A Bela Adormecida ou quase Isso... escrita por Shadow_Yume


Capítulo 2
Uma produção de “qualidade”




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Dois dias depois, naquele mesmo teatro. Desta vez o local estava cheio, todos esperando ver a peça. A turma havia ensaiado a exaustão e alem, não havia um que não tivesse decorado suas falas e marcações. Mas ainda assim, nos bastidores.

-Última checagem, já estão todos prontos? – Pergunta Raito, já em seu traje de príncipe.

-Assim... tirando o Mello... – Diz Near olhando para a porta do camarim fechada – Ele se recusa a sair... – E a coroa desliza caindo sobre os olhos – E isso aqui ta frouxo – Disse ajeitando o objeto que não parava três minutos quieto.

-A gente não precisa dele pra primeira cena, mas você sim, anda logo.

-Saco... – E se juntou a Takada, próximo à cortina para entrarem com inicio da narração.

Matt estava em na cabine de sons, próxima ao palco, em uma cadeira apoiada na parede olhando para o nada. L se aproxima do garoto.

-Acho que já vão começar.

-Que bom.

-...

-...

-É você que começa.

-Ah sim, sim. – Matt se endireita na cadeira, apanha o roteiro e o microfone que estava perto. – Como é que é... esse negocio ta ligado? – Diz dando um tapa no microfone. O som é ouvido no auditório todo. – Um, dois, três, testando... alou som.

-Acho que ta ligado.

-Ok. Era uma vez... que troço mas escroto... num reino muito distante. – A cortina se ergue mostrando Takada e Near sentado nos tronos. – Um rei e uma rainha que enfeitiçaram sua filha...

-Você pulou uma página. – Diz L.

-Merda. – Matt acerta a página. – Um rei e uma rainha que viviam muito felizes... ta to sabendo, aposto que tem traição ai no meio.

-É bem provável.

Takada e Near ficam se olhando, depois de quase um minuto sem os comentários idiotas de Matt que não deveriam estar na narração, eles percebem algo...

-Acho que é a nossa vez... – Disse Near enrolando o dedo no cachinho.

-Hn... – Takada respirou fundo para poder começar a dizer as falas sem demonstrar o nervosismo.

Uma luz azul para em cima de um pequeno berço.

-Oh a nossa filha, estou tão feliz... – Disse Near no seu tom de voz normal e sem olhar para onde estava o berço.

-Todo o Reino veio presenciar o aniversário de nossa pequena Aurora, estou tão contente – Disse tentando transmitir o tom de voz certo, porém soava estranho, como um sorriso forçado.

-É... – Disse Near ainda enrolando o dedo no cacho, rodando os olhos pelo lugar, percebendo que havia se esquecido das falas.

Raito da um tapa na própria testa.

-O imbecil esqueceu as falas, entrem logo! – Diz empurrando alguns extras pro palco. Eles começam a agir como se houvesse uma festa acontecendo.

-Deviam por um rock, ia ficar melhor. – Diz Matt.

-O microfone ainda ta ligado? – Pergunta L.

-Tá, porque?

-Oh Aurora é linda, meus parabéns – Disse um extra qualquer tentando salvar a peça.

-Valeu – Disse Near e nesse momento a coroa caiu, tapando sua visão – merda...

Takada ajeitou o objeto para ele e fez uma pequena reverencia ao homem que olhava espantado para os dois.

-Near, comporte-se melhor, você é a Rainha – Murmurou para o garoto.

-Então porque eu que sou a Rainha estou usando a coroa do Rei? – Perguntou apontando para a coroa pequena que ela usava.

-Ah... merda.

-Puta merda... Misa, entra lá. – Diz Raito desabando na primeira cadeira que encontrou.

-Xá comigo! – Disse sorrindo e entrou no palco... desfilando.

-Oh é a bruxa malvada – Disse Near sem nenhuma emoção.

Misa passou direto por eles e o berço e parou na borda do palco e usando o seu vestido preto com babados da mesma cor, crucifixos, botas e meias coloridas, o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo e usando um arco com orelhas de gato, ela posou para as fotos.

-Quem é o responsável pelo figurino? Quem é o babaca responsável pelo figurino? – Diz Raito já imaginando o que iria acontecer.

-E eis que entra a bruxa malvada, desfilando em seu modelito Evil2001 muito sexy. – Comenta Matt.

Misa manda um beijo para onde Matt estava. Mais fotos da platéia que ia dos risos ao delírio.

-Raito? Raito? Cadê a Misa, ela não vestiu o figuri... – Disse Hall seguindo os olhos do garoto – Eu não acredito que ela entrou assim... – Disse dando um tapa na própria testa – putamerda, a professora vai esfolar a gente.

-A coisa já fugiu do controle...

-A gente tá cobrando pela entrada? – Pergunta Matt, dessa vez lembrando de desligar o microfone.

-Não, é de graça.

-Merda. – Matt tira uma câmera da mochila e começa a filmar Misa. – Isso vai render uma nota depois.

-Ô bruxa... – Chamou Takada ainda sentada no trono.

-Quem é bruxa aqui sua horrorosa? Eu sou linda! Linda ta me ouvindo? Muito melhor que você sua vara pau seca! – Disse mostrando a língua e depois voltando a fazer pose.

-Eu vou esganar aquela pirralha – Gritou se levantando, mas Near e algum extra a seguraram.

-Evil666Amane da pra fazer a gentileza de amaldiçoar aquele troço? – Perguntou Near puxando Misa e apontando para o berço.

-Ah saco, tudo bem, só porque você me pediu com jeitinho – Disse piscando e colocou a mão na cintura – Ué...

-O que foi?

-Eu esqueci o meu cajado – Disse Misa notando que faltava algo.

-Vai lá buscar – Disse Near calmamente.

-Não tem problema? – perguntou olhando receosa para trás da cortina.

-Não, vai que a gente espera – Disse Near sentando no chão.

-Ta bom – E voltou para trás das cortinas.

-A rainha não parece se importar muito com a filha. – Comenta L.

-Falei que tinha rolado traição.

Nos bastidores, Raito entrega o cajado para Misa.

-Você é um gênio, Misa. – Diz Raito sem disfarçar o sarcasmo.

-Eu estou dando o meu olhar – Disse fazendo alguma pose shoujogirl com o cajado e voltou para o palco – Muito bem, muito bem, deixar eu terminar logo com isso pra voltar pras minhas fotos porque...olha só pessoal, quem quiser tirar foto com a MisaMisa faz fila lá fora, tão ouvindo?!

Gritos e assovios do palco, Near coça a cabeça e Takada estava da cor de um pimentão.

-Muito bem, eu a ‘Bruxa’, embora muito bonita, ok? Porque sou mais bela, maravilhosa e gostosa que aquele traveco loiro falso que é filha de vocês, vou jogar uma maldição! – E sacudiu o cajado como se fosse uma varinha. – Pronto.

-‘Bruxa’, diga-nos, qual a maldição? – Perguntou Near ainda sentado no chão.

-Ah, ela vai ser um homem!

Near teve um ataque histérico de risos, Misa ficou sem entender, e Takada respirou fundo para conseguir mandar uma frase sem usar algum palavrão para se referir aquela tapada.

-‘Bruxa’ – Disse com os dentes colados – Isso é impossível mesmo para você.

-É o que você pensa sua acabada!

-Ih, porrada! Vo postar esse vídeo no YouTube, vo ficar rico. – Diz Matt já se vendo pilotando uma moto revestida de ouro.

L se lembra que era sua deixa. Ele sai da cabine e desce as escadas, chegando no palco.

-Parem com isso agora. – Diz apontando o dedo na direção de Misa e Takada.

-O que esse anormal pensa que está fazendo? – Se pergunta Raito ao ver L entrar no palco usando uma camisa branca e calças jeans.

-Quem diabos é você? – Perguntou Takada olhando para aquele ser.

-Ele é o L da nossa sala, Takada sua horrorosa trate bem do L, porque ele é um fã – E percebeu o olhar estranho da garota – Meu fã, e não seu – Disse abraçando L como se fosse um bichinho de pelúcia.

-Ahn... obrigado.

A cadeira onde Raito estava vira pra trás e ele vai junto.

-O que poucas pessoas sabiam era que a bruxa sexy e a fada madrinha tinham um caso. – Narra Matt ao ligar o microfone.

-É padrinho mágico. – Responde L. – Ouça Amane, você não pode fazer isso com a filha deles, veja só a cara de tristeza da rainha. – Diz apontando para Near.

-Bruxa Sexy? Eu gostei disso – Disse pensativa e solta L – Matt você é um amor – Disse mandando beijos para o garoto e depois se vira para L - Oh é verdade, ele está tão vermelho – Disse olhando para Near que tentava recuperar o ar, ainda sentado no chão. – Então eu posso matá-la? – Pergunta apontando o cajado para Takada.

-Ah... melhor não, porque isso iria traumatizar a criança que iria crescer sem uma presença masculina e isso poderia afetar seu caráter. A ultima coisa que precisamos é uma princesa retardada.

-Taaa, só porque o L está pedindo – Disse fazendo beicinho e se virou para o berço e girou o cajado – Quando ela estiver pulando corda e tropeçar, ela irá cair de cabeça e morrer!

L ia abrir a boca pra protestar, mas Raito faz sinal pra deixar do jeito que estava mesmo.

-Ok então. Mas só pra ser bonzinho eu vou aliviar a maldição. Quando a princesa pular corda e cair de cabeça ela não vai morrer, ao invés disso, ela terá um concussão e entrara em coma e só ira despertar com um beijo do príncipe encantado.

-Então vai mofar junto com esse Rei horrorosa! – Disse apontando para Takada que quase voou em cima da menina de novo, sendo novamente segurada – Nee L, é só isso? Eu já posso sair? Eu quero ver o Raito...

-Já acabamos aqui, pode ir. – Diz já indo na direção das cortinas.

E já estava se afastando quando correu para a beirada do palco e mandou um beijo a todos e depois voltou correndo para dentro das cortinas.

Takada e Near ficam se olhando.

-Oh, o que vai ser da filha de vocês? – Perguntou um figurante irritado com a lerdeza de ambos.

-Vai ficar mofando – Disse Near.

-Eu quero que esse Reino entre em guerra com aquela Bruxa estúpida!

E o silêncio domina o auditório. Raito abre seu roteiro e confirma suas duvidas. Ele se dirige até um ponto no palco de forma que fosse possível vê-lo da cabine, mas não da platéia.

Raito gesticula para Matt andar com a narração. Matt faz sinal que não entendeu. Raito repete o gesto e Matt liga o microfone.

-Fala direito, porra, não to te entendendo.

Raito repete o gesto mais devagar.

-É o que? Não to te entendendo, Yagami.

Raito pega seu roteiro e da um tapa nele.

-Ah, ta. – E ele desliga o microfone. – Então 15 anos se passaram, a princesa cresceu e se tornou uma bela dama admirada em todo o reino.

Raito da um tapa na própria testa e volta para seu acento. Matt nota o microfone desligado.

-Cacete. – E o liga. – Então 15 anos... ah, não to afim de repetir não, passou um tempão, pronto.

A cena estava vazia, ninguém entrava.

-Cadê a Takada e o Near, eles aparecem nessa cena. – Pergunta Raito caminhando pelos bastidores.

-Botem a Misa pra distrair o público – Diz Hall batendo com o roteiro na testa – Isso não é a Bela Adormecida é o fiasco! – E começou a socar a porta do camarim – Porra Mello, a produção ta difícil? Sai logo!

-Caralhoporraputaqueopariu – Murmurou abrindo a porta, Melo usava um vestido branco com babados rosas, sapato de boneca, meia com fitas, o cabelo loiro estava preso como Misa usava normalmente.

-Mello... você está linda – Disse pegando as mãos do garoto e as beijando, Mello xingou até a alma da garota e se afastou arrastando o pé. – Agora cadê o Near e a Takada? – Se perguntou andando de um lado pra o outro.

-Near. – Chama L. – É você agora.

-Eu sei... – E larga o roteiro e troca a coroa com Takada, os dois respiram fundos, e vão de mãos dadas para o palco, encontrar com o estraga peça.

-Porque a professora ta deixando isso continuar? – Pergunta Raito parando do lado de L.

-Eu vi ela sendo abanada lá atrás.

-E se ela sair viva ela vai comer o fígado de vocês – Disse Hall.

Mas ao palco...

-Porra, quanto tempo vocês acharam que eu ia esperar? – Perguntou Mello que estava encostado em um arvore.

-Oh querida, vá brincar de uma vez – Disse Near olhando para alguma parte do cenário esquecida.

-Vai se foder, ta achando que eu vou te obedecer? Você é a Rainha mais esquisita que existe.

-Oh, você me traiu. – Disse Near olhando para Takada, que bateu com a mão no rosto.

-É, sabe como são essas festas... – Disse Takada olhando para os pés.

O auditório inteiro ouve uma risada abafada.

-Caralho, eu sabia que o Matt ia ferrar com a peça toda – Disse Mello apontando para onde deveria estar o narrador.

-Só ele? – Retruca Near ainda olhando para um ponto qualquer.

-Qual o seu problema seu anão de jardim?!

-Por quanto tempo eles podem ficar discutindo? – Pergunta Raito.

-Muito tempo. – Responde L. – Agora esta tudo nas mãos de Takada.

-Então já era.

Na cabine, Matt assume novamente seu lugar, dando um sinal de ‘ok’ para Mello.

-A gente não pode simplesmente seguir com o roteiro? – Pergunta Near finalmente olhando para o loiro.

-Eu não to afim porque a peça é escrota e eu estou em um papel ridículo, se eu pudesse mataria todos vocês, mas a Hall escondeu todas as espadas.

-Foi muito bem feito – Disse Near.

Raito começa a bater as mãos para chamar atenção de Takada. E gesticula pra ela tirar Near da cena.

-Hn, vamos deixar a Aurora brincar em paz – Diz Takada pigarreando.

-É, que descanse em paz – Diz Near se afastando. Mello pega a pedra de borracha e mira em Near, mas acerta em Takada.

-Put, era pra acertar o Near, foi mal aí Takada.

Esta apenas ignora e se afasta junto com Near, que se segurava para não rir ao ouvir o som de censura.

-Por Matt, vai ficar me zoando?!

-Tem de menor vendo a peça, porra, manera o linguajar, caralho. – Responde Matt com o microfone ligado.

-Seu filhod, eu vou falar tanto palavrão que você vai ter que censurar essa merd o tempo todo, ta me ouvindo car!?

-Parece que o Matt encontrou o botão de censura. – Comenta Raito.

-A bela princesa... – Matt se segura pra não rir. – decide ir brincar no bosque que havia perto do castelo.

-A bela princesa é a tua mãe, seu desgraçado, fildaputa! – E Mello começa a rir como um louco – Se fu! Se fu!

-Essa não é sua deixa, Raito-kun? Pergunta L. Raito respira fundo e entra no palco.

-Então surge um estuprador. – Diz Matt.

-Vai tomar no - Exclama Raito.

-Vai pra meu que eu vou a tua te pego - Tenta dizer Mello.

Hall bate com a cabeça algumas vezes na pilastra.

-O Raito está tão nervoso, não podemos fazer nada? – Pergunta Misa espiando.

-Sim nós podemos, alguém faça o Matt calar a boca, porque de ruim já basta o Mello.

Então Raito se lembra onde estava e tenta endireitar.

-Mas quem é essa que vejo? A mulher mais bela do mundo inteiro.

Mello o ignora, continua olhando feio para onde Matt estava, na verdade... nem havia se tocado que a peça tinha voltado a ‘funcionar’. Raito pigarreia.

-Por se ta doente vai pra casa, que merd - Resmungou sem olhar para Raito

-Near, me diz, tem alguma coisa além de chocolate no cérebro do seu amigo idiota!? – Rosnou Hall só observando.

-Hn, ele não é meu amigo...

-O Raito é um santo! Eu já tinha feito ele engolir a merda do roteiro e todo aquele cenário!

-Por acaso eu disse algo que a desagradasse? – Chia Raito entre os dentes, ainda tentando consertar a peça.

-Você sempre fala – Disse entendo muito mal o propósito da pergunta.

-Receio estar me confundindo com alguma outra pessoa. – Diz já com uma veia saltando na testa.

-Ahn? Aaaah, ecow... – Concluiu ao perceber que Raito tentava arrumar aquela merda toda que alguém podia chamar de peça – ahn bem, sim, sim, eu devo estar me confundindo... – Disse exagerando nas gesticulações.

-Putaquepariu o Mello ta se esforçando? – Se pergunta Hall incrédula.

-Não, ele não está – Diz Near observando.

-Eu tenho alguns assuntos a tratar agora, mas quando terminar seria muito agradável poder desfrutar de sua companhia. – Diz Raito fazendo uma reverência e saindo do palco.

-Puta merda, ele fez direitinho... – Diz Matt, microfone ligado.

Mello estava da cor de um pimentão e se virou novamente para onde Matt estava.

-P você não pode ficar quieta a m de um segundo, hein!?!!? – E saiu do palco em passos largos.

-Ei, essa ainda é sua cena. – Diz L ao ver Mello passar por ele.

-Mas eu não tenho mais nada pra fazer lá! Manda o Matt passar pra porra do castelo! Eu não quero saber!

-Você tem que bater de cabeça pulando corda. – Diz pegando uma corda que estava no chão.

-Você vai se arrepender, eu juro! – Disse tomando a corda e voltando para o palco, onde ficou de braços cruzados com a corda na mão.

-E então, caminhando pela floresta a princesa encontrou uma corda de pular. – Diz Matt doido pra ver Mello bater de cabeça no chão.

Mello na maior cara de pau joga a corda que estava segurando no chão.

-Olha a p de uma corda, que m será que ela faz!? – E pegou o objeto e o usou como chicote derrubando uma arvore que enfeitava o cenário. – BWUHAUHAHUUHA, eu vou destruir tudo!

-E então o lado negro dominou a princesa que ficou doida e decidiu dominar o mundo. Diz Matt.

-Raito-kun, você até agora foi o único que conseguiu por ordem nessa bagunça, da um jeito nele. – Diz L já se mandando.

-Negativo. – Diz Raito agarrando a blusa de L. – É sua cena agora, você cuida do maluco.

Raito empurra L no palco que quase cai no chão. Ele recobra o equilíbrio e segue até Mello, agarrando a corda quando ela passa muito perto de seu rosto.

-Escuta princesa lesada, se não parar com isso eu digo pros seus pais cortarem sua mesada e pararem de comprar chocolate. – Diz L ainda com a corda na mão.

-... – Mello ficou sério – Em que posso ajudar?

-Tá de sacanagem... – Diz Raito, surpreso ao ver o controle de L sobre Mello.

-Não destrua o cenário que deu tanto trabalho pra montar. Pule corda algumas vezes, finja que cai no chão e só se levante quando as cortinas fecharem. Entendeu?

-Ok... – E assim que L saiu, Mello começou a pular corda, mas não caiu – 1, 2, 3...30...35... – Quando viu Hall comendo uma barra de chocolate, sua barra de chocolate – fdp - E tropeçou de verdade e ficou estático no chão.

-E num é que funciona? – Disse Hall guardando a barra.

-Onde está a Misa? – Pergunta Raito. – É a vez dela agora.

-Retocando a maquiagem – Disse Near.

-Cacete, o Mello não vai ficar parado esperando por ela... – Diz Raito que sai a procura da garota.

-Ela vai aparecer rapidinho – Diz Near ajeitando a coroa, Hall concorda com a cabeça.

-E de onde vem toda essa certeza? – Pergunta L, sentado em uma cadeira comendo um docinho.

-Hm... A Amane está sempre por perto quando o Yagami-san aparece, então...eu tenho 97 de certeza.

-Pode ser, mas ainda vai querer aparecer bonita pro público... 85. – Mede L.

-Hm...acho que esqueci de ver por esse lado – Disse Near pensativo.

-O que vocês estão fazendo? Peguem os seus roteiros e tratem de ao menos lerem suas falas antes de voltarem pro palco! – Diz Hall desesperada ao ver os dois ‘brincando’.

-Agora é a vez da Misa dizer o discurso de vitória pra gente poder fechar a cortina. – Diz L.

-Mas leiam o roteiro, ou vão entrar no palco e esquecer a fala!

-Minha memória nunca falha. – Responde L.

-Finjam, façam qualquer coisa! Mas por favor, pelo que é mais sagrado, leiam a droga do roteiro, porque estragando a peça toda já basta o Mello, Misa e Matt, os três ‘Ms’ que só fazem M.! – Gritou andando em círculos.

-Nooossa, mas isso é muito falta de educação, falar mal assim sabendo que eu nem estou no palco – Disse Misa já pronta, e com outra roupa, dessa vez uma saia e blusa pretas, quase igual à outra. – Vamos Raito, ela está implicando comigo, não deixa ela falar assim, me defenda – Disse dando um tapão nas costas do garoto e o empurrando – Faça algo ou eu não irei me exibir! – Disse batendo o pé e cruzando os braços, Hall bate com o roteiro na cabeça.

No palco, Mello começa a rolar de um lado pro outro.

-Eu to morrendo, eu to morrendo, o narrador de m diz que eu voltei a vida, porque o chão ta sujo e eu quero chocolate, ô Matt! Ô Matt! Po!

-... Misa... faça seu papel direitinho e eu prometo que iremos sair juntos. – Diz Raito massageando a testa.

-Misa vai sair com o Raito? De verdade!?

-Sim... agora faça seu papel...

-Misa está indo! – E foi pulante para o palco – Ô princesa burra, você não sabia que eu sabia, porque os seus pais sabiam e não te contaram e agora você vai morrer sem saber!

-Isso ta no roteiro? – Pergunta parando de agonizar, Misa da de ombros e Mello volta a rodar de um lado pro outro no chão. – Eu vou morrer, eu vou morrer!

-Sim, porque você foi burra, sofra princesa, agora você só vai acordar com o beijo de um príncipe encantado e isso não vai acontecer mesmo, então eu vou dominar o castelo e serei, com o meu Raito, a rainha.

-O Raito vai ser rainha?

-Não seu chocolatra, eu serei! O Raito será o meu Rei!

-Mas quem é o Rei é a Takada.

-Ela irá morrer.

-Mata o Near pra mim, ok?

-Claro, esse é o seu ultimo desejo princesa?

-É pode ser, não! Não! Chocolate, eu gostaria de comer chocolate antes de entrar em coma.

-Ok, toma – E entrega um bombom para a princesa que é arrastada do palco por alguns ajudantes – Nada e ninguém poderá me deter!

-Só o roteiro – Disse Near entrando no palco – Com licença, mas é a nossa cena.

-Ah...ok – E sai do palco.

-Nossa filha, nossa pobre filha, o que vai ser de nós? – Pergunta Takada fingindo estar chorando.

-Takada-san...

-Sim?

-Eu sou a rainha, essa era a minha fala.

-Ah...ok, pode falar.

-Você já disse, pode continuar se quiser.

-Não, ela é sua.

-Ok...

-Não vai ficar desesperado? É sua filha!

-Eu estou desesperado, não da pra ver?

-...Ok, graças ao padrinho mágico nossa filha não irá morrer! Vamos chamar todos os príncipes e um deles terá que tirar nossa filha do sono profundo.

-Deixa ela lá...

-Não se preocupem. Eu vou procurar um príncipe. – Diz L entrando no palco.

-Faça isso o mais rápido possível! – Ordenou Takada.

-Hm...é, algo assim.

L assente e sai de cena.

-O padrinho mágico sai a procura de um príncipe, mas vê um boteco no caminho e resolve matar a sede. – Diz Matt.

-Não, ele resolver ir achar a droga de um príncipe! – Retruca Takada.

-Não discuta com o narrador. O narrador é Deus e pode tudo.

-Você nem ta lendo o roteiro seu paspalhão!

-E de repente um raio cai na cabeça do rei.

-Vai se f

-Ela não ia fazer falta – Diz Misa que aparece pra completar a bagunça – Nee Matt!?

-Ih, olha quem apareceu. – Diz Matt. Raito havia acabado de entrar em cena. – É o príncipe Kira.

-Kira? Porque Kira? – Questionou Takada.

-Nee Raito, tira essa chata daqui – Pede a loira agarrando o braço do príncipe – mata ela, eu posso controlar você e aí nós dominamos tudo, o Matt ajuda a gente, ne?

-Na verdade, eu vim aqui para matar uma outra pessoa. – Diz olhando seriamente para Misa. Quase como se quisesse matá-la de verdade.

-A MisaMisa vai te ajudar não precisa me olhar desse jeito, vamos Raito, vamos dar um fim a essa peça chata que eu quero sair com você!

-Se está com tanta vontade assim... – E se solta de Misa andando alguns passos para frente. Ele se vira e saca a espada. – Prepare-se para morrer, bruxa.

-Oh! É Kira! É o príncipe Kira! – Berra Matt pelo microfone.

Dos bastidores, L observava a cena com um sorriso.

-A chance dessa peça terminar bem é... 0.

Continua...


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