Storybrooke Goes To Hogwarts escrita por Paula Greene


Capítulo 17
Filho Do Sol.


Notas iniciais do capítulo

Minha vida já teve sua cota de problemas.
E agora eu encontrei um lugar para ir.
Eu disse adeus a todos os meus problemas.
Porque agora eu encontrei um lugar para ir. (8)



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Regina, Emma, Killian, Ruby e Belle caminhavam floresta adentro. Varinhas em punho. O sol começava a nascer no horizonte, mas logo qualquer vestígio da luz do dia foi ficando para trás. Não era fácil andar pelas raízes grossas e desviar dos galhos das árvores tendo que prestar atenção a todo qualquer tipo de ameaça. Ainda havia rastros do Sonho Sombrio pela floresta e nenhum deles certamente queria se arriscar a topar com uma muda. Mas esse nem era o pior perigo, ainda tinha o garoto que aparentemente podia desaparatar dentro da escola, coisa que os outros não poderiam. Quem seria ele? Algum bruxo muito poderoso talvez, mas não parecia ser mais velho que nenhum dos outros cinco.

Regina tentava não demonstrar a preocupação que sentia por Killian, ele havia acabado de retornar de um estado de quase coma e agora se preparava para lutar ao lado dela. Não importa o que digam dos Sonserinos, Killian era sim um amigo fiel.

– Como foi que nós dois entramos nessa? – Sussurrou ele lançando um olhar disfarçado para trás. – Achei que já tivéssemos tido nossa cota de problemas por toda uma vida.

– Acho que nunca teremos dificuldades em encontrar problemas Killian. E só estou fazendo isso por ela, você sabe que não ligo pro garoto Gold.

– Então você realmente a ama? – Killian sorriu de lado, já sabia a resposta, mas adorava provocá-la.

Regina olhou pra trás. Emma estava silenciosa perdida em seus próprios pensamentos.

– Sou louca por ela.

Ele sorriu ainda mais. – Você é mesmo imprevisível, meu bem.

Eles continuaram caminhando, parando vez ou outra para inspecionar o ambiente.

***

No alto da gaiola ela já havia cansado de se debater. Já havia sido uma das mais belas criaturas que existiam, mas não tinha mais o mesmo brilho de antes se sentia um pássaro aprisionado e ninguém poderia dizer que ela não era. O lugar onde antigamente ficavam as suas asas agora era somente uma cicatriz que a acompanharia por toda a vida, nenhum feitiço, nenhum encantamento poderia devolver-lhe a vida que teve. No começo ela lutava contra as grades, gritava, xingava, batia, tentava escapar de qualquer forma, mas uma noite ele veio até ela e a mutilou. Ele arrancou aquilo que ela mais prezava, aquilo que a diferenciava das outras pessoas, aquilo que a fazia especial. Ela não tentava mais fugir desde que ele arrancou as suas asas.

Ele nunca anunciava quando estava chegando, ele simplesmente aparecia, mas já não a assustava mais. Sabia que mais cedo ou mais tarde ele a mataria porque não precisava mais dela e agora que ela não se importava mais, toda diversão havia acabado. Ele adorava quando ela esperneava, gritava e tentava, inutilmente fugir. Agora ela era só um pássaro que não cantava mais e ele já tinha um novo brinquedinho.

Foi por isso que ela se assustou quando ouviu barulhos se aproximando pela floresta.

Sabia que eram eles, Peter passara toda a madrugada resmungando a si mesmo “Eles virão, virão sim. A garota não consegue se segurar, ela precisa ser a heroína. Todos virão.” Ela não sabia a quem ele se referia, mas sabia que se não aparecessem ele ficaria muito furioso e certamente seria o seu fim.

Quando o primeiro rosto estranho apareceu ela se levantou sentindo suas pernas doerem por ter passado tanto tempo sentada encolhida em um canto. O rapaz tinha cabelos escuros bagunçados e uma barba rala aparecendo. A camisa branca meio aberta e a gravata verde desatada então, pensou ela, ele deveria ser da escola. Logo atrás dele apareceu uma garota de olhos maliciosos, ela se encolheu novamente em sua gaiola, não sabia se eles eram do bem ou não. Mais três garotas apareceram atrás deles e elas passavam bem mais segurança, então ficou encarando-os esperando que a vissem.

A primeira a vê-la foi Belle.

Começou a caminhar até a garota com intenção de soltá-la, mas a mão de Ruby a impediu. Teve receio de que fosse uma armadilha.

Então Emma tomou a frente.

– Quem é você? Porque esta presa? Quem te prendeu? – Perguntou ela apontando a varinha para garota.

Ela se afastou da grade, se encolhendo, mas apesar do seu medo olhou feio pra Emma.

– Não é a mim que você deveria apontar isso, criança.

Emma se aproximou ameaçadoramente.

– Onde ele esta?

– Ele esta em todos os lugares. Mas não se preocupe, ouvi dizer que a sua morte será bastante rápida.

Emma encostou nas grades da gaiola irritada, rangeu os dente, não tinha tempo para joguinhos.

– A sua será bastante lenta se não me disser logo onde Bae esta.

Todos os outros viram que aquilo não levaria a lugar nenhum, ameaçar uma garota que estava sendo mantida prisioneira não iria funcionar, mas foi Killian quem tomou iniciativa.

Ele se aproximou de onde as duas estavam, lançou um sorriso galanteador a garota na gaiola e fazendo Emma se afastar a soltou.

– O que você esta fazendo? – Emma perguntou lançando um olhar irritado a ele e depois a Regina que somente deu de ombros.

– Ora, caso não tenha percebido princesa, essa garota bonita aqui não é o inimigo. Tenho certeza de que o cara que esta com o seu amigo foi o mesmo que a prendeu aqui então seja um pouco mais gentil, ok?

Emma continuava a olhá-lo incrédula.

– Obrigado. – Disse a garota segurando a mão dele para sair.

Era uma pena ela saber que todos eles morreriam afinal Peter sabia que eles viriam e sabia que a soltariam, pois não havia outro motivo de ele ter baixado sua gaiola que antes ficava pendurada a quase quinze metros de altura.

– Então, será que pode nos ajudar, docinho?

Ela olhou em volta com seus imensos olhos verde. Parou seu olhar em Ruby.

– Ah, parece que vocês não estão tão desprotegidos assim.

Todos olharam confusos pra Ruby que não tinha idéia do que a garota estava falando.

– Do que você esta falando? – Emma se aproximou novamente, não conseguia controlar seu temperamento enquanto seu melhor amigo podia estar por ai correndo perigo.

– Escutem, ele virá logo. Ele a temerá se ela se transformar. Mas não temerá a nenhum de vocês, nem mesmo a que chamam de Rainha Má. – Regina franziu as sobrancelhas e Killian deu risada. – Talvez haja alguma esperança para nossas almas, mas você precisa se transformar.

– Mas não é lua cheia. – Murmurou Ruby em tom infeliz.

– Isso não é importante, você só precisa se lembrar de quem você é e o que realmente importa pra você.

Ruby olhou pra Belle que sorria pra ela, não sabia se conseguiria e tinha medo de machucar as pessoas erradas, mas seus amigos precisavam dela e aquela era a primeira vez realmente em que ela sentia que não precisava ser a vilã, que podia ser a heroína.

Balançou a cabeça concordando, insegura.

Um vento forte começou a sacudir as árvores.

– Ele adora um show, fará de tudo para parecer impressionante.

O vento ficou mais forte derrubando a outra gaiola que ainda estava suspensa, ela se espatifou em vários pedaços e o corpo imóvel de Bae rolou de dentro dos destroços. Emma correu até ele e Regina foi junto.

– Emma, pode ser uma armadilha, esse pode não ser ele.

Mas Emma não estava se importando. Aquele era sim o seu Bae, seus cabelos caídos sobre os olhos, seu rosto delicado. Ele começou a acordar e ela o ajudou.

Regina encarava aquela cena sentindo seu egoísmo soar mais forte. Sabia que ele estava ferido, mas não queria ajudá-lo, não queria ele perto de sua Emma. Mas Emma não prestava atenção nela, ela estava ocupada tentando fazer o garoto ficar consciente. Segurou seu rosto com as mãos, acariciou seus cabelos. Ele ficou em pé e se apoiou nela, sorrindo por ela ter aparecido para salvá-lo. Emma o amava, Regina pode ver, talvez não soubesse o quando, mas o amava.

Regina apertou a varinha na mão, queria que Peter Pan aparecesse de uma vez, queria amaldiçoar alguém, queria mostrar a ele tudo o que aprendera com a mãe. Ele não temia a Rainha Má, mas ela o faria temer Regina Mills por ter feito toda essa bagunça em sua vida. Não fosse por ele Regina e Emma teriam ficado bem, depois do acidente nas arquibancadas tudo começou a desandar da forma errada por culpa dele. Ela o mataria e não se arrependeria disso, depois se Emma a quisesse ela estaria ali, mas se achasse melhor ir pelo caminho seguro e escolher Baelfire ela poderia. Poderia ficar com ele e ter um filho com ele, não importa, ela sabia que no fim do dia seria nela que ela pensaria, poderia fugir dela por ser como ela é, mas jamais conseguiria fugir daquele sentimento.

Conseguiu voltar a si a tempo de bloquear o feitiço que Peter lançou sobre ela, mas antes de pode revidar o garoto já não estava mais lá.

– Conheceram a minha fadinha preferida? Tinker Bell? Ela não é muito fada sem as suas asinhas então temo que não seja de grande ajuda a vocês. – A voz dele soou grandiosa, mas ele não estava em lugar algum.

– Apareça e verá que não precisamos de ajuda. – Disse Regina se preparando para atacar.

O garoto apareceu bem de frente a ela e com um aceno de cabeça a lançou para longe. Ruby se concentrava com todo seu coração, mas não funcionava, a loba não aparecia.

Belle segurou suas mãos e olhou dentro de seus olhos, lá no fundo pode ver o brilho amarelo surgindo.

– Eu sei que você esta ai. – Disse ela sabendo que funcionaria. – Preciso de sua ajuda.

Instantaneamente Ruby começou a se transformar, ela se desequilibrou e caiu no chão, mas antes de alcançá-lo suas pernas já haviam se transformado em patas e a enorme loba já tinha tomado todo seu corpo.

Tinker Bell deu um risinho sarcástico, parecia esperar por esse momento a muito tempo.

– Peter Pan é um filho do sol seus maiores inimigos são os filhos da lua.

Ao escutar a risada da ex-prisioneira Peter se virou furioso, mas ao encarar a face da fera suas pernas congelaram e sua expressão vitoriosa e superior desapareceu.


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