Capítulo 47 – Promise me

“Prometa-me”

– NARRAÇÃO –

Todos os alunos estavam eufóricos com o último jogo do ano. De acordo com eles seria uma “batalha” épica... Além de ser Sonserina x Grifinória, era Violet Snape x Harry Potter, os irmãos mais famosos da década.

Por conta de tudo que aconteceu inúmeros aurores foram convocados e todos da Ordem convidados. Meryl, é claro, também estava presente ao lado de Pierce, porém não como Ministra e Auror, e sim como marido e mulher.

– Muito bem pessoal, quero que fiquem atentos... Ao meu sinal começamos a Formação Basilisco, é só esperar o próximo gol... – avisou Gemma dando as últimas instruções ao time antes de entrarem em campo. – Não quero vê-los nervosos ou trapaceando, entrem naquele campo com confiança e ganhem a Taça de Quadribol! Vamos acabar com a Grifinória...

– Será um prazer...

– Você sabe o que quis dizer Draco. – repreendeu-o Gemma – Montague, Snape... Preparados?

– Sim

– Com certeza... – respondeu Violet logo em seguida.

– Ótimo, apenas dê o seu melhor, todos vocês! Se perdermos, perderemos tentando...

– É isso aí pessoal! – gritou Jordan na narração do jogo – Depois do período em que Hogwarts permaneceu na obscuridade, ou cor de rosa, vocês escolhem, estamos finalmente aqui para assistir ao último jogo do ano na disputa da Taça das Casas! De um lado temos Grifinória! Quero uma salva de palmas para o goleiro Rony Weasley, os batedores Andrew Kirke e Jack Sloper, o apanhador Harry Potter e as artilheiras Angelina Johnson, Alicia Spinnet e Katie Bell!!

Os jogadores de uniforme vermelho entraram no campo com a expressão séria e foram ovacionados com palmas e vivas. Todas as casas torciam pela derrota da Sonserina, logo, Grifinória era a favorita.

– Do outro lado, porém não menos importante, temos Sonserina! O time das cobras está á frente da Grifinória por alguns pontos e eu realmente espero que virem esse jogo... Vai Angelina!

– Jordan! – repreendeu-o McGonagall.

– Ah como eu senti sua falta professora!! – exclamou fazendo todos rirem e a professora sorrir levemente – Vamos então receber o goleiro Miles Bletchey, os artilheiros Theodore Nott, Blasio Zabini e Gemma Farley, os batedores Violet Snape e Montague e o apanhador, Draco Malfoy!

E assim todos do time esverdeado adentraram o campo em suas vassouras e assumiram suas posições no centro do campo. Madame Hooch deu suas últimas instruções e o apito soou indicando o início do jogo.

– Violet –

– E a goles está com Katie, é isso aí Grifinória! – gritava Jordan – E ela passa para Angelina, que dribla a Farley e lança para a Alicia, que avança...Avança...Lança! E... Ponto! 10 a 0 para Grifinória!! Que começo perfeito!

O jogo se estendeu por horas, foi uma partida realmente acirrada. Grifinória marcava pontos e logo em seguida Sonserina também marcava. Consegui rebater inúmeros balaços, porém, ainda estava nervosa com a Formação Basilisco. Novamente, Gemma, Theo e Blás agiam como trigêmeos no campo, de tamanha que era a conexão entre eles... Os passes eram certeiros e sempre conseguiam marcar ponto.

– A partida de hoje está bem acirrada hein? O jogo está empatado!! Vamos Potter, pegue o pomo! – gritou Jordan – Como diria um desenho animado trouxa que eu adorava quando era pequeno... “Prendam, segurem, agarrem, capturem! Peguem o pombo agora!”. Vai Potter!

– Violet prepare-se – avisou Gemma subindo para o meu lado.

– Agora? Mas estamos empatados!

– Eu sei, mas não temos escolha. É agora ou nunca... – falou preocupada – Depois do próximo gol vocês entram em formação... E Violet, faça o melhor que puder! – avisou indo em direção à goles que estava na posse de Blás e Theo.

Olhei ao redor e percebi que todos do time mantinham uma expressão carregada, nervosos com o próximo passe. Montague então olhou para mim e lançou um “pronta?”, ao qual respondi com o melhor “sim” que consegui.

– Farley está com a posse da goles, ela dribla Katie, passa para Zabini que devolve para Nott que passa para a loira e...marca! – gemeu – Sonserina está na frente por uma diferença de 10 pontos... Vamos leões! Nós... Espera... O que está acontecendo?! O que eles estão fazendo?

– NARRAÇÃO –

Todos os sonserinos do time colocaram-se em posição na mesma altura. Malfoy parou de procurar o Pomo e desceu e o goleiro deixou os aros e aproximou-se, assim como Nott foi para o lado oposto ao de Zabini e Montague e Snape posicionaram-se ao centro do campo, ambos fazendo pequenas rotações ao redor um do outro como se brincassem de ciranda.

Os grifinórios ficaram cofusos e instantaneamente os Membros da Comissão Internacional de Quadribol levantaram-se, surpresos com a ousadia de um time escolar tentar a Formação Basilisco.

– Eles...pararam... Eles pararam o jogo! – gritou Jordan confuso, porém, já reconhecendo qual era a tática do time – Farley com a posse, ela arremessa para Zabini, que manda para o goleiro Bletchey... Que rebate para o Nott que lança para...o Malfoy?! Malfoy então intercepta a goles e com um giro manda para... Merlin eu não acredito! Montague segura a Snape e a arremeça na direção da goles! Snape levanta o bastão, acerta a goles e... RONY SEGURA!

Tudo foi extremamente rápido. Os passes foram feitos perfeitamente até chegarem ao Malfoy, que segurou a goles com uma das mãos e a arremessou na direção dos dois jogadores ao centro do campo. Montague então segurou a mão de Violet firmemente e fez um giro de 360º graus com a garota, que sacou seu bastão e acertou a goles mandando-a diretamente para os aros, acertando o do meio.

Todos os professores levantaram-se estupefatos, assim como o Comitê, que ainda não acreditava no que acabara de ver. Os flashes da imprensa soavam ininterruptamente e Jordan ficou de boca aberta.

– E SNAPE MARCA!! – gritou ele – Merlin eu não acredito, eles conseguiram fazer a Formação Basilisco perfeitamente, o que lhes rendeu a dianteira de 1000 pontos!! Não há o que fazer leões, SONSERINA VENCEU!!

Isso foi o suficiente para que a plateia sonserina explodisse em gritos e aplausos. Dumbledore e Minerva batiam palmas freneticamente e Severo tinha um olhar de puro orgulho no rosto.

– Conseguimos! – gritou Gemma reunindo o time no centro do campo para um “abraço” grupal da vitória – Eu não acredito, nós vencemos!!

– Acho que todos estão confusos com o movimento realizado pela Sonserina. A Formação Basilisco é uma tática muito antiga e infelizmente nunca foi executada com perfeição nos jogos profissionais, pois exige movimentos rápidos e precisos... Consiste em confundir o time adversário e confere 1000 pontos de vantagem. Como sabem, o Basilisco é uma cobra gigante e, como todas as cobras, tem o movimento rápido e preciso no bote, é sorrateira e mortal. Mas, ao invés de uma movimentação aleatória, há uma posição a seguir durante a formação. – começou Dumbledore - O jogador 1 é o que irá começar, ele lança para o 2, que rebate para o goleiro que manda para o jogador 4, ele então manda para o 5 que manda para o 7, que vai rebater para o aro do meio do time adversário. Quando o jogador 5 lançar para o 7, não é um passe qualquer, mas sim o “efeito especial” da formação... O 7, que estará ao lado do 6, vai segurar seu braço e te girar 360º graus, sendo que você precisa, obrigatoriamente, acertar o bastão na goles e lançá-la para o aro do meio, se for um dos outros o ponto é anulado. Hoje a Sonserina conseguiu realizar perfeitamente a Formação Basilisco, e mesmo que a Grifinória conseguisse capturar o Pomo de Ouro depois, ainda estariam cerca de 1000 pontos em desvantagem.

Gemma sorria de orelha a orelha, assim como os demais sonserinos.

– Este foi realmente um jogo incrível e acirrado, ambos os times estão de parabéns! Sonserina, vocês não só venceram a Taça como acabaram de entrar para a história do Quadribol! SONSERINA VENCE! – exclamou levando a plateia à loucura.

Grifinória não teve alternativa a não ser parabenizar os sonserinos e deixar o campo logo em seguida. Harry, apesar de triste com a derrota, estava feliz pela vitória da irmã, que mantinha um sorriso de orelha à orelha.

– Violet, você foi incrível! – elogiou Gemma abraçando a morena fortemente – E você Montague, não fica atrás... Vocês dois garantiram a vitória do time!!! Merlin, este dia não poderia ficar melhor... – riu abraçando Montague também.

Pouco a pouco todos os presentes foram se retirando em direção ao castelo de forma que apenas Snape, Minerva, Dumbledore e Alastor permaneceram.

– Srta. Farley, foi a senhorita que treinou o time? – perguntou Dumbledore aproximando-se.

– Sim diretor – respondeu a loira.

– Seus esforços valeram a pena, o jogo foi emocionante e a Formação Basilisco foi perfeita, realmente, meus parabéns! – elogiou a professora. – Infelizmente minha casa perdeu, mas mesmo assim devo admitir que vocês venceram merecidamente...

– Obrigada professora... – agradeceu Gemma.

Enquanto Dumbledore e o time conversavam distraidamente, Snape chamou Violet discretamente, que foi surpreendida por um abraço do pai.

– Parabéns princesa... – sussurrou no ouvido da filha antes de soltá-la, a deixa perfeita para que Alastor, enciumado, a puxasse para um abraço também. Violet não sabia o que fazer, logo, ficou entre os dois homens até que Dumbledore dispensasse o time.

– É pirralha, até que foi um bom jogo... – debochou fazendo-a rir. - Almofadinhas acordou...

– Sério? Eu quero vê-lo!

– Nas férias você terá tempo... – interrompeu Snape, fuzilando Moody com o olhar. – Agora entre, seus amigos já estão indo...

– Tudo bem pai... – rolou os olhos depositando um beijo no rosto do homem e em seguida fazendo o mesmo com o padrinho – Alastor...

Violet então saiu correndo para alcançar o time, que ria e se divertia no caminho.

– Finalmente nossa estrela resolveu aparecer... – debochou Draco passando o braço sobre os ombros da morena enquanto se dirigiam para o castelo.

– Violet –

– Estou tão feliz!! – gritei me jogando em minha cama logo depois da festa de comemoração do jogo – Sonserina venceu a Taça de Quadribol pela primeira vez desde que entrei na escola, eu estou namorando o Vitor e agora Sirius acordou! Sem contar que Morgana está presa e a Umbridge morta...

– Esse foi em dúvidas o ano mais complicado que tivemos... – riu Mary – E já que você comentou do seu namoro... Eu fiquei curiosa sobre algo...

– O quê?

– Sophie está namorando o Draco, Violet com o Vitor... E você Alessa? Sempre com esse jeito malicioso e essa mente pervertida...

– Ei! – reclamou a ruiva – Só por isso tenho que ter namorado?

– Não, é que de nós quatro você é a mais “solta”... É estranho saber que um anjo com a Sophie tem namorado e você não...

– Eu não encontrei a pessoa certa ainda... – deu de ombros.

– Desde quando você liga para essa história de “pessoa certa”? – surpreendeu-se Sophie – Nunca ficou com alguém?

– Não. – admitiu um pouco corada.

– Eu não acredito! Alessa corou!!! – exclamei incrédula. – Você está bem? Está com febre ou algo assim?

– Não! É que... Bom, eu acredito que para se entregar a alguém, nem que seja um mísero beijo, precisamos sentir muito mais que atração... Para mim o amor é indispensável numa relação, até mais que a beleza. Eu não encontrei ninguém que tenha despertado algo tão forte como o amor, então até lá... Eu me contento em ser observadora de minhas queridas amigas... – sorriu envergonhada – Por fora sou essa garota maliciosa e até pervertida, mas por dentro acho que sou a mais romântica das quatro...

– Uau... Nunca pensei que ouviria isso de você... – comentei surpresa.

– Nada é impossível Violet... – riu – E falando em impossível... Quando vai contar para o seu pai que está namorando aquele pedaço de mal caminho chamado Vitor?

– Ei, olha o respeito! – exclamei – E não sei... Se o Draco e o Harry já reagiram daquela forma protetora eu tenho até medo do que meu pai pode fazer...

– No máximo um Crucio... – debochou Sophie.

– Isso, debocha... Seus pais sabem que está namorando Draco Malfoy? – rebati.

– Não. Meu pai nem tanto, mas tenho medo do que minha mãe vai dizer... E nem me lembre do assunto pais, o Draco disse que o Sr. e a Sra. Malfoy querem marcar um jantar para nos conhecermos... – estremeceu – Não sei se quero encontrar com o Sr. Malfoy novamente... Ele é um comensal!

– Além de sangue puro é filha da ministra, não acho que ele vá fazer algo contra você Sophie... – comecei – Draco estará lá também não é? E ele não é comensal...

– Espero que continue assim... Espero que ele não siga os passos do pai e se torne comensal...

– E a mãe dele, é?

– Acho que não, eu pelo menos não a vi no cemitério quando Voldemort voltou e nem no ministério mês passado... – respondi – Talvez seja simpatizante ou nem saiba o que o marido faz...

– Os Malfoy são a família mais influente do mundo bruxo, duvido muito que a Sra. Malfoy não saiba que o próprio marido é comensal... Aliás, a família toda dela é não é?

– Sim, só o Sirius e a Andrômeda não são comensais... – expliquei.

– Sophie, eu não queria ser chata, mas, já que estamos nessa conversa... Você tem certeza que vai querer se associar a uma família repleta de comensais? O Draco não é e a Lizzie obviamente também não, mas tenho minhas dúvidas quanto ao futuro dele... O Sr. Malfoy certamente vai querer que o primogênito e único filho homem siga os mesmos passos que ele...

– Credo Alessa, nem fala uma coisa dessas... – estremeceu Sophie – Eu sei que é complicado, meus pais são da ordem e os dele são comensais, mais enquanto ele não for um Seguidor das Trevas e me amar, vou lutar até o fim para ficarmos juntos... Todas as histórias de amor tiveram suas dificuldades não é?

– Mas não estamos nos livros Sophie, esta é a vida real. Você sabe que vai chegar uma hora em que uma guerra será inevitável... Acha que estará pronta para lutar contra os pais do seu namorado? Acha que ele está pronto para isso? Ou pior ainda, acha que você vai conseguir lutar contra ele, caso seu futuro como comensal seja definido?

– Para com isso Alessa! – exclamou Sophie já soltando lágrimas.

– Estou falando isso para o seu bem Sophie...

– Mas eu não quero ouvir... Draco não vai se tornar um comensal, eu confio nele! – exclamou saindo do quarto e descendo as escadas rapidamente.

– Sophie! – gritou Alessa levantando-se também.

– Deixa... Ela precisa de um tempo sozinha... – disse Mary.

– NARRAÇÃO –

Sophie desceu aquelas escadas lutando contra as lágrimas que caiam de seu rosto incessantemente e jogou-se no sofá do Salão Comunal. Ela amava Draco Malfoy com todo o seu coração, mas não o perdoaria caso ele se tornasse um comensal...

– Sophie? – perguntou ele também descendo as escadas de seu dormitório – Você está chorando?! – exclamou ao perceber os olhos verdes da loira úmidos e extremamente brilhantes. – Sophie, o que aconteceu?

– Promete que não será como eles... – disse ela assim que o loiro sentou-se ao seu lado.

– O que quer dizer? – estranhou abraçando-a de lado.

– Eu não quero que você seja um comensal Draco, não quero... – falou – Por favor, me promete que não se juntará a eles... Por favor...

– Por que isso agora? – perguntou nervoso.

– Draco, você tem ideia de quão complicado é nosso relacionamento? – perguntou – Minha família foi da ordem e a sua é comensal... Estamos no meio do fogo cruzado e eu não quero ter que duelar contra você na guerra que está por vir, não quero!

– Ei, não me interessa quem são nossos pais, só me interesso com você... Nós vamos ficar juntos Sophie, eu prometo... – disse ele segurando o rosto da garota entre suas mãos.

– Então prometa que não aceitará a Marca Negra... – pediu encarando-o. – Por favor Draco...

Ele sabia que o Lorde iria visitá-lo, era inevitável, afinal, sua família toda era do círculo das trevas. Se por um lado tinha sua família, do outro tinha seu futuro com Sophie...

– Eu prometo... – falou limpando as lágrimas da loira e abraçando-a forte.

Aquelas duas palavras foram como um bálsamo para Sophie. Ela confiava completamente em Draco e, apesar de saber que não tinha o direito de pedir para que ele escolhesse entre ela e a família, queria se agarrar àquela promessa com todas as suas forças... Ela confiava nele e nunca poderia perdoá-lo caso Draco quebrasse sua palavra.

Ambos ficaram abraçados no sofá até que a loira dormiu, logo seguida pelo loiro, porém, o destino já tinha posto suas fichas na mesa de jogo. Infelizmente nenhum deles sabia o que estava por vir, e infelizmente, nenhum deles teria escolha quando Voldemort finalmente batesse à porta dos Malfoy durante as férias escolares.