E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 28
I think I found the light out the end of the tunnel


Notas iniciais do capítulo

Hey... Tava ansiosa para postar esse capítulo, então vai pau.



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O vento fazia as cortinas esvoaçarem, enquanto forçava os pulmões a respirarem um pouco mais. O médico auscultava seu coração, uma expressão de derrota no rosto. Silvério a observava com os olhos molhados. Giane estava sentada ao seu lado e Mayara no pé de sua cama, todos em silêncio.

_ E então doutor? – ela quebrou o silêncio, vendo o médico suspirar.

_ Agora nos resta esperar Samara, apenas isso... Esperar. – ele guardou seus itens – Não há mais o que fazer, remédios que eu possa te dar. Se formos ao hospital, vão te colocar para dormir e esperar acontecer.

_ Não. – ela garantiu – Eu quero ficar em casa, com as minhas filhas e o meu marido.

O médico concordou, pegando suas coisas e se despedindo. Saiu do quarto em silêncio, enquanto os presentes preservavam o estado. Giane suspirou, pegando sua mão.

_ Eu posso fazer alguma coisa? Água quente, mais travesseiros, um analgésico? – ela negou, acariciando a mão da filha – Eu vou avisar o pessoal lá fora.

A filha beijou sua mão, se levantando e saindo do quarto. Silvério a seguiu do mesmo jeito, deixando-a sozinha com Mayara.

_ Filha... – ela estendeu a mão para a filha, que veio e pegou. Elas sorriram uma para a outra – Eu não vou estar aqui para conhecer meu neto, mas eu quero que ele saiba que eu o amo muito.

_ Ele vai saber mãe. E eu sei o quanto você me ama. – elas se abraçaram apertado – E eu mudei meu nome... Agora é Amora.

_ Você vai ser sempre a Mayara, minha filha. Não importa o que o papel disser. – ela acariciou o rostinho de boneca – Eu conheço a menina que eu criei, e sei que ela é bem melhor do que isso que você está tentando mostrar para os outros.

_ Você é minha mãe, só vai ver o melhor de mim. – a jovem engoliu o choro, beijando a mão da mãe – Eu tive sorte por ter você.

_ Então não me decepcione Mayara... Seja a pessoa que eu sei que você pode ser. – a filha desviou os olhos, e alguém bateu na porta. Mayara levantou, indo abri-la.

_ Com licença... – Maurício entrou, sorrindo com carinho – Amora, eu posso falar com a sua mãe? A sós.

Ela assentiu, saindo do quarto. Maurício se aproximou dela, um sorriso triste. Pegou suas mãos, dando um beijo.

_ Me desculpe pelos transtornos. – ele pediu, os olhos amargando arrependimento – Eu sei que nesse momento, tudo que você queria era a sua família unida. E não essa confusão.

_ Nunca se arrependa do que fez Maurício. Por mais errado que tenha sido, foi o que te trouxe até aqui. – ela sussurrou, segurando as mãos do rapaz – Você acredita em destino?

_ Acho que sim. – ele sorriu de lado.

_ Então... Saiba que, não importando o que você tivesse feito, as coisas seriam assim. A Giane iria encontrar o Fabinho, e você iria encontrar a Malu. E vocês serão felizes, mas não um com o outro.

Ele apenas concordou, pegando suas mãos e beijando novamente. Se aproximou, beijando a testa dela e se levantando, saindo do quarto com uma despedida silenciosa. Secou os olhos, voltando a encarar o movimento das cortinas.

Os minutos se arrastavam em silêncio, até que a porta do quarto se abriu lentamente. Virou-se, vendo a cabeça de Fabinho aparecendo pelo vão.

_ Sogrinha? Posso entrar? – ele pediu, e isso fez sorrir. Ele e seu jeito irônico.

_ Sente aqui, genrinho. – o rapaz riu, sentando ao lado dela – No que posso ajudá-lo?

_ Eu gostaria de fazer um pedido. – ela assentiu – Ainda vai demorar um pouco, mas... Eu quero pedir a sua benção para casar com a sua filha.

Ela sorriu, apertando a mão do rapaz com carinho. Ele parecia sem graça, mas sorria.

_ Eu sei que ela é meio moleca, mas a sua benção é muito importante para ela. – ele contou, fazendo seus olhos se encherem de água – Ela ficou chateada no dia do casamento da Mayara, quando percebeu que você não estaria presente no dela. Então eu queria a sua benção, dona Samara, para poder contar para ela quando a hora chegar. E eu prometo para a senhora que vai chegar.

_ Eu sei que vai, eu sei. – ela apertou a mão dele com mais força – Fabinho, você pode me fazer um favor?

~*~

O movimento das cortinas era rítmico e constante, causando uma sensação de sonolência. Se esforçava para manter os olhos abertos, pelo menos até que fizesse o que precisava.

_ Mãe? – Giane abriu a porta, colocando a cabeça para dentro. Ela fez sinal que a filha entrasse, e a jovem o fez, puxando Fabinho pela mão. Logo atrás, vieram Silvério, Plínio e Irene – Você pediu para chamar o Plínio e a Irene?

_ Pedi minha filha. – ela sorriu, se ajeitando o melhor que conseguia – Silvério, venha aqui, por favor.

O marido sentou ao seu lado, enquanto Fabinho puxava Giane e sentava com ela em seu colo. Plínio e Irene pararam atrás do filho, colocando a mão no ombro dele. A filha parecia confusa.

_ Alguma coisa errada? – sua menina estava confusa. Fabinho segurou as duas mãos dela.

_ Giane, você me ama? – ele perguntou, pegando-a de surpresa – Você sabe que eu te amo, eu quero saber se você me ama.

_ Você sabe que sim fraldinha. – ela vincou a testa – Cê bateu a cabeça, foi?

Ele se levantou, fazendo a namorada ficar de pé. Virou-se para ela, e com a ajuda de Silvério, a fez ficar de pé.

_ Mãe, o que... – a garota não estava entendendo mais nada. O marido a abraçou, enquanto Fabinho se voltava para sua filha, sorrindo e tirando uma caixinha do bolso – Mas que me...

_ Calma pivete. – ele riu da cara dela – São duas fitas de cetim, está vendo?

_ Eu não poderia ir em paz, sem ter tido a chance de abençoar vocês dois. – ela murmurou, vendo a filha arregalar os olhos, que logo estavam cheios de água – Um dia vocês vão ter um casamento de verdade, minha filha, mas agora... Você aceita que nós abençoemos vocês dois?

A filha concordou, enquanto Fabinho pegava suas mãos. Ela e Silvério abraçaram sua menina, enquanto Plínio e Irene abraçavam o filho. Ele pegou as duas fitinhas de dentro da caixinha.

_ Giane de Sousa, eu te amo. Muito. E eu quero você na minha vida sempre. – ele amarrou a fitinha no dedo anelar esquerdo dela.

_ Eu nunca pensei que ia dizer isso para você, mas... Você é o homem da minha vida Fabinho, eu te amo e quero você na minha vida sempre. – ela amarrou a fitinha no dedo dele.

_ Posso contar uma coisa? – pediu Plínio – É uma teoria chinesa sobre porque a aliança fica nesse dedo. Juntem suas duas mãos, com as pontas dos dedos se tocando.

Giane e Fabinho fizeram isso, a testa vincada. Sorriu para o marido... Já havia ouvido essa teoria certa vez, e a achava maravilhosa.

_ Agora coloquem seus dedos médios de modo que fiquem apontando para vocês. – o casal o fez – Tentem afastar seus polegares. – eles conseguiram sem problemas – Os polegares representam seus pais e vocês conseguem separá-los sem problemas, porque por mais que os amemos... Não estamos destinados a viver com vocês para sempre.

“Agora tentem separar seus indicadores. – assim o casal o fez – Eles se separam com facilidade porque representam seus amigos e irmãos, que irão e virão ao longo da vida, tomarão seus rumos e seus caminhos... Agora, separem seus dedos mindinhos. – eles separaram, os olhares cada vez mais curiosos – Os mindinhos representam seus filhos que, assim como seus pais, não ficarão com vocês para sempre, tomarão seus próprios caminhos um dia. – Plínio sorriu para o casal – Agora... Tentem separar os dedos anelares.”

A filha e o genro encararam as mãos, vincando a testa fortemente. Eles tentavam a todo custo afastar os dedos, mas não conseguiam. Por fim, bufaram frustrados, fazendo os pais rirem.

_ O dedo anelar representa seu conjugue, a pessoa que está destinada a ficar com você até o fim da sua vida. – Plínio pegou a mão dos dois – Por isso a aliança é usada nesse dedo.

Giane e Fabinho encaram o homem com emoção, e isso estava refletido nos olhos deles todos. O jovem casal se deu as mãos, se encarando.

_ Vocês estão abençoados por nós. – sussurrou, beijando a cabeça da filha – Que o amor de vocês floresça e dure para sempre. E que, mesmo que eu não esteja aqui para ver, frutifique e lhes dê muita alegria.

_ Eu te amo mãe. – a filha sussurrou, algumas lágrimas escorrendo – Obrigada.

_ Agora, você pode beijar a noiva, Fabinho. – brincou Silvério, fazendo o genro rir. O rapaz puxou o rosto de Giane, primeiro beijando sua testa, depois seu nariz e por último seus lábios. Sentiu-se cansada e pediu que a deitassem novamente. Plínio e Irene se despediram, dizendo que ficariam na casa de Gilson e Salma, mas Fabinho não saiu dali. Sentou-se na poltrona com Giane entre as pernas e ela ficou encarando a filha soluçando no peito do namorado, enquanto adormecia.

~*~

Abriu os olhos lentamente, focalizando na cortina esvoaçante. Do lado de fora, o céu já estava escuro, indicando que a noite havia caído. Correu os olhos pelo cômodo, um sorriso delicado no rosto.

Giane e Fabinho ainda estavam na poltrona, na mesma posição de antes. Ela ressonava no ombro dele, e ele estava com a cabeça sobre a dela, respirando com lentidão.

No chão, ao lado de sua cama, estava Mayara e Bento. Os dois também dormiam, apoiados em sua cama, e a mão dele estava sobre a cabeça dela, como se estivesse acariciando seu cabelo.

_ Até parece que são anjinhos, quando estão assim dormindo. – virou-se para o marido, rindo. Ele estava deitado ao seu lado, como se fosse uma noite comum – Pena que já estão muito grandes para passarem a noite no meio de nós dois.

_ Agora elas passam a noite com outras pessoas. – o marido fez careta – Foi muito bonito, o que o Plínio disse...

_ Os chineses são realmente muito inteligentes. – concordou Silvério, acariciando a cabeça dela.

_ Querido, você sabe que pode seguir com a sua vida depois que eu me for. – acariciou o rosto do marido – Você merece ter uma vida feliz meu amor.

_ Você sabe que vai ser sempre a mulher da minha vida, não importa o que aconteça. – ele sussurrou, beijando sua testa – Eu te amo querida.

_ Eu também te amo. – segurou a mão dele – Você está cansado... Pode dormir meu amor.

_ Eu não quero te deixar sozinha.

_ Eu não estou sozinha... Vocês estão comigo.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado.
Comentem.
Beijos