessem.