– Bella.. Bella você ta chorando? - A voz de Edward era calma e paciente.

– Não.. Não! - Tentei mudar meu tom de voz mais era tarde.

– Não minta, você ta chorando! Bella o que houve?

– Estupidez minha te ligar. Preciso de ajuda não de perguntas. - Disse brava fazendo Edward suspirar.

– Ta calma, eu to indo.. Não se mova, chego em 10 minutos. - Edward desligo o telefone antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Coloquei o telefone no bolso da calça e levantei. Fui até o banheiro, abri a toneira e joguei a água gelada no rosto. Senti meu corpo estremecer com a temperatura da água.

Virei meus olhos para o espelho vendo minha cara inchada de tanto chorar. Esmurrei a parede. Porra Bella porque tem que ser tão sentimental? Tão fraca?

Enxuguei o rosto e fui em direção ao meu guarda-roupa. Peguei todas as roupas que estavam ali.

Parei de guardar as roupas na enorme bolsa quando lembrei de uma frase de uma tia minha "Quando precisar de abrigo por qualquer motivo, conte comigo Bella." Fazia um tempo que minha tia Chloe havia dito esta frase. Mas a lembro constantemente. Irei recorrer a ela. Havia vendido minha casa para morar com Renée. Pois a mesma alegava solidão. Hoje vejo que foi a pior decisão de minha vida. Morarei com Chloe até achar uma casa que me agrade, ou até me estabilizar emocionalmente e financeiramente.

Terminei de colocar minhas roupas na mala e fechei a mesma. Peguei tudo que precisava e sai do quarto. Desci as escadas quase correndo quando vejo Renée sentada sozinha na mesa tomando uma xícara de chá.

– Onde vai Isabella?

– Sou de maior, não devo satisfações. - Disse rude procurando meu celular que durante a briga o joguei em algum canto.

– Mas eu sou sua mãe.

– Mãe é aquela que compreende, defende, ama apesar dos inúmeros defeitos da filha. Mãe acata, mãe consola, mãe levanta os filhos não os deixa mais rente ao chão como você fez durante todo esse tempo que a sua sobrinha preferida esta aqui. Renée você nunca ligo para os meus problemas, nunca quis me escultar, eu sempre procurei alguém para desabafar e sempre pensava em recorrer a minha mãe porque enfim é minha mãe. Mas eu nunca tinha você por perto, você sempre sumia ou simplesmente não ouvia. Mas eu te amo tanto que apenas procurei esquecer todas essas coisas e segui em frente. Mais hoje foi o estopim de tudo. Pra mim já chega. - Disse calma porém direta. Renée me olhava triste e vi algumas lagrimas descerem sobre seu rosto enquanto dizia as palavras que a dias estavam entaladas em minha garganta e que eu tanto lutava para engoli-las.

– Bella... - Sua voz era fraca, apenas neguei com a cabeça pegando meu celular que estava jogado no enorme sofá e sai de casa deixando Renée derramar suas lagrimas de talvez arrependimento. Não sabia o que era real em Renée. Não sabia quando ela falava algo verdadeiro, não sabia quando ela sentia de verdade. Isso me machucava pois apesar de tudo é minha mãe, e vê-la chorar me despedaça.

Vi Edward parado em pé encostado no seu volvo. O mesmo desencosto no carro quando me viu aparecer na porta. O vi e lembrei de tudo que a Jennifer havia dito. E senti meu coração doer em saber que nunca conseguiria alguém como Edward em minha vida. A não ser mentindo como estava fazendo.

Meu coração se aperto causando uma dor incomoda, causando uma incompetência, me senti uma inútil naquele momento vendo Edward me olhar curioso e acolhedor.

Seus braços se abriram um pouco. Apertei minha mochila nas costas e comecei a andar em passos rápidos. Quando estávamos próximo demais pue sentir sua respiração calma.

– Bella o que houve? - Gemi incomodada e não tive outra reação a não ser abraça-lo. Edward demorou um pouco para perceber o ato estranho que estava tendo. Mais logo me cercou com seus braços fortes e acolhedores. Respirei calma me sentindo segura pela primeira vez. Apertei mais meus braços em sua cintura pudendo sentir seus músculos. Edward encostou seu queixo em minha cabeça fazendo carinho em minhas costas. - O que tenha acontecido.. Vai ficar tudo bem, você vai superar, você é forte. Seja forte mais uma vez. - Suas palavras ecoaram em meus ouvidos fazendo meu coração bater mais rápido. Sinto Edward abaixar até os meus ouvidos encostando sua cabeça entre meu ombro e o meu pescoço. - Você é forte. - Edward disse em um sussurro em meu ouvido. Sua voz rouca me fez arrepiar. Respirei fundo afundando meu rosto em seu peito. Queria apenas o silêncio. Queria sentir aquele momento acolhedor, apenas sentir sem falar nada. Só sentir seu cheiro maravilhoso e suas mãos firmes sobre minha cintura. Estava tão bem em seus braços. Naquele momento percebi o quão preciso tê-lo na minha vida. Posso odiá-lo na maior parte do tempo. Mas tenho a certeza de que ele estará por perto quando precisar. - Vamos sair daqui? - Concordei com a cabeça o soltando contra a minha vontade. Agora seu cheiro magnifico estava em minha roupa. Não a lavarei mais. Sorri com os meus pensamentos. - Que tal.. Fast Food? Por minha conta. - Sorri.

– Fast Food, comida gordurosa. Perfeito. - Sorri animada. Edward sorriu torto e abriu a porta do carro para que eu entrasse. Coloquei minha bolsa no banco de trás e me acomodei no banco. Edward logo entro e seguimos para um Fast Food distante da casa de Renée.

Estacionamos o carro e seguimos em passos lentos até o quiosque. Fizemos nosso pedido e fomos para uma mesa. Não demorou muito para o pedido chegar. Senti minha barriga roncar clamando por comida. Não demorei muito para abrir a embalagem e morder o enorme sanduíche. Edward começo a comer primeiro a batata frita. Segundo ele era o melhor do Fast Food.

– Desculpa te incomodar.. - Disse tímida.

– Você atrapalho meu banho, mas de resto não atrapalho. - Gargalhei com a sua afirmação.

– Oh desculpe por atrapalhar sua hora do banho. - Disse irônica. Edward serro os olhos.

– Tomo outro quando chegar em casa. Mais caprichado.- Sorri concordando com a cabeça. - Bella você ta com uma bolsa.. Onde vai?

– Vou pegar um táxi e vou para a casa de uma tia minha. Não dá mais para ficar com Renée.

– Brigas?

– Até demais..

– Eu te deixo lá.

– Não precisa, vou de táxi. Tem um ponto logo aqui em frente.

– Vou te deixar e não questione. - Revirei os olhos assentindo.

– Chato.

– Eu disse não questione. - Coloquei a mão na boca pedindo perdão por ter falado. Edward apenas sorriu torto e mordeu seu sanduíche.

Terminamos de comer fomos em direção ao carro. Entramos no mesmo e logo seguimos para a casa de Chloe que não ficava muito longe dali. Logo o carro parou em frente a casa de Chloe. Era uma casa azul clara com um lindo quintal na frente muito bem cuidado. Respirei fundo olhando para Edward.

– É, esse é o meu ponto. - Sorri triste.

– Vou te dar seu tempo, quando quiser pode me explicar o que houve. Irei te escultar. Mas quando confiar de verdade em mim.

– Eu confio. - Disse tímida.

– Seus olhos não negam. Tem um certo medo e receio contido neles. Talvez você demore para confiar em alguém. E isso é bom. Mas vou esperar sua confiança chegar, sem pressa. - Sorri agradecida. - Amigos servem para isso. - O olhei. Senti meus olhos brilharem. Sorri alegremente.

– Eu prometo que vou trabalhar isso. Prometo. - Disse cruzando os dedos. Edward em um ato inesperado desfez os meus dedos cruzados.

– Só quando tiver certeza. - Sorri torto concordando.

– Obrigada.

– Se você me disser "Obrigada" mais uma vez eu te empurro do carro. - Gargalhei.

– Duvido.

– Nunca duvide de um Cullen. - Edward piscou amedrontador. Serrei os olhos.

– Você não me passa medo Cullen. - Edward sorriu desapontado. - Vou indo. Tenho muitas coisas para resolver.

– Tudo bem. Se cuida. - Edward aperto minha mão. Apenas sorri concordando. Senti meu coração apertar por sair daquele carro.

– Pode soar estranho e ria se quiser mas.. Por favor, me liga, aparece aqui, ou só me liga. - Disse olhando para os meu pés. - Preciso de você. - Disse baixo. Edward fico estático por alguns segundos até reagir.

– Sempre vou esta aqui. E vou te ligar a cada minuto se isso te fizer distrair e esquecer dos problemas. - Sorri concordando com a cabeça.

– Obrigado. - Me aproximei de seu rosto beijando sua bochecha. Senti meus olhos pesarem e meu coração bater forte. Antes de sair sorri amigável para Edward. Abri a porta e fui em direção a enorme casa onde séria meu abrigo, meu refugio.