The Maze escrita por Hunter Demigod


Capítulo 2
Lost


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o segundo capítulo! Como sempre, é nele que as tretas começam e.e
Enjoy!



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Nos viramos sem muita delicadeza dando de cara com uma figura bizarra. Seus pés enrugados não chegavam a tocar o chão. Não havia cor em nenhuma parte de seu corpo. Seus olhos eram apenas órbitas brancas, assim como todo o resto. Era uma mulher, isso percebia-se pelos seios. Mas uma mulher tão velha quanto o tempo. Os cabelos chegavam aos seus pés flutuantes e, como todo o resto dela, era branco e desgrenhado. Sua presença iluminava parcamente o corredor escuro do labirinto. Sua face parecia estar congelada em uma expressão tristonha e seus lábios estavam entreabertos.

–O que é você? -meu pai perguntou, me puxando para trás

–Eu sou a guardiã desse labirinto. Guardo os corredores sombrios deste lugar. -ela falou, sem mexer os lábios, com uma voz sombria que parecia ressoar em cada pedra das paredes

Segurei a vontade de dizer que era óbvio que ela guardava os corredores do labirinto, sendo que ela mesma disse que era a guardiã. Acho que não seria legal brigar com uma velhinha que era mais velha que meu pai...

–Pode nos mostrar a saída? -minha mãe perguntou

A risada da velha ecoou no corredor. Mas o mais assustador foi que ela riu mesmo com seu rosto congelado na mascara de tristeza e angústia de antes.

–Só há um meio de sair daqui. Que é achando o centro do labirinto. -a velha disse

–Não é só isso, não é? Não vai ser tão fácil assim... -meu pai murmurou

A velha ficou parada, encarando-nos com suas órbitas brancas. Então, sua voz finalmente se propagou pelos corredores, mais alta e nítida.

–Terão que enfrentar seus piores medos e os piores monstros da terra.

Meu pai soltou uma risada nasalada.

–Eu não tenho medo de nada.

–Ah, tem. Tem sim. Apenas um medo. -a velha levantou um braço para minha mãe e ela simplesmente sumiu -Perder sua família.

–O que você fez? TRAGA-A DE VOLTA! -ele gritou

A risada da mulher ecoou mais uma vez.

–Ora, não se preocupe. Ela está bem, por enquanto...

Ela balançou a mão e uma elipse de fumaça se formou no ar. A elipse mostrava um cômodo do labirinto, feito com as mesmas pedras. E, numa cama de metal no meio do cômodo, lá estava minha mãe, dormindo como se nada estivesse acontecendo.

–Vocês tem quatro dias para encontrá-la, ou ela morrerá. Ela está no centro do labirinto. Mas ela não será a única que vocês terão que encontrar... Também terão que encontrar um ao outro. -a velha falou

Eu e meu pai nos entreolhamos. Antes que pudéssemos fazer alguma coisa, o chão tremeu e entre nós, surgiu uma parede de pedra, nos separando. Pude ouvir meu pai gritar meu nome antes de tudo ficar silencioso e escuro. A tocha que iluminava o local havia se apagado e a velha sumido. Mas sua voz ainda estava nos corredores.

–Se não se encontrarem no centro do labirinto no mesmo instante que o outro, um ficará preso aqui para sempre.

Me encostei na parede e encarei o breu a minha frente antes de cair em prantos.

POV Miles

***

POV Gabriel

Eu ainda estava tentando, de algum jeito, atravessar a parede de pedra. Havia descoberto que meus poderes haviam sido “retirados” de mim. Agora eu me lembrava. Não importa que criatura você seja, se você for parar no labirinto, você se torna mortal. Qualquer coisinha afiada que colocassem em mim, poderia me matar. Depois de tanto tempo, estou experimentando como é ser mortal.

Não é uma coisa boa.

Desisti de socar a parede e me sentei no chão. A ultima mensagem da velha assustadora foi clara. Se eu e a Miles não chegássemos ao centro do labirinto juntos e salvássemos Bruna, o que ficou para trás iria ficar preso aqui, para sempre. Vagueando pelos corredores do labirinto, sem nunca encontrar uma saída.

Isso não parecia justo. Se eu tentar encontrar a Miles e esgotar o prazo de quatro dias para que eu encontre Bruna, ela morre. Se eu tentar encontrar Bruna e não achar a Miles, ela ficaria presa aqui, para sempre. Não podia perder nenhuma das duas.

Se eu encontrasse aquela velha idiota outra vez, ela ia me pagar.

Me levantei e comecei a vaguear no escuro, me guiando pelas paredes úmidas até encontrar uma curva. No fim dela, havia uma tocha acesa. Andei apressadamente até ela e a peguei. Talvez fosse precisar. Continuei seguindo em frente, ouvindo alguns sons estranhos ecoando pelas paredes. Ao virar o corredor, entendi que achar Miles ou Bruna não seria uma coisa fácil.

A figura não era totalmente iluminada pela pequena tocha que eu segurava. Tinha pelo menos uns três metros de altura dentes afiados que lembravam um tubarão, e olhos brilhantes como diamantes. Que me encaravam com uma mensagem clara neles: Ele ia me matar. Antes que eu percebesse, um tentáculo da coisa -sim, aquela coisa tinha tentáculos- me segurou. Graças à tocha, consegui queimar parte dele, fazendo-o me soltar. Tentei correr para o lado contrário, mas minha surpresa foi ver uma nova parede de pedra, impedindo minha volta.

Eu definitivamente não estava gostando daquele lugar. Retirei a uma adaga do anjo do cós da calça e investi contra o monstro... Bem, eu poderia dizer que eu lutei bravamente e cortei o bicho em pedacinhos. Mas vamos falar a verdade. O monstro e jogou contra a parede e senti minha cabeça doer tanto que me deixou atordoado. Senti um de seus tentáculos envolvendo minha perna enquanto ele dava um urro que daria um susto até em Chuck Norris e me puxou para cima. Consegui pegar a tocha, que deveria ser mágica por que ainda estava acesa, e me vi frente a frente com seus dentes afiados.

A coisa tinha uma fileira de dentes extras bem na entrada da garganta e que mereciam uma passada no dentista por que dava pra se ver todos os tipos de doenças bucais naquele negócio. Além de ter restos de comida entre eles. Pude reconhecer um pedaço de osso que parecia humano entre eles. Senti meu estomago revirar. Antes que aquela coisa me engolisse eu joguei a tocha acesa na garganta dele e gritei assim que ele me largou. Por sorte, consegui proteger minha cabeça com meus braços, mas um deles ficou doendo muito depois do impacto. A última coisa que eu pude ver foi o monstro em chamas a minha frente, urrando de agonia e morrendo. Assim que ele se tornou apenas cinzas, pude ver uma coisa brilhando no meio delas. Se aquilo ainda fosse a porra da tocha, eu ia querer uma dessas pra levar para casa.

Ao me aproximar, percebi que não era a tocha. Uma espada brilhava numa luz azul estranha no meio das cinzas da coisa. Parecia uma daquelas de Senhor dos Anéis... Será que Frodo foi comido por essa coisa? Acho que não.

Com cuidado, peguei a espada e olhei para trás, onde a parede ainda bloqueava meu caminho de volta. Agora eu teria que seguir em frente. Voltei a caminhar, como o caminho sendo iluminado pela espada, ignorando o sangue que escorria da minha testa. Machucado ou não, tinha que achar minhas garotas.

POV Gabriel


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Notas finais do capítulo

Rewiens? ;)



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