E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 6
Quem fui, quem sou


Notas iniciais do capítulo

Heeeeello
Desculpa a demora, mas esse final de semestre tá PUXADO. To sem tempo nem pra respirar :s
Enfim, tem fic nova e vídeo da titia Waal:
Continuação da 9 meses: http://fanfiction.com.br/historia/442631/Aprendendo_a_Ser_Uma_Familia/
E o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=TonTTzCUKvU



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_ Ora, ora... Se não é meu velho amigo, Bento Rabello. – Fabinho saudou o rapaz – E é claro, sua bela família.

_ Sendo debochado com os clientes? Quanto profissionalismo. – zombou Bento, e Fabinho sorriu de lado.

_ Mas estamos todos entre amigos meu querido, afinal, nós dois crescemos juntos, não é? – o publicitário abraçou o empresário pelos ombros – Sr. Rabello, é um prazer revê-lo. E se me permite dizer, sua filha é adorável.

_ Olha o respeito moleque. – rosnou Wilson, e Mel o repreendeu – Desculpe, não quis ser grosso.

_ Sem problemas. – Fabinho sorriu – Bom... O Érico já me inteirou sobre a situação de vocês, e eu já pensei em algumas coisas. Se pudermos nos reunir na sala de reuniões.

~*~

_ E como anda a Casa Verde? – perguntou Fabinho, quando a reunião acabou e o tom passou para mais informal – Acho que a última notícia que tive foi, bom, do Érico, hoje de manhã.

_ Igual quando vocês dois eram crianças. – garantiu Wilson.

_ Ainda sendo o favorito de todos lá Bentinho? – alfinetou o publicitário, e Tito, Mel e Vinny riram da cara do irmão. Não estavam acostumados a ver Bento se descontrolar.

_ Não Fabinho, porque já fazem alguns anos que não passo por lá. – o outro fez uma cara de surpresa exagerada.

_ Como assim o menininho de ouro não dá as caras na rua favorita dele? – Bento fuzilou o amigo, que riu – Bom, eu vou lá amanhã, visitar a tia Salma e o tio Gilson. Se quiser, vamos juntos e procuramos a Mayara. Ou já esqueceu dela?

_ Não se mete no que não é da tua conta. – rosnou Bento, se levantando – Bom, a reunião já se encerrou. Se você me dá licença, sua irmã está me esperando.

Observaram o rapaz sair e puxar Malu pela mão, os dois rumando para a saída. Fabinho revirou os olhos, voltando-se para o restante da família Rabello.

_ Qual é o lance de implicar com o cliente? – perguntou Vinny, e Fabinho riu.

_ Não é isso Vinicius, é que eu e seu irmão temos uma história de quando éramos crianças. Éramos amigos, mas bom... Não nos dávamos muito, entende? – o mais novo assentiu – E esse negócio de implicar com ele, é mais forte do que eu.

_ Bom, tome cuidado para não fazer isso com outros clientes. – Wilson levantou, anunciando que a reunião estava completamente encerrada.

_ Fique tranquilo Sr. Rabello, eu sou um profissional qualificado e como tal, sei tratar dos meus clientes. – o rapaz apertou a mão do mais velho, de Tito e Vinny, beijando a de Mel – Irei ainda essa semana levar o material para vocês.

_ Obrigado Fábio. – agradeceu Tito, e os quatro saíram. Fabinho ficou observando, enquanto observava seus funcionários trabalhando e suspirava. Caminhou até seu escritório, pegando uma caixa de uma gaveta.

Ele a abriu, apanhando uma foto dele e Bento com Mayara, os três pequenos. Observou a imagem por algum tempo, se lembrando daquele tempo. Pegou a foto, colocando sobre sua mesa de trabalho, e pegou outro item que havia na caixa: o anel de sua mãe.

Nunca haviam tido notícias de Irene, e não sabiam se estava viva ou morta, onde estava, porque havia feito o que fizera. Ela nunca procurara por eles, mesmo após a entrevista de Plínio e Fabinho logo que o garoto foi assumido, em que ele disse que queria encontrar a mãe.

Com o tempo, a admiração e curiosidade foram se transformando em rancor e um sentimento ruim, e se ele encontrasse com a mãe nos dias atuais, provavelmente a mandaria sumir da sua frente após perguntar por que ela o abandonara a própria sorte e não o entregara para seu pai.

Secou os olhos, jogando o anel de volta na caixa, a guardando na gaveta. Levantou, apagando tudo no escritório e resolvendo ir para casa mais cedo.

~*~

Na manhã seguinte, seguiu para a Casa Verde logo após o café da manhã. Não havia tido uma boa noite de sono, e esperava que reencontrar alguns velhos conhecidos o fizesse melhorar.

Estacionou seu carro em frente ao lar adotivo, descendo do veículo e vendo Salma e Gilson vindo recepcioná-lo. Sorriu para o casal mais velho, abraçando a mulher apertado.

_ Que bom ver você afinal meu filho... Já faz tantos anos. – saudou ela, dando um tapinha carinhosos no rosto dele.

_ Eu passei cinco anos fora do país tia, não tinha muito o que se fazer. – ele lembrou, enquanto abraçava o homem – E o bairro, pelo visto, não mudou nadinha.

_ O Cantaí está mais bonito. – Gilson apontou o bar, e Fabinho sorriu.

_ Terei que vir um dia a noite comprovar. – eles sorriram – Mas e aí? Cadê meus amigos de infância?

_ Só sobrou a Giane e a Mayara filho, o Jonas saiu da cidade há alguns meses e a Socorro foi adotada. – explicou Salma – Você lembra onde a Giane mora?

_ Claro que sim tia. – Fabinho sorriu – Eu vou lá falar oi para elas, e depois venho ficar um pouco com vocês.

_ Vai lá. – despediu-se Gilson, enquanto Fabinho saia pela rua. Ele observava o lugar com saudosismo anormal, já que nunca gostara muito dali. Porém, na época, acreditava que aquilo era pouco perto do que merecia, que ele merecia uma vida de rei. E ele havia tido uma vida de rei, havia conseguido tudo que quisera, mas por algum motivo, as lembranças daquele lugar anunciavam que algo faltava para ele.

Observou o velho campinho de futebol, onde costumavam fazer peladas, e resolveu ver o local mais de perto. Ao se aproximar, ouviu uma bola batendo e se perguntou quem estaria lá. Chegou em silêncio, observando uma jovem que não parecia ter mais de 20 anos, com o corpo bem definido, os cabelos castanhos longos e cacheados, mas uma habilidade anormal com a bola. Quando ela virou de perfil, ele a reconheceu e abriu seu melhor sorriso sacana.

_ Eu tinha ouvido dizer que você tinha virado uma garota, mas ainda parece o mesmo moleque de sempre. – não conseguiu segurar, assustando a garota.

Giane virou tão depressa que tropeçou na bola que estava embaixo de seus pés. Fabinho correu até ela, tentando segurá-la, mas acabaram os dois estirados no chão. O rapaz começou a tossir, e Giane focou sua visão nele.

_ Fraldinha?

_ Bom ver você também maloqueira. – garantiu ele – Agora dá pra tirar o cotovelo do meu peito, para eu poder respirar?

Giane rolou para o lado, se levantando depressa. Olhou sua roupa, observando o quão suja estava pela queda, e pensou em como explicaria isso para a mãe. Fabinho sentou no chão, espanando o pó da camisa social.

_ O que você tá fazendo aqui palhaço? – perguntou Giane, pegando a bola de futebol e indo até o esconderijo guardá-la.

_ Matando a saudade de pessoas carinhosas que nem você. – ele explicou, se levantando e chacoalhando o corpo – Sério, mais de dez anos que não me vê e nem um abraço, um beijinho, um “que saudades Fabinho”.

_ Tá me estranhando moleque? Tenho cara de mulherzinha? – perguntou ela, com a voz grossa, fazendo o rapaz rir.

_ Bom, com esse short rosa bebê, essa blusinha branca com um ursinho, e esse cabelão... É, você é uma mulherzinha. – ele sorriu, fazendo ela bufar.

_ Ainda consigo te quebrar em dois se eu quiser. – ameaçou Giane, fazendo Fabinho gargalhar.

_ Esse é meu amigo de infância. – ele riu, apertando a bochecha dela – Me diga... Cadê a Mayara? Saudades de uma amiga né?

_ Minha irmã está brigando com meus pais, porque perdeu o emprego de novo. – resmungou Giane, surpreendendo Fabinho.

_ Irmã? Então seus pais adotaram ela? – Giane confirmou e Fabinho fez uma careta – Coisas que eu nunca imaginei que ia ver.

_ Você pelo visto ficou um fraldinha completo, com roupa social e tudo. – a moça analisou o rapaz, que sorriu de lado.

_ Eu sei que estou lindo, mas controla esse olhar de cobiça. Você não tem chance. – Giane caiu na risada.

_ Claro, fala isso para o meu namorado, e ele vai falar o quanto eu te quero. – Fabinho quem gargalhou.

_ Namorado ou namorada? – perguntou Fabinho, e Giane o fuzilou, porém o celular dela atrapalhou os dois.

_ Oi amor, estava falando de você. Maurício, vai pichar muro de novo? Tá bom, até de noite. – ela desligou, enquanto Fabinho ria.

_ E a maloqueira pode ter se fantasiado de menininha, mas arranjou um delinquente. – Fabinho fez cara de decepcionado – Muda o frasco, mas não mudar a essência.

_ Que papo mais gay. – Giane se aproximou do amigo, apertando a bochecha dele – Acho que posso dizer que continua o mesmo fresco de sempre.

_ Nem todos podem ter a classe e elegância de um Campana, não pivete? Agora se em dá licença, vou ver tia Salma e tio Gilson, porque eu ainda tenho que ir para minha agência.

_ Uau, papai te deu uma agência? Isso sim é um cara batalhador. – Fabinho a fuzilou – Mas vai logo. Eu tenho que ir trabalhar também, porque como você disse, nem todos podem ser um Campana e precisam se esforçar para colocar comida na mesa.

Ela deu as costas a Fabinho, caminhando com sua sandália na mão. Fabinho correu os olhos pelo corpo magro da garota, suspirando.

_ Que desperdício. – comentou, antes de rumar para a casa onde crescera.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do encontro dos nossos marrentinhos. Próximo capítulo vai ser Benmora, e talvez Maulu.
Beijos