E Se? escrita por WaalPomps
Notas iniciais do capítulo
Uau, nem 15 reviews... É, empolgante para caramba.
A noite chegou depressa, trazendo animação para aquele pequeno bairro de São Paulo. Os moradores começaram a se arrumar para mais uma noite animada no Cantaí. Giane se arrumava em seu antigo quarto, esperando o namorado tomar banho.
_ Pivete, você vai usar essa roupa. – Fabinho pegou um embrulho, entregando para ela – Quero você bem bonitinha hoje. É o nosso primeiro encontro oficial.
_ Nosso primeiro encontro oficial, sendo que nós moramos juntos há seis meses, usamos alianças de casados... – ela riu, pegando o embrulho e soltando o laço. Tirou um vestido preto de dentro, enquanto via o namorado se trocar – É lindo Fabinho.
_ Que bom que gostou. – ele sorriu, fechando a calça. Caminhou até a namorada – A propósito... Feliz seis meses de namoro.
_ É hoje? – ela se surpreendeu, vendo o rapaz confirmar – Feliz seis meses de namoro, fraldinha.
_ Maloqueira. – deram um selinho – Agora termina de se arrumar, vamos.
Ela se afastou, começando a tirar a roupa que havia colocada. Foi quando ouviu um som peculiar e caiu na risada, acompanhada do namorado.
_ Que nojo cara, já te falei pra peidar longe de mim. – ela abriu a janela, dramatizando – Agora o quarto tá impregnado.
_ Você dorme no mesmo quarto que eu todas as noites. Nem vem encanar. – ele colocou a camisa – E você não peida perfume, se me permite lembrar.
Ela riu novamente, começando a se lembrar da primeira vez que haviam soltado um pum na presença do outro.
Já fazia quase um mês que estavam morando juntos, e tomavam bastante cuidado com isso. Ela costumava disfarçar indo para a varanda, ele entrava no escritório e abria a janela.
Até que em um dia a noite, estavam assistindo um episódio de The Walking Dead, os dois pilhados. Fabinho começou a sentir a barriga doer, mas não tinha como sair naquele momento do episódio. Segurou o quanto pode, até que o episódio se acalmou.
_ Eu preciso pegar um... Hã, uma... Eu preciso ir ao escritório. – ele levantou depressa, mas não deu tempo. O pum saiu alto, fazendo-o arregalar os olhos. Giane, por outro lado, caiu na risada.
_ Eu não acredito que você peidou na minha frente. – ela rolava de rir, quase caindo do sofá.
_ Nem todo mundo tem rolha no traseiro. – ele debochou, envergonhado.
_ E quem disse que eu tenho? – perguntou a corintiana, se levantando – Só que tem uma varanda nesse apartamento, sabia?
_ A varanda. – ele estalou os dedos – Como eu não pensei nisso?
_ Porque a inteligente da relação sou eu. – a moça riu – Mas já quase você peidou na minha frente...
_ Você não... – ele não conseguiu terminar a fala – Pronto, acabou o mistério da relação. Pode ir embora, já te vi peidando.
_ Giane, tá pronta? – ela nem percebeu que Fabinho havia saído do quarto, e nem ao menos o vira voltando – Nem colocou a roupa ainda?
_ Tive um lapso. – ela se desculpou, vendo-o arquear a sobrancelha – Me dá cinco minutos?
_ Tudo bem. – o homem deu de ombros, caminhando para fora do quarto. Ela colocou o vestido, deu uma batida no cabelo e retocou o batom. Apanhou a bolsa, indo para a sala e encontrando o pai e o namorado.
_ Pronto afobado, podemos ir. – ela se aproximou, enquanto os dois homens levantavam. Fabinho a abraçou, fazendo-a arquear a sobrancelha – Ai, que é isso no seu bolso?
_ As chaves de casa, ficaram no bolso da jaqueta. – ele explicou, enquanto saiam de casa. Isso a fez lembrar de outro acontecimento, logo após se mudar para o apartamento de Fabinho.
_ Pivete, precisamos conversar. – Fabinho entrou no quarto, encontrando a garota na cama, usando apenas a camiseta dele – Olha, isso te cai bem.
_ É bem confortável. – ela admitiu, sentando direito – O que você quer conversar?
_ Precisamos resolver um problema com você estar morando aqui. – ela arqueou a sobrancelha.
_ E posso saber qual seria?
_ Você precisa de uma cópia da chave. – ele disse o óbvio, tirando um chaveiro do Corinthians do bolso – Tomei a liberdade de mandar fazer um chaveiro personalizado. Tem seu nome gravado atrás.
_ Melosinho, melosinho. – ela debochou, fazendo o namorado rir. Pegou a chave, observando o chaveiro – É lindo amor, obrigada.
_ Agora você é, oficialmente, dona dessa casa, junto comigo. – ele sorriu, lhe dando um selinho.
_ Giane, acorda. – Fabinho chacoalhou o ombro da namorada, que piscou assustada – Criatura, qual seu problema? Tá avoada demais hoje.
_ Acho que to com sono. – ela brincou – Cê não me deixa dormir a noite, fico sonhando acordada.
_ Também vai passar a noite sem relar em mim. – ele dramatizou – E vai ver o que é sonhar acordada de saudade desse corpinho lindo.
_ Menos, panaca, bem menos. – eles entraram no Cantaí, vendo o local lotado de pessoas – Noite animada.
_ Pois é... – Fabinho se surpreendeu – É bem diferente do que eu imaginava. – admitiu ele.
_ Tenho certeza que você vai gostar. – ela o puxou para a mesa onde seu pai e Margot estavam sentados – Podemos sentar aqui?
_ Claro que sim. – Silvério indicou que o casal sentasse, e os dois o fizeram.
_ Fabinho, sua jaqueta está cheirando a Giane. – comentou Margot, enquanto o rapaz tirava a jaqueta e colocava no encosto da cadeira. Ele e a namorada gargalharam, assustando os mais velhos.
_ É porque nossas roupas ficam no mesmo armário, misturadas. Na verdade, tudo que é nosso fica misturado, incluindo os perfumes. E eu vivo pegando o perfume dela sem querer. – explicou Fabinho.
_ Além do fato desse desastrado ambulante ter derrubado o vidrinho dentro do guarda-roupa. Basicamente todas as nossas roupas estão com o cheiro do meu perfume. – Giane dedurou, fazendo os mais velhos rirem.
_ Boa noite. – viraram, encontrando Plínio, Irene, Malu, Maurício, Luz, Kevin e Dorothy – Podemos nos sentar com vocês?
_ É reunião de família? – brincou Giane, enquanto se levantavam para cumprimentar os recém-chegados. Os homens puxaram as mesas, juntando para todos se acomodarem.
_ Luz, cadê o Xande? – perguntou Fabinho, curioso – Faz tempo que eu não vejo você falando dele...
_ Eu e o Xande rompemos. – ela explicou, fechando a cara – Digamos que ele estava querendo outras coisas, diferentes das que eu queria.
_ Na verdade, ele queria o mesmo que você, não é? – Fabinho arqueou a sobrancelha enquanto falava, surpreendendo a todos – Qual é Luz, tava mais que na cara que ele é gay.
_ Fala sério. – Kevin gargalhou – Você namorou ele por dois anos e não se tocou disso?
_ Hey, ele era bem macho quando queria, está bem? – ela se defendeu, baixando os olhos - Mas é... Ele virou gay. Tá namorando o irmã de criação, o tal Felipinho.
_ Felipinho, filho da Rosemere? – perguntou Giane, e Luz concordou – Eis aqui um mundo pequeno.
_ Gente, acho que tão começando os karaokês. – comentou Malu, encarando o palco – Alguém afim de cantar?
_ Essa é a proposta da noite. – sorriu Fabinho, levantando e puxando Giane pela mão – E nem se faz de vergonhosa, que você canta comigo em casa, todos os dias.
_ É diferente cantar em casa e cantar aqui. – ela estava vermelha de vergonha, enquanto iam para o palco. Fabinho a deixou ali e foi até a banda que música iriam cantar. Giane estava confusa e com medo, quando ouviu os acordes – Cê tem que está brincando.
_ Canta logo e para de reclamar pivete. – ele sibilou, enquanto ela suspirava. Tinha que ser uma música tão melosa?
_ The day we met, frozen, I held my breath. Right from the start I knew that I found a home for my heart beats fast.
_ Espero que seu pai te ensine a jogar bola. – resmungou a garota.
_ Espero que sua mãe consiga te ensinar a ser mulher. – devolveu Fabinho, soltando a mão dela – Tchau maloqueira.
_ Tchau, fraldinha. – ela observou o garoto se afastar e ser abraçado por Plínio.
_ Colors and promises, how to be brave? How can I love when I'm afraid to fall?
_ Bom, já me falaram que podemos fazer um pedido para a lua. Porque você não pede para eles te encontrarem? – perguntou Giane, vendo Fabinho assumir um ar pensativo.
_ Você acha que isso funciona?
_ Bom, não custa tentar. – ela deu de ombros – Faz assim: fecha os olhos e segura minha mão.
_ Eca, cê quer que eu te dê a mão?
_ Claro, tudo que eu mais quero é segurar essa mão suja. – Giane bufou – Eu vou fazer que nem a minha mãe faz. Toda noite, quando eu vou dormir, ela me dá a mão e reza comigo. Aí, ela diz para eu fazer um pedido para a lua.
_ But watching you stand alone, all of my doubts, suddenly goes away somehow.
_ One step closer. – Fabinho pegou a mão da namorada, atraindo a atenção dela.
Empurrou a porta com o corpo dela, chocando-se com a parede. Derrubaram o quadro emoldurado, fazendo-o se desmontar. Ele a içou pela cintura, chutando o que havia caído no chão, e caminhou até a cama.
_ Você tem certeza de que quer fazer isso? – ele perguntou em um sussurro, segurando o rosto dela entre as mãos.
_ É a única certeza que eu tenho.
_ I have died every day waiting for you, darling, don't be afraid I have loved you for a thousand years, I'll love you for a thousand more. – ela acariciou o rosto dele, encarando o sorriso mais meloso que podia existir.
_ Time stands still, beauty in all she is. – Fabinho tinha uma expressão que Giane não conseguia decifrar. Ela nunca havia visto aquele brilho nos olhos dele – I will be brave, I will not let anything take away, what's standing in front of me.
_ Se esse babaca acha que pode estragar a vida dos outros, eu vou ensinar que não pode. – prometeu Fabinho – Você é minha, só minha. Somos nós dois contra o mundo, pivete. E vai ser assim, não importa o que tentem fazer.
_ Nós dois contra o mundo, gostei disso.
_ Every breath, every hour has come to this. – eles cantaram juntos – One step closer.
Luzes começaram a piscar, assustando Giane. Ela virou na direção da plateia, vendo pessoas com luzinhas piscando em várias cores, incluindo sua família. Arqueou a sobrancelha, mas o namorado puxou seu rosto.
_ I have died every day waiting for you. Darling, don't be afraid, I have loved you for a thousand years, I'll love you for a thousand more. – o olhar dos dois estavam colados, ela tentando decifrar o que ele escondia – And all along I believed I would find you, time has brought your heart to me I have loved you for a thousand years, I'll love you for a thousand more.
_ Giane de Sousa, eu te amo. Muito. E eu quero você na minha vida sempre. – ele amarrou a fitinha no dedo anelar esquerdo dela.
_ Eu nunca pensei que ia dizer isso para você, mas... Você é o homem da minha vida Fabinho, eu te amo e quero você na minha vida sempre. – ela amarrou a fitinha no dedo dele.
_ I'll love you for a thousand more. – ela cantou sozinha, vendo-o se afastar de si.
Ele se aproximou da beira do palco, pegando algo da mão de Dorothy. Virou-se para Giane, mantendo a mão fechada ao lado do corpo.
_ One step closer. – ele cantou, parando em frente a ela – Eu tenho morrido todos os dias, esperando por você. Pivete, não tenha medo, eu tenho te amado por tantos anos, e te amarei por tantos quantos eu puder.
Ele segurou a mão esquerda dela, tirando a aliança de ouro. Puxou a dele, guardando as duas no bolso da calça.
_ Fabinho, vem aqui, por favor... – ela pediu, o chamando com a mão. Ele se aproximou, vendo o rosto dela brilhar a luz da lua – Me dá sua mão, por favor.
Ele estendeu a mão, e ela segurou. Ela foi até a fita, a soltando com cuidado. O publicitário arregalou os olhos.
_ Você tá terminando comigo?
_ Fraldinha, cala a boca e espera, por favor. – ela resmungou. Abriu a caixinha que o pai havia lhe dado, retirando a aliança maior e colocando no dedo dele – Serve.
_ O que é isso? – ele perguntou, confuso.
_ As alianças dos meus pais... – ela suspirou – Ele me deu, disse que foi um pedido da minha mãe. É bem simples, mas...
_ É perfeito. – ele garantiu, pegando a mão dela. Soltou a fita, pegando a outra aliança e deslizando pelo dedo dela – Serviu. – eles sorriram – E agora eu posso beijar a noiva.
_ E todo esse tempo, eu simplesmente estava esperando para te reencontrar. O tempo trouxe você de volta para mim. Eu vou te amar por toda a minha vida, mas você precisa deixar. – ele suspirou, se ajoelhando – Então... Giane de Sousa, aceita se casar comigo?
Todos no restaurante explodiram em palmas, enquanto os olhos de Giane se arregalavam. Ela sentiu a garganta seca, as mãos tremendo, os olhos cheios de água. Sorriu largo, antes de dizer:
_ Sim.
Fabinho levantou depressa, abrindo a caixinha em sua mão. Ele tirou um anel de dentro, um anel que Giane já havia visto uma vez: era o anel que Irene havia deixado com ele, quando o entregara para Odila. O anel que havia levado o namorado de volta para casa.
Ele deslizou o anel pelo dedo anelar direito dela, antes de puxá-la pela cintura e selar seus lábios, rodando com a noiva pelo palco. Os dois riam e choravam, enquanto todos os presentes aplaudiam.
_ Eu prometi que eu ia dar um jeito no teu sobrenome. – ele sussurrou, quando se separaram. Ela riu, o apertando mais forte – Eu te amo tranqueira.
_ Eu te amo fraldinha. – ela suspirou – E vai ser para sempre.
_ Sempre.
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Espero que tenham gostado e tal.
Beijos