Uncontrollable ('The Orphan' – Season 3) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 2
Capítulo 1 – Memories


Notas iniciais do capítulo

Ansiosos para conhecer a "Mansão Prince"??? *o*

Então vamos lá, o professor Snape não gosta de atrasos....



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Capítulo 1 – Memories

“Memórias”

Pela primeira vez desde que Voldemort tinha voltado, Violet Eileen não teve pesadelos.

Violet não percebera de imediato, mas estava deitada numa cama de casal negra e aconchegada em cobertas negras e brancas em veludo. Tratando-se de Severo Snape, o quarto era totalmente diferente do que qualquer pessoa pensaria ser possível.

Uma das paredes, a da cabeceira da cama, era decorada por listras verticais intercaladas entre branco e preto. Em cada lado da simples cama, dois criados-mudos pretos sustentavam abajures, um prateado e um negro. As outras paredes eram inteiras brancas, causando um equilíbrio de cores. À esquerda da cama tinha uma janela, por onde os raios do sol da tarde entravam.

As cortinas em tom azul marinho estavam abertas e, entre elas, abaixo da janela, tinha um aparador branco e alguns enfeites. Em frente à cama havia um pequeno guarda-roupa em madeira preto, e logo ao lado, prateleiras escuras guardavam os mais preciosos volumes do professor. Violet estava maravilhada com o quarto. Nunca imaginou encontrar um ambiente tão... normal.

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Pela primeira vez não sentiu medo do que iria encontrar, e sim curiosidade.

Olhou ao redor e finalmente percebeu uma poltrona em couro preto na qual o pai descansava calmamente. Não queria acordá-lo, então, apaixonada por livros, seguiu até a mini biblioteca a fim de explorá-la. Eram muitos títulos, em sua maioria assuntos acadêmicos, porém, um deles chamou sua atenção. Era um volume de capa vermelha e letras em dourado. Totalmente tomada por curiosidade, sentou-se no chão, abriu-o e começou a ler. Violet não percebera, mas assim que sentou-se ao lado da poltrona, o homem que ali descansava despertou.

Vendo-a absorta em sua leitura, Snape passou a observá-la.

Era incrível como sua personalidade era uma mistura equilibrada dele mesmo com Eileen. Assim como ele, Violet gostava do silêncio e prezava por privacidade, sem contar o gênio forte e a personalidade marcada.

Apesar de ser exatamente igual à Eileen, Severo conseguia perceber pequenas semelhanças com a ruiva que assombrava seus sonhos. Era inteligente, impulsiva e concentrada, além de que atraia olhares masculinos que certamente seriam um problema para ele futuramente.

Severo não se lembrava muito da mãe, mas em suas memórias via uma mulher com aparência jovem para a idade. Esse era uma das qualidades da velha Eileen. Apesar de envelhecer biologicamente, esteticamente permanecia a mesma. Tinha uma genética realmente incrível.

Porém, o que ficou gravado em sua mente eram os olhos.

Aqueles olhos azuis como safiras eram astutos e extremamente observadores. Apesar de severa, Eileen amava o filho como nunca amou ninguém, seus olhos eram doces e gentis, e, quando ficava furiosa, cintilavam de raiva. Quem criou a expressão “Os olhos são a janela da alma” certamente estava pensando em Eileen Prince.

Inúmeras vezes o garotinho pálido de cabelos negros ouvia os pais discutindo. Sempre se perguntou: Por que a mãe não usava magia para defender-se? Por que deixava o inútil do Tobias brigar com ela? Nunca obteve resposta. Depois de cada briga, o pequeno Severo ia para o quarto da mãe e a encontrava chorando. Seus olhos azuis ficavam ainda mais lívidos de tristeza, brilhavam em humilhação e pediam ajuda, mesmo que sua boca mandasse o contrário.

Por mais que quisesse, Snape nunca demonstrou o amor que um filho deveria mostrar. Odiava o pai com todas as forças por fazer sua mãe infeliz, desejou muitas vezes entrar naquele quarto, dizer à ela que fugissem juntos e que deixassem Tobias Snape morrer sozinho. Mas jamais tivera coragem, e esse foi seu maior arrependimento.

Em uma das inúmeras noites que seus pais brigavam, trovoadas e relâmpagos faziam tremer as janelas e apagavam as lâmpadas. Severo escondeu-se debaixo de suas cobertas e chorou. Àquele ponto, incrivelmente, seus pais não discutiam mais. Percebeu também que o pai saíra para comprar alguma coisa e, quando voltou, gritou em desespero. Não ouvia um som sequer da mãe, e isso o assustou.

Pela primeira vez, sentiu medo do que poderia encontrar. Estava certo em temer.

Aquela foi a pior noite de sua vida.

Severo ouviu o pai chorar e gritar, aparentemente desculpando-se. Apesar de ter medo, levantou-se de sua cama e desceu lentamente as escadas. Tobias Snape passou por ele com os olhos negros úmidos e avermelhados, parou e encarou o filho. Pela primeira vez, abraçou-o. Era um abraço de culpa, de desespero!

Assim que soltou o garoto dirigiu-lhe um olhar culpado e trancou-se no escritório.

O menino de apenas doze anos aproximou-se da sala e finalmente percebera o porque de tanto desespero: sua mãe estava estirada no chão, encarando o teto sem ao menos mover-se. Severo chorou como nunca aquela noite.

Eileen estava morta.

A mulher forte e determinada que um dia fora Eileen Prince não passava de um corpo frio e sem vida jogado no tapete. Saber que seus olhos estavam abertos apertou ainda mais o coração do filho, o azul vívido de antes fora substituído por um tom cinzento e sem essência.

Ver a mãe sofrer nas mãos do pai era horrível, com certeza, mas vê-la morta, à sua frente, acabou com ele. Severo culpou-se eternamente por nunca ter dito àquela mulher que a amava, por nunca a ter tirado daquela casa e da vida do homem desprezível que era Tobias Snape.

E agora, ao ver uma mini cópia dela sentada no chão de seu quarto com um livro nas mãos o fazia reviver tudo isso. Os olhos azuis eram idênticos, o que o deixava ainda mais determinado em vê-los felizes. Severo nunca foi de afinidades, mas aquela garota de olhos astutos e personalidade forte conseguiu conquistá-lo definitivamente.

Ele estava disposto a qualquer coisa para fazê-la feliz e ver aquelas duas safiras brilharem como os de sua mãe um dia fizeram. Violet Snape era, agora, a razão para ele querer com todas as forças mudar.

– Pelo jeito já descobriu minha biblioteca particular, não é? – perguntou ele

– Pai! – disse a garota assustando-se. – Desculpe... Quando eu vi todos esses livros não resisti... – sorriu.

Ela poderia ser uma cópia de Eileen, mas o sorriso era certamente de Lillian.

– Imagino... – respondeu lentamente – Mas agora deixe o livro aí que eu preciso te mostrar algo... – levantou-se. – Lembra-se daquela chave que te dei no natal?

– Sim... – disse Violet desconfiada. – Por quê?

– Vá buscá-la, vamos precisar dela...

Violet levantou-se rapidamente e, após guardar o livro vermelho, seguiu para suas malas e pegou a chave cuidadosamente guardada em um dos bolsos.

– Agora... Quero que vá até aquele quarto e destranque a porta. – mandou Snape indicando a quarta porta do corredor.

Ainda desconfiada, Violet fez o que Snape pediu. Foi até a porta de madeira escura e colocou a chave na fechadura, girou e abriu.

– Eu não acredito... – murmurou maravilhada.

Esse é o seu presente de natal... – respondeu ele encostando-se ao batente da porta enquanto a garota observava o ambiente.

Se antes Violet estava surpresa, agora realmente não sabia o que dizer.

O quarto era em um tom rosa claro, quase branco, e o chão era em bege também quase claro. Não conseguia acreditar que Severo Snape decorara, ou ao menos comprara, aquelas cortinas em seda salmão que cobriam as três janelas que iluminavam o ambiente. Entre duas delas repousava uma cama extremamente convidativa e romântica. Sua cabeceira era em estofado branco, assim como a colcha que a precedia. Enfeitada por almofadas de diferentes estampas, mas que conversavam entre si, a cama separava dois criados-mudos brancos, que combinavam com um divã aos pés da mesma.

Logo ao lado, quatro caixas em tom rosa pastel foram empilhadas delicadamente, em contraste com os dois lustres de cristal pendurados acima dos criados-mudos, dando um ar ainda mais romântico. Em frente à cama estava um guarda-roupas branco no mesmo estilo, e logo ao lado, assim como o quarto de seu pai, uma delicada estante branca vazia, claramente à espera de livros e enfeites para adorná-la.

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– É... É tudo... Perfeito! – murmurou com um sorriso no rosto.

– Gostou mesmo? Se quiser pode mudar a decoração...

– Não precisa mudar nada... – respondeu virando-se para ele – Foi você que fez ou mandou fazer?

– Espero que não se importe, mas esse quarto era da minha mãe... É claro que fiz algumas modificações... O que foi complicado, pois Minerva recusava tudo que eu propunha... – respondeu sério.

– Então vocês dois fizeram? – perguntou novamente.

– Que ninguém de Hogwarts saiba disso, mas sim... – admitiu – Minerva queria que eu colocasse alguns livros ali... – disse apontando a estante – Mas acho que isso é você quem deve fazer...

– É tudo incrível! – exclamou aproximando-se e abraçando-o pela cintura – Obrigada...

– As janelas foram enfeitiçadas, você pode ver tudo que acontece lá embaixo, mas ninguém verá o que acontece aqui em cima...

– Lá embaixo? Então estamos em um apartamento? – perguntou curiosa.

– Ah sim... Esqueci que você chegou aqui dormindo... – murmurou ele – Então vamos que eu te mostro a casa...

Com um sorriso no rosto, Violet conheceu cada cantinho da casa. O andar de cima era apenas dos quartos, sendo a primeira porta o banheiro. A segunda porta em tom mogno era o do quarto de Minerva, a terceira o de Snape, o quarto o dela e o último o de Moody. Surpreendeu-se por ver que o de seu pai era o mais simples, porém, o mais aconchegante que os outros.

O de Minerva era extremamente luxuoso em uma composição de lilás e branco.

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O de Moody, por sua vez, era extremamente "normal". As quatro paredes eram em tom de azul marinho, que combinavam perfeitamente com os móveis brancos.

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Descendo a escada, percebeu que terminava num salão médio com as paredes brancas, aparentemente a raiz da casa, afinal, dele saíam diversas outras portas.

Uma delas dava para uma sala também branca, composta por um conjunto de sofás de couro preto, paredes com tijolos expostos, um aparador num dos cantos e uma lareira na outra. Logo acima da mesma, um grandioso quadro encaixava-se na decoração rústica. Era o retrato de uma mulher de olhos azuis, cabelos negros como piche e brincos verde esmeralda.

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Eileen Prince.

A outra porta levava ao laboratório particular do professor e uma terceira levava para um banheiro um pouco maior que o do andar de cima. Já a quarta porta era a entrada para a cozinha, inteiramente branca com detalhes em preto e verde. Nela, outra porta de vidro levava aos verdejantes jardins.

Se alguém dissesse à Violet que Severo Snape morava numa casa com paredes brancas ela diria que era mentira. Se alguém dissesse que ela um dia iria morar com ele e encontraria uma casa rústica com a fachada de pedras escuras e pintura clara, mescladas à um jardim maravilhoso num dos melhores bairros de Londres, ela diria que esta pessoa era louca.

Mas assim que viu a entrada da casa, seu queixo caiu.

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– Uau... – murmurou encarando o jardim bem cuidado e as pomposas casas ao redor.

– Minha mãe era um pouco exagerada... Dizia que um bairro nobre trouxa era o melhor lugar para descansar e ter uma vida calma. Depois que morreu resolvi manter a casa...

– Fez muito bem... Ela é maravilhosa! Eu nunca pensei que seria assim...

– Pensou que eu morasse onde? – perguntou levantando a sobrancelha.

– Talvez numa casa velha e escura, com as paredes descascando e um belo porão assustador. Uma rua deserta ou mesmo uma masmorra... – completou Moody aparecendo na porta. – Mas o crédito pela casa não é dele. Eileen decorou tudo lá dentro, ele apenas mantém... – deu de ombros.

– Isso foi bem esclarecedor Bode Velho... – ironizou Snape.

– Faço o que posso Morcego... – respondeu no mesmo tom.


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Notas finais do capítulo

E então?

Agora que voltamos ao ritmo normal da fic, precisamos de quê??? Previews!!!! ^^


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Capítulo 2 – Getting Close
(...)
Alastor tirou um frasco do bolso e rapidamente virou no copo de suco da Minerva, olhou-me com um olhar travesso e guardou o frasco.
— Francamente, vocês parecem crianças nesse aspecto... – resmungou Snape com uma expressão divertida.
— E você, calada pirralha – sussurrou Moody.
(...)
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*o*
O que será que o Moody está aprontando??

Sugestões de "brincadeiras" entre entre eles são muuuito bem vindas... :D

Bjjss e até o próximo!!

E não deixem de comentar!!!