"É o fim do mundo, todo dia é".

 

 

 

O homem estava com a cabeça doendo, sabia que deveria abrir os olhos e lutar, mas ele não queria isso.

 

“Não muito obrigado, vou morrer em silêncio”- era o que ele estava pensando naquele instante.

 

Então o mundo girou e Dean sentiu seus pés serem puxados.

 

 

 

Três semanas depois.

 

 

 

 

 

O caçador tinha os olhos fixos na estrada, em silêncio.

 

Ele duvidava que fosse capaz de continuar fingindo, de continuar olhando para o “garoto” que estava sentando do seu lado da mesma forma, as coisas era simples e claras:

 

 

 

 

 

Sammy havia confiado mais em um demônio do que em seu próprio irmão.

 

 

 

 

 

Isso doía, doía mais do que qualquer outra coisa. Sammy era a única pessoa que ele tinha e ainda assim o havia magoado de todas as formas possíveis.

 

 

 

“-lamento, que os sentimentos da princesa estejam feridos”, ele sorriu ao se lembrar da frase que o “tutor” de ambos, Bob, havia dito.

 

 

 

 

 

“Quando toda essa droga terminar posso me unir a ele, deixar Sammy voltar para faculdade...”

 

 

 

Novamente a dor, por que era tão difícil reconhecer que eles teriam que se separar?

 

 

 

-Dean?! – chamou o outro pela terceira vez.

 

- Qual o problema Sam? – respondeu o outro empurrando os sentimentos para baixo.

 

-Me diz você... –  respondeu Samuel, sem olhar para o irmão.

 

-Estou pensando no Chuck e no Cass, estamos sem noticias desde que... – ele não terminou a frase, não tinha certeza se poderia falar da quebra do último selo, sem  atribuir a culpa disso para o irmão.

 

- Bob acha que eles estão morto. – disse Samuel com um sussurro.

 

-Acha que eles  mataram o profeta? – perguntou Dean levantando as sobrancelhas.

 

-Eles permitiram que o apocalipse começasse.

 

-Eu já tinha me esquecido disso -  disse o irmão mais velho com sarcasmo.

 

-Dean, eu...

 

-Cala a boca Sammy.

 

- Eu preciso...

 

-Não você na precisa encher meu saco.

 

- Eu só queria pedir desculpas,  você não vai me deixar fazer isso?

 

-Não – respondeu imediatamente – só quero que cale a boca, será que é difícil?

 

Depois disso nenhum dos dois disse nada até que chegarem ao hotel no qual passariam a noite.

 

-Qual é o plano? - Perguntou Samuel tirando suas meias “arrumadinhas” de dentro da mochila.

 

-Já disse – respondeu o outro bravo – Ir encontrar o Bob e avisar o maior número de caçadores possíveis sobre o que está acontecendo.

 

-Vamos falar pra eles que Samuel Winchester  deu inicio ao fim do mundo? – perguntou entre os dentes.

 

- Estamos falando do meu plano Sammy e é um bom plano sabe, nada que nos leve à morte, se é que você me entende.

 

-Então vamos pedir ajuda das pessoas mentindo para elas?

 

Silêncio

 

-É – respondeu Dean com uma falsa seriedade.

 

-E depois...? – perguntou  Samuel contrariado

 

-Procuramos Lúcifer e o chutamos novamente para o quinto dos infernos, literalmente.

 

- Não parece um plano muito prático.

 

-É o que temos e o que vai funcionar. – respondeu Dean sem encarar o irmão, os dois iriam morrer, ele sabia disso.

 

Eles  foram acordados no meio da noite por uma ligação, foi Dean quem atendeu o telefone.

 

- Alô.

 

-Sr. Winchester?

 

-Sim, Dean Winchester falando, quem é?

 

-Eloíse, trabalho no Hospital Jame’s Rigter, Kansas.

 

-E?

 

- Esta noite, um parente do senhor deu entrada em nosso hospital, o identificamos como Bob.

 

- Como ele está? – perguntou o caçador quase gritando.

 

- Precisamos que o Sr. Venha para cá o mais rápido possível.

 

 

 

-SAM!

 

- Qual  é o problema Dean?

 

-TEMOS QUE IR.

 

-Estamos no meio da noite. –  disse o caçula sem saber o porquê da urgência na voz do irmão – o que aconteceu?

 

-É o Bob, ele está ferido.

 

Samuel levantou-se imediatamente.

 

-Temos que ir Dean.

 

Ao ligar o impala, Dean fechou os olhos.

 

 

 

Bob tem que sair dessa, ele precisa viver. Você está ouvindo Deus? É bom que esteja e que comece trabalhar logo. Ao que parece não podemos fazer tudo sozinhos.

 

 

 

-Temos que ir Dean – disse Sammy entre os dentes.

 

 

 

Os pneus do impala deixaram marcas no estacionamento.

 

 

 

Continua...