E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 41
Time stands still




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_ Ah minha filha, você está linda. – garantiu Silvério, assim que Giane entrou na casa do sogro – Acho que a noiva mais linda que já vi na vida... Incluindo a sua mãe.

_ Pai, isso é coisa que se diga? – repreendeu a moça, corando – Mas obrigada. O senhor também está maravilhoso.

_ Agradeça a Margot... Ela que me ajudou a escolher. – Giane deu um sorriso brilhante para o pai, que corou – É só que...

_ Pai, você merece ser feliz. – garantiu a noiva, lhe beijando o rosto – A mamãe ia querer isso também.

_ Não parece muito apressado? – o homem perguntou receoso, fazendo a filha gargalhar.

_ Pai, você está perguntando isso para mim? Quer revisar meu namoro e noivado? – Silvério negou, aos risos – Não é muito apressado ou errado, se é o que o senhor está pensando. Ela te faz feliz?

_ Muito. – garantiu o mais velho, e Giane sorriu.

_ Então não tem com o que se preocupar. – ela pegou a mão do pai, que lhe deu um beijo.

_ Nós realmente acertamos com você. – ele garantiu, suspirando – Pronta?

_ Mais do que em qualquer momento da minha vida. – a corintiana abriu seu maior sorriso, enquanto Dorothy se aproximava com o buquê.

Eles caminharam até a porta de vidro que levava ao jardim. Ela estava com uma cortina, impossibilitando que qualquer um visse através dela, e Giane suspirou, nervosa. Seu pai apertou seu braço, sorrindo para ela.

A corintiana baixou os olhos, encarando as flores em sua mão. Franziu o cenho, observando que havia algo entre elas.

_ Giane? – Samara chamou a filha, que estava na mesa da cozinha fazendo o dever de casa. A menina ergueu os olhos, vendo que a mãe segurava uma caixa – Pediram para te entregar isso.

_ O que é? – a curiosidade infantil latejava, fazendo-a correr até a mãe e pegar a caixa de sua mão.

_ Não sei... Mas quem entregou foi o pai do Fabinho. – contou a mais velha, vendo a filha arregalar os olhos. Samara sorriu – Bom... Eu vou fazer o almoço. Logo seu pai chega e a Mayara volta da casa da tia Salma.

A mãe se retirou, deixando Giane sozinha. A menina sentou no sofá, arrancando a fita que lacrava a caixa. Abriu a tampa, se deparando com uma bola de futebol nova em folha. Seus olhos brilharam, enquanto via embaixo um papel dobrado no meio.

“Maloqueira, pra você ir treinando. Logo eu apareço aí para desempatarmos nosso jogo. Fábio Campana”

Ela rolou a bola, analisando a qualidade da mesma. Não devia ter custado barato, o logo da Nike indicava isso. Olhou o bilhete novamente, não conseguindo evitar sorrir.

_ O que é isso? – Mayara havia acabado de entrar em casa, surpreendendo a irmã adotiva – Uma bola da Nike? Sabe quanto custa isso?

_ Sei. – a corintiana deu de ombros, colocando a bola de volta na caixa – Foi presente do Fabinho.

_ Do Fabinho? Para você? – o tom de mágoa da irmã a irritou – Porque ele mandou um presente para você?

_ Eu sei lá. Tenho cara de quem lê a mente do fraldinha? – a corintiana pegou a caixa, indo para o quarto – Avisa a mamãe que eu já vou ajudar.

Correu para seu quarto, sentando na cama e abrindo a caixa novamente. Virou-a, fazendo a bola e o bilhete caírem, porém algo mais caiu dali. Ela pegou o saquinho e abriu, tirando o que seria uma lua pela metade, com um bilhetinho.

“A outra metade está comigo. Só te dou quando conseguir a segunda parte do meu pedido”

Giane pegou a outra metade da lua do meio das flores, sorrindo. Havia um papel preso nela, bem pequeno.

“Eu pedi a minha família. E só agora isso se realizou de verdade.”

Ela ergueu os olhos cheios de lágrimas, um sorriso estampado no rosto. A porta foi aberta, revelando o jardim. E a primeira coisa que seus olhos encontraram, foram os olhos dele, sorrindo para ela. Fabinho travou, observando Giane entrando no corredor até o altar, de braços dados com o pai. Dorothy ia um pouco à frente, mas o irmão mais velho sequer a percebia. Ele não conseguia tirar os olhos da noiva, do sorriso maravilhoso que ela dava para ele.

Quando percebeu que Dorothy passava ao seu lado, percebeu que era a hora de buscar a mulher. Caminhou alguns passos até onde o sogro estava com Giane, vendo que ela mordia o lábio inferior, na certa tentando não chorar.

_ Cuide bem dela. – pediu o mais velho, e Fabinho sorriu.

_ É mais fácil ela cuidar de mim. – brincou o noivo, recebendo um tapinha carinhoso no ombro. Silvério se virou para a filha, lhe dando um beijo na testa, antes de seguir para o lado de Caio e Camila – Pivete.

_ Fraldinha. – ela riu, enquanto o rapaz a puxava e beijava sua testa. Ela fechou os olhos, apenas sentindo o contato entre ambos.

Ele entrelaçou os dedos com ela, sentindo algo gelado ali. Ela entreabriu as mãos de ambos, revelando a meia lua que ele colocara no buque. Os dois sorriram, parando em frente ao altar improvisado. A corintiana passou o buquê para Dorothy, que estava parada junto de seu pai, Caio e Camila.

_ Estamos aqui hoje para oficializar a união de Fábio Campana e Giane de Sousa. – começou o juiz de paz, e a partir daí nenhum dos dois ouviu mais nenhuma palavra. Os olhos se encaravam de canto, a mão dele brincava com a dela, os sorrisos se conversavam – Fábio Campana, você aceita Giane de Sousa como sua legítima esposa?

_ Aceito. – ele disse simplesmente.

_ Giane de Sousa, você aceita Fábio Campana como seu legítimo esposo?

_ Aceito. – ela disse com a voz rouca, fazendo Fabinho rir – Tá rindo do que babaca?

_ Para de segurar o choro... Melosinha. – ele alfinetou, recebendo uma ombrada.

_ Hã... As alianças? – pediu o homem a frente dos noivos, estranhando a interação entre eles. Dorothy abriu a caixinha, estendendo para o irmão mais velho. Ele apanhou os dois anéis, passando o maior para Giane.

_ Dedos anelares? – perguntou ele.

_ Dedos anelares. – confirmou ela, enquanto ele deslizava o anel em sua mão. Ela repetiu o gesto, os dois sorrindo – Já posso beijar o noivo?

_ Moleque, é o noivo que deve beijar a noiva. Não corta meu barato. – reclamou Fabinho, fazendo os convidados rirem.

_ Primeiro preciso que assinem aqui. – pediu o juiz, e os dois assentiram. Giane assinou, seguida por Fabinho – Bom, agora sim... Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar sua esposa Sr. Campana.

_ Graças a Deus. – Fabinho puxou Giane pela cintura, colando seus corpos – Sra. Campana.

_ Sr. Campana. – ela riu – Vou precisar te beijar ou você vai fazer isso?

_ Apressadinha. – o noivo bufou, antes de puxar o rosto dela e selar seus lábios, enquanto todos aplaudiam.

~*~

No apartamento de Bento e Amora, o clima começava a pesar. O rapaz entrou na sala com os olhos vermelhos de raiva, assustando a família.

_ André, Mayara... Vocês querem ir até o mercadinho na esquina, comprar algumas coisas? – pediu Bento, tirando uma nota da carteira e entregando uma listinha – Comprem alguns doces também. E não precisam ter pressa.

_ Hã... Tá tudo bem Bento? – perguntou André, e o mais velho assentiu.

_ Eu e a Amora precisamos ter uma conversa de adulto. – garantiu ele, e as crianças assentiram, pegando seus casacos e saindo de casa em silêncio. Amora parecia assustada.

_ Algo errado Bento? – ela não se levantou, mas não por falta de vontade. Estava com um mal estar forte desde a noite anterior, e ficar de pé a deixava um pouco zonza.

_ Não sei Amora, me diz você. – rosnou ele – O Henrique, assistente social, acabou de me ligar. Averiguaram o caso da falsa assinatura no aviso judicial e, olha que engraçado, o oficial de justiça disse que a mulher que o recebeu se identificou como Amora Rabello.

_ C-como? – a mulher empalideceu.

_ E mais... Mostraram sua foto para ele, e ele jura que foi você que recebeu o aviso. – Bento apertava a mão, tentando conter a raiva – Ele só se esqueceu de conferir a assinatura, provavelmente porque você o distraiu com sua conversinha.

_ Bento, olha do que você está me acusando e...

_ Você acha injusto eu te acusar Amora? Jura? – o marido perdeu a cabeça – Você mentiu para mim, para dar um golpe. Essa gravidez foi planejada, eu sei que foi. Você aprontou tudo que aprontou com a Giane. Mentir que não sabia que seus sobrinhos viriam, ainda é pouco. Agora só me diz: para que você fez isso? Qual era o plano?

_ N-não tem plano nenhum e... – Bento puxou a mulher do sofá, a segurando pelos ombros.

_ Não tem plano nenhum? – ele quase gritava – Cê tá me achando com cara de babaca Amora? Tá? Porque se está, eu já te avisei: eu não sou mais aquele Bento lerdinho, já passei disso há muito tempo.

Ela ficou em silêncio, encarando os olhos raivosos do marido. Por fim, baixou a cabeça, suspirando.

_ Eu achei que a chegada das crianças poderia ajudar as coisas a melhorarem entre nós dois. – sussurrou ela – Eu já sabia da morte da Simone há algum tempo, o detetive me procurou antes da minha irmã morrer. Mas eu não quis entrar em contato com ela, e ela resolveu deixar as crianças com o amigo da família. Mas logo que ela morreu, as coisas entre nós estavam cada vez piores, e eu encontrei o detetive e pedi para ele pegar o testamento dela, que deixava as crianças para mim.

_ Você... Você... – Bento não conseguia falar – Amora, você foi capaz de manipular a vida de duas crianças, para seu benefício próprio? – ele estava horrorizado, mais do que em qualquer outra ocasião – Eles perderam a mãe, estão sofrendo. E você... Você usou isso para...

Bento não conseguia encontrar as palavras, estava escandalizado. Sabia que Amora era baixa e manipuladora, mas não acreditava que poderia chegar tão baixo, ainda mais com uma situação como essa.

_ Eu quero o divórcio. – ele avisou, surpreendendo a esposa.

_ Mas Bento, e o Kim e...

_ Eu quero o divórcio, e a guarda do meu filho. – ele a cortou – Eu posso encontrar mais que uma pessoa disposta a provar que você não vale nada, e não tem condições de criar essa criança. A começar pelo detetive. Eu vou entrar em contato com o Henrique, e se for da vontade das crianças, elas voltarão para o Chile. E assim que meu filho nascer, você vai embora dessa casa, porque eu não quero que você tenha nenhuma ligação com ele. Está me entendendo?

_ Bento, eu... – mas ele lhe deu as costas – Bento... BENTO.

Ele virou assustado pelo grito, seguido do barulho de algo se chocando com o chão.

_ Amora.


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