Uncontrollable ('The Orphan' – Season 3) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 4
Capítulo 3 – What the hell did you do?!


Notas iniciais do capítulo

Vamos explorar um pouquinho o outro lado da famíia???



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Capítulo 3 – What the hell did you do?!

“O que diabos você fez?!”

– Violet –

O que está acontecendo comigo?

Quando Vitor olhou diretamente em meus olhos senti meu rosto ferver. Isso nunca tinha acontecido antes! Por que meu coração bate mais forte quando ele está por perto?

Somos apenas amigos... Não somos?

– Onde estavam? – perguntou um Snape mal humorado assim que entramos em casa.

– Tive que resolver algumas coisas e levei a pirralha comigo. – respondeu Moody.

– Por que não avisou? Não sabe que é perigoso ela sair desse jeito? – perguntou Minerva abraçando-me.

– Ela estava acompanhada com no mínimo trinta aurores... Fora os outros campeões do Torneio... – comentou Moody distraidamente.

– Onde estavam exatamente? – perguntou Snape um pouco mais calmo.

– A Ninfadora fez aniversário e fui intimado a comparecer...

– Espere ela ouvir que você a chamou de Ninfadora... – ri

– Ela não está aqui, então não precisa saber... – comentou fazendo-me rir.

– Ele não tinha ideia de qual presente comprar, por isso fui junto... – expliquei aos dois. - Vou subir, o dia foi cansativo...Boa noite Minerva... – falei beijando-a – Boa noite pai... – disse abraçando-o – E obrigada Alastor... – sorri também abraçando-o.

Assim que me despedi de todos subi as escadas, mas logo nos últimos degraus disseram algo que me fez parar.

– Você está escondendo algo... – comentou Snape.

– Eu te conheço Moody... Você não a levou apenas para que ela escolhesse o presente... – disse Minerva.

– Ela é como um pássaro Minerva. – suspirou Alastor – Se ficar presa perde o brilho. Não sei se perceberam, mas passar a manhã na biblioteca e a tarde no laboratório ou no quarto estava deixando-a muito calada... Ela precisa sair um pouco, conhecer pessoas novas e conviver com os amigos da mesma idade. Pretendo tirá-la dessa casa mais vezes, portanto, acostumem-se. – falou – Não se pode prender um pássaro e ainda pedir que ele seja feliz...

– Eu não acredito... – disse Minerva num tom surpreso – Você nunca diria isso se fosse com outra pessoa... – falou.

– O que quer dizer?

– Estou dizendo que você a ama como amaria o filho que sempre quis ter... Estou certa? – insinuou Minerva.

– Talvez... – murmurou Moody segundos depois – Estou cansado, vejo vocês amanhã. – falou aproximando-se da escada.

Subi os últimos degraus rapidamente e tranquei-me em meu quarto com um grande sorriso no meu rosto.

Primeiro Alastor me dá conselhos e consegue me tirar da tristeza que me assolava. Depois ele me leva à uma festa onde reencontro antigos amigos. Então descubro que senti muita falta de Vitor esse tempo em que não nos víamos e agora ouço Minerva afirmar que Alastor Moody, meu padrinho, me ama como a um filho!

Como isso aconteceu?

Naquela noite dormi tranquilamente com toda aquela conversa em mente.

Os dias seguintes passaram rapidamente. Por mais que eu estivesse radiante em saber que era especial, de certa forma, para Alastor, não me atrevi a demonstrar. Para todos, meu bom humor era apenas fruto de “ver outras pessoas”, como dizia meu querido padrinho.

Moody estava realmente mais próximo a mim. Vez ou outra nos encontrávamos na cozinha à noite, digamos que compartilhávamos da vontade de um “lanche noturno”.

– Violet, chegaram algumas cartas para você... – disse Minerva durante o café da manhã.

Olhei para a mesa e percebi que tinha no mínimo cinco cartas esperando-me. Terminei de comer e subi rapidamente para o quarto, abrindo a primeira.

Violet Eileen Evans Prince Snape (acho que vou diminuir alguns nomes... O seu é muito grande!) tem ideia do quão difícil foi encontrar seu endereço?! Seria muito mais fácil se você tivesse mandado uma carta para suas amigas logo no início, não é?

Agora deixando a bronca de lado... Como está? Não deve ser fácil morar com Severo Snape e Olho Tonto Moody, não é?

Quero saber tudo! Como é a casa? E os vizinhos? Já conheceu “alguém”?

Falando em ‘alguém’, adivinha quem me escreveu essa semana pedindo seu endereço? *o*

Vitor Krum!!

Eu soube que ele também perguntou à Mary... Surpreendente não é? (Se estivéssemos frente à frente você veria um sorriso malicioso no meu rosto, mas como não estamos, apenas imagine)

Não demore à escrever, é um tédio morar na mesma casa que uma advogada mandona. E falo sério!

Beijos, da ruivinha mais incrível do mundo!

– Alessa... Você não muda nunca não é? – ri comigo mesma abrindo a próxima.

Violet, esse é o melhor verão que já tive!

Meus pais finalmente tiraram férias e me levaram para conhecer o mundo trouxa! Nos últimos dias estive em Paris, Espanha, Portugal e até mesmo Brasil! É tão incrível!

E você? Como é morar com o Prof Snape? Sem ofensas, mas parece assustador!

Espero sua resposta... Talvez eu a leia nas Muralhas da China!

Beijos,

Sophie.

A próxima carta era a da Mary, um pouco mais formal e mais séria.

Olá Violet! Estou tão feliz!

Minha mãe tirou férias pela primeira vez na vida! Dá para acreditar que Catherine Jones Addams ficará três semanas longe do trabalho??

Meu pai disse que minha mãe e o Sr. Seyfried resolveram tirar férias para recuperarem suas energias. Com a volta de Voldemort os Comensais começarão a agir com mais frequência, especialmente no período de volta às aulas.

Por mais que o Ministério não acredite que o Lord das Trevas se reergueu, estão mais tensos e preocupados que o normal.

Mas falando em coisas boas... Vitor Krum pediu-me seu endereço para te mandar cartas... Acho que mereço uma explicação do que está acontecendo entre vocês, não é?

Beijos!!

Mary Jones Addams

(minha mãe me obriga a assinar formalmente, então, não ligue muito para esse detalhe.)

– Então os Addams e os Seyfried estão de férias para recuperarem a energia... A situação deve estar realmente crítica... – ponderei.

As demais cartas diziam basicamente a mesma coisa.

Luna escrevia pedindo notícias e comentando as esquisitices com o pai. Hermione estava feliz por passar o verão com os pais, mas ao mesmo tempo mal podia esperar para ir à Toca com o Harry.

Algo me dizia que um grande incentivo era certo rapaz ruivo...

Harry, no entanto, estava claramente triste. Os tios não gostavam dele e o primo, Duda, tampouco. O último parecia se esforçar para magoar meu irmãozinho, e por um momento desejei estar naquela casa para falar-lhe poucas e boas. Obviamente meu pai nunca concordaria com isso, então era melhor eu me contentar com as cartas.

A última era nada mais nada menos que de Vitor Krum.

Querida Violet

Como eu disse, o David ficou enérgico depois que soube seu endereço. Ele praticamente obrigou-me a escrever esta carta, então, dê os créditos à ele.

E as rosas que te dei? Eu repito que nunca tinha realizado um feitiço de preservação antes, então me responda: deu certo?

O convite que lhe fiz no Baile de Inverno continua de pé... Eu adoraria lhe mostrar os campos de Durmstrang, e você iria amar!

David manda “muitos beijos e abraços” e meu novo diretor mandou cumprimentá-la, ao que parece, ele é bem adepto à “jovens que além de beleza possuem inteligência e caráter”... Quem sabe um dia eu não os apresento?

Vitor Krum.

– Ele é um bom amigo não é? – ironizou Moody à porta de meu quarto.

– Alastor! Eu não acredito que você leu minha carta! E sim, ele é um bom amigo, nada mais.

– Eu não li nada... Mas depois de você corar e admitir que ele é um bom amigo, minhas suspeitas foram confirmadas... – riu – Imagino o que o morcegão faria se descobrisse que Vitor Krum está ligeiramente interessado em sua filha... – falou pensativo – Não... Talvez essa não seja uma boa ideia...

– Eu já disse à todos e vou repetir: Somos apenas amigos!

– Contanto que o Sr. Krum pense o mesmo, por mim ótimo. – revirou os olhos – Agora troque de roupa que vamos sair... – avisou antes de sair.

– E aonde vamos? – gritei com um sorriso no rosto.

– Tem dez minutos! – respondeu descendo as escadas.

Guardei minhas cartas rapidamente e troquei meu querido conjunto de moletom por um vestido coral e minhas inseparáveis sapatilhas. Prendi minha varinha em minhas vestes e desci.

– Sete minutos... Cada vez melhor... – elogiou ele assim que desci as escadas.

Para minha surpresa, Alastor não estava sozinho. Ao seu lado estavam Snape, Tonks e Lupin.

– Feliz daquele que casar com você... – continuou ele claramente referindo-se à conversa de minutos antes – Não é Severo?

– Felizmente isso ainda demorará anos para acontecer... – respondeu Snape encarando-o

– Será? – rebateu encarando-me.

– Chega de falar de meu possível futuro marido! – falei vermelha

– Concordo plenamente. – disse Snape fazendo-me rir.

– Ela não será uma criança para sempre Severo... – alertou Moody

– Quando esse momento chegar eu posso pensar no que você disse... – respondeu ele abraçando-me.

– Eu não sabia que viriam hoje... – falei para Tonks e Lupin.

– Viemos atender um pedido do velho Alastor... – disse Tonks, frisando o nome Alastor.

– Para vocês é Moody – retrucou ele carrancudo.

– E qual seria esse pedido? – perguntei divertida.

– Eles vão te levar para dar uma volta... Pegaram a coleira? – respondeu Moody.

– Se eu sou um cachorro você é um buldogue! – rebati.

– Pelo jeito morar com esses dois deve ser divertido... – comentou Lupin. – Violet, vamos te levar para visitar o Harry. Moody bem que queria ir, mas com a aparência que tem, sem ofensas, iria assustar os vizinhos. Já eu e Tonks somos mais normais visualmente... – riu.

– Só visualmente mesmo... – comentou Moody um tanto irritado por ser deixado de fora.

– Sério? – perguntei olhando para meu pai.

– Tome cuidado. – falou em resposta.

– Então vamos? – disse Tonks abrindo os braços para mim.

– Claro! Até depois pai – falei beijando-lhe o rosto – Alastor... – cumprimentei.

– Eu ainda descubro qual o segredo que você sabe para ele te dar esse privilégio... – disse Tonks seriamente recebendo-me com um abraço antes de aparatarmos.

– Moody –

– Você vai falar com ele agora? – perguntei assim que a garota aparatou.

– Sim... Será uma conversa difícil... – respondeu.

– Faça o possível para conseguir convencê-lo.

– Farei. – disse Snape antes de aparatar.

– Violet –

Em questão de segundos estávamos numa tradicional rua da Inglaterra onde todas as casas pareciam ser iguais. Tonks e Lupin aproximaram-se da casa número 4, ampla e quadrada como as outras, com um pequeno jardim na frente, canteiros de flores e algumas chaminés e grades em todas as janelas.

Lupin posicionou-se à frente e tocou a campainha, com Tonks logo atrás e eu por último. Uma mulher alta, pálida de olhos e cabelos escuros atendeu à porta.

– Quem são vocês? – perguntou com um tom agudo que delatava sua “incrível vontade de receber visitas”.

– Olá Sra. Dursley, sou Remo Lupin. Harry está? – disse ele educadamente.

– São mais daqueles esquisitos amigos do Potter, não são? – perguntou uma voz masculina extremamente irritante parando ao lado da mulher.

– Com licença, mas precisamos falar com o Harry... – disse Tonks passando à frente de Lupin e entrando.

O homem barrigudo pareceu incomodar-se com a “intrusão” e entrou atrás dos dois, porém, eu permaneci do lado de fora encarando a mulher.

– E você?

– Estou esperando a senhora me convidar para entrar... – falei educadamente.

Eu pretendia voltar muitas vezes, então não seria bom causar uma impressão ainda pior da que ela certamente teve.

– E adianta eu dizer o contrário? Os outros dois estão em pé na minha sala! – reclamou ela examinando-me dos pés à cabeça – Entre logo...

– Obrigada. Com licença... – falei esforçando um sorriso e entrando.

– Potter! Visita para você... – gritou ela atrás de mim.

Segundos depois Harry apareceu na sala ao lado de um garoto alto e barrigudo com uma expressão mimada em seu rosto.

– Prof Lupin! O que faz aqui? – disse ele sem perceber minha presença, já que estava atrás do Remo.

– Viemos lhe fazer uma visita... Esta é Tonks, uma amiga auror recém-formada... – falou.

Pela expressão no rosto dela eu diria que não ficou muito contente com a palavra “amiga”.

– É um prazer conhecê-la... – disse ele timidamente estendendo a mão.

Harry Potter, eu não acredito que você não vai ao menos me olhar! – brinquei aparecendo entre Tonks e Lupin.

– Violet! – exclamou surpreso – Eu não tinha te visto!

– Eu sei que não sou muito alta, mas dizer que não me viu já é um exagero! – debochei abraçando-o – Senti sua falta... – sussurrei.

– Eu também... – respondeu sorrindo.

– Ora, ora, Potter, então você tem uma namoradinha? Ela até que é bonitinha... – disse o garoto petulantemente.

– Ela não é minha namorada – rosnou Harry.

– Que falta de educação a minha... Nem me apresentei! Perdoem-me – falei para o garoto e os pais, que observavam-me curiosamente – Sou Violet Eileen Evans Prince Snape, meia-irmã do Harry... – disse encarando a mulher, que abriu a boca de surpresa.

– Meia irmã? – disse o homem

Evans? – falou a mulher ao mesmo tempo com a voz tremendo.

– Exato. Filha de Lillian Evans e Severo Snape, mas infelizmente fui parar num orfanato. – falei.

A mulher, Petúnia Dursley, encarava-me com surpresa, porém, seu olhar mostrava algo a mais que não pude decifrar. Já o homem, Valter Dursley, olhava-me com profunda repugnância.

– Você é m-minha... – começou Petúnia surpresa.

– Sobrinha? Sim. A primogênita dos Evans. – respondi.

– Eu preciso ir trabalhar... Não dá muita conversa para eles hein! – falou Valter para a mulher, que apenas assentiu vendo o marido sair pela porta.

– Quer dizer que minha irmã perfeita abandonou a primogênita num orfanato? – perguntou.

Eu sabia toda a história que envolvia Lillian e Petúnia Evans. Ambas eram as melhores irmãs do mundo, mas quando a caçula descobriu ser uma bruxa, tudo mudou. Petúnia agiu por ciúme.

De certa forma eu a entendia... Lillian sempre foi a preferida da família, sempre recebeu mais atenção e todas as glórias. A irmã acabou ofuscada e deixada de lado.

Olhei em seus olhos e percebi que a mesma insegurança ainda a atormentava. Ela precisava, mais do que nunca, saber que a irmã não era sempre tão perfeita. Precisava se sentir por cima ao menos uma vez.

– As pessoas erram... E infelizmente, o erro de Lillian Potter foi comigo – lamentei olhando-a profundamente.

– Ela sempre quis ter uma filha... – disse Petúnia após um longo suspiro, que eu diria, de alívio. – Sempre dizia que sua “genética perfeita” faria com que seu primogênito fosse uma garota...

– Então parece que ela conseguiu.

– Você não é como ela... – murmurou franzindo a testa, claramente satisfeita.

– Dizem que tenho apenas seu sorriso... O resto é contribuição da minha avó paterna, Eileen. – expliquei. – Sou uma cópia dela.

– Ainda bem... Nunca gostei das sardas que ela tinha... – falou franzindo a testa.

Para a surpresa dos demais, seu comentário me fez rir naturalmente.

– Posso? – perguntei a ela indicando o sofá.

– C-claro... – respondeu. – Eu... Eu preciso entrar... Duda, vá para o seu quarto...

O garoto subiu as escadas à contra gosto e bateu a porta do quarto. Petúnia, por sua vez, lançou-me um resquício de um sorriso que mal poderia ser visto e deixou a sala.

– E então Harry, novidades? – perguntei sentando-me o sofá.

– N-não... – respondeu ele olhando para a direção em que Petúnia saíra e para mim, claramente confuso. – O que você fez? – murmurou.

– Nada... – respondi – Você está bem Harry?

– Ela nunca agiu assim com bruxos... – falou calmamente

– Ela não parece ser tão ruim quanto você comentou... Mas eu não vim aqui para falar nisso, e sim ver meu irmão preferido...

– Sou seu único irmão... – ironizou

– Por isso mesmo... – ri

– E você, novidades?

– Muitas! – exclamei

Ficamos cerca de uma hora conversando na sala.

Vez ou outra Petúnia aparecia na porta da cozinha, observando-me atentamente, mas não dei atenção. Contei ao Harry como era viver com meu pai e meus padrinhos e que, ao contrário do que todos pensavam, era maravilhoso!

– Violet, está na hora de irmos... – avisou Lupin levantando-se um tempo depois.

– Moody vai nos matar se você se atrasar... – riu Tonks.

– E eu prezo muito a minha vida...

– Desde quando você tem medo dele?

– Desde que eu moro na mesma casa que ele. Estamos tão bem, para quê mudar isso, não é?

– Pelo menos você está morando com pessoas que gostam de você... – disse tristemente.

– Harry... Eu não os conheço para julgar, e aparentemente, o Valter e o garoto são realmente terríveis com você... Eles odeiam magia.

– Tia Petúnia também.

– Na verdade, quando eu olho para ela, não vejo raiva, e sim mágoa...

– Mágoa de quê? Ela me odeia!

– Harry, você conhece a história dela com a Lillian, não é? – perguntei

– Não muito...

– Pois eu conheço. A Lillian sempre teve tudo que quis... Era a caçula da família, a mais querida... Tia Petúnia acabou sendo ofuscada por isso e deixada de lado. Eu acho que ela não te odeia, simplesmente tem mágoa de tudo sempre ter ido para a irmã mais nova e nada para ela... De certa forma, isso passou para você. – expliquei – Minerva disse que você tem os olhos da Lillian. Todas as vezes que a Petúnia te olha, ela lembra da irmã, e certamente a mágoa que sente volta à tona. Seus olhos são um lembrete constante de que Lily Evans sempre teve tudo, e Petúnia Evans nunca teve nada...

– Você deveria ser psicóloga... – comentou Harry.

– Eu sei... Hagrid já me disse isso – ri

– Espera, você aconselhou o Hagrid? Aquele homem imenso?! – surpreendeu-se Lupin.

– Pois é... Ele estava me dizendo que eu não podia andar com Vitor Krum sozinha, que ele era perigoso, que eu estava com o inimigo, que ele poderia me matar e etc.

– E estava certo. Eu ainda não me conformo que você tenha se posto tanto em perigo...

– Harry Tiago Potter! – repreendi – Você tem o mesmo problema que Draco Malfoy e seus amigos! Está sendo preconceituoso!

– Eu não... - começou

– Eu não terminei. – cortei-o – Por que as pessoas se deixam levar por um preconceito idiota? Do mesmo modo que ele tem preconceito com os nascidos trouxas e mestiços, você e meio mundo tem preconceito com Durmstrang e Sonserina! – exclamei – Harry, só porque Vitor é de Durmstrang não significa que seja como Karkaroff ou até mesmo que seja o inimigo! Só porque eu sou de Hogwarts não significa que sou como Dumbledore, muito menos que tenho paciência e sabedoria como ele! O problema das pessoas é que se deixam levar pelas aparências. E não adianta negar porque eu sei que você tem preconceito com a Sonserina!

– Mas a situação é diferente! Você procura ver o bem em tudo que existe, mas não é sempre assim Violet – discordou Harry.

– Eu costumo confiar nas pessoas certas. Eu acreditei quando Sirius Black me disse que era inocente. Eu acreditei quando Severo Snape disse que me amava. Eu dei uma chance para conhecer pessoas novas e acreditei que Vitor Krum e Fleur Delacour eram boas pessoas. – rebati – Se eu vejo o bem nas pessoas, você só vê o que está visível.

– Nós realmente vamos brigar por causa da Tia Petúnia? – perguntou incrédulo.

– Não se trata apenas dela, e sim desse preconceito idiota contra as diferenças! – exclamei com a voz firme. – Todos dizem que a Sonserina é ruim, que as pessoas de lá são do mal... Então diga-me: porque anda comigo e minhas amigas? Somos da sonserina.

– Você é minha irmã.

– Só por isso? Quer dizer que o meu caráter não conta em nada? – rebati incredulamente.

– Eu não quis dizer isso...

– Harry, até quando você vai se limitar ao que vê? Não é apenas a Grifinória que tem bruxos bons, Sonserina também tem. Se há uma coisa que eu não suporto, são pessoas preconceituosas. Eu já disse ao Hagrid e vou repetir a você. Não é a Casa que faz um bruxo, e sim um bruxo que faz a Casa.

– Desculpe Violet, mas...

– Hey! Chega vocês dois! – interrompeu Lupin – Essa discussão já foi longe demais. Está na hora de irmos, até porque, você precisa comprar seu material para as aulas, não é Violet?

– Sim... – falei acalmando-me – Harry, se as pessoas são o que são, é porque algo aconteceu no passado e as modificou... – sorri – Foi bom te ver... Apesar da briga.

– Sim, foi bom te ver também... – respondeu ele abraçando-me.

Nesse momento Petúnia apareceu na sala e acompanhou Lupin e Tonks até a porta. Enquanto ambos despediam-se de Harry, Petúnia puxou-me para um canto.

– Obrigada pelo que disse – falou um pouco envergonhada.

– Qual parte, a que eu estava esperando um convite para entrar? – perguntei sorrindo.

– Não... O que disse sobre mim agora... – admitiu – Você está certa, sobre tudo. Como descobriu?

– Eu apenas analiso as pessoas. – respondi – Eu já sabia da história entre a senhora e a Lillian, o resto eu deduzi quando vi seus olhos. Estão repletos de mágoa...

– Eu sei... – suspirou – Por que não chama minha irmã de “mãe”? Você não a perdoou pelo abandono? – perguntou encarando-me profundamente.

– Eu perdoei, mas jamais vou esquecer. – admiti pesarosamente - É algo que vou carregar comigo a vida inteira... – falei encarando o vazio.

– Você vai voltar? – perguntou ansiosamente. - Não sei...

Seu rosto pareceu ficar um pouco mais abatido depois de eu recusar, o que deu-me um aperto no peito. Aproximei-me da mesinha ao lado e peguei uma caneta, escrevendo meu novo endereço num pedaço de papel. Eu sabia que estava sendo ousada, mas o máximo que poderia acontecer era ela recusar ou jogar o papel fora.

– Mas se a senhora quiser pode me mandar cartas... – falei soltando a caneta.

– Violet? – chamou Tonks à porta.

– Preciso ir... Foi bom te conhecer Tia Petúnia... – falei – E obrigada por me deixar entrar... – seu rosto pareceu suavizar-se e, surpreendendo-me, Petúnia sorriu levemente. - Vocês são muito apressados... Depois eu que sou a impaciente! – brinquei aproximando-me de Tonks e Lupin. – E você Sr. Potter, pense no que eu disse... – falei abraçando-o novamente – Até mais irmãozinho.

– Até depois Violet... – sorriu.

Assim que a porta foi fechada, Tonks e Lupin arrastaram-me para trás da casa, onde seguramente aparatamos.


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Notas finais do capítulo

E então?? Gostaram??
Tia Petúnia ainda vai aparecer bastante na história, assim como outra "tia"... Mas essa parte ainda é segredo ^^

No próximo capítulo as coisas começarão a ficar mais animadas, afinal, os alunos voltarão à Hogwarts... O que esperar esse ano??

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Capítulo 4 – You Will Be Mine
(...)
— Alessa é melhor você vir com a gente... – disse Fred.
— Por quê? Aconteceu alguma coisa? – perguntei
— A Violet e a Profª Umbridge estão discutindo em frente à sala. – disse Jorge.
Snape levantou-se imediatamente, seguido por McGonagall.
(...)
—------------------------
*o*

Parece que alguém começou bem....rsrsrs

Algum palpite de por quê a Violet e a Umbridge estão discutindo???

Não deixem de comentar :D
Bjjss e até mais tarde!!