Paixão na Ilha escrita por Sandy Lili Schroeder, rosy silva


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oii menina desculpa pela demora mas é por que eu to sem computador, queria agradecer a todas que comentaram bom aqui está espero que gostem e leiam também minha nova fic

http://fanfiction.com.br/historia/459263/Perdida/

boa leitura



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Violetta ficou sozinha por várias horas, bufando de raiva. "É muito inteligente da parte de certa pessoa", pensou ela triste "porque com toda satisfação irei arrancar os olhos do primeiro que cruzar o meu caminho". Todos, sem exceção, são criminosos, ladrões e assassinos, inclusive o capitão Léon Vargas, que era o pior. Quanto desfrutaria se visse esse corpo comprido pendurando e se contorcendo na ponta de uma corda, com esse rosto zombador roxo e inchado! Villu sorriu com doçura pela primeira vez em muitos dias. Só a sensação de imaginá-lo a fazia sentir bem melhor! "Oh, o que não daria por uma faca comprida e afiada!", pensou. "Iria levá-la constantemente comigo, oculto na manga de uma camisola ampla, e a próxima vez que esse bruto tratasse de me violar, o cravaria nas costas sem duvidar!". Imaginou com grande satisfação a agonia do capitão, mas no camarote não havia facas nem nenhuma outra arma dessa forma, de modo que Villu percorreu com o olhar em busca de algo que pudesse lhe servir para esse propósito. Quando finalmente cessou a busca, cansada, não tinha reunido um arsenal muito impressionante. O mais promissor de sua modesta coleção era um pesado candelabro de bronze. Colocou-o debaixo do colchão, para tê-lo à mão e poder lança-lo na cabeça de alguém. A taça que usou a noite de porcelana teria sua possível utilidade, mas Villu temia que se o capitão não a visse por nenhum lugar poderia suspeitar. Villu sabia que talvez o capitão fosse um vilão, mas não um estúpido. A jovem se recusou a usar outra das odiadas camisas de dormir de Léon. Se puder evitá-lo, não queria que nada que pertencesse ao capitão lhe roçasse outra vez a pele enquanto vivesse. Envolveu-se como uma múmia na manta e se instalou a esperar em uma das cadeiras, cedo ou tarde, o capitão Léon Vargas teria que retornar ao camarote e Villu queria ter certeza de que quando o fizesse essa ocasião lhe fosse inesquecível. Entretanto, quem bateu na porta foi Petersham. O camarote começava a ficar às escuras que desaparecia com a última claridade do dia, e Villu tinha as pernas dormentes por ter ficado sentada tanto tempo na mesma posição. Entretanto, estava decidida a que não iriam pegá-la desprevenida outra vez. Ouviu alguém bater na porta, ficou rígida e logo relaxou, se havia algo seguro neste mundo louco, era que esse canalha arrogante não teria a gentileza de bater antes de entrar. Simplesmente se limitaria a quebrar a porta! — Trago-lhe o jantar, senhorita - disse Petersham, ao entrar. — O capitão disse que ao meio dia você não se sentia muito bem, mas como agora são quase sete, precisa comer algo sólido. Se não se cuidar, esse enjoo do mar a deixará fraca como um gatinho. — Já não tenho mal-estar, Petersham - respondeu Villu com tom azedo, sem mover-se da cadeira. Petersham a olhou de soslaio enquanto deixava a comida sobre a mesa, observando o rosto pálido, o cabelo desgrenhado e, por fim, o corpo enrolado na manta, era óbvio que algo acontecia, ele ficou atarefado protegendo o navio da tempestade, e o amo Léon tinha passado a manhã desfrutando do que considerava o despojo da batalha. "Bem, os homens têm suas necessidades", pensou Petersham, "como eu muito bem sei, embora deva ter sido difícil para a senhorita Villu. É muito jovem e bonita, aposto minha vida que era inocente”. — Senhorita, você esta bem? - Perguntou-lhe Petersham, em voz baixa. — Claro que estou bem, Petersham - respondeu Villu com brutalidade, temerosa de que alguém adivinhasse sua vergonha. Morreria se alguém soubesse! Petersham não disse nada mais. Em silêncio, serviu a comida e saiu sem falar mais uma palavra. Villu suspirou, endireitou-se, aproximou a cadeira da mesa e se dedicou a comer. Surpreendeu-a descobrir que na realidade tinha fome, devia ser pelo trauma que sofreu. Estava para levar a boca o último pedaço de carne em conserva quando soou outra vez um golpe na porta. O olhar de Villu voou apreensivo, para a porta, quem seria desta vez? — Sim? -Perguntou cautelosa. Petersham apareceu à cabeça e a jovem se descontraiu. — Senhorita, eu pensei que gostaria de tomar um banho quente. Faz meses que levamos uma velha banheira na adega e ninguém ainda a usou. Eu gostaria muito de poder trazê-la. Villu pensou rápido, um banho seria maravilhoso e seu corpo maltratado clamava por ele, mas se era um gesto do capitão com a intenção de tranquilizar sua própria consciência, ela estava disposta a saltar pela amurada antes de aceitá-lo. Não aceitaria favores do capitão! — De quem foi à ideia? - Perguntou desconfiada. — A ideia foi minha, senhorita. De quem outro poderia ser? Isso era tão certo que Villu não pôde conter um sorriso desinteressado. "Como pude pensar que o capitão Léon Vargas perderia seu valioso tempo preocupando-se com meu conforto, ainda mais agora que já teve o que desejava de mim?", pensou. "Não acredito! Para ele, só sou um corpo inanimado sem ideias nem sentimentos!". — Obrigado, Petersham, eu adorarei tomar um banho - respondeu! Petersham a olhou, radiante, e desapareceu depois da porta. Villu se reclinou na cadeira, um pouco envergonhada por seu comportamento anterior. Ao final de contas, não podia culpar ao Petersham do acontecido, desde que lhe pegaram como prisioneira não lhe tinha demonstrado mais que bondade. Desta vez estava preparada para o breve golpe na porta. Quando respondeu e a porta se abriu, Petersham entrou seguido de perto por um robusto marinheiro que carregava uma grande banheira e outro que levava um dos baús pequenos de Villu. — Minha roupa! - Exclamou Villu, alegremente. — O capitão deu permissão para que lhe trouxesse algumas de suas coisas, senhorita - disse Petersham, sorridente. — Tomei a liberdade de escolher o baú que tinha sua roupa de noite. Acertei? Só a menção do capitão foi suficiente para que Villu enfurecesse, mais ainda ao saber que ele tinha dada permissão para algo relacionado com ela, mas pouco a pouco, com dor, voltou-se mais perspicaz. Não tinha sentido cuspir para o céu. Se disser ao Petersham que levasse de volta o baú a esse demônio lhe dizendo que ele mesmo poderia usar essa maldita roupa, única coisa que ganharia seria uma satisfação passageira. Era melhor aceitar as coisas como vinham nesse momento e ganhar tempo. Como Martha repetia frequentemente, quem espera sempre alcança. E se fosse necessário, Villu estava disposta a esperar eternamente para vingar-se. — Foi muito atencioso de sua parte, Petersham - murmurou, com o semblante transformado em uma máscara gelada que escondia seus pensamentos. Logo, enquanto os marinheiros levavam os baldes de água fervendo para encher a banheira, falou rudemente. — Petersham, quanto a esta noite, quando você me trouxe o jantar... eu... eu não estava em meus juízos perfeitos. Lamento ter sido grosseira. Era a primeira vez em sua vida que Villu se desculpava com alguém por algo e sentiu vergonha, mas teve a recompensa de um sorriso radiante de Petersham. — Está bem, senhorita. Todos nós temos dias maus de vez em quando. "Esta era o altruísmo do ano", pensou Villu, embora não disse nada. Quando os marinheiros terminaram de encher a banheira, Petersham ficou satisfeito, os três saíram e a deixou sozinha no camarote. A primeira coisa que fez Villu foi pegar uma cadeira e encaixar o encosto na maçaneta da porta para fechá-la. Embora, se Léon decidisse entrar, não o impediria por muito tempo, ao menos teria um aviso com tempo suficiente para que não a surpreendesse nua na banheira! Uma vez feito isso, aproximou-se do pequeno baú e o abriu com carinho. O simples espetáculo de algo que provinha do seu lar lhe umedeceu os olhos. Que não daria para ouvir a Martha dando bronca nela ou o pai gritando por algo que não tinha feito como ele queria! Decidida, enxugou uma lágrima que lhe rolava pela bochecha, chorar não fazia mais que piorar as coisas. Com cuidado, levantou a pequena bandeja com sabões aromatizados e perfume, que encaixava com esmero sobre a roupa. Pulverizou generosamente essência de rosas na água do banho e cheirou com deleite o vapor perfumado que chegou a seu nariz. Pegou um sabonete com aroma de rosas, um pano de banhar-se e entrou na banheira. Foi uma bênção sentir a água quente que acariciava seu corpo. Apoiou a cabeça no respaldo da banheira e não se moveu, desfrutando da ideia de que logo estaria outra vez limpa dos pés a cabeça. Depois de uns minutos de satisfação, começou a esfregar vigorosamente os braços, as pernas e o corpo, e quase arrancou a pele no desespero de se livrar do contato de Léon. Por último lavou o rosto até que as bochechas ficaram rosadas e resplandecentes. Única coisa que faltava era o cabelo e, depois de respirar fundo, inundou a cabeça na água. Molhou bem todo o cabelo e o ensaboou. Estava enxaguando o cabelo sob a água, quando a maçaneta girou. A isso seguiu uma maldição impaciente, logo um rangido agudo quando um ombro forte apoiado contra a porta empurrou a cadeira que apoiava a porta e a jogou no chão. Léon passou com dificuldade pela abertura obtida, olhou em volta do camarote com cautela e logo seu rosto se iluminou com um amplo sorriso. Tudo o que via da gatinha era uma mecha de cabelo dourado que gotejava e uns ombros cor de marfim. Em silêncio, Léon se aproximou da banheira. A expressão de Villu quando emergisse seria, verdadeiramente, algo para recordar! Nesse momento Villu saiu para tomar ar e Léon riu as gargalhadas diante do espetáculo absurdo que via. Os cabelos molhados caíam lisos sobre a cara e os ombros, e flutuavam em volta como algas. Ao ouvir as gargalhadas, Villu se ergueu e tirou os cabelos dos olhos. Olhou ao Villu, que parava sobre ela, com o rosto contraído de fúria. Enquanto ela tentava recuperar a palavra, ele ficou examinando as curvas suaves que se viam através da água. "Muito bonita", pensou, admirando o ângulo insolente dos peitos e os redondos quadris. "Muito bonita". Começava a esboçar um lento sorriso quando Villu lhe jogou na cabeça o sabonete, ao mesmo tempo em que lançava um grito inarticulado de furor. Léon retrocedeu incrédulo, e levou a mão ao lugar machucado. Por sua vez o caráter do Léon, que nunca tinha sido tranquilo, começou a ferver. "Então essa raposinha quer jogar duro, me assegurarei de que o consiga!". — Fora! -Gritou Villu, recuperando finalmente a voz. Enquanto Léon não recuperava o equilíbrio, Villu tratou de saltar fora da banheira, agarrando com desespero a manta para cobrir-se, mas o capitão a apanhou na metade do salto rodeou com as mãos a pele escorregadia pela cintura. Por mais que se retorceu e se mexeu,Villu não conseguiu libertar-se e o capitão voltou a joga-la outra vez na água. — Por quê? Depois de tudo, este é meu camarote - disse Léon, marcando as palavras, empurrando-a com firmeza nos ombros. A expressão agressiva dos olhos do homem lhe advertiu que pisava em terreno perigoso, mas Villu estava muito zangada para fazer caso da advertência. — Estou tomando banho! - Gritou finalmente, fechando os punhos, enquanto os olhos do homem a percorriam com total descaramento. — Estou vendo. O tom era aprovador e o olhar também. Possivelmente a chama que brilhava no fundo desses olhos deveria havê-la acalmado, mas Villu seguiu adiante com o escândalo. — Odeio-o! Saia daqui! Como o capitão permaneceu parado como um enorme objeto imóvel,Villu começou a chutar e a golpear a água com os punhos, como uma menina com manha de criança. Quando a água com sabão lhe salpicou a roupa suja, Léon fechou a boca com força, colocou-se atrás de Villu a tal velocidade que a jovem não teve tempo de preparar-se para o que aconteceu. — Quando te interrompi com tão pouca consideração, acredito que estava te enxaguando a cabeça - disse, em tom muito suave. — Deixe-me te ajudar.Villu sentiu que uma mão a empurrava pela cabeça e logo que teve tempo de respirar uma baforada de ar antes que a empurrasse na força na água, debateu-se e se retorceu, agitando as mãos com desespero para a superfície, masLéon a segurou até que ela sentiu que lhe explodiriam os pulmões. Finalmente a soltou, separando a mão, Villu emergiu aspirando com desespero grande baforadas de ar. — Porco! - Ofegou Villu quando pôde falar. — Por acaso já não chega ter me estuprado? Ou sempre afoga depois as suas vítimas? — Não, a todas não - disse o capitão, sentando-se na borda da banheira e brincando distraidamente com as mechas de cabelo molhado.Villu tirou o cabelo de um puxão e lhe lançou um olhar furioso, mas o homem lhe devolveu um sorriso zombador. — Só às meninas descaradas que necessitam que lhes demonstrem quem é o amo. — Amo! – Gritou Villu! Recuperando-se diante esse golpe no seu orgulho. — Você, animal insuportável, não é meu amo e nunca o será! — Você esta completamente equivocada, tesouro. Léon apertou os olhos até que não ficaram mais que dois riscos resplandecentes no rosto escuro. — Converti-me em seu amo no momento em que pôs um pé neste navio. Se ainda não o entendeste, significa que fui muito brando contigo. Eu pretendo resolver isso agora mesmo. Apoiou novamente a mão na cabeça de Villu, que não teve sequer tempo de tomar ar e a obrigou a afundar-se na água. Villu se deslizou e escorregou no fundo da banheira como uma enguia, e finalmente conseguiu livrar-se. Enquanto aspirava ar para seus pulmões famintos, Léon a agarrou outra vez. Villu lhe apanhou uma das mãos entre as próprias e lhe enfiou os dentes até que chegaram ao osso. — Cadela! - Uivou Léon, tirando a mão. Essa foi à oportunidade que Villu esperava. Saltou para cima e lhe jogou na cara o pano de lavar ensaboado. No instante que homem conseguiu se livrar do pano, bastou a Villu para agarrar a manta e tentar sair correndo pela porta. Mas embora a maçaneta girasse com facilidade, a maldita porta não se abriu! Puxou com desespero, tinha que abrir-se! — Está fechada com chave - grunhiu Léon em tom ameaçador, do lado de fora do camarote. Villu se voltou e viu que Léon avançava para ela com o rosto tenso de fúria, com o pano de lavar enrolado na mão, mas de todos os modos o sangue começava a fluir. Villu teve uma rápida sensação de triunfo. Fosse qual fosse o resultado, ao menos Léon não sairia ileso! — Então o valente capitão teve que fechar com chave, não é verdade? - Zombou a jovem, enquanto se aproximava do canto estratégico onde tinha deixado a taça de noite. — O que acontece, capitão? Por acaso temia que uma pobre mulher o derrotasse? Léon se aproximou lentamente para ela, prometendo com o olhar uma resposta dolorosa, mas Villu estava muito cansada para notar ou para que lhe importasse. Finalmente estava pagando na mesma moeda! Chegou ao canto, inclinou-se para recolher a taça de noite, ergueu-se e a lançou com tal rapidez que Léon não teve tempo de esquivá-la. Deu-lhe totalmente no ombro, fazendo-o retroceder. Villu amaldiçoou sua má pontaria e agarrou outra arma, desta vez, era o livro de peças de teatro. Se tivesse recebido semelhante golpe na cabeça, já não seria uma ameaça para ela! — Isso já foi muito longe, pequena harpia! - Rugiu Léon, lançando-se para ela. O livro lhe pegou no peito musculoso sem lhe ferir, antes que pudesse lhe lançar outro projétil, os braços do homem se fecharam em volta de Villu e a apertaram com força, como uma jiboia, lhe dificultando a respiração. Villu o chutou e o arranhou, mas o único que conseguiu foi machucar os pés descalços contra as pernas duras do homem. As unhas tiveram mais êxito, pois lhe arranharam um lado da cara até que Léon teve que tirar a cabeça. A moça se debateu com ferocidade, gritando maldições enquanto o homem a arrastava e em parte a carregava através do quarto. Léon não parecia impressionado pelo vocabulário da moça. Villu gritou com toda a força de seus pulmões ao mesmo tempo em que Léon lhe arrancava a manta de um puxão, deixando-a totalmente nua e em seus braços. Mostrando os dentes, tratou de atacá-lo com as unhas, mas o homem deu a volta sem esforço, deixando o ataque sem efeito, antes que Villu tivesse plena consciência do que acontecia, o homem se sentou em uma das cadeiras de madeira, com ela deitada de barriga para baixo sobre seus joelhos, retorceu com fúria o comprido cabelo úmido caindo pelo chão e o traseiro virado para o ar abanando, sem dignidade alguma. — Acredito que já é hora de que aprenda certas maneiras, milady - disse Léon entre dentes, dando uma forte palmada sobre o traseiro estremecido. Viluu conteve o fôlego quando a mão do homem deu na pele branca com toda a força de uma chicotada e gritou quando ele a golpeou uma e outra vez. Em poucos instantes, ficou reduzida a um corpo que soluçava e soluçava. — Deixe me ir, canalha imundo! - Conseguiu dizer com uma considerável medida de desafio, mas a mão baixou outra vez, desumana, sobre as nádegas e lhe negou inclusive essa pequena porção de dignidade. — A partir de agora, fará exatamente o que te diga, de acordo? - perguntou-lhe Léon, severo, ameaçando-a com a mão sobre a carne tenra. Villu não disse nada e a mão caiu com uma ressonante e forte palmada sobre o traseiro. — De acordo? - repetiu. — De acordo! - Gritou Villu, furiosa, condenando-o em sua mente a todas as torturas do inferno. "Lamentará todas as indignidades que está submetendo-me!", prometeu-se Villu. "Eu tenho meu orgulho, e o verei morto a meus pés embora seja a última coisa que eu faça na vida!". — Quem é o amo? - Prosseguiu Léon.Villu vacilou, não podia lhe dar essa satisfação. Léon lhe deu uma nova palmada, mais forte que as anteriores, e Villu gritou de dor e humilhação. — Estou esperando - disse o capitão, ameaçador. — Oh, você, miserável! Soluçando, Villu lhe lançou a aceitação e se preparou segura de que voltaria a bater nela pelo modo em que o havia dito, mas para sua surpresa a deixou ir, jogando-a com desprezo do seu colo ao mesmo tempo em que ficava de pé. — Não te esqueça - resmungou e foi procurar a taça de noite aonde tinha caído, junto à porta. Quando a levantou, viu que tinha quebrado pelo meio. Olhou-a com ar triste e girou para contemplar o desastre no camarote. Havia uma poça de água em volta da banheira meio vazia e o sabonete estava debaixo da mesa. A manta estava úmida, atirada em um montão colorido, perto da cama. Villu se enrolou no chão, onde ele a tinha jogado, e se cobriu com os braços para defender do exame minucioso do homem. Dirigiu-lhe um olhar de ódio ardente. Léon lhe sorriu ameaçador, diante o espetáculo selvagem que apresentava. Por Deus, já era tempo de que a raposinha fosse domesticada! — Levante-se! - Gritou-lhe. Villu o olhou com desprezo. — Eu não vou! - Respondeu, também gritando. — Eu já te disse para levantar-se! – Gritou Léon, em uma voz que estalou como uma chicotada. Villu o olhou de soslaio, disposta a seguir desafiando-o, mas o que viu no semblante do capitão a fez mudar de opinião, pois parecia ansioso para estrangulá-la. — Não posso. Não... não estou vestida - murmurou, franzindo a testa sem atrever-se a contradizê-lo abertamente. — Se não fizer agora mesmo o que te mandei, farei que lamente muito, asseguro-lhe isso. A voz de Léon era enganosamente suave, mas Villu viu que um músculo no canto da boca se contraía perigosamente. Quando o olhou, Léon deu um passo para ela e se apressou a ficar de pé, cambaleante. Fanfarrão arrogante! Os dois sabiam que a jovem não tinha mais alternativa que submeter-se, no momento. "Mas depois", prometeu-se, "pagará com sangue por cada humilhação que me faz sofrer!”. Tremendo, ficou de pé, enquanto os olhos do homem a examinavam, arrancando-a os últimos pedaços de respeito por si mesmo. As bochechas de Villu ficaram purpúreas e tentou cobrir o corpo com o cabelo, que chegava aos quadris, mas as mechas úmidas não eram muita apropriada para esse fim. "Esta é outra forma de violação", pensou zangada, vendo que os olhos de Léon a contemplavam com atenção. O orgulho inato à fez elevar o queixo e dobrar com firmeza a boca, negou- se a lhe dar a satisfação de vê-la encolher-se. Léon perdeu seu tempo, deixando que seus olhos acariciassem os encantadores seios estremecidos, as longas coxas de marfim e o atraente triângulo de pelo avermelhado que havia entre eles. Quase relutantemente, ele sentiu uma onda de calor e tensão na virilha. Tinha que admitir que a pequena bruxa era muito bela. Deveria tomar cuidado, pois do contrário logo o dominaria. A esta altura, já o voltava mais louco que qualquer mulher que tivesse conhecido jamais, o que era mau sinal. Não se dizia que um homem devia tomar cuidado com o que desejava, pois podia consegui-lo? Bom, Jon desejou domesticar a essa ferazinha desde o instante em que posou os olhos nela. Ele conseguiu e não foi como tinha esperado que fosse, pois a moça era muito delicada, encantadora, muito feminina apesar de seu caráter. Já começava a corroê-lo um sentimento de culpa pouco familiar quando via os hematomas que se escureciam sobre essa carne branca. Afogou um juramento, separou-se com brutalidade da moça, foi a passos rápidos para a porta e a abriu com força. — Petersham! - Gritou. Olhando a Villu por cima do ombro, ordenou-lhe, se cubra! Villu levantou a manta úmida do chão e se enrolou nela até que pôde pegar seu vestido de dentro do baú. Chateado, Léon a observou cruzar o quarto e mexer em seus pertences e, sem lhe tirar os olhos de cima, viu como de costas para ele Villu colocava a roupa de um azul escuro. Se ela o tivesse olhado, teria visto contorcer com as marcas negras que marcavam a carne suave das nádegas e da parte traseira das coxas. Quando Petersham chegou correndo à porta do camarote, Villu já estava decentemente coberta, de pé junto a cama, pois tinha o traseiro muito dolorido para sentar-se. Petersham lhe jogou uma olhada rápida e arregalou os olhos, surpreso, ao notar que tinha rastros de lágrimas nas bochechas e se apressou a voltar à atenção para o capitão. — Senhor? — Traga mais água quente. Eu também desejo tomar banho. — Sim, senhor! Petersham foi com rapidez cumprir a ordem, sabendo que não era prudente meter-se com o amo Léon quando tinha essa expressão. Quando estava irritado, o capitão tinha um aspecto diabólico. Petersham lamentou que Villu fosse tão tonta para irritá-lo. Mas, a julgar pelas aparências, ninguém podia fazer nada para lhe diminuir as consequências de seus próprios atos. Em silêncio, Villu secou o cabelo com a toalha enquanto. Petersham levava mais água quente para encher a banheira, passou o olhar do semblante sombrio do amo à figura despedaçada de Villu e soube que lhe convinha manter a boca fechada; concentrou-se em limpar a poça que cobria a metade do chão. Quando finalmente Léon lhe fez gestos de que se fosse, sentiu um grande alívio. Léon manteve silêncio. Villu quase desejou que a repreendesse e lhe gritasse, pois esse silêncio era muito mais enervante que tudo o que lhe tinha feito. "Sem dúvida sabe muito bem", disse-se, ressentida, vendo-o com a extremidade do olho como se despia. A imagem do corpo nu do homem era chocante. Os músculos ressaltavam sob a pele como os de um gato selvagem. O peito estava coberto por um arbusto de pelo escuro que se estreitava formando uma fita e terminou com uma seta na barriga lisa, e se alargava outra vez cobrindo a masculinidade flagrante. A chama vacilante da vela escondia nas sombras o seu rosto, tornando-o mais sinistro, quase diabólico. Tinha uma aparência quase antinatural de tão masculino e forte. Villu se estremeceu e se ruborizou quando o olhar de Léon girou em direção a ela e lhe dirigiu uma saudação zombadora. Mortificada por haver-se deixado surpreender contemplando-o, apressou-se a voltar-se. — Lave-me as costas. O tom severo a fez sair de suas divagações e, ao girar, viu ao Léon dentro da banheira, com um aspecto ridículo com a água até a cintura. Se Villu não se houvesse sentido tão cansada, tão dolorida e profundamente humilhada, teria sorrido ao ver esse corpão dentro da delicada banheira de porcelana. Em vez disso, ela mal conseguia segurar as lágrimas. — Eu disse para você me lavar as costas. - Desta vez, a ordem foi quase um grunhido. Villu olhou para ele incrédula, ele não estaria falando sério... Na realidade, não esperaria que... — Maldição! - Rugiu Léon e Villu se sobressaltou. — Sim, amo - respondeu com tom amargo, aproximando-se do homem que aguardava. Sem falar, Léon lhe entregou o sabonete, Villu parou atrás dele, mordendo o lábio. "O que não daria por uma faca!", pensou, contemplando as costas largas do homem. De repente, os músculos do pescoço de Léon se esticaram como se esperasse um ataque e para Villu tremeram os lábios. Era o cúmulo, esse sujeito devia ler mentes, mas Léon não tinha que preocupar-se com nenhum perigo de imediato, Villu estaria mais tentada se o traseiro dolorido não a fizesse recordar as consequências de uma violência parecida. — O que você esta esperando? - Espetou-lhe Léon, por cima do ombro. Villu subiu as mangas do vestido e se inclinou para cumprir a tarefa. Quando começou a passar o sabonete pelos duros contornos, os ombros de Léon se estremeceram, mas esse foi todo o movimento que fez enquanto ela se apressava a lhe esfregar as costas. Sentia a pele de Léon suave sob os nós dos dedos e a via resplandecer. Ansiava arranhá-lo para arrancar tiras de pele, seria seu pagamento pelos abusos que ele a fez sofrer, mas o bom senso prevaleceu. Essa atitude só serviria para lhe causar mais dificuldades. Apertando os dentes, Villu terminou o trabalho com perfeita prontidão e suspirou aliviada ao endireitar-se. — Deseja algo mais, amo? - Disse Villu, irônica, sem poder conter-se. Quase pulou no ar quando a mão de Léon voou e lhe agarrou o pulso. — Se estiver tão ansiosa, bem que poderia me lavar todo. - Outra vez um músculo se contraía do lado da boca dele. Ele a segurou para que lhe olhasse em seus olhos, Villu resistiu horrorizada, confusa não acreditava na armadilha que ela mesma caiu por suas próprias palavras. Não esperaria que ela lavasse todo seu corpo... Esse seria o cúmulo da humilhação! — Não o farei! - Murmurou Villu, mas estremeceu ao sentir que a mão do homem se fechava sobre seu pulso como se fosse seu dono. — Fará o que eu te mandar, menina. Vamos. Puxou-a pelo pulso para que Villu pudesse chegar próximo a seu peito e lhe soltou a mão. A moça fez um movimento rápido, como se fosse escapar, Léon lhe lançou um olhar de advertência. — Se me fizer sair da banheira para ir te buscar, você se lamentará. - O tom inexpressivo o fez mais convincente ainda. Villu não tinha mais remédio que lhe obedecer, ambos sabiam. Seria melhor fazê-lo e acabar com isso de uma vez. A contra gosto, Villu se inclinou sobre a banheira, molhando o sabonete e começou a passá-lo com movimentos lentos pelo peito de Léon. Sob a mão de Villu o pelo do corpo dele se frisava em pequenos círculos e o sentia áspero entre os dedos. De repente, Villu sentiu um desejo quase irresistível de deixar cair o sabonete e acariciar com as mãos esse pelo escuro. Horrorizada consigo mesma, fez exatamente o contrário, segurou o sabonete com as pontas dos dedos e procurou tocá-lo menos possível. Compreendeu que Léon estava percebendo, embora não disse nada e permaneceu com os olhos fechados, depravado, enquanto ela trabalhava. Terminou com o peito, enxaguou jogando água e se ergueu. Léon abriu um olho e a olhou. — Termina o que começou. Sem querer, Villu jogou um olhar ao corpo comprido, perfeitamente visível sob a água, já tinha uma ereção! Não poderia fazê- lo, simplesmente, não poderia! — Eu... eu não posso! - Murmurou desesperada, ao ver que os olhos do homem começavam a entrecerrar-se, zangados. — Não pode? - Repetiu ele com lentidão, como se calculasse a sua negativa. — Não me obrigue - murmurou ela em tom humilde e até que se desprezou por suplicar, não pôde evitá-lo. Léon ficou olhando-a por um longo tempo, o lábio de Villu tremia e seus belos olhos estavam arrasados de lágrimas. De repente, Léon recordou a ocasião em que tinha obrigado a sua melhor égua a saltar uma cerca que ela se recusava a saltar, a pata do animal ficou presa na barra, caiu e quebrou a pata dianteira. Os olhos da égua tinham a mesma expressão de suplica ferida que os de Villu nesse instante. — Vá para a cama - disse com brutalidade, surpreso de si mesmo e se endireitou para terminar o banho com uma careta mal humorada. Villu obedeceu, encolhendo-se sobre os cobertores, do lado da parede, sentia-se muito triste até mesmo para alcançar o candelabro, que seguia debaixo do colchão. Para que? Só conseguiria que esse homem o tirasse e a castigasse pela intenção. As lágrimas deslizaram pelas bochechas de Villu e molharam o travesseiro. Até então sempre esteve em volta de pessoas que a amavam e que se importavam com o seu bem-estar. Diferentemente desse sujeito, só era um objeto para uso de seu desejo como... como uma taça de noite! Villu afogou um soluço, por que tinha que lhe ocorrer algo assim? O que tinha feito para merecer semelhante destino? Quando ele apagou a vela, ficou tensa e se encostou o mais perto possível da parede. Léon se deslizou na cama ao seu lado, ela se contraiu ao sentir a dura nudez que se acomodava sobre o colchão. A mão de Léon a tocou e Villu lançou um breve gemido de angústia. Não pretendia forçá-la outra vez a realizar esse ato sujo! Por acaso os homens podiam fazê-lo mais de uma vez por dia? Não sabia, até esse momento, nunca soube nada sobre a parte sombria de um homem. Léon passou-lhe a mão pela cintura e a aproximou de seu próprio corpo duro. Villu tentou soltar-se, mas em vão. Sem dificuldade, ele a encostou a seu lado. Sem forças, a moça se debateu ao sentir que as mãos do Léon a exploravam, acariciavam-na. — Eu... nós não podemos! - Protestou finalmente, em um gemido baixinho. — Duas vezes no mesmo dia, não! Logo que percebeu que a boca dura do Léon se curvava em um sorriso. — E até mais, pequena inocente, se você quer saber da minha opinião. - Disse o capitão no ouvido de Villu, enquanto pousava os lábios sobre a pele tensa do pescoço e a acariciava com a língua, fazendo-a estremecer-se. Villu sabia o que pretendia e não estava segura de poder suportá-lo, mas não tinha alternativa. Sendo prisioneira desse indivíduo ele poderia estuprá-la quantas vezes desejasse. Não havia maneira de lhe impedir, diante dessa ideia, as lágrimas se renovaram e se afastou um pouco, mas Léon a apanhou pelas coxas e a aproximou outra vez para perto dele. Quando a mão do homem se fechou sobre a carne macia, Villu gemeu, chorando. — Maldição! - Murmurou Léon, mantendo distância dela. Um instante depois, Léon estava de pé junto à cama e acendia a vela. Com expressão assustada, Villu o viu aproximar-se de novo dela. Por acaso estava zangado por sua resistência? Não pretenderia que se derretesse em seus braços! — Vire-se - ordenou-lhe o capitão, com aspereza, de repente Villu sentiu que sua boca ficava seca, bateria nela outra vez. Oh, Por Deus, não! Estava toda dolorida e marcada das pancadas anteriores e desta vez seria pior. — Por... por favor, não me bata mais - murmurou, com voz embargada, sem fazer nem um gesto para lhe obedecer. Léon conteve o fôlego ao ver que as lágrimas corriam pelas bochechas da moça. — Não te machucarei - prometeu-lhe, fazendo-a girar, embora Villu se esforçasse por resistir. Villu estremeceu ao sentir que lhe levantava a saia do vestido, mas permaneceu deitada, submissa, enquanto ele a observava. Ela não conseguiria lutar contra ele que era mais forte, muito mais forte que ela, além disso, estava muito cansada. Não tinha alternativa a não ser suportar o que ele queria lhe fazer. Não podia ser pior do que já lhe tinha feito! Léon contemplou as curvas suaves que ele mesmo tinha machucado e se desprezou. Fosse o que fosse o que Villu tinha feito para provocá-lo, não merecia isso! A carne roxa do traseiro e da parte superior das coxas estava quente e avermelhada, semeada de marcas amareladas que se escureciam rapidamente. Devia lhe causar muitas dores! Girou-se com brutalidade e remexeu no baú, em poucos instantes, quando se levantou, tinha um kit de primeiros socorros na mão. Ao sentar-se na cama, junto a ela, sentiu-se o pior canalha da terra. A jovem não se moveu nem gemeu enquanto lhe lubrificava uma loção curativa pela carne inflamada. Os grandes dedos de Léon a massagearam para que o creme penetrasse na pele e Villu tratou de não gritar diante a intimidade do contato. "O contato dessas mãos é pior que a dor", pensou sombria. "Como ela, acostumada a todos os cuidados, a todos os luxos, amada, tenha caído tão baixo, é incrível. Entretanto, estava acontecendo”. — Sente-se melhor agora? - O homem perguntou suavemente, alguns minutos mais tarde. Villu quis lhe gritar, mas era muito esforço e se limitou a assentir, indiferente. — Formam-se hematomas com facilidade - prosseguiu Léon, com tom acusador, como se de algum modo, ela tivesse a culpa dos machucados. Villu não respondeu. Um instante depois, Léon disse com brutalidade. — Talvez você esteja pensando que se estiver muito zangada, eu te pedirei perdão. Perdão! Villu reprimiu um louco desejo de rir. Na verdade ele supunha que umas palavrinhas arrumariam tudo. "Algo é algo", pensou a jovem. "Seria o primeiro gesto de humildade dessa oca cabeça escura". — Não se preocupe, sei que não posso esperar nada de você - conseguiu dizer com tom amargo e se estremeceu ao ouvir o ruído brusco da mandíbula de Léon ao fechar-se. Léon a viu tremer e se amaldiçoou. "Deus sabe que não quis feri- la!", pensou. "Esta moça é capaz de esgotar a paciência de um santo, quanto mais de um tipo nervoso como eu. Mas mesmo assim, como podia saber que lhe formavam hematomas com tanta facilidade?". Soprou ao vê-la, voltou para a cama, deitou-se de costas e não tentou tocá-la outra vez. — Está bem, sinto muito – disse finalmente, depois de longo silêncio. Essa desculpa inesperada surpreendeu a Villu que na realidade, não esperava que se desculpasse. Haveria algum modo de tirar vantagem do remorso do capitão? Possivelmente, se fingisse que o perdoava... — O que? - Perguntou Villu, com cautela. — Maldição, eu te disse que sinto muito! - Disse entre dentes e Villu quase sorriu. Era evidente que para ele era muito difícil pedir desculpas. Se ela foi capaz de lhe arrancar uma desculpa, só era questão de tempo obter o que queria e ele estaria aos seus pés. Embora isso não fosse suficiente para Villu. Só se satisfaria quando o visse morto! — Você sabe que mereceu tudo o que te aconteceu. - Disse-lhe Léon, como se tivesse necessidade de justificar-se. — O que eu merecia? - Disse Villu, quase sem fôlego, e ainda estava duvidando que estivesse pensado em perdoá-lo. — Como pode dizer algo assim? Certamente, não merecia que me estuprasse! — Não foi estupro e sabe tão bem como eu - disse Léon, em tom áspero, apoiando-se em um cotovelo para lhe ver a expressão. — Isso não foi estupro...! — Você também o desejava. Em meu país, se a dama o desejar não se considera estupro. — Quem, eu o desejava? Você me forçou! Não tive alternativa! — Admito que, se tivesse sido necessário, eu te teria forçado, mas na realidade não o fiz. Desde a primeira vez que te beijei, no Anna Creer, soube que seria minha, porque você queria que eu a possuísse. Doçura é uma mulher muito apaixonada... ou o será quando tiver aprendido um pouco mais de tudo isto! — Besta! - Gritou Villu, sentando-se como uma mola, como se as palavras do homem a tivessem ferido na alma. — Me deu foi asco, tudo aquilo foi nojento que você me fez! Odiei suas carícias! Odeio você! Violou-me, sujo canalha, e agora pretende aliviar sua consciência dizendo que eu o desejava! — E não foi assim? - Murmurou Léon, em tom provocador. — Não! - Exclamou Villu, indignada. — Tenho que lhe demonstrar isso? - Ele perguntou brandamente, ao tempo que lhe rodeava a cintura com um braço para atraí-la outra vez para a cama. — Mas... você ... não pode. Você me pediu desculpas! Como é possível que queira fazer o mesmo, se você lamenta tê-lo feito a primeira vez? — Você não me entendeu, doçura. Desculpei-me por ter te dado uma surra, embora a merecesse. Jamais disse que lamentasse ter pegado o que você morria de vontade de me entregar. — Deixe-me em paz, miserável mentiroso! - Gritou Villu. — Por acaso é tão presunçoso que não entra na sua cabeça que te desprezo? Já disse que me solte! O tom de Villu se fez mais agudo quando Léon a arrastou para ele. — Não fique assustada, docinho. Eu lhe garanto que a próxima vez será bem melhor. Se relaxar e me deixar... não doerá absolutamente nada... - A voz de Léon se perdeu enquanto afundava a boca no suave vale entre os peitos deVillu, com aroma de rosas. — Jamais te deixarei fazer nada! - Declarou Villu em um sussurro sufocado, lhe puxando com força os cabelos negros. — O que você quiser de mim terá que pegar pela força! Irá estuprar-me uma e outra vez e mesmo assim não cederei! Repito-te que te odeio e que prefiro morrer antes de me submeter a você! — Não acredito moça. A menos que pense fazê-lo muito em breve. Murmurou com a boca apoiada na curva do peito, enquanto estirava os braços para lhe segurar as mãos. Villu se retorceu e se debateu, enquanto Léon sugava primeiro um dos mamilos erguidos, logo o outro. A jovem sentiu que pelo seu corpo percorriam estranhos tremores ao contato dessa boca dura, mas lutou contra a tentação de entregar-se. Nesta ocasião, sabiam quais eram as intenções do homem. Tinha sofrido uma espetada de dor que foi como se a partissem em dois. "Oh, Deus, não posso suportar isso outra vez, não posso...!". Léon estava deitado de lado, cara a cara com ela, cuidando de que Villu não tivesse que deitar-se sobre a zona machucada, ele estava com ela apertada contra seu próprio corpo musculoso. Com a outra mão lhe tirou o vestido e, quando ficou nua como ele, apanhou-lhe a perna e a levantou até pô-la em volta de sua cintura. Villu se debateu desesperada, horrorizada por essa nova indignidade, mas foi inútil. Queria gritar com todas as suas forças, implorar que lhe evitasse esta nova tortura, mas a boca do Léon afogou os gritos e as súplicas, sufocando-a. Sentiu a dureza do homem entre as pernas e ficou tensa, esperando a dor que sobreviria. Para sua grande surpresa, só sentiu uma doce e quente plenitude quando Léon a penetrou. A estranha sensação a fez ofegar, mas não de dor, era boa... — Eu já tinha te dito que da próxima vez seria bem melhor. - murmurou com humor negro no ouvido da moça. Villu desejou que a familiar onda de raiva lhe corresse pelas veias, mas o que sentiu foi uma fraqueza, como se fundisse, enquanto ele se movia com delicadeza em seu interior. O assombroso prazer à fez gemer e os braços, por própria vontade, rodearam o pescoço do homem. — Hummm! Villu! - Ouviu que Léon gemia através da névoa em que flutuava, embora estivesse muito presa a sua própria reação para pensar nisso. As investidas de Léon a transportavam a um redemoinho que gira rapidamente e estava muito fraco para lutar contra eles. A única coisa que queria era estar cada vez mais perto desse corpo duro e quente. Começou a mover-se para ele, contorcendo desajeitadamente, de uma vez, sedução. Entre gemidos, Léon a investiu com mais força e rapidez e Villu se segurou a ele como quem não queria soltá-lo nunca. Logo, com uma última investida profunda, tudo acabou. Contra sua vontade, Villu voltou para a realidade e o viu deitado ao seu lado, uma mão sobre um de seus peitos e o fôlego agitado em seu ouvido. Como um teste, balançou uma perna em Léon, será que tudo acabou! Ela estava à beira de alguma coisa... de algo maravilhoso! O que tinha acontecido? — Leon? -Murmurou, com dúvida. — De modo que agora sou Léon, não é assim? Acreditava que me odiava e me desprezava. - Villu viu a curva zombadora da boca. — Ah, isso não faz mais que demonstrar como são volúveis as mulheres. — Oh...! - Exclamou Villu, separando-se e lhe dando as costas, outra vez tinha conseguido envergonhá-la. "Espera", pensou furiosa. "Espera, meu feroz capitão pirata. Não passará muito tempo antes que tenha seu castigo". Acabava de terminar o pensamento quando os braços de Léon a rodearam atraindo-a para si, abraçado contra esse corpo quente. A cabeça de Villu aninhou no braço do homem. — Durma raposinha - murmurou-lhe, depositando um beijo suave sobre os cabelos revoltados. Villu acreditou ver o brilho dos dentes quando Léon acrescentou com suavidade... — Enquanto ainda tem.


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Notas finais do capítulo

comentem lindas

nova fic http://fanfiction.com.br/historia/459263/Perdida/

bjsss



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