The Maze escrita por Hunter Demigod


Capítulo 3
A Hard Way


Notas iniciais do capítulo

OIE, desculpem demorar, mas é que eu tava com muita preguiça de escrever esses dias -.-'
Hoje vai ter mais sofrimentos para a Miles e o Gabriel (podem anotar aí que eu vou torturar eles até o fim da fic). Espero que gostem, foram quase 2.000 palavras, até me assustei quando vi ' -' (sacomé, amo torturar pessoas e.e)
Enjoy, sweeties ;)



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POV Miles

Eu já tinha começado a caminhar pelos corredores escuros quando percebi que chorar não traria meus pais de volta. O cheiro de mofo castigava meu nariz e meus olhos tinha problemas para se guiar na escuridão.

Assim que virei num corredor, me vi em uma parte em que havia dois caminhos. Os dois eram escuros e, geralmente, nunca entraria neles, mas não podia ficar parada ali. De repente, um dos caminhos se iluminou. A luz ainda estava longe, no final do corredor. Vinha uma música de lá que eu não podia ouvir direito.

Olhei para o outro corredor e meus olhos se arregalaram ao ver seis olhos vermelhos me encarando na escuridão. Suor frio escorreu pela minha testa e fiquei paralisada enquanto via a aranha gigante vindo em minha direção lentamente. Tão rápido quanto congelei, eu comecei a correr em direção ao corredor iluminado, sentindo que a aranha ainda vinha atrás de mim. Tudo que eu pude fazer foi gritar.

Eu odiava aranhas. Mas devia ter ficado com ela, ao invés de seguir o corredor iluminado.

Assim que cheguei até a luz, uma parede surgiu do nada e me separou da aranha que ainda vinha atrás de mim. A música agora estava clara e meus olhos se arregalaram assim que a reconheci.

Música de circo...

Olhei para minha frente e o que vi faria meu “tio” Sam morrer de enfarte. Tinham pelo menos uns vinte palhaços ali. Mas eles eram tipo, palhaços zumbis. Alguns faltavam um olho, outros um braço ou uma perna. Mas todos completamente aterrorizantes e que faria qualquer um morrer de medo.

A música de circo foi ficando mai alta em meus ouvidos e parecia estar ficando num tom mais macabro também. Um dos palhaços avançou com a boca aberta, mostrando que os dentes deles eram tão finos quanto alfinetes... Finos e afiados. Tirei a adaga do cós do meu short e golpeei o palhaço, cortando seu pescoço, fazendo o sangue dele, que parecia ser preto, espirrar em cima de mim.

Assim que matei o primeiro palhaço, os outros não pareceram muito satisfeitos e avançaram. Não ia conseguir matar tantos assim. Olhei para cima e vi a corda bamba. Se eu saísse viva dali nunca mais iria a um circo. Corri para o mastro que segurava a corda e subi as escadas. Tive esperanças de que os palhaços não saberiam subir as escadas, mas, como sempre, estava enganada. Um deles segurou minha perna. Eu gritei apavorada e chutei sua cara, o derrubando. Ele levou uns cinco ou seis palhaços zumbis com ele, não parei para contar. Ao chegar no pedestal que levava a corda bamba, reuni toda minha coragem e dei o primeiro passo, sentindo a corda tremer junto ao meu pé. Consegui chegar até o meio da corda quando percebi que foi uma péssima ideia. Os palhaços haviam subido pelo outro lado também, me deixando encurralada. Um deles pôs a mão na corda e começou a balança-la com um sorriso de dentes finos no rosto. Olhei para baixo. Havia uma rede que parecia que ia torar com qualquer forçinha. Respirei fundo e fiz a única coisa que poderia fazer, pular.

Fechei os olhos e senti minhas costas baterem contra a rede. Mas a rede parecia ter se transformado num colchão inflável que foi mal enchido. Abri os olhos pra perceber que uma massa escura cobria todo meu corpo, quase me sufocando, tentei levantar os braços mas estavam presos pela massa escura. Quando ela realmente tampou meu nariz e minha boca, me deixando necessitada de ar, eu caí dela para o chão. Tinha ido parar num corredor do labirinto. Minha respiração estava descompassada graças ao medo, eu olhava para os lados apenas encontrando as paredes de pedra e uma tocha que iluminava onde eu estava. Não havia nenhum caminho atrás de mim e eu estava melada de sangue do palhaço demônio.

Se eu pudesse escolher um lugar onde passar as férias, nunca seria nesse labirinto.

POV Miles

***

POV Gabriel

Eu realmente não, repito: Não, estava gostando daquele labirinto. Depois do monstro dos dentes de tubarão eu tinha enfrentado um gnomo com unhas do tamanho de garras de tigre. Preciso mesmo dizer que a camisa que eu estou usando não me serve mais para nada?

A espada que eu havia encontrado estava em minhas mãos e era a minha única luz naquele lugar. Ao perceber que provavelmente não havia mais nenhuma ameaça por perto, sentei encostado na parede e rasguei um pedaço da minha camisa em farrapos para pôr no meu braço onde o gnomo tinha me machucado. Após enfaixar precariamente meu braço, olhei para o fim do corredor que eu estava. Queria continuar sentado ali e descansar, mas sabia que não podia. Precisava achar Miles, e precisava achar Bruna.

Minha mente vagou para o dia em que eu a conheci e não consegui evitar um sorriso. Será que alguém já tinha sorrido naquele lugar? Ainda me lembrava do jeito maluco dela, que nunca a abandonou, e do jeito que ficou quando me conheceu... Me peguei pensando no que aconteceria se eu não tivesse me apaixonado por ela. Provavelmente ela estaria na Jaula do meu irmão com ele e eu estaria pegando alguma mulher por aí. Balancei a cabeça, tentando fazer esses pensamentos irem para longe e ouvi um barulho vindo do outro corredor.

Não era exatamente um barulho... Era uma voz. A voz parecia ficar mais nítida a cada segundo e eu a reconheci. Arregalei os olhos quando percebi que era a voz de Bruna chamando meu nome. Peguei a espada e corri até o fim do corredor. Ao virar me deparei com uma sala totalmente pintada de negro. Não eram as mesmas paredes de pedra dos corredores do labirinto. As paredes eram negras como piche e lisas, com marcas de arranhões por todas elas. Ela estava lá, no centro da sala. Usava um vestido longo e preto como as paredes e seus lábios tinham a cor vermelho sangue.

Ao dar o primeiro passo para alcança-la ela levantou seu rosto e me encarou. Os olhos dela estavam vazios ao me encarar. Pareciam enevoados, como se ela estivesse cega. Como se estivesse morta. Uma figura escura se aproximou por trás dela e eu levantei a espada, pronto para matar quem quer que fosse. Até eu reconhecer quem era.

Ele usava um terno preto, assim como o vestido de Bruna. Seu sorriso cínico de sempre estava estampado no seu rosto, os cabelos cor de areia estavam bagunçados. Lúcifer me encarava como se, de alguma maneira, havia me vencido de alguma maneira.

Eu sabia. Sabia que aquilo era apenas mais uma ilusão do labirinto. Mas parecia não estar querendo acreditar no que estava vendo. Lúcifer passou a mão pela cintura dela e seus olhos continuaram vidrados em mim, como se me olhasse, mas não pudesse me ver.

–Solte ela. -falei por fim, apontando a espada para meu irmão

Ele soltou uma risada nasalada (que eu sempre odiei, só para deixar claro) e meneou a cabeça como se achasse minha atitude imprópria.

–E por que faria isso? -ele perguntou, sua voz ecoando por todas as paredes daquele lugar

–Ela é minha, e você sabe disso. -respondi

Seu sorriso se abriu mais ainda quando falei aquilo. Ele colou o corpo dele nas costas de Bruna que parecia uma estátua.

Eu poderia dizer que eu não senti raiva ao ver ele fazendo isso com ela, mas se eu dissesse isso, eu estaria mentindo.

–Ela nunca foi, e você sabe disso. -ele alegou, dando ênfase no “você” -Ora, Gabriel, ela sempre me pertenceu, e agora ela é minha e só minha.

–E você é louquinho. Solte ela.

Lúcifer riu em alto e bom som e balançou a mão em minha direção. Quando me dei conta, uma corrente prendia meu pé. Olhei desconfiado para ele.

–Se não acredita em mim, irmãozinho, veja. -ele disse

Lúcifer passou as mãos pela cintura de Bruna, fazendo-a ficar frente a frente com ele. Levou os lábios para o pescoço dela e começou a beijá-la enquanto ela passava as mãos pelos cabelos dele do jeito que ela só fazia comigo.

–Pare! -gritei

Ele prendeu os lábios dela num beijo e ela correspondeu como se realmente estivesse gostando. Arregalei os olhos e tentei me livrar da corrente. Ia usar a espada para corta-la, mas Lúcifer percebeu e a jogou para longe. Comecei a gritar que ele parasse com aquilo assim que vi o que ele pretendia fazer. O vestido que ela usava logo caiu aos seus pés e eu fechei os olhos para não ver a cena que iria vir a seguir. Mas ainda conseguia ouvi-la gemer de prazer. Tapei os ouvidos e fechei os olhos com mais força, sentindo que lágrimas estavam se formando neles.

De repente, tudo ficou em silêncio. As lágrimas já tinham começado a cair. Não me atrevia a abrir os olhos ou destapar os ouvidos. Ainda podia sentir a corrente prendendo meu pé. Aos poucos, abri os olhos e me assustei ao ver os olhos de Bruna em minha frente. Havia um sorriso sarcástico em seu rosto. Ela não estava com o vestido preto(nem nua, só para vocês não pensarem merda com minha garota suas criancinhas safadas). Ao invés do vestido ela usava uma camisa branca e uma calça jeans. Típico dela.

As lágrimas não queriam parar de cair do meu rosto e eu tinha a leve impressão de que ela estava sorrindo por causa delas.

–Você me meteu em toda essa encrenca, Gabriel... Sabe disso não é? -ela perguntou

Franzi o cenho e ela revirou os olhos.

–Se não fosse por você, eu teria uma vida normal, uma vida sem toda essa confusão, mas você foi o culpado de tudo isso.

–Brubs, o que...

–Não me chame de “Brubs”. -seu semblante ficou sério -Nunca amei você, você é só meu brinquedinho angelical. Nada mais que isso.

–Você é uma ilusão, não é real, não é a minha Bruna. -falei, tentando ficar o mais sério possível agora que as lágrimas haviam parado de cair

–E o quanto real isso é para você? -ela perguntou e me beijou

Parecia real. Eram os mesmos lábios, o mesmo gosto, o mesmo beijo. Ela nos separou e me olhou desgostosa.

–Você é minha desgraça, Gabriel. É só isso que você é. -por mais que eu soubesse(ou tivesse quase certeza) que aquela não era a Brubs, aquelas palavras doíam

Ela segurou a gola da minha camisa rasgada e me fez levantar, ainda com o pé preso a corrente.

–E você vai me pagar por tudo isso. Me pergunte como... -ela falou e deu um sorriso de um psicopata

Engoli em seco.

–Como? -perguntei

Ela sorriu mais ainda e vi ela pegar uma lâmina prateada do cós da calça. Uma espada do arcanjo.

–Com a sua vida.

Fechei os olhos quando vi a lâmina se aproximar rapidamente de mim e esperei pela dor, mas ela não veio. O aperto na minha gola sumiu, meu pé não estava mais preso. Abri os olhos e me vi em mais um corredor do labirinto. A espada que estava comigo brilhava ao meu lado. Sentei no chão de pedra e as lágrimas voltaram a correr. Parecia que não havia mais ar em meus pulmões e que eu não conseguia mais respirar.

Aquele labirinto era um inferno na terra. Adentrava em seus medos mais profundos e fazia com que você os visse como a mais pura realidade. Me deitei no chão e gritei em meio ao choro, fazendo minha voz ecoar nas paredes.

Quando realmente pensei em descansar, chorar até as lágrimas acabarem e só sobrar a raiva como companheira, ouvi mais um barulho ecoar nos corredores. Sequei as lágrimas, e segurei a espada com força e me levantei. Eu já devia saber: Aquele labirinto nunca me deixaria descansar.

POV Gabriel


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Notas finais do capítulo

Rewiens? e.e