E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 40
A breath, a pause


Notas iniciais do capítulo

Só digo: se fosse pelos reviews, cêis só teriam capítulo daqui um ano.



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A manhã de oito de junho chegou fria, porém ensolarada. A previsão era que a temperatura ficasse entre 18ºC e 23ºC, o que era um alívio, já que o vestido da noiva não tinha mangas para ajudar no frio que estaria fazendo nos jardins.

Na Para Sempre, o clima era de ansiedade. Tio Lili arrumava Giane com uma dedicação quase fanática, refazendo a maquiagem dela três vezes, por não achar que estava de perfeita. Colocou o arranjo no cabelo dela e afinal se deu por satisfeito.

_ Pronta para o vestido? – perguntou Irene, e Giane assentiu, sorrindo de maneira nervosa – Tudo bem?

_ Tudo sim. Só... Ansiosa. – admitiu a moça, fazendo todos rirem – To com medo do Fabinho pirar e sumir.

_ É mais fácil o mundo acabar. – garantiu Camila – O Caio disse que o Fabinho já está pronto há uma hora, sentado na sala, esperando dar a hora de ir para o altar.

_ Nunca vi meu irmão tão ansioso. – garantiu Malu, abraçando a cunhada pelos ombros – E tão feliz.

_ Posso te garantir que estou tão feliz e ansiosa quanto ele. – prometeu Giane, sorrindo emocionada – Eu só queria que minha mãe estivesse aqui.

_ Eu tenho certeza que ela está. – garantiu Irene, segurando a mão da nora. Giane assentiu, virando-se para o vestido – Quer ajuda?

_ Por favor.

~*~

_ Fabinho, se acalme ou até a hora do casamento você já está todo desarrumado. – bronqueou Plínio, vendo o filho andar de um lado para o outro.

_ Falta muito tempo? – perguntou o publicitário, encarando o relógio – Meia hora.

_ Os convidados já estão chegando. – avisou Charlene, sorrindo – Já chegou metade.

_ Ok, obrigada. – agradeceu Fabinho, suspirando.

_ Você tá lindo maninho, sério mesmo. – elogiou Luz, entrando na sala já pronta – A Giane tem sorte.

_ Você também está linda maninha. – o rapaz beijou o rosto dela – E a Dorothy?

_ Está terminando de se arrumar. – avisou a moça – Ela está toda animada porque vai levar as alianças.

_ Nesse caso eu devia ter escolhido um vestido de daminha, cheio de fru-fru. – brincou o mais velho, fazendo a irmã rir – E você? Não trouxe nenhum acompanhante para o casamento?

_ Atualmente estou me focando no vestibular e na minha carreira como modelo. – garantiu Luz – A segunda é mais fácil, porque eu tenho a sorte de um irmão dono de uma agência de publicidade.

_ Danada e interesseira. – suspirou Fabinho, dramatizando – O que aconteceu com a minha doce irmãzinha?

_ Apenas sabe aproveitar as oportunidades da vida. – sorriu ela, dando as costas para o irmão.

Fabinho ficou sorrindo para Luz, enquanto a via sumir em direção ao jardim. Logo resolveu segui-la, afinal, o noivo não tinha que ficar escondido antes do casamento. O jardim estava bem movimentado, cheio de pessoas queridas e conhecidas por ele e Giane.

_ Fábio. – virou-se, encontrando Wilson Rabello. Apertou a mão do homem, que parecia sem jeito – Queria me desculpar novamente pela atitude do Bento aquele dia. Meu filho está passando por um momento complicado na vida dele, você deve saber disso. Nada justifica o que ele fez, mas...

_ Não se preocupe Wilson. Sei diferenciar as atitudes das pessoas. Você é um cara bacana, o Vinny também. – sorriu o publicitário – Lamento não estar presente na reunião dessa semana, mas o Érico e a Sílvia vão explicar a vocês a nova abordagem.

_ Sem tratar de negócios hoje rapaz... É seu casamento, curta o dia. – riu Wilson, lhe dando um tapinha carinhoso – Agora vá para o altar. Logo sua noiva deve chegar.

_ Deus te ouça.

~*~

Bento observava Amora e os sobrinhos, um sorriso repleto de afeição em seu rosto. A grávida conversava com as duas crianças, enquanto eles jogavam videogame. A aproximação era lenta e trabalhosa, mas aos poucos eles conseguiam, especialmente agora que os dois irmãos estavam encantados pelo primo ainda não nascido.

Seu celular tocou, o tirando do transe. Ele puxou o aparelho, vendo um número desconhecido.

_ Alô?

_ Sr. Bento Rabello? Aqui é Henrique Cruz, do juizado de menores.

_ Ah sim. – o rapaz o reconheceu – Algo errado Henrique?

_ Não senhor... Ou pelo menos, espero que não. – o homem parecia preocupado – Sr. Rabello, fizemos algumas averiguações sobre a falsa doméstica que recebeu o aviso das crianças. Acontece que, de acordo com o oficial que levou a informação, a mulher se identificou como Amora Rabello. Porém, ele não conferiu a assinatura, e houve esse pequeno desencontro de informações.

_ Não estou entendendo. – Bento voltou a observar a esposa e os sobrinhos.

_ Nós mostramos a foto de sua esposa, e o oficial a reconheceu como a mulher que assinou o aviso. – explicou Henrique – A sra. Rabello sofre de algum transtorno que desconhecemos?

_ Sofre... Falta de vergonha na cara. – rosnou Bento – Henrique, posso te ligar depois? Preciso conversar com a minha esposa.

_ Claro Sr. Rabello. – o homem suspirou – Hã, qualquer coisa, não hesite em nos informar, está bem?

_ Tenho certeza que vocês vão logo saber. – o rapaz tacou o aparelho longe, marchando a passos largos para a sala.

~*~

Na mansão Campana, o clima era de ansiedade. Todos os convidados já estavam recebidos e alojados, enquanto Fabinho esperava ansioso no altar. Já havia se passado vinte minutos da hora combinada e, apesar de saber que a noiva já estava ali, o rapaz quase furava o chão.

_ Se acalme meu filho. – pediu Irene, o abraçando – Ela está ali dentro e, ah Fabinho, ela está maravilhosa. Acho que nunca vi uma noiva tão bonita.

_ Mãe, cê tá me pilhando mais ainda. – reclamou o noivo, ajeitando a roupa compulsivamente – Eu estou bem? Tá tudo arrumado?

_ Você está lindo meu filho, não se preocupe. – Irene ajeitou a gola da camisa de Fabinho – Está mais do que perfeito.

Ele sorriu, dando um beijo no rosto da mãe, enquanto ela ia para seu lugar ao lado de Plínio. Ao lado dos pais, Maurício e Malu já ocupavam seu posto de padrinhos. A irmã estava linda com um longo rosa claro, os cabelos soltos, rindo e conversando com o namorado.

Os padrinhos de Giane eram Caio e Camila. A garota havia perdido o contato com a grande maioria dos amigos conforme crescia, por influência da irmã. As únicas pessoas próximas a amigos que ela podia considerar ter, eram Caio, Camila, Malu e Maurício.

_ Se acalma Fabinho, ou vai furar o chão. – Camila sibilou, fazendo o amigo rir. A modelete usava um longo azul, e movia as mãos o tempo todo, evidenciando o anel de noivado que estava em seu dedo. Afinal Caio havia feito o pedido que ela tanto esperava e, em poucos meses, Giane e Fabinho trocariam de papéis com os amigos.

_ Agora só falta você Maurício. – brincou Caio, apontando o altar – Eu já estou no caminho... Você que ainda está dormindo no ponto.

_ Quietos que a noiva vai entrar. – rosnou Malu, encerrando a discussão. Aquelas palavras acenderam Fabinho, que virou-se depressa para a porta por onde Giane sairia – Ai meu Deus... É agora.

_ É... Finalmente, é agora. – sussurrou Fabinho, enquanto as portas eram abertas e ele via o primeiro passo para o resto de sua vida.


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