A Bela Adormecida ou quase Isso... escrita por Shadow_Yume
Com o fim das férias de verão, a rotina volta a tona, e as aulas até tarde voltariam a seguir, de forma lenta... Mas esse não era o único problema, o maior deles estava por vir, se algum dos alunos lembrassem de durante as férias tirar o roteiro que lhes fora entrego para a peça que aconteceria em dois dias, mas um dia nunca é inteiramente perfeito...e esse só estava começando...
L Lawliet cruzava os corredores o mais lento humanamente possível. Realmente não queria estar indo para onde ia, o corredor da morte seria melhor. O uniforme vestido displicentemente combinava com a mochila velha e surrada e com os tênis cujas solas já estavam se soltando de tanto andar arrastando os pés.
Enfim ele chega aos portões duplos do teatro. L ainda pensa em dar meia volta fingir ter esquecido do compromisso, mas uma voz vinda de dentro estraga seus planos.
-Céus, Amane será possível que você não consegue decorar algo tão simples?
-Bléééh, eu não preciso da sua opinião! ‘Miss’ Perfeita – Disse a loira que estava parada com o roteiro nas mãos e fazendo cara feia por ter que encontrar com Takada logo cedo, para sua maior desgraça e desânimo. – E eu vou mudar aquela roupa h.o.r.r.o.r.o.s.a. porque a MisaMisa é linda é vai estar ainda mais bela, e você não com aquela roupa feia de Rei.
-Amane nós já deveríamos ter acabado de ensaiar as nossas falas se você não parasse a cada 5 segundos para fazer um comentário inútil – Disse já se irritando, Misa voltou a tagarelar, mas dessa vez com as paredes.
L desencosta das portas bem a tempo para não cair quando elas se abrem.
-Ah, você chegou. – Diz Raito muito “empolgado”. Sua aparência não estava das melhores, o que era muito raro.
-Infelizmente. Então, já começaram?
-Eu já estou terminando – Diz Takada se afastando em passos largos e bufando, Misa parecia comemorar em cima do palco e assim que a colega deixou o teatro, Misa foi para os bastidores, onde ocupou uma cadeira e tirou da pequena bolsa, acessórios de maquiagem.
-Amane, nós ainda não vamos ensaiar com as fantasias – Disse a outra loira mais alta parada bem ao lado do espelho.
-Eu não quero usar aquela fantasia fedida, e eu só estou me maquiando porque o Raito vai me ver brilhar – Disse sorrindo e pegou uma escova e começou a pentear o cabelo.
-Você deveria decorar o roteiro – Disse Hall entregando o maço de papéis para ela e se afastou – Onde será que está o Mello? – Se perguntou indo para a entrada do teatro, onde provavelmente o garoto estaria escondido.
Raito sai do Teatro.
-Aonde vai, Raito-kun?
-Escapar desse inferno. Você vai ensaiar?
-Não preciso, já memorizei minhas falas e marcações.
-E vai entrar do mesmo jeito?
L assente. Raito revira os olhos, enquanto a palavra “masoquista” aparecia em sua mente. Ele rapidamente segue corredor a fora.
-Merda! – Gritou o loiro socando o armário e derrubando uma parte da barra de chocolate no chão.
-Bom dia pra você também – Disse um garoto pequeno e de cabelos encaracolados.
-Eu não falei com você – Disse chutando o chocolate no chão para baixo do armário – Ei...Hn...Você...trouxe o roteiro? – Perguntou sem olhar para Near, este apenas sorriu de leve e assentiu com a cabeça.
-Você tacou fogo no seu? Ou...perdeu?
Mello engoliu em seco, porque tinha que ouvir alguma coisa daquele pivete? Porque estava se rebaixando?
-Eu esqueci na porra do armário e agora eu não lembro a senha dessa merda de cadeado e eu to fudido. – Disse encarando o armário como se o ameaçasse por ainda estar fechado.
-Oh claro, típico de você... Toma – Disse entregando o roteiro, Mello o folheou rapidamente e depois ficou olhando Near com cara de nojo – Algum problema? – Perguntou erguendo a sobrancelha e se arrependendo de tê-lo ajudado.
-Você marcou as suas falas.
-E o que você tem haver com isso? O roteiro é meu, se dê ao trabalho de decorar as suas – Disse enquanto arrumava a mochila, Mello mordeu mais um pedaço da barra, ou o que havia sobrado.
-Porra o que você faz das suas férias? Ah melhor nem responder.
-Eu não ia... – Disse jogando a mochila no ombro.
Dentro do teatro, L folheava seu roteiro, sentado em um assento da primeira fila, enquanto esperava ver mais caos. Tudo por enquanto estava muito calmo, o que era bom, mas sabia que não iria durar.
-A MisaMisa já está pronta para brilhar! Ué...Cadê o Raito?
-Ele fugiu pela porta da frente já faz uns dez minutos, deve estar se escondendo na sala, provavelmente.
-Que!? Quer dizer que a Misa se produziu a toa?
-Eu ainda estou aqui. – Diz desviando a atenção do roteiro e sorrindo.
-Eu sei que você está apaixonado por mim, mas eu não posso fazer isso com o Raito – Disse cruzando os braços.
-O que os olhos não vêem o coração não sente, não é?
-Se o L brigar por mim, eu até posso pensar no seu caso – Disse fazendo um ‘L’ com o dedo, mandou um beijo para o garoto e saiu pulando do palco, logo em seguida saindo do teatro.
L se vira no assento.
-Amane! Se o encontrar peça pra ele me comprar uma caixa de Donuts!
-Haaai! – Diz batendo continência e saiu.
Nos corredores, Matt aparece com sua mochila e encontra Mello e Near.
-Qual o problema?
-Esqueci a senha o cadeado... de novo – Disse sacudindo o roteiro de Near.
Matt tira a mochila das costas, a deixando no chão. Ele a abre e tira um pé-de-cabra, em seguida arrombando a porta do armário.
-Problema resolvido.
-Porra, valeu. – E joga o roteiro para Near e pega o dele que já estava aos pedaços, mas ainda legível.
Near apenas continuou com o roteiro nas mãos e ficou olhando para Matt, o pé de cabra e Mello, abriu a boca para um comentário, mas rapidamente se calou.
-Eles são retardados e eu não preciso de provas, já estão no meu 100 - Pensou indo em direção ao teatro.
De volta ao teatro, Raito voltava um bocado enfezado, com uma Misa colada nele. L se vira ao ouvir as portas se abrindo.
-Ah, se lembraram dos meus Donuts. – Diz satisfeito ao ver a pequena embalagem.
Raito para próximo de L e estende o braço que segurava os Donuts. L estende ambos e faz um olhar de pidão.
-Você quer os doces? – Pergunta Raito, mascarando a raiva.
-É uma pergunta retórica, Raito-kun?
-Eu te entrego, dependendo da sua resposta.
-Sim, eu quero.
Raito abre a embalagem e tira um Donut que ele balança de um lado ao outro. L segue o doce com os olhos enquanto o polegar desliza sobre o lábio inferior. Raito da uma mordida no doce e L salta repentinamente sobre os dois, largando o roteiro. Raito joga os doces para um lado, agarra Misa e se atira no chão para outro lado. L cai no chão, rola e pega a embalagem, mas os doces haviam caído no chão.
Raito se levanta, sobe as escadas do palco, deixando um sorriso maligno aparecer em seu rosto.
-A vingança é um prato que se come frio, L.
-Itaaai Raito! – Murmurou Misa se levantando e ajeitando rapidamente o cabelo com as mãos – Isso dói.
-Perdão, mas não havia outro jeito. Ou você preferia ser esmagada por L?
-De jeito algum, MisaMisa não vai ser esmagada por ninguém, porque a Misa sabe que o Raito sempre vai estar por perto! Ne?
-Pra que eu abri minha boca?
-Amane. – Chama L subindo ao palco, mordiscando um pedaço de Donut. – Você não ia mostrar sua performance para Raito-kun?
-SIM! Muito obrigada por lembrar L! Só não digo que te amo pro Raito não ficar com ciúmes – Disse piscando para o pobre garoto e subiu no palco.
Raito vira rosto lenta e mecanicamente na direção de L, que não olhava para ele.
-Filho da –
-Muito bem, já podemos começar o ensaio – Diz Takada parada na entrada do teatro.
-Hn, por favor, vamos seguir alguma ordem e evitar olhar para os roteiros – Disse Near subindo ao palco.
-Desde quando ele é o diretor? – Pergunta Misa emburrada por terem atrapalhado sua cena.
-Desde que ocupem o palco pra não ensaiar – Disse Hall aparecendo no palco – Vamos começar logo com essa droga, onde está a porcaria do Mello?
-Vamos logo com isso Baby! – Disse o loiro abrindo as portas e entrando com um sobretudo vermelho felpudo e óculos com lentes gigantes e roxas.
-Putaquepariu pra que eu abri a minha boca? – Se perguntou Hall dando um tapa na testa.
-A princesa está atrasada – Disse Near olhando de esguelha para ele, que apenas mostrou o terceiro dedo e ficou sentado na primeira fileira.
-Ah... quem é o narrador? – Pergunta L levantando o braço.
-So eu. – Diz Matt largando a mochila em um dos assentos. Ele a abre e tira seu roteiro. – Eu não vou subir no palco então não tem problema.
-É, sorte a sua... – Murmurou Mello tirando a roupa que havia roubado da coleção do teatro.
-Então Takada e Near para o palco – Disse Takada.
continua...
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