Depois de dois dias caindo um diluvio lá fora eu acordei no quarto dia e estreitei os olhos por conta da claridade.

– Até que em fim - sentei na cama animada

– Ham? O que...

– Rick, acorda, o sol finalmente resolveu sair - eu falei, levantei da cama mas voltei e dei um beijo nele, depois fui novamente para o banheiro.

– Huum, isso é bom - ouvi ele dizer meio sonolento.

Troquei meu pijama por um biquini e fui até a cama novamente, parando em pé do lado dele, que ainda estava com os olhos fechados.

– Vou ir a praia sozinha se você não se levantar agora.

Castle abriu um dos olhos, mas logo se pos sentado na cama quando me viu.

– Conseguiu chamar minha atenção, Detetive.

Eu sorri e fui até o armário e peguei minha saida de praia, um vestido curto branco de renda. Castle trocou-se rapidamente, colocando um shorts azul e uma camisa branca, ele fez o café da manha e assim que terminamos de comer e limpar a cozinha fomos para a praia.

A areia ainda estava molhada por conta da chuva de tres dias atras. Andamos pela praia de mãos dadas, apenas sentindo o vento e aproveitando a sensação. Apesar da chuva o clima estava quente, muito quente. Paramos para sentar em umas pedras e Castle me puxou para o seu colo.

– Esperei tanto por isso - ele disse colocando uma mecha do meu cabelo para tras, arquei uma sobrancelha - desde a primeira vez que eu te vi..

– Rick, a primeira vez que você me viu foi a anos atras.

– E quem disse que eu não queria ter você do meu lado a anos atras. - falou e eu sorri - e pode confeçar, você também queria.

– Hum, talvez - eu brinquei com ele - mas você já tinha uma bruxinha - eu o encarei.

– Talvez? Você não me engana Beckett, fora que quando me viu de novo seus olhinhos brilharam.

– Sério? Acho que você estava vendo coisas.

– Querida, você é caidinha por mim desde o principio, tens todos os meus livros autografados... Aposto que tinha fantasias comigo - ele disse convencido.

– Castle - eu dei um leve tapinha no seu braço - eu sou sua fã, mas não tinha fantasias com você. E foi você quem começou com essa historia de me seguir.

– Vai dizer que não gostou?

– No começo? Não muito, mas aprendi a suportar.

– Suportar? - ele estreitou os olhos

Eu sorri e dei um selinho nele.

– Sim, mas agradeço por você ter insistido - falei.

– Sabia.

Castle me beijou com vontade, sua mão escorregou até o final do vestido e o tirou, eu aproveitei o momento para provoca-lo e levantei de seu colo.

– Banho de mar? - falei já correndo para a agua.

– Você não me escapa Kate - falou e tirou a blusa, tive de me concentrar em continuar correndo.

Quando cheguei com a agua na altura dos meus joelhos sinto ele me abraçando por tras, ele me virou para si e me beijou novamente. Eu sentia suas mãos quentes apertando forte minha cintura, o beijo se aprofundando e logo ficamos sem ar. Peguei em sua mão e fomos para mais fundo na agua. A agua batia um pouco a baixo do meu peito, ele me juntou mais a si e eu envolvi sua cintura com as minhas pernas. Voltamos a nos beijar.

Ficamos lá, assim por um bom tempo, apenas aproveitando um ao outro. Quando cansamos de ficar em pé, voltamos para a pedra, ou melhor tentamos, porque Castle conseguiu de alguma forma tropeçar, e como estavamos de mãos dadas eu fui junto com ele, caindo na areia.

– Oh, droga, ta tudo grudando - resmunguei quando senti a areia em contato com minha pele.

– Você fica fofa irritada sabia - ele disse e se colocou sobre mim - mas não quando fica irritada comigo - falou quando eu lhe lancei um olhar reprovador.

Eu logo sorri, não consegui ficar brava com ele, ele percebeu e me beijou, minha mão correu até seu shorts.

– Hum - ele disse entre beijos - acho melhor entrarmos, tomarmos um banho para tirar essa areia toda, e terminar o que estamos começando.

– Concordo.

Mas ele não parou de me beijar, e eu retribui, só paramos quando o ar faltou.

– Acho melhor entrarmos agora - falou com a voz rouca, eu concordei.

Pegamos meu vestido e a camiseta dele e voltamos para a casa. Mal entramos e Castle já me puxou para um beijo, eu sorri.

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A chuva não voltou mais a incomodar, passamos os seis dias restantes aproveitando o sol, a praia, a piscina, e claro um ao outro. Castle tinha me levado ao restaurante que tanto queria, e nossa, era maravilhoso. Ele foi um completo cavalheiro e isso me deixou completamente encantada, na realidade eu estava bem "mole" nesses ultimos dias.

Agora estavamos deitados no sofa, Castle acariciava meus cabelos, era nossa ultima noite ali, de manha cedo iriamos embora. Cada vez que me lembrava disso um frio percorria meu corpo. Aqui estavamos só nós, será que quando voltarmos para o "mundo real" as coisas serão tão boas assim? Eu estremeci, sim, eu estava com medo de me machucar.

– Kate, o que foi? - falou passando a mão pelo meu braço

– Nada.

– Não, não é nada - ele bateu levemente no meu ombro, para que eu me levantasse - o que esta acontecendo? - falou, eu abaixei um pouco o olhar - Hey, olhe para mim. - ele levantou meu queixo.

Respirei fundo antes de falar.

– É só que... Rick, passar esses dias aqui com você foi maravilhoso, na realidade eu queria continuar aqui por mais um tempinho - falei sorrindo um pouco - mas agora que vamos voltar... Quero dizer, como serão as coisas?

– O que você esta querendo dizer?

– Eu não quero que o que construimos aqui, seja deixado aqui, me entende? E se quando voltarmos para NY e as coisas forem diferentes... - minha voz foi falhando, até eu não conseguir falar mais nada.

– Kate - ele disse acariciando meu rosto - é claro que as coisas serão diferentes - meu coração deu uma vacilada quando ele disse isso - afinal estamos a sós aqui, e lá teremos minha mãe e Alexis comemorando por estarmos finalmente juntos, e o pessoal da 12ª que finalmente vão poder parar de apostar sobre nossa vida amorosa, fora que terei de falar com o seu pai - ele fez uma careta de medo - Então sim, as circunstancias serão diferentes, mas o que eu sinto por você, ah Kate, nem se fossemos para Marte isso mudaria - senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha, droga, eu estava realmente muito mole - Eu amo você - falou passando o dedo para secar a lagrima, eu abri um sorriso.

– Eu amo você também - sussurrei e o beijei.

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– Vou sentir saudades daqui - disse colocando a ultima mala no carro.

– Podemos voltar qualquer dia, sabe disse - Castle me abraçou.

Eu assenti e dei um selinho nele. Entramos no carro e seguimos em direção a NY.

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POV MELANIE

Décimo primeiro dia e nada. "Tenha paciencia" Paul, o advogado, falou. É porque não é ele que esta preso junto com um bando de criminosos ao qual você não pode olhar nem um centimetro torto que leva uma surra. Eu consegui não apanhar nesses 11 dias, mas vi muitas brigas, e não era muito legal.

Fora a higiene, era o terceiro dia que eu não lavava o meu cabelo porque não tinha com o que lavar, ele estava num estado lastimavel. A roupa também não era nada bonita, e pior ainda, era mal lavada. E claro,nem preciso falar da comida horrivel que servem aqui. Revirei os olhos.

– Melanie Mason - berrou uma das policiais.

Eu levantei entediada e fui até ela, ela me algemou e agarrou meu braço me puxando para fora da cela.

– Vão transferir você para outro presidio.

Ao chegar na entrada do presidio ela me jogou nos braços de outras mulheres, que me pegam uma em cada braço e me levam para um carro, as duas policiais me colocaram na parte de tras do carro e sentou uma em cada lado, com as armas apontadas para mim.

– Posso ao menos saber o motivo?

– Esse presidio só tem pessoas leves, o que você vai agora é para gente como você, gente do pior tipo, ele estava lotado até ontem quando uma mulher morreu numa briga, você ficou com a vaga.

Ótimo, tudo o que eu sempre quis. O que o David e a Anna estavam fazendo que não me tiraram daqui ainda? Resolvi que não iria para aquele lugar, se ninguem fazia nada, eu iria fazer.

– Podem parar em algum posto? Eu não estou me sentindo bem.

– Acha que vamos cair nessa? - uma policial caçoou.

– Tudo bem, faço aqui mesmo, terão de limpar depois - dei de ombros.

Era uma situação terrivel e eu não acreditava que iria fazer aquilo, mas antes isso do que ir para minha provavel morte. Me concentrei na tecnica que as garotas do ballet faziam depois de comer para não engordar, e então vomitei no colo de uma das policiais.

– Que porra é essa? - ela disse me dando um empurrão.

– Falei que não estava bem.

– Para a porra desse carro, tem um posto a 100 metros, quero me limpar.

– Eu ainda não me sinto bem - disse fazendo mensão de que iria vomitar de novo.

– E você vai e se esvazia no banheiro, ou eu te dou uma surra.

Eu apenas assenti. Chegamos no posto e elas me escoltaram até o banheiro, entrei em um e fechei a porta, respirei fundo, eu só tinha uma unica chance. Uma delas estava do lado da porta e a outra lavando a roupa na pia, para a minha sorte a porta abria para fora.

Então eu a abri e bati na policial que estava ali do lado, a outra se assustou e sacou a arma, mas antes que pudesse fazer alguma coisa eu chuto a arma da mão dela e em seguida dou um chute em seu rosto. A outra policial se levantou, faço um Grand Battement para trás e chuto a cara dela também. Não perco mais tempo, pego a arma que eu tinha chutado para longe e saio do banheiro, elas não demorariam a se levantar, então vi a saida dos fundos e fui.

Corri, corri muito e fiz diversas curvas para que elas não conseguissem me encontrar. Quando vi que estava seguro, pulei o portão de uma casa, peguei um vestido do varal e troquei atras de uma arvore, escondi a arma por baixo do vestido e andei até o metro, peguei uma linha que ficasse mais proxima da onde queria ir, mas que não demorasse muito, logo minhas fotos estariam em todos os outdoor's possiveis.

Assim que o metro chegou eu saie andei até onde eu queria, não podia ir pela frente, não me deixariam entrar, mas eu não precisava, um carro estava entrando na garagem e aproveitei a deixa. Me abaixei do lado da roda e entrei junto. Andei até o numero do apartamento e parei na frente da porta, agora era só arrombrar a porta e tudo feito, já que nesse horario ela está trabalhando. Abri aporta e a fechei novamente, ela realmente não estava, sorri. Então sentei no sofá, de frente para a porta para espera-la.

– Temos muito a conversar, Katie - falei tirando a arma e apontando para a porta.

Agora era só esperar.