E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 5
Going back to the start


Notas iniciais do capítulo

Heeeello
Muito feliz por estarem apreciando essa minha louca loucura.
Postei uma short ontem, chamado "Unconditionally". Leiam u.u HUAUHAUHAUHAHUA



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_ É linda pai, muito obrigada. – agradeceu Fabinho, andando pela sede da nova agência, que Plínio havia montado para ele.

_ Eu posso vir te ajudar aqui Fabinho? – perguntou Kevin, olhando o lugar – Você fala tão bem sobre publicidade que acabei de me interessando.

_ Claro que pode moleque, mas não pense que vai ter folga não. – garantiu o mais velho, bagunçando o cabelo do mais novo.

_ E você Malu, não quer vir ajudar seu irmão? – alfinetou Plínio, e a moça revirou os olhos.

_ Não papai, obrigada. – Malu pegou seu celular – Você sabe do Bento?

_ Ele vai vir aqui mais tarde com o Wilson. – lembrou o cineasta – O Érico já está contratado para trabalhar aqui na agência, e o Wilson vai passar a conta do Kim Park para cá por conta disso. Ele e os filhos vêm mais tarde para a primeira reunião.

_ Nesse caso, vou ficar mais um pouquinho por aqui. – sorriu Malu, sentando e começando a digitar no celular. Plínio suspirou, virando-se para o primogênito.

_ Bom, os funcionários logo estarão aqui, assim como sua sócia, a Sílvia... Lembra dela?

_ Claro que sim. Mas ela não trabalhava com o Natan? – perguntou Fabinho surpreso, e o pai concordou.

_ Falou certo, trabalhava. O Natan nunca foi bom publicitário, e nem muito honesto. E desde que a Verônica se assumiu como Palmira Valente, anos atrás, ficou mais do que claro que ele não tem uma única ideia boa. – explicou o cineasta – Quando o Gilson ficou sabendo da Crash Mídia, pediu se eu teria emprego para o Érico. E o rapaz é bom no que faz, assim como você. E ele está trazendo a conta do Kim Park e outras três grandes, e isso é ótimo para uma agência iniciante.

_ Isso é ótimo... Muito trabalho desde já. – comemorou Fabinho – E se prepara moleque... Não vou te dar folga só porque é meu irmão mais novo.

_ Espero que não. – riu Kevin, andando pelas salas.

_ Bom, se precisar de uma modelo, já conhece meu telefone né big brother? – perguntou Luz, e Fabinho riu confirmando – Agora se vocês me dão licença... Tenho um encontro com o Xande. Beijos.

_ E posso saber com a autorização de quem você vai, Luz da Silva Campana? – perguntou Plínio, cruzando os braços.

_ Relaxa pai, o Xande é de bem, você sabe. Ele é todo cafona, nem gosta de me ver de biquíni. – a garota fez sinal de desdém – E ele está estacionado aqui em frente. Tchauzinho.

_ Essa garota precisa aprender algumas coisas... Namorar um pobretão é um péssimo negócio. – comentou Dorothy, suspirando.

~*~

_ Demitida Mayara? – perguntou Silvério, durante o café da manhã. A garota estava encarando a própria xícara, enquanto Giane e Samara se mantinham em silêncio – Já é o terceiro emprego em menos de um ano. Você precisa se firmar em algum lugar.

_ É só que... – a garota fez cara de coitadinha, mas Silvério não se convenceu.

_ É só que nada. Você foi demitida por atrasos novamente. E não sei como, se o Maurício sempre te deixa logo após deixar a Giane, o que te dá tempo de sobra para encontrar o tal namorado misterioso e entrar no horário. – repreendeu o mais velho – Minha filha, você sabe que meu salário não é tão alto, e nem o da sua irmã. Sua mãe trabalha no Cantaí, mas o salário de garçonete é modesto.

_ Eu sei pai, e eu quero muito poder compensar tudo que vocês fizeram por mim esses anos todos. – Mayara ergueu os olhos, cheios de dor e culpa – Eu vou arranjar outro emprego, prometo.

_ Bom, eu já conversei com o tio Gilson, e eu vou começar a trabalhar no Cantaí a noite, pelo menos nos dias em que eu não tiver evento a noite lá na Para Sempre. – contou Giane, e todos a encararam – Juntando meu salário de garçonete e assistente lá na Para Sempre, já vai ajudar um pouco, pelo menos até a Mayara conseguir outro emprego. Depois disso, podemos até começar a juntar para tirar umas férias.

_ Filha, eu não quero você sobrecarregada. – garantiu Silvério, e a menina deu de ombros.

_ Eu não ligo pai, de verdade.

_ Mas e o Maurício filha? Quando você vai sair com ele? – perguntou Samara, e a menina novamente deu de ombros.

_ Ele entende mãe, mesmo ele dizendo que pode me conseguir uma promoção e um aumento na Para Sempre.

_ Você devia aceitar. – garantiu Mayara, e Giane bufou.

_ Eu não quero viver na sombra de ser a namorada do filho da dona. O que eu conseguir, vou conseguir por meu mérito. – garantiu ríspida – Eu vou dar uma volta.

E saiu batendo a porta, deixando os pais a suspirarem. Mayara assumiu seu melhor olhar culpado, se levantando também.

_ Eu vou para o quarto... Novamente, me desculpem. – sussurrou a garota, deixando a cozinha. Silvério caiu sentado, massageando as têmporas.

_ Eu não sei mais o que fazer Samara... Eu não tenho mais o pique de antigamente para pegar turnos extras. Eu poderia me aposentar e tentar arranjar outro emprego, mas eu não sei onde contratariam alguém da minha idade.

_ Se acalme querido, nós daremos um jeito. – prometeu a mulher, e ele apanhou a mão dela – Mas eu tenho um assunto sério para falar com você...

~*~

_ Maldita hora, maldita hora. – rosnou Mayara, após entrar no quarto. Ela seguiu até o beliche, se atirando na parte de baixo, sentindo as lágrimas de raiva – Maldita hora que eu deixei eles me adotarem.

Quando os Souza haviam proposto adotá-la, Mayara sabia que a família era simples, mas não aguentava mais viver no lar de Gilson e Salma, vendo crianças indo e voltando, especialmente após Bento ter ido embora. E bom, todas as noites que passava na casa de Giane, os pais da garota a tratavam tão bem... Como filha deles, poderia conseguir mais coisas.

Mas aquele não havia sido seu plano mais inteligente. Subestimara a inteligência e personalidade forte de Giane, o pulso firme de Silvério para com a filha e a esposa, e a precariedade que a chegada de mais uma pessoa traria.

Tinha que usar as roupas de Giane, compravam sapatos apenas quando os atuais estivessem muito gastos ou pequenos, e eram sempre os sapatos mais simples e baratos possíveis. O melhor sapato que havia ganhado tinha sido aos 16 anos, quando Silvério ganhara um sorteio dos funcionários e trocara o prêmio por dinheiro, dando um sapato para cada uma das meninas.

E ainda tinha o fato de que precisava se fazer de boa filha e moça, e Giane só dificultava isso. sempre tentara colocar a irmã em más lençóis, transformá-la em alguém que nem ela, mas a personalidade das duas era bem diferente.

Assim que completaram 13 anos, Giane começou a arranjar pequenos empregos pelo bairro, na padaria ou na vendinha, para conseguir ajudar na casa. E por mais que nunca tenham dito nada, Mayara sabia que esperavam que ela também ajudasse. Mas ela odiava trabalhar, odiava ser mandada, servir os outros. Queria que os outros a servissem, a obedecessem, colocassem os sapatos em seus pés, e não ela nos pés dos outros.

_ Maurício? Me encontra no lugar de sempre. A Amora está com saudades de você. – a garota ligou para o amante, já tirando a roupa e caçando a lingerie que ele gostava.

~*~

Giane andou por diversas ruas do bairro, zanzando enquanto tentava esfriar sua cabeça. Falhou miseravelmente na missão, porque não conseguia encontrar paz em seus sentimentos. Pensou em ligar para Maurício, mas o celular dele logo caia na caixa postal.

_ Mas que merda. – resmungou a jovem, checando se não havia ninguém na rua. Quando viu que não, correu até a grade de ferro que havia perto de sua casa, puxando um pedaço especifico. Tirou de lá uma bola de futebol e sorriu.

Arrancou as sandálias que usava e começou a fazer embaixadinhas, assim como fazia quando criança, e ainda fazia às vezes, quando os pais não estavam em casa, já que a mãe a havia proibido de jogar bola por ser coisa muito de menino.

_ Eu tinha ouvido dizer que você tinha virado uma garota, mas ainda parece o mesmo moleque de sempre.


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Notas finais do capítulo

Corri dos gritos de vocês.
TCHAU