E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 49
Maybe you’ll let me borrow your heart


Notas iniciais do capítulo

Heeeey gente
Esse capítulo tá Amorento, quero ninguém reclamando, beleza?
Tamo no final, final, final...



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O rapaz encarava a porta. A mão estava na maçaneta há longos minutos, porém ele não encontrava a coragem para abri-la. Não sabia o que faria ou como reagiria, mas sabia que seu coração estava aliviado.

Girou a maçaneta, dando um passo para dentro do quarto. Fechou a porta atrás de si, encarando a esposa na cama.

Não conseguiu reprimir o suspiro de alívio ao vê-la acordada. Ela o encarava temerosa, e ele fincou os pés no chão para não correr até a cama dela e abraça-la.

_ Como você está Amora? – perguntou Bento, a voz em um fio.

_ Confusa. – ela admitiu – Eu não me lembro do que aconteceu. Nós estávamos brigando e eu estava passando mal. E depois... Nada.

_ Você estava passando mal? – ela assentiu – Porque você não me avisou?

_ Eu estava um pouco tonta e o Kim estava se mexendo muito. Não achei que fosse nada alarmante. – ela se explicou – O médico disse que eu caí, e a placenta descolou.

_ Você desmaiou no meio da discussão. Caiu de barriga para baixo e teve um descolamento de placenta bem grave. – explicou o empresário, se aproximando lentamente – Quando a gente chegou aqui, te levaram para examinar e quando foram me avisar, você já estava na sala de cirurgia.

_ Mas o Kim está bem? – ela perguntou, temerosa.

_ Ele passou mais de uma semana no respirador, porque o pulmão dele não estava totalmente formado. Mas ele reagiu bem aos medicamentos e já está respirando sozinho. – contou Bento, sorrindo orgulhoso – Ele ainda está bem frágil, por algum motivo crianças que nascem de oito meses são mais frágeis do que as que nascem de sete. Eu pude pegar ele apenas duas vezes, mas nosso filho é batalhador. Ele está se saindo bem.

Ela sorriu, concordando. Logo, caíram no silêncio de novo. Bento começou a se balançar no lugar, pensando no que dizer.

_ O médico disse que eu fiquei inconsciente um tempo. – Bento assentiu – Quanto tempo?

_ Quinze dias. – ela assentiu, surpresa – O médico disse que seu coma não era grave, então você tinha chances de acordar. Mas ele ficou verdadeiramente surpreso que você tenha acordado tão “rápido”.

_ Eu tenho a vaga lembrança de alguém falando comigo. – comentou Amora – Alguém me dizia que eu precisava voltar para vocês.

Bento sorriu internamente, lembrando que Giane havia saído dali a pouco. Precisaria agradecer a amiga mais tarde.

_ Bento, eu sei o tanto de merda que eu fiz. – ela começou com a voz rouca – Mas eu te imploro, de joelhos se você quiser... Não tira o Kim de mim, não me afasta dele. Você pode não acreditar, mas eu amo o nosso filho mais do que qualquer coisa. E amo o André e a Mayara, de verdade. Pode ter sido tudo um plano, mas ele saiu de um jeito diferente do que eu imaginava. Eu amo eles três, e eu não posso ficar sem eles. Eu posso não ser a melhor pessoa do mundo, mas eu vou fazer o possível para ser boa o bastante para eles. Só... Não tira eles de mim, por favor.

O empresário suspirou, passando a mão no rosto e se aproximando da cama. Sentou na beirada, pegando a mão dela entre as suas.

_ Nem eu, nem nosso filho, nem os nossos sobrinhos vamos a lugar nenhum. – ele garantiu, vendo-a arregalar os olhos – Nós dois erramos Amora, não importa quem mais ou quem menos. Mas nós somos uma família, não somos? Nós vamos passar por isso, juntos.

Ela apenas assentiu, a garganta apertada. Segurou firme na mão dele, os dois apenas sorrindo.

_ Você quer conhecer nosso filho?

~*~

_ Pode deixar seu Silvério, eu aviso ela. Valeu. – Fabinho desligou o telefone, dando uma risada sonora. Caminhou para a sala, encontrando Giane, Malu e Maurício – Pivete, que raio de macumba se fez com a Amora?

_ Que? Por quê? – a corintiana perguntou, os três espantados.

_ Teu pai disse que ligaram do hospital. – eles prenderam a respiração – A Amora acordou logo que tu saiu do quarto dela.

_ O que? – surpreendeu-se Giane.

_ A Amora acordou? – perguntou Malu, e o irmão acordou – E ela está bem?

_ Até onde o médico disse, sim. Parece que não ficou com nenhuma sequela. Só o caráter podre, mas isso já é de fábrica. – ele sentou ao lado da esposa, arrancando alguns risos – O que você falou para ela?

_ O que estava na minha garganta desde que tudo aconteceu. – a moça deu de ombros, sem querer entrar em detalhes.

_ Bom, seja lá o que foi, algum efeito teve. – Maurício encerrou o assunto – Bom, podemos pedir a comida logo? Eu to com fome.

_ Pode ser. Pizza de frango? – propôs Fabinho, e todos concordaram – Eu vou ligar pedindo. Pivete, vai dando os presentes deles.

_ Aleluia. Já tava achando que tinham esquecido. – Malu fez bico.

_ E como você sabia que ia ter presente? – perguntou Giane.

_ Qual é, vocês amam a gente, é claro que iam trazer presentes. – riu a pedagoga.

_ Olha que cunhada interesseira.

_ Você acha que eu vim aqui porque estava com saudades? Que nada, eu queria era meu presente. – as duas começaram a se provocar, enquanto Maurício e Fabinho riam.

~*~

No hospital, Bento empurrava a cadeira de rodas pelos corredores. Amora ainda estava bem fraca, então não era melhor deixá-la exausta com caminhadas, mesmo que curtas.

Na porta da UTI Neonatal, tiveram que se higienizar e colocar a roupa esterilizar, além de Bento ter que apoiar a esposa, já que a cadeira de rodas não podia entrar.

Havia apenas cinco crianças na unidade, sendo Kim o da ultima incubadora. Bento guiou a esposa até lá, sentindo a ansiedade que ela emanava. Sorriu, enquanto paravam em frente ao filho.

_ Amora... Esse é o Kim. – Bento sorriu para a esposa, vendo os olhos dela cheios de água – Kim, essa é a mamãe.

A moça nada disse. As palavras estavam entaladas em sua garganta, enquanto colocava a mão pelo vão da incubadora, procurando a mãozinha do filho. A criança aprisionou o dedo da mãe entre os seus, piscando os olhinhos para ela, que sorria.

_ Ele é a sua cara. – comentou ela, fazendo Bento rir.

_ A tia Salma disse a mesma coisa. Mas o cabelo dele é mais escuro, tipo o seu.

_ Ele é perfeito. – garantiu a mãe – Nós fizemos uma coisinha perfeita.

_ Fizemos. – Bento sorriu de lado – Quer pegar ele? Eu posso falar com a enfermeira.

A resposta foi óbvia. Logo, Amora estava sentada em uma cadeira de balanço, sendo auxiliada para poder pegar o filho. Bento saiu discretamente, mas ela não perceberia de todo jeito. Estava muito envolta pelo momento que vivia.

_ Amora? Tem mais duas pessoas aqui, querendo ver vocês dois. – Bento voltou a chamando, e ela ergueu os olhos. André e Mayara vinham junto do tio, e pareciam um pouco tímidos.

_ Vem aqui conhecer o Kim. – ela chamou com a cabeça, e as crianças se aproximaram, se abaixando ao lado da cadeira e observando a pequena criança nos braços da tia. Sorriram inconscientemente, Mayara logo deitando a cabeça no ombro de Amora.

Bento sorriu para a cena. Definitivamente, Giane estava certa em tudo que havia dito para ele.


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Notas finais do capítulo

Até capítulo que vem.
Beeeijos