– Para onde estamos indo? Posso saber? – perguntei

Maxon virou o rosto para que eu pudesse ver seu perfil – indo conhecer seu quarto novo, se esqueceu?

Eu pude ver de relance que ele abriu um sorriso enquanto voltava o rosto para frente. Desde quando o Maxon ficou assim? Ele que sempre foi meio tímido e um pouco inseguro de seus atos quando se trata de mulheres. Ele agora estava firme, confiante.. e ainda mais gato! Como isso é possível?

Maxon abriu a porta do meu novo quarto e entrou ainda me puxando pela mão. Assim que eu atravessei a porta, Maxon virou-se para mim e veio em minha direção. Eu cheguei a ficar assustada com a firmeza nos passos dele e involuntariamente dei um passo para trás. Nossos rostos estavam cada vez mais próximos. Quando nossos narizes estavam a centímetros um do outro, ele passou o braço com cima do meu ombro e segurou a porta para fecha-la. Conduzindo a porta lentamente, ele foi me empurrando com seu corpo. Ele não tirou os olhos de mim em nenhum momento, e eu também não podia parar de olhar para aquele Maxon que eu parecia estar conhecendo agora.

Finalmente a porta estava fechada, mas ele continuava a me empurrar bem devagar ate eu encostar na porta. E estávamos ali, colados um no outro. Maxon estava apoiado no braço que antes ele usou para fechar à porta. Sentindo a respiração do Maxon no meu rosto me senti meio tonta.

– Bem vinda ao seu novo quarto senhorita America. – ele disse com o rosto ainda muito próximo do meu.

Ele estava brincando comigo, me provocando. Mas se ele acha que eu não sei brincar, ele esta muito enganado!

– Obrigada majestade. É lindo. – eu disse o tom mais provocativo que eu conseguia enquanto colocava as mãos na cintura dele.

Nós não tínhamos acendido as luzes, o quarto estava em penumbra, levemente iluminado apenas pela lua. O rosto de Maxon ficava extremamente lindo mesmo com pouca luz. Imagine como ele deve ser lindo dormindo! Imagine como ele deve ser lindo acordando!

Maxon sustentava um sorriso torto por eu ter entrado no jogo dele. E quando ele veio se aproximando para me beijar, eu usei as mãos que estavam na cintura dele para afasta-lo e sai andando para o meio do quarto sorrindo para ele por cima do ombro. Maxon me olhou de cima a baixo enquanto passava a mão no cabelo. Quando olhei de volta para ele, a forma que ele me olhava me paralisou. Ele nunca tinha me olhado daquela forma, mas eu entendi o olhar dele. Era desejo, ele me desejava. Não sei quanto tempo fiquei perdida nesses meus pensamentos, mas quando me dei por conta, Maxon estava diante de mim novamente.

Estendendo a mão, ele lentamente a deslizou em torno da minha cintura. Sua outra mão no meu queixo, posicionando meu rosto para olhar diretamente nos meus olhos. Ainda me olhando, ele deslizou a mão pelo meu maxilar lentamente ate chegar aos meus cabelos.

Seu toque era doce e cuidadoso. Seu olhar era de desejo. Eu estremeci diante daquele olhar. Ele ficou parado por mais um momento, e então sorriu para mim, baixou a cabeça e roçou seus lábios nos meus. Seus movimentos eram dolorosamente lentos. O que me fazia quase morrer por dentro. Suspirei lentamente impaciente, e ele percebeu, o que o fez sorrir ainda mais.

Maxon me beijou delicadamente, um beijo que era quase um sussurro. Lentamente eu tirei as mãos de sua cintura e toquei seus braços com a ponta dos dedos. Ele deslizou sua outra mão também para minha cintura e me puxou o mais próximo possível. O que me fez agarrar seus braços.

Ele suspirou de prazer e aprofundou o beijo. Me derreti em seus braços. Não sei como ainda estava de pé. Cada ponto que ele me tocava eu sentia formigar. Agarrei seus braços com mais ardor. E sem sai do meu beijo Maxon pegou meus braços e, um de cada vez, os passou para seu pescoço. Então passou as mãos pelo meu braço e deslizou de volta para minha cintura. Antes que eu me desse por conta do que estava acontecendo, Maxon me prensava na parede novamente.

Não tenho ideia de quanto tempo aquele beijo durou. Mas eu não queria que acabasse nunca. Enterrei minhas mãos em seus cabelos. Com relutância Maxon se afastou um pouco passando o polegar no meu lábio inferior, mantendo a outra mão na minha cintura.

Precisei de alguns segundos para conseguir abrir os olhos.

Maxon riu da minha situação baixinho.

– Respire America.

Ele exibia um sorriso convencido, o que me deixou com um pouco de raiva.

– Acho melhor você ir para o seu quarto – disse tirando meus braços dele.

– Acho que tem razão – ele disse sem mover um músculo.

– Então boa noite.

– Humm, mas assim? – ele correu os dedos pelo meu braço

– O que você quer majestade?

– Eu..

–Humm?

– Quero.. – ele começou a passar o nariz no meu pescoço ate chegar à orelha. – um – enquanto ele sussurrava eu sentia que ele sorria. O que fez meu braço se arrepiar – beijo de boa noite.

Não tinha como resistir a aquilo. Passei meus braços de volta entorno do pescoço dele para que ele me beijasse. Ele me beijou próximo à orelha, passando para a bochecha, depois meu queixo. E então parou a centímetro do meu rosto e esperou.

Eu sabia o que ele estava esperando. Ele queria que EU beijasse ELE. Hesitei apenas por alguns segundos, só para tortura-lo da mesma forma que ele tinha feito comigo.

Sorrindo para ele, o apertei de volta ao meu encontro e tornei a beija-lo. Dessa vez o beijo foi mais brincalhão. Eu passava as mãos em seu cabelo, que nada se parecia com o impecável cabelo que ele sempre apresentava. Enquanto ele deslizava a mão por toda minhas costas, desde a cintura ate a nuca.

Maxon se afastou sorrindo, me deu um ultimo beijo rápido no canto dos lábios e virou para ir embora pela porta de conexão entre nossos quartos. Antes de fechar a porta, ele sorriu para mim, e sumiu.

Precisei de longos segundos para finalmente conseguir me mover novamente. Assim que me joguei na cama, apaguei.

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Acordei particularmente cedo. Estava ansiosa pelo dia de hoje. Era o dia que as outras selecionadas iriam embora. Eu estava triste por Kriss, pois apesar de tudo tínhamos ficado bem próximas nas ultimas semanas. Ela havia me contado que já sabia que Maxon ia me escolher e já estava pronta pra isso. Que quem sabe depois que ela voltasse pra casa, o amor de infância dela a pedisse em casamento. Fiquei feliz por ela não estar triste.

Eu estava triste por perder uma amiga ali dentro, mas tava ansiosa (e muito feliz) por finalmente dizer adeus a celeste. Essa garota só me incomodou.. E eu mal podia esperar para vê-la ir embora de vez da minha vida.

Caminhei lentamente ate a porta de ligação entre meu quarto e de Maxon. Queria vê-lo.
bati levemente na porta, mas não ouvi resposta. Abri a porta devagar chamando por Maxon. Mas meu chamado saía como um sussurro.
quando olhei para dentro do quarto, vi Maxon dormindo.

Fui me aproximando ma ponta dos pés, pois não queria acorda-lo.
Maxon dormia serenamente de barriga pra cima, com um braço atrás da cabeça (o que acentuava os músculos de seu braço) e a outra apoiada sobre o abdômen.

Sentei na beirada da cama ao lado dele e fiquei observando ele dormir. Sem perceber acabei me deitando virada para ele. Fiquei ali longos minutos apenas olhando para meu noivo.
–você ta me encarando- Maxon disse de repente, o que me fez tomar um susto.
–estou admirando- eu respondi, aliviada dele não ter reclamado da minha invasão.
–é assustador- ele disse com meio sorriso.
–é romântico!- eu disse de forma serena.
Maxon me olhou de rabo de olho e eu pude perceber um leve sorriso no canto de seus lábios por trás de sua falsa expressão de desdém.
aquele olhar, aquela expressão dele me fez rir. E sem eu perceber, Maxon tinha rolado para cima de mim, me prendendo embaixo dele e me beijou de forma delicada. Foi algo tão espontâneo, que não deu tempo de eu reagir.

Retribui o beijo, passando as mãos na cintura dele. Seu pijama fino permitia que eu sentisse os músculos desenvolvidos dele. Eu não percebi o que estava fazendo ate sentir Maxon me beijar mais intensamente. Eu estava com os braços envolvendo seu tórax e com as unhas levemente cravadas no alto de suas costas. Maxon estava apoiado nos cotovelos, acariciando meu cabelo com delicadeza. No momento que eu cravei as unhas com um pouco mais de força nas costas dele, ele agarrou meus cabelos da nuca e forçou minha cabeça levemente para o lado de forma que meu pescoço ficasse mais exposto.
Maxon foi descendo seus beijos para o meu queixo, depois para meu maxilar ate chegar ao meu pescoço. Seus beijos estavam tão bons, eu estava sem fôlego.

Foi quando eu percebi que estava só de pijama. Meu fino pijama de camiseta e mini short. Um leve rubor passou por mim. Eu nunca tinha ficado com tanta pouca roupa na frente de alguém.
–Maxon?
–hmmm?- ele disse entre os beijos que já tinham saído do meu pescoço e estavam na minha clavícula.
–Maaaaaxon?- minha voz saiu como sussurro.
ele não respondeu.

Da forma mais sutil que eu consegui, eu comecei a empurrar ele para o lado. Quando eu fiz isso, Maxon percebeu o que estava acontecendo e rolou para o meu lado. Ficamos em silencio alguns segundos, apenas respirando pesadamente, ambos sem fôlego.
– desculpe, eu acho.. que.. - Maxon se esforçava para manter a voz firme, mas claramente não estava conseguindo. O que me fez rir - me empolguei.
Nós nos olhamos brevemente e começamos a rir.
– foi culpa minha - eu disse - não devia ter invadido seu quarto.
– tem razão, foi culpa sua - ele disse fingindo ser esnobe - encare isso como seu castigo.
– esse é meu castigo? Então amanha venho te acordar de novo! Majestade! - eu disse me sentando na cama e virando para ficar de frente pra ele.
– não se eu te acordar primeiro - ele disse pegando minha mão - princesa - depositou um beijo suave nos meus dedos e repousou minha mão sobre seu abdômen.

E uau, que abdômen. Eu podia sentir os músculos dele sobre minha palma, e antes de eu perceber, eu estava acariciando a barriga dele, e aqueles músculos maravilhosos.

Quando cai em mim, percebi que Maxon ainda estava deitado, porem estava com os dois braços atrás da cabeça e me olhava com uma sobrancelha erguida. Aquele olhar malicioso dele me fez enrubescer de leve. Ele então olhou da mesma forma para minha mão no abdômen dele e um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios. Segui o olhar dele e quando percebi que eu estava acariciando os músculos dele eu fiquei vermelha igual a um tomate, o que fez Maxon rir.

Eu abruptamente me levantei e fique de costas para ele para me recompor.
Maxon se levantou devagar, e foi em minha direção. Parou atrás de mim e beijou meu ombro nu bem de leve, como se temesse que eu fosse quebrar com o toque dele. Como eu não reagi, ele continuou a depositar leves beijos, subindo quase que imperceptivelmente. Tudo que eu conseguia fazer era fechar os olhos e respirar pesadamente.

Maxon pegou meus cabelos e passou eles para o outro lado para abrir caminho. Quando seus beijos estavam quase na área atrás da minha orelha, ouvimos leves batidas na porta.

Um leve desespero passou por mim. O que iriam pensar se me vissem ali usando apenas meu pijama? O que iriam pensar se vissem as marcas que provavelmente Maxon tinha deixado? O que iriam pensar..
Meu pensamento foi interrompido pela voz de Maxon.
–entre
me virei para Maxon com um olhar que dizia: ficou maluco?
O que fez Maxon rir.

A porta se abriu, era a rainha Amberly. Ela olhou para dentro do quarto e quando nos viu, não pude deixar de reparar o espanto em seu rosto. A rainha olhou para nos, depois para nossas roupas, e.. Riu!

Quando eu ouvi a risada dela, foi minha vez de olhar com espanto.
– bom dia crianças! Interrompi alguma coisa? - disse a rainha sorrindo para nos.
eu nunca me senti tão envergonhada. Tentei puxar minhas roupas para ver se conseguia me cobrir mais. Fracassei.
– bom dia mãe, não interrompeu nada não. Estávamos apenas dando bom dia. Decidimos que vamos tomar café aqui hoje. E depois descemos para nos despedir das meninas. Tudo bem? - Maxon respondeu tão naturalmente, como ele pensa rápido. Melhor que dizer que estávamos nos atracando na cama dele.
– sem problema filho
– mas a senhora veio aqui por um motivo. O que houve? - Maxon perguntou para a mãe enquanto me envolvia num abraço.
eu apenas observava. Ainda não tinha conseguido emitir qualquer som.
– eu vim aqui, para ver se você já tinha acordado - ela disse e logo depois olhou para mim - mas acho que alguém já se encarregou disso - e piscou para mim.
–desculpe - eu disse com um leve rubor
–que isso filha! Não por isso. Eu acho que terei que me acostumar que agora eu não sou a única na vida do Maxon.
– ah.. Rainha.. eu..
–por favor filha, nada de formalidades comigo. Agora você é como uma filha para mim.
–e como eu devo te chamar?
–pode me chamar pelo nome, mas se isso ainda for "esquisito" para você, tudo bem.
–não, de forma alguma, é tudo uma questão de habito. - estranhamente eu já me sentia mais a vontade, mesmo estando com tão pouca roupa e abraçada a um Maxon de pijama de manga curta e short. - bom, vou voltar para o meu quarto. Bom dia magest.. Amberly. - olhei para Maxon - daqui a pouco eu volto pra tomar café?
– sim, eu vou estar te esperando aqui - ele respondeu beijando minha testa.
quando abri a porta do meu quarto e entrei. A surpresa.