A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 38
O - memorável - retorno do gasparzinho




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XXXVIII

ELIZABETH

ELIZABETH OBSERVAVA AS CAÇADORAS de cima de um galho alto de pinheiro. Ela odiava voar, estar em lugares altos e etc, mas estava em uma das montanhas mais conhecidas dos EUA em cima de um pinheiro alto.

Ela não conseguia dormir – tinha medo do que seus sonhos podiam trazer. Sabrina tinha dito à ela que vira o massacre que o acampamento meio-sangue estava se tornando, e ela definitivamente não queria ver aquilo.

As caçadoras agiam de modo comum – algumas se sentavam sozinhas, algumas comiam, algumas faziam artesanato, algumas brincavam de bola de neve, nada de mais. Elizabeth ainda as observava quando teve um pressentimento.
– Olá. – disse alguém ao lado dela. Elizabeth entendeu o pressentimento e levantou uma sobrancelha para Evan.
– Oi, sumido. – ele revirou os olhos.
– Desculpe, tinha muita mágica no labirinto. – disse Evan, parecendo realmente sincero – Deve ter sido difícil e tudo mais pra você, ficar longe de mim. – então piscou. Elizabeth revirou os olhos.
– Ah, corta essa. – ela disse – Você não é tão sedutor quanto acha. – ele levantou as sobrancelhas.
– Você mente muito mal pra alguém que manipula a névoa, sabia? – ele provocou.
– Você está tão convencido que eu gosto de você – disse Elizabeth – mas eu nem te conheço.
– As pessoas não precisam se conhecerem pra se gostarem. – disse ele – Elas se olham e BAM!, se gostam.
– Isso pode parecer uma coisa louca pra você – disse Elizabeth – mas eu geralmente não gosto das pessoas a primeira vista. Eu não sou tão amigável quanto você pode pensar.
– Eu sei, isso é fofo.
– ARGH – ela gemeu.

Elizabeth queria sair dali, mas o problema de estar em cima de um pinheiro alto é que você não pode simplesmente se jogar (a não ser que queira se matar). Ela cogitou viajar nas sombras até embaixo, mas não estava tão desesperada.
– Então, você não me conhece. – disse ele – Gostaria?
– Na verdade, sim. – ela tentou não soar esperançosa. Não tinha orgulho de suas recaídas.
– Uh, vejamos. Eu nasci no dia 30 de Junho de 1966, morri no dia 13 de Março de 1983...
– Espera aí, você morreu no dia do meu aniversário? – ele levantou uma sobrancelha.
– Estranho né? Agora, eu posso continuar?
– Claro. Continue fazendo seu anúncio pessoal.
– Obrigado. Como eu estava dizendo, morri em Março de 1983, sou de Toronto, minha cor favorita é azul escuro, meu sabor favorito de sorvete é chocolate, na verdade, eu sou apaixonado por chocolate...
– Isso não é coisa de menina?
– NÃO. – ele pareceu muito sério no assunto chocolate – Eu gosto de AC/DC, Led Zeppelin, Fleetwood Mac, Joan Jett, e por aí vai. Também gosto de Harry Potter...
– Ei, foi publicado depois de você morrer.
– E daí? – ele disse – Também tem livros no mundo inferior.
– Okay... A qual casa você pertence?
– Que pergunta de nerd. – Elizabeth fez uma cara pra ele. Evan então sorriu.
– Eu tava brincando. Sempre que eu li achei que fosse da Sonserina.
– Ugh. – disse Elizabeth – Seu bruxo das trevas. – Evan revirou os olhos.
– Tem gente boa na Sonserina também.
– Tipo?
– Ahm... Eu? – Elizabeth revirou os olhos de novo.
– Qual seu filme favorito?
– Por mais irônico que possa parecer – disse ele – eu gostava do filme O Poltergeist. – Elizabeth não conseguiu impedir o sorriso – E Star Wars, e Rocky.
– Por que você é um homem viril. – concluiu Elizabeth – E todo homem viril gosta de ação.
– É claro. – respondeu Evan – E bem, acho que é isso. A não ser que você queira o número do meu pé ou algo assim.
– Não, está bom.
– E então, me fale de você. – disse ele. Elizabeth levantou uma sobrancelha – Eu também não te conheço.
– Ahm. – ela pensou um pouco – Bem, eu gosto de rock, algumas das bandas e cantos que você falou, principalmente Joan Jett e outras atuais. Você sabe do meu aniversário, minha cor favorita é índigo...
– Índigo? – disse ele – Que diabo de cor é índigo?
– É a cor entre azul e roxo. – respondeu ela, muita gente faz essa pergunta – E também... eu gosto de morangos, tipo, MUITO, eu também sou louca por chocolate, meus filmes preferidos são a Múmia e 10 Coisas que eu Odeio em Você, eu sou de Seattle, obviamente Grifinória – ela mostrou a língua e o cachecol de Sabrina quando ele fez cara feia – Eu gosto de animes...
– Aqueles desenhos japoneses?
– Aham, eu também gosto de ler. Eu acho que os meus favoritos são Harry Potter e Diários do Vampiro. – Evan pareceu confuso por um momento, então levantou as sobrancelhas.
– Ahhh, esse livro. – Elizabeth ficou confusa.
– “Esse” livro?
– Sim, uma amiga minha era louca por essa série, quando lançaram os livros. Ela ficava tagarelando de um tal de Damon. – Elizabeth quase explodiu em gargalhadas.

Quase ninguém tinha lido os livros, olhando apenas a série. Acontece, que embora os atores dos vampiros sejam bem parecidos, o modo como são descritos no livro é diferente. Elizabeth podia dizer que L.J. Smith provavelmente se inspirou em Evan pra a aparência de Damon.
– Ah, bem. – Elizabeth tentou não rir – É que todos amam o Damon. Ele é tãaao legal.
– Ele é um personagem fictício. – apontou Evan.
– E você está morto. Ninguém é perfeito. – Evan pareceu considerar seu argumento.
– Sim, ninguém é perfeito. Olhe só pra você, tem essa aura de “eu sou assustadora, não me toque” ao seu redor.
– E você é muito agradável também.
– Eu sou. – ele disse – Eu sou um perfeito cavalheiro.
– Oh – disse Elizabeth – em uma armadura brilhante. Que menina não iria querer ficar perto de você, Sir O’Sullivan. – ela colocou a mão na testa em um gesto dramático. Ele fez uma cara pra ela.

Elizabeth quase morreu do coração quando ele se jogou nela.

Ela sabia que seria estúpido gritar – não era como se alguma coisa fosse realmente melhor se ela explodisse a própria garganta. Cair no ar em direção ao chão era realmente assustador, principalmente no dia mais frio do ano quando o vento gelado batia com tudo em você. Evan obviamente não se importou, apenas riu no ouvido dela enquanto ela agarrava o pescoço dele (se isso ia adiantar de algo ela não sabia, mas ela queria ter algo pra se agarrar) (e não era como se agarrá-lo fosse exatamente uma coisa ruim).

O impacto com o chão foi estranhamente... macio. Elizabeth estava completamente apavorada quando abriu seus olhos e viu Evan sorrindo provocadoramente a poucos centímetros de seu rosto.

De novo ela se flagrou completamente deslumbrada por ele. Era como se o mundo todo tivesse parado, como se não houvesse nada além de dois idiotas que caíram na neve. Ela não se importou que ele era realmente pesado em cima dela, ou que a neve debaixo dela dava a ela calafrios. Ela não se importou de modo algum. Evan estava dolorosamente próximo dela, como passar banha nos beiços de um cão – não era o bastante.

Elizabeth o empurrou para longe e se sentou na neve em posição fetal, respirando pesadamente.

Ela contou até treze, então voltou para o zero de novo.
Um.
– Elizabeth?
Dois.
– Sério, você está bem?
Três.
– Elizabeth não me mate do coração, de novo.
Quatro. Respira.
– Graças aos deuses, você está respirando. Ei. – ele sacudiu o ombro dela.

Elizabeth parou de contar e respirar e jogou a mão dele longe.
– Não.

Foi tudo o que ela conseguiu dizer, então se levantou e cambaleou na direção do acampamento. Infelizmente, adentrara muito na floresta para que as Caçadoras não a vissem na árvore.
– Desculpa ok? Eu não queria te machucar. – disse Evan, seguindo ela. Elizabeth se apoiou numa árvore e tentou respirar de novo.
– Está tudo bem. – ela disse – Eu não estou brava.

Ela fechou os olhos e tentou respirar de novo. Tinha que ter alguma solução lógica para aquilo.

Elizabeth apertou os punhos – o que mais irritava ela no fato de Sabrina (e o próprio Evan) insistirem que ela gostava dele era que ela sabia que, no fundo, eles estavam certos. Elizabeth tinha conhecido caras bonitos – caras lindos – e nunca tinha se sentido assim, como se seu coração fosse explodir de tanto bater todas as vezes que ela olhava pra ele. Nunca tinha se sentido tentada a passar os dedos no cabelo de nenhum menino nem de beija-lo como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Ela tentou voltar a contar de novo, foi inútil. Ela abriu os olhos, ele estava a encarando curioso muito perto, deixando ela entre ele e a árvore. Ela os fechou de novo.

Meu nome é Elizabeth Roxanne Lalonde – ela disse a si mesma – e eu não me apaixono por que isso fode com a vida das pessoas. Literalmente.

Ela abriu os olhos, ele ainda estava lá e o negócio de respirar, contar e se dar frases desanimadoras não tinha ajudado.
– Oi? – ele disse cuidadoso.
– Oi. – ela respondeu. O encarou por dois segundos e então disparou a correr na direção do acampamento.

Ela pensou ter ouvido gargalhadas quando seu cambaleio se tornou quedas – em todas as 7 vezes que caiu.


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Notas finais do capítulo

"Mais por que o Evan é do Cannada?" POR QUE A HAZEL NAMORA UM CANADENSE ENTÃO A ELIZABETH TEM QUE CONTINUAR O LEGADO DA FAMÍLIA!