E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 4
Giane, Amora e Maurício


Notas iniciais do capítulo

Hey
Eu sei que não respondi as reviews, mas eu não estou em um bom momento, e eu não estou com ânimo pra muita coisa.
Agradeço MUITO a preocupação das meninas que me seguem no twitter, e tentarei trazer mais capítulos em breve.



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_ Meninas, hora de levantar. – Samara bateu na porta branca, ouvindo risadinhas – Andando, se não vão se atrasar.

_ Relaxa mãe, nós já estamos de pé. – gritou Mayara, abrindo a porta e sorrindo para a mais velha – É que sua filha é preguiçosa.

_ Ah, vai se fo... Digo, vai ver se eu to na esquina. – Giane saiu do quarto trançando os cabelos, arrumando o uniforme da “Para Sempre” – Bom dia mãe.

_ Bom dia querida. – a mulher beijou o rosto da filha, ajeitando a trança dela – Bom dia Mayara.

_ Chama ela de Amora que ela gosta mais. – riu Giane, sentando à mesa do café – O pai já saiu?

_ Já... Ele tinha turno cedo na rodoviária. – a mais velha lembrou, servindo as duas meninas – E você Mayara? Que horas entra na loja?

_ Só às 10h, mãe. – respondeu a jovem – Mas o meu querido cunhadinho me leva, depois de deixarmos a Giane na “Para Sempre”.

_ Olha ela abusando do meu namorado. – riu Giane, jogando um pedaço de pão na amiga – Mãe, coloca ela para fora de casa. Não quero mais essa aproveitadora dividindo o meu quarto.

_ Parem de brigar como crianças e comam direito. – repreendeu a mulher, enquanto as duas jovens riam.

~*~

_ Mexe, mexe, mexe com as mãos, pequeninas, mexe, mexe, mexe com os pés... – Mayara e Giane dançavam na sala da casa da última, rindo com a música de abertura. Já fazia uma semana que a órfã começara a frequentar a casa da nova amiga, e para Samara, Silvério, Gilson e Salma, isso era maravilhoso.

_ Meninas, podemos conversar? – Silvério apareceu na sala, assustando as duas. Elas concordaram, desligando a TV e o seguindo até a sala de jantar, onde os demais adultos estavam.

_ Tem alguma coisa errada? – perguntou Giane, apreensiva – Foi por causa do palavrão que eu gritei hoje?

_ Já conversamos sobre isso mocinha. – lembrou a mãe, e ela corou – Você não vai assistir o jogo com os meninos amanhã pra aprender a se comportar melhor.

_ Bom, o motivo da conversa é outro... – sorriu Gilson – Mayara, você está gostando de ficar esses dias aqui na casa dos Sousa?

_ Eles são legais. – concordou a menina, um pouco tímida.

_ O que você acharia de morar aqui, permanentemente? – perguntou Samara, acariciando o cabelo das duas meninas, que a encararam – Você sabe que eu não posso ter mais filhos, não é Giane? – a filha concordou – E bom... Eu acho que você fica tão sozinha, atrás dos meninos. Não seria legal uma irmã, para assistir Chiquititas com você, brincar de coisas de menina?

_ Acho que sim. – concordou a corintiana, e a mãe sorriu – Mas só se ela prometer não torcer pra outro time.

_ Eu não gosto de futebol. – admitiu a garota, e todos riram, fazendo-a sorrir.

_ Bom, nós já conversamos com o juizado, e se vocês quiserem, nós vamos amanhã acertar a documentação da adoção da Mayara... Ou Amora, como ela disse que queria se chamar. – sorriu Silvério.

_ Podem continuar me chamando de Mayara mesmo. – sorriu ela – Acho que combina mais comigo.

~*~

Maurício estacionou sua caminhonete em frente à casa da namorada e buzinou, aumentando o volume do rádio. Tocava algum rap que ele já conhecia décor, e ele terminava de tirar a tinta dos sprays com solvente. Giane o mataria se soubesse que ele andara pichando novamente.

As duas irmãs de criação saíram da casa rindo, com Samara atrás acenando. Maurício desceu do carro, indo encontrar com a namorada e lhe dando um longo beijo. Beijou o rosto da cunhada e acenou para a sogra, antes de voltar ao seu lugar de motorista.

_ Anda, sua mãe me mata se eu chegar atrasada. – lembrou Giane, colocando o cinto.

_ Minha mãe está em Paris, se apresentando como Palmira Valente. O máximo que a Charlene vai fazer é te oferecer um drink e ir pro quarto com o Lucindo. – riu Maurício, ligando o carro.

_ Nesse caso, podemos dar um passeio. – riu Amora, no banco traseiro – Mau, leva a gente para ver sua mais nova obra-prima.

_ Mayara, não incentiva. Ele ainda vai entrar em encrenca com esse negócio de pichação. – repreendeu Giane – E eu gosto de chegar na hora no trabalho.

_ Deixa a minha magrela. Ela é responsável. – Maurício deu um selinho na namorada, voltando a encarar a direção – Você também devia ser mais... A Giane me contou que você está pra ser demitida por chegar atrasada.

_ É esse tal namoradinho misterioso dela. – riu a morena, olhando a irmã pelo retrovisor – Ah, Mau, não vai dar para eu sair com você hoje... To com cólica e a noite piora, você sabe como é.

_ Sei sim amor... Relaxa, eu vou ficar em casa cuidando do meu pai. Ele fica todo triste quando minha mãe viaja. E a agência está falindo, então ele está pior ainda. – contou Maurício, estacionando o carro – Bom trabalho morena.

_ Obrigada lindo. – ela deu um selinho nele – Mayara, horário hein?

_ Relaxa maninha. – riu a vendedora, pulando para o banco da frente. Giane acenou, entrando na empresa, e os dois saíram com o carro – Motel de sempre?

_ Se eu aguentar chegar até lá. – Maurício deslizou as mãos pelas coxas de Mayara – Está com a lingerie que eu gosto... Amora?

~*~

_ Que bairro é esse? – perguntou Maurício, no auge de seus 16 anos, descendo do carro da mãe.

_ Uma funcionária minha mora aqui, a Charlene, sabe? – perguntou Verônica, ajeitando os óculos escuros – Natan, pega a minha bolsa, por favor.

_ Claro querida. – o homem apanhou a bolsa de marca, correndo dar o braço para a esposa, enquanto o segurança os ladeava.

_ Já falei que odeio esse cara na nossa cola? – resmungou o garoto.

_ Filho, sua mãe é uma cantora internacional. – lembrou Natan, sorrindo para a mulher – Temos que andar sempre protegidos.

_ Bom, eu posso interagir com as pessoas da minha idade? – os pais concordaram, e ele se afastou, caminhando até um garoto com uma lata de spray – Isso não é crime?

_ Se for em outro lugar, sim. Mas é o nosso bairro, então está de boa. – comentou o rapaz, com a pele negra e olhos calmos – Sou Jonas.

_ Maurício. – omitiu o sobrenome, com medo que o ligassem a mãe ou ao pai – Posso tentar? Não sou um bom desenhista, mas acho que dou pro gasto.

_ A vontade. – Jonas jogou a lata, que o outro garoto apanhou. Observou o que o novo colega fazia, tentando imitar, e logo percebeu que era bom e gostava do que fazia. Viu que Jonas desenhava o rosto de uma mulher, e começou a procurar algo em sua memória.

Lembrava de uma menina da escola, com quem trocara beijos em uma festa, quando duas garotas surgiram conversando, rindo e brincando uma com a outra. Ele as encarou, maravilhado com os olhos da primeira.

_ Quem são? – perguntou para Jonas, apontando as duas.

_ A de vestido é a Mayara, e a outra é a Giane. – ele respondeu, observando a expressão de Maurício – Qual você se interessou.

_ Achei os olhos da Giane lindos. – garantiu o garoto – Ela tem namorado?

_ A Giane? Acho que ela nunca nem beijou um garoto. Ela costumava brincar com a gente, mas hoje em dia, nem fala com os garotos direito.

Maurício deixou o garoto falando sozinho, se aproximando das duas. Elas começaram a cochichar, o encarando, e Giane tentou sair dali, mas Mayara a impediu. Maurício sorriu, apanhando uma flor de um canteiro velho e entregando a ela.

_ Para a garota mais bonita da Casa Verde. – garantiu ele, sorrindo.

_ Realmente parece com o fraldinha. – debochou Giane, dando as costas e saindo. O rapaz sorriu, virando para a outra garota.

_ Você é amiga dela? – Mayara negou.

_ Sou irmã... E vai ser o maior prazer te ajudar a se aproximar dela.

~*~

É claro que, após a ajuda de Mayara, Maurício ficara bem mais “interessante” para Giane, agindo de uma forma mais ríspida e rebelde. Os dois logo engataram um namorico, que durava até os dias atuais.

Porém, Maurício nunca conseguira levar a namorada para a cama, e um dia, pouco tempo após começarem a namorar, Amora apareceu e resolveu o problema. Claro que as vezes a filha de Samara e Silvério se preocupava que algo estivesse errado, já que Maurício não fazia grandes tentativas, mesmo após mais de cinco anos juntos. Mas sua irmã e melhor amiga sempre a acalmava, garantindo que estava tudo bem.

_ Porque nós não podemos assumir nosso relacionamento? – perguntou Maurício, enquanto os dois se vestiam – Eu termino com a Giane, passa um tempo, nós assumimos.

_ Maurício, se você não lembra, a Giane é minha irmã adotiva. Eu não posso trair a família assim. – Amora fez cara de boa moça – Eu sou a Amora só aqui, entre quatro paredes, porque você desperta isso em mim. Nós temos que esperar a Giane cansar de você.

_ E isso parece que nunca vai acontecer. – reclamou o rapaz – Eu sinto falta daquela menina forte e decidida que ela era.

E Amora sabia disso bem. Tanto que havia mandado a irmã ser mais doce e afável, para que Maurício não se afastasse.

_ Mas fica tranquilo Mau... Eu sinto que logo as coisas vão entrar nos eixos. – garantiu Amora, dando um selinho no amante.

E se ela soubesse do que estava falando...


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