Uncontrollable ('The Orphan' – Season 3) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 3
Capítulo 2 – Getting Close


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo deixará muitas pessoas felizes... ^^
Espero que gostem!!



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Capítulo 2 – Getting Close

“Chegando mais perto”

– Violet –

Já tinha passado quase uma semana desde que estávamos morando juntos, tempo suficiente para eu descobrir que mais uma vez, estava enganada.

Todas as manhãs Snape e Moody tomavam café extremamente cedo, e Minerva esperava-me acordar. Todos nós almoçávamos juntos, o que era extremamente diferente, afinal, Moody e Severo alfinetavam-se o tempo todo e McGonagall tentava controlá-los.

Um som metálico soou nas escadas, sinal de que Moody estava descendo. Assim que chegou encarou a mesa posta e em seguida Minerva, com uma expressão curiosa.

– Bom dia Moody... Pelo jeito não dormiu bem... – começou ela – Está com uma cara de velho ranzinza aposentado...

– É o que ele é. – disse Snape sarcasticamente.

– Olha quem fala... – retrucou Moody encarando-o ameaçadoramente. – Parece que engoliu pimenta com aspargo...

– Já vão começar? – disse Minerva levantando a sobrancelha assim que recebeu os olhares assassinos de ambos. - Por Merlin Moody, eu que faço a comida, não vou te envenenar! – exclamou Minerva assim que ele sentou-se e colocou o frasco do bolso em cima da mesa.

– Você disse a mesma coisa em seu primeiro ano como professora... – comentou Alastor.

– Foi um acidente. – respondeu ela

– Claro que sim, nunca disse o contrário. Acidentes acontecem... – comentou distraidamente enquanto servia-se.

Minha expressão era tão curiosa que Alastor encarou-me por um momento, talvez decidindo se contava ou não.

– Era o primeiro ano dela como professora. – começou ele – Eu, como um bom amigo, fui visitá-la, mas digamos que não deu muito certo...

– Eu já disse que foi um acidente! Vai me culpar a vida toda?

– Não, mas é sempre bom recordar dos velhos amigos... Principalmente quando testam um novo veneno em seu cálice...

– Moody!

– O quê? Vai negar que estava fazendo experiências com as ervas do castelo e pensou: “Moody é um auror, deve saber se defender...”?

– E deveria! Um bom auror deve saber reconhecer venenos nos próprios cálices!

– Então você confessa? – perguntou com um sorriso torto um tanto diabólico.

– Eu... Eu não... – respondeu ela já vermelha – Eu era jovem... Adorava fazer misturas com as ervas e pensei que não fariam mal algum...

– E resolveu pregar uma peça no velho amigo. – completou Moody – Quando cheguei ao castelo ela se aproximou e disse: “Adivinha o que tem nesse cálice”.

– E o idiota bebeu! Era para adivinhar e não engolir! – rebateu ela.

– Ela gritava como uma louca! – gargalhou ele deixando-a mais vermelha – Foi correndo atrás do Dumbledore e da Papoula...

– Você era um idiota Moody... Quando voltei com Dumbledore esse velho ranzinza estava sentado num dos bancos calmamente. Assim que o diretor perguntou o que estava acontecendo, ele respondeu que tinha acabado de chegar e contradisse tudo que eu afirmava...

– Ela estava desesperada! – riu – Depois quase me matou de tanta raiva. Tive que desaparecer por alguns meses...

– Te matar era uma boa opção na época... – comentou ela.

– Era? Eu ainda acho que é. – disse Snape.

– Sabe, eu penso o mesmo de certas pessoas... – respondeu Alastor encarando-o.

– Violet, sinto lhe informar, mas esses dois juntos são piores que crianças... – lamentou Minerva.

– Engraçado, eu me lembro muito bem de duas pessoas discutindo nos corredores de Hogwarts... – comentou Snape apontando para ambos.

– Minerva, tem pão? – perguntou Moody inocentemente

– Claro, vá pegar...

– Pensei que você estava responsável pela comida... – levantou uma das sobrancelhas – Vai negar um pedaço de pão para um velho homem cansado? – perguntou com a expressão extremamente infantil

– Que droga Moody, você sabe que eu odeio ter que me levantar depois que me sentei para comer... – disse ela levantando-se e dirigindo-se até o armário, o que foi tempo suficiente para mais uma das armações do “velho amigo”.

Alastor tirou um frasco do bolso e rapidamente virou no copo de suco da Minerva, olhou-me com um olhar travesso e guardou o frasco.

– Francamente, vocês parecem crianças nesse aspecto... – resmungou Snape com uma expressão divertida.

– E você, calada pirralha – sussurrou Moody.

Isso não vai dar certo...

– Pronto, que isso não se repita! – disse Minerva sentando-se e entregando o pão para Moody.

– Muito obrigado Minerva, você é um anjo... – respondeu encarando-me.

Segundos se passaram e todos permaneciam em silêncio. Logo em seguida Minerva levou o cálice à boca e tomou todo o suco. Encarei-a com um sentimento de expectativa, mas nada aconteceu.

De repente, Minerva começou a ficar vermelha, assim como o cabelo passou de uma tonalidade castanha para amarelo. Certamente estava com calor, afinal, pegou um dos guardanapos de papel e começou a abanar-se.

– Alastor Moody, o que você aprontou dessa vez?!! – exclamou ela levantando-se rapidamente e correndo para a pia.

– Eu? Por que tenho que ser o culpado? – defendeu-se.

Minerva bebia água gelada desesperadamente e, assim que pegou um espelho e percebeu o estado em que estava, gritou.

– Moody seu cachorro!! Você vai me pagar!! – exclamou

Não aguentei e comecei a gargalhar, logo acompanhada por Alastor e Snape.

– Você prefere em dinheiro trouxa ou em dinheiro bruxo? – perguntou ele ainda rindo.

Minerva encheu uma jarra com água fria e aproximou-se da mesa.

– Melhor?- perguntou ele

Ela simplesmente levantou a jarra e despejou toda a água gelada sobre ele, que fechou os olhos e permaneceu parado.

– Muito. Obrigada por perguntar. – ironizou ela – E é melhor limpar o chão e a mesa, porque se não fizer, juro que ponho algum animal nojento na sua cama para te acompanhar durante a noite.

– Mas você que jogou água!

– Porque você mereceu. É melhor se apressar Moody... Quando o suco secar ficara um pouco difícil de limpar...

– SUCO?? – perguntou – Você jogou suco em mim Minerva?!

– Você tem pouco tempo... – disse indiferente enquanto voltava a almoçar.

E assim era a rotina do almoço.

Moody sempre usava o frasco em seu bolso, o que deixava Minerva irritada e dava início à muitas histórias de ela querendo matá-lo no passado, porém, por mais que discutissem, logo se entendiam e voltavam a conversar civilizadamente.

Normalmente eu passava a manhã toda na biblioteca, ajudava Minerva na cozinha e o restante da tarde passava explorando o laboratório do meu pai ou interrogando Moody, que sempre me respondia.

Era uma rotina normal.

Porém, embora eu estivesse feliz, algo ainda me perturbava: Bellatrix.

O que pensar dela?

Apesar dos pesares, foi a “tia Bella” que me criou.

Mesmo colocando-me num colégio interno, quando eu era pequena passamos bons momentos juntas.

Mesmo não estando presente, as poucas horas que estávamos juntas serviam para conversarmos, trocamos ideias e até mesmo brincarmos.

Ela foi minha única família por 13 longos anos...

Eu a via como uma mãe, e não uma tia!

Quando completei 11 anos e ela passou a me ensinar magia, nosso relacionamento ficou um pouco mais frio, mas não deixou de ser um bom relacionamento. Várias vezes caíamos durante os treinos e ficávamos ali, rindo como melhores amigas...

– O que faz aqui?

– Alastor! Você me assustou! – respondi com a mão no peito recuperando-me do susto.

– Por que está chorando? – perguntou aproximando-se.

– Eu não estou chorando... – falei passando as mãos no rosto e limpando qualquer vestígio de lágrimas.

– Ainda não aprendeu que é difícil mentir para mim? E isso aqui me dá uma boa vantagem... – falou apontando o olho mágico que encarava-me. - Por que está chorando?

– Só estou pensando... – respondi sorrindo tristemente.

– O que está pensando é tão ruim a ponto de te deixar triste desse jeito? – perguntou apoiando-se na bancada da cozinha ao meu lado.

– Estava pensando na Bellatrix... – confessei encarando minhas mãos sobre a bancada em que eu estava apoiada.

– Ainda estou confusa com essa história... Mesmo sabendo que ela me preparou a vida toda para ser uma Comensal, sei que nem sempre ela fingiu se preocupar... Tivemos bons momentos... Por um lado eu a culpo, mas por outro devo agradecê-la, entende? – falei pensativa.

– Entendo. – surpreendeu-me – Você é o que é graças à ela... – falou levantando os ombros.

– Exatamente. – concordei. – Eu sei que ela teve péssimas intenções, mas foi ela que me ensinou tudo que sei. Ela que me criou e que me deu conselhos... Por um bom tempo, foi a única família que eu tinha... – murmurei. – Era uma mãe para mim...

Infelizmente devo concordar... – suspirou - As pessoas dizem que todos nascem com a mesma personalidade dos pais, mas eu acredito que a educação e convivência é que fazem uma pessoa. É óbvio que você tem o mesmo gênio que o Severo e a Eileen, mas só vemos isso porque sabemos quem são seu pai e sua avó. – explicou - Você foi gerada com os genes dos Prince e dos Evans, mas foi moldada por uma Lestrange.

– Eu acho que, no fundo...bem no fundo, Bellatrix até simpatiza comigo. Não consigo parar de pensar na noite em que eu estava naquele cemitério e ela tentou me convencer a me tornar uma Comensal. Quando eu recusei vi em seus olhos que ficou triste, pois com a minha recusa, Voldemort iria me matar... – falei pausadamente encarando o vazio – Depois que eu rompi a ligação da minha varinha com a dele e corri, ela era a única que poderia me impedir, já que estava exatamente entre mim e a Taça. Mas ao invés de me segurar ou algo assim, ela se jogou no chão como se eu a tivesse empurrado... Só consegui sair viva por causa disso. Eu sei que estou sonhando alto, mas acho que ela realmente se importa comigo...

– Realmente, você tem muito que pensar sobre ela... Mas uma coisa eu te digo. – começou ele – A decisão de perdoá-la ou culpá-la é exclusivamente sua. Por mais que as pessoas digam que ela é a pior ou a melhor mulher do mundo, você é quem tem que decidir se acredita ou não. Ela pode sim ter se afeiçoado a você, mas também pode estar apenas fingindo. No final das contas, quem terá que arcar com as consequências é você... – disse encarando-me profundamente.

– Tem razão... – murmurei. – Obrigada... – sorri.

– De nada. – respondeu – Agora sobe e troca de roupa. Já estamos atrasados. – disse levantando-se. -

Atrasados para quê? – perguntei curiosamente.

– Vou sair e preciso que venha junto. – explicou simplesmente. – Tem dez minutos.

– E aonde vamos?

– Nove minutos e 55 segundos...

– Tá! Já estou indo! – falei deixando a cozinha.

Subi rapidamente as escadas até o meu quarto, onde passei a procurar o que vestir.

– Ele nem disse aonde vamos... O que eu coloco? – falei a mim mesma.

Por fim acabei decidindo-me por uma meia-calça branca, saia preta rodada, blusa branca e um blazer verde musgo com as mangas dobradas até os cotovelos. Nos pés minha querida sapatilha preta e no pescoço meu inseparável colar e um fino cachecol branco.

– Muito bem... Usou apenas 8 minutos. – disse Moody assim que desci as escadas.

– Será que agora posso saber aonde vamos? – perguntei

– Não. – respondeu estendendo-me o braço para aparatar.

A sensação não era mais tão ruim. Tinha um mal estar, claro, mas não tanto como antes.

– Você ainda acostuma... – comentou ao perceber minha expressão. – Não saia do meu lado, ouviu?

– Estamos no Beco Diagonal... Por quê? – perguntei ignorando a ergunta e seguindo-o para uma loja de presentes.

– Fui “intimado” para comparecer numa festa, e obviamente preciso levar algum presente.

– Por isso me trouxe? – debochei – Para escolher o presente?

– Não sou muito bom com essas coisas... – admitiu – Agora ande logo, não quero que cheguemos ainda mais atrasados...

– Tá, então... Me fala quem é o aniversariante para eu escolher o presente...

– Mulher, auror recém-formada, cabelo roxo, extremamente irritante e grudenta. – respondeu simplesmente

– Ela é irritante só com você ou com todos?

– Algumas pessoas me perseguem... – deu de ombros fazendo-me rir.

– Tá, já entendi... – ri.

Logo que escolhi o presente, uma pulseira dourada, aparatamos novamente para uma rua deserta, onde apenas uma velha senhora cuidava de seu jardim.

– Alastor, aquela senhora...

– Ela não vai contar nada – respondeu no mesmo tom.

– Olá Sr. Moody, como está? – disse a mulher assim que nos aproximamos. – Há muito tempo que não o vejo por aqui...

– Muito bem. – respondeu ele – Vim visitar a Ninf.

– Ah sim, ela deve estar em casa... E essa menina linda, quem é?

– Minha sobrinha, Eileen. – respondeu. – Agora preciso entrar... Nos vemos outra hora quem sabe...

– É claro – sorriu – Até mais Eileen, Sr. Moody... – cumprimentou.

– Desde quando sou sua sobrinha e desde quando me apresenta como Eileen? – perguntei assim que paramos diante de uma das casas.

– Vigilância constante pirralha, nunca dê as informações certas para quem não conhece... – respondeu

Antes que eu pudesse rebater, a porta foi aberta por um homem negro alto, que vestia algo parecido à um turbante indiano. Ele e Moody se cumprimentaram e logo entramos. Assim que a porta fechou-se, tudo dentro daquela casa mudou drasticamente.

– Devo admitir que estou surpreso com sua presença... – comentou o homem que atendeu a porta.

– Ele apenas tem amor à vida! – exclamou uma mulher, porém, eu não estava atenta à conversa, e sim ao lugar à minha volta.

Eu estava ao lado de Alastor, mas assim que este começou a conversar com o homem alto e a moça, virei-me para observar cada detalhe do lugar. Obviamente o ambiente fora oculto com um feitiço, pois estávamos em uma sala enorme com muitas pessoas conversando e dançando ao som se uma música baixa e calma.

– Tive um tempo livre... – respondeu Moody.

– E ela, quem é? – perguntou a moça.

– Ela é... – comentou ele cutucando meu braço – E a história de não sair do meu lado hein? – perguntou-me levantando a sobrancelha

– Desculpe, eu me distraí... – falei.

– Por isso eu sempre digo... - começou

– Vigilância constante. – completei cortando-o.

– O que está esperando para entregar o presente?

– Se você me disser quem é a aniversariante, eu posso entregar... – falei calmamente.

– Se você observasse bem, veria que só tem uma mulher de cabelo roxo. - Eu acabei de chegar, como saberia que tem só uma de cabelo roxo? – perguntei ironicamente.

– Talvez porque não é muito comum no mundo bruxo?

– Acontece que eu não nasci no mundo bruxo, e sim no trouxa, onde cabelo colorido é extremamente comum... – rebati.

– Sabe, já gostei dela... – comentou a mulher de cabelo roxo com um sorriso no rosto – Sou Tonks... – respondeu estendendo a mão – A aniversariante...

– Feliz Aniversário Tonks... – sorri entregando-lhe o pequeno embrulho. – Sou Violet.

– Olhem só quem temos aqui... – comentou uma voz extremamente conhecida aproximando-se de Tonks.

– Lupin! – exclamei abraçando-o pela cintura.

– Como você cresceu... E está mais bonita também... – comentou sorrindo logo após beijar minha testa.

– Vocês se conhecem? – perguntou Moody franzindo a testa.

– É claro! Além de ex-professor eu quase fui padrinho dessa moça... – respondeu Lupin com um dos braços sobre meus ombros.

– Quase? – perguntei curiosa.

– Conversei com o Snape esses dias e ele comentou que, se já não tivesse escolhido, eu seria seu padrinho... – falou – Parece quem alguém me venceu...

– E está certo. Alguém já te venceu. – comentou Moody.

É impressão a minha ou estou vendo um pouquinho de orgulho em seu rosto?

– E quem foi o felizardo? – perguntou-me Lupin.

– Alastor. – respondi sorrindo.

– Quem diria que um dia eu veria isso... – comentou Tonks. – O velho ranzinza aqui aceitou ser padrinho de uma garota e ainda a deixa chamá-lo de Alastor?

– Como assim “deixa chamá-lo”? – perguntei.

– Ninguém pode chamá-lo pelo primeiro nome... Ele diz que é estritamente pessoal... – respondeu ela – Me diz uma coisa, você sabe de algum segredo dele para ter esse privilégio? – riu.

– Eu... – comecei sorrindo.

– Lembra do que eu disse antes de entrarmos? – interrompeu ele encarando-me.

– Mas já está ameaçando a garota? – perguntou Lupin – Desse jeito terei que falar algumas coisas com o Snape...

– Sinto muito, mas a pirralha já se afeiçoou ao “velho ranzinza”... Mudar agora iria traumatizá-la... – brincou Moody.

– Será que dá para me chamar pelo meu nome ao menos em público? – pedi

– Não se preocupe, ele também me dá apelidos chatos em público... É próprio dele... – comentou Tonks rindo.

– Com licença... Eileen? – disse uma senhora aproximando-se de mim – Há quanto tempo não a vejo... Parece que os anos lhe fizeram bem não é? – comentou abraçando-me.

Olhei para Moody pedindo ajuda, mas tudo que ele fez foi rir.

– Ah, desculpe, mas... Acho que a senhora está me confundindo... – falei saindo do abraço – Meu nome é Violet...

– Não é possível... Você é a Eileen, tenho certeza! - É a neta dela June – respondeu Moody finalmente com um sorriso de zombaria. – Eileen está morta.

– Neta? – repetiu a mulher analisando-me minuciosamente. – Mas vocês são idênticas! Quantos anos você tem?

– Quinze. – respondi

– Por Merlin, é incrível a semelhança! – comentou – Desculpe-me a confusão querida, é que já estou velha e, como vocês são muito parecidas, acabei confundindo...

– Tudo bem, não se preocupe... – falei sorrindo.

– Desculpem interromper a conversa... Com licença... – falou a mulher constrangida afastando-se rapidamente.

– Como se sente em ser Eileen Prince por um dia? – debochou Moody.

– Engraçadinho – falei dando-lhe um tapa de brincadeira.

– Faço o que posso... – respondeu simplesmente.

– Violet, tem duas pessoas na festa que eu acho que ficarão felizes em te ver... – comentou Lupin apontando para um dos cantos da sala onde Vitor e Fleur estavam encostados à mesa de doces.

– Vá lá conversar com eles...

– Não demore. – disse Moody encarando-me.

–Tudo bem... Com licença... – falei afastando-me, porém, não sem antes ouvir uma frase.

– Ela te conquistou mesmo, não é? – perguntou Tonks rindo.

– Vitor –

Belo amigo ele é... Convida-me para uma festa de aurores e associados e desaparece, me deixando com uma irritante Fleur... Ela só fala da irmã que brinca em algum lugar e do novo namorado...

– Eu não acredito... – murmurou ela ao meu lado – O que faz aqui? – perguntou a alguém.

Ah não... Não quero encarar outro de seus admiradores...

– Meu padrinho me arrastou... – respondeu uma voz terrivelmente conhecida

Virei-me imediatamente e deparei-me com a garota que povoava meus sonhos ultimamente.

– Violet! – exclamei assim que ela separou-se do abraço com a loira.

– Olá Vitor... – disse ela aproximando-se – Como está?

Melhor agora.

– Estou ótimo. E eu não ganho um abraço? – perguntei levantando a sobrancelha.

Violet sorriu e passou os braços por meu pescoço ao mesmo tempo em que os meus rondavam sua cintura. Seu perfume era o mesmo de quando nos conhecemos.

– É muito bom vê-los novamente... O que fazem aqui? – perguntou assim que a soltei.

– Vim em nome de Madame Maxime... Ela não pode se ausentar da escola... – respondeu Fleur. – Como viria sozinha, trouxe Gabrielle comigo...

– E onde ela está? – perguntou Violet sorrindo.

– Brincando com as outras crianças...

– Ser criança é tão fácil... – comentou - E você? – perguntou à mim.

– Eu vim com um amigo auror, mas parece que ele desapareceu... – respondi

– E então, vocês têm novidades?

– Estou apaixonada... – comentou Fleur.

– Lá vem ela com essa história... – resmunguei.

– Qual o problema Sr. Krum? – provocou – Estar apaixonado é algo que devemos comemorar... Fico muito feliz por você Fleur...

– Obrigada... – respondeu ela – Eu preciso ver como está Gabrielle... Ela costuma se esconder das outras crianças... – riu – Com licença... – falou deixando-nos sozinhos, mas não antes de lançar-me um olhar malicioso.

O que deu nela?

– Então... – comecei – Quer dizer que o verdadeiro Moody aceitou ser seu padrinho?

– Pois é... Eu também me surpreendi. Ao que parece, consigo conquistar todos que me conhecem... – gabou-se.

– Nisso tenho que concordar. – falei seriamente.

– Desculpe, mas é estranho vê-lo com roupas normais... – riu ela.

– Já você fica muito melhor sem as roupas da escola... Está mais bonita assim... – elogiei deixando-a vermelha.

Violet estava ainda mais linda do que me lembrava e seus olhos azuis brilhavam em contraste com a cascata negra que eram seus cabelos.

– Mas não cresceu nada...

– Você que é muito alto! – rebateu ela brincando.

Passamos as próximas horas conversando animadamente. Vez ou outra Violet corava com algum comentário meu, deixando-a ainda mais bonita. Fleur voltou minutos depois com Gabrielle, que nutria uma incrível ligação com a morena de olhos azuis que tanto me fascinava.

A única foto nossa desde que nos conhecemos permanecia em meu bolso, mas eu não me atrevi a mostrar. Desde aquele dia já abri e fechei tantas vezes a fotografia que já estava com aspecto velho e gasto.

– Com licença... Vocês são os campeões do Torneio Tribruxo não são? – perguntou um homem aproximando-se da mesa em que estávamos.

– Sim, somos nós... – respondeu Fleur.

– E você é a vencedora... Violet Snape – disse ele encarando-a – Eu gostaria de parabenizar todos pelo Torneio. Eu acompanhei todas as provas e fiquei fascinado com o modo que cada um resolvia os problemas. Meus parabéns à vocês, especialmente você... – falou apontando para Violet novamente.

– Obrigada... – respondeu Fleur amigavelmente.

– É incrível a semelhança entre vocês duas... – murmurou ainda encarando Violet.

– Obrigada... – falou ela sorrindo.

– Não vou mais atrapalhá-los... Meus parabéns novamente. – falou afastando-se.

– Do que ele estava falando quando disse “É incrível a semelhança entre vocês duas”? – perguntou a loira.

– Minha avó... Eileen Prince. Sou basicamente uma cópia dela... – respondeu Violet.

– Então ela deveria ser linda... – falei impulsivamente deixando-a vermelha.

– Violet, vamos logo que já está tarde... – disse o auror Olho-Tonto Moody encarando-me ameaçadoramente. – Despeça-se de seus amigos que estou esperando na porta. – falou frisando a palavra “amigos” e afastando-se.

– Tudo bem, já estou indo. – respondeu ela levantando-se – Foi um grande prazer revê-los... Fleur mande meus cumprimentos à Madame Maxime – falou abraçando-a.

– Foi bom vê-la novamente. – disse Fleur – Vou procurar a Gabrielle, faz um tempinho que não a vejo... Até outra hora Violet... – sorriu deixando-nos novamente.

– E você grandalhão, mande um beijo para o David... – falou Violet aproximando-se.

– Agora que já sei onde está morando posso finalmente acalmá-lo, ele ficará contente em poder te mandar cartas... – falei enlaçando-a pela cintura e abraçando-a fortemente.

Violet teve que ficar na ponta dos pés para conseguir me alcançar, o que me atraía ainda mais.

– Só ele? – murmurou.

– Com certeza não. – respondi no mesmo tom.

Violet soltou-se calmamente e olhou-me nos olhos, como se procurasse entender alguma coisa.

– Foi bom te ver... – falou com um sorriso nos lábios, porém, com a mesma dúvida nos olhos.

– Foi muito bom... – respondi

– E vou esperar suas cartas! – avisou.

– Receberá a primeira em menos de um mês... – brinquei beijando sua bochecha rosada.

– Violet! – chamou Moody.

– É melhor eu ir... Até depois Vitor

– Até depois Violet... – respondi vendo-a se aproximar do padrinho que encarava-me desafiadoramente.

– Ela te pegou de jeito não é?... – comentou Fleur ao meu lado.

– Não fale besteiras Fleur... Somos apenas amigos...

Ao menos por enquanto...


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Notas finais do capítulo

*o*

O que acharam da aproximação da Violet com o Moody??

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Capítulo 3 – What the hell did you do?!
(...)
— Para vocês é Moody – retrucou ele carrancudo.
— E qual seria esse pedido? – perguntei divertida.
— Eles vão te levar para dar uma volta... Pegaram a coleira? – respondeu Moody.
— Se eu sou um cachorro você é um buldogue! – rebati.
(...)
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Façam suas apostas!! Quem é o "vocês" que o Moody falou??

Não deixem de comentar!!! :D