A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 37
Proposta




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XXXV

SUZANA

O ACAMPAMENTO ERA, APARENTEMENTE, uma grande instalação de tendas aconchegantes. Suzana pensava que aquilo era um acampamento, não o amontoado de chalés que era o Acampamento Meio-Sangue ou os pequenos prédios militares que era o Acampamento Júpiter. Ela olhou com interesse para o tecido resistente das tendas, o modo como tudo era quente e aconchegante, os padrões de animais selvagens no tecido das tendas.

No acampamento, Suzana viu várias meninas entre 12 e 15 anos com o mesmo conjunto de roupas de Ártemis e arcos e alijavas em suas costas. Elas davam olhares amigáveis para Suzana e suas amigas, mas fuzilavam Johnathan com os olhos.

Ártemis as levou até o que parecia a tenda principal. Dentro, era quente e aconchegante – havia todo o tipo de utensílio para vida selvagem, várias peles de animais selvagens (algumas de monstros) e uma aconchegante lareira redonda no chão. Suzana se sentou de um lado com seus amigos, Ártemis do outro lado da lareira e ao lado de Ártemis havia uma garota que Suzana reconheceu em seu sonho – ela tinha o cabelo curto repicado, a pele muito branca, os olhos azul-elétrico e a expressão de ‘come at me bro’ que Elizabeth geralmente usava. Ela sorriu pra Johnathan.
– Olá maninho. – Johnathan sorriu travessamente para ela. Suzana ficou confusa, então Ártemis se pronunciou.
– Esta é Thalia, minha Caçadora líder. Antes de se juntar a mim, ela atendia pelo título de Filha de Zeus. – de repente, tudo fez sentido.
– Ahhh. – disseram as três garotas em uníssono.
– Cara, eu tenho primos em todo lugar. – resmungou Elizabeth. Suzana pensou ter visto Sabrina dando uma cotovelada nela. Johnathan levantou uma sobrancelha loira e Thalia sorriu para ela como se entendesse.
– Esses três grandes são uns devassos. – resmungou Suzana alto de mais. Thalia, Sabrina e Elizabeth deram altas gargalhadas. Ártemis sorriu educadamente e Johnathan pareceu confuso.
– De... oque? Isso não é marca de cerveja? – Elizabeth olhou com uma cara para ele. Aparentemente, ele era o único na tenda que não sabia o significado da palavra.
– O que eu quero falar a vocês – disse Ártemis, interrompendo o monólogo de idiotice de Johnathan (Suzana pensava que ele era loiro por uma razão) – é que não vão conseguir retornar o velocino sozinhos.

Suzana assentiu – Elizabeth e Sabrina tinham compartilhado informações com eles sobre os planos, embora tivessem sido muito vagas em alguns aspectos.
– Eu gostaria de ajudar vocês na missão – disse Ártemis – minhas caçadoras podem ajuda-los a entrar no palácio atrasando os anemoi enquanto vocês... como se diz hoje em dia?
– Entram de fininho? – sugeriu Elizabeth.
– Isso. Depois, eu deixarei isso com vocês.
– Nós agradecemos a ajuda senhora Ártemis. – disse Sabrina.
– É, mas por que você quer nos ajudar? – perguntou Elizabeth rispidamente. Suzana queria a estrangular.
– Diferente de meus colegas olimpianos – disse Ártemis – não fico feliz em ver os jovens morrendo aos montes no acampamento meio-sangue. – ela disse.
– Meu acampamento também está com problemas. – disse Johnathan, sério. Ártemis levantou uma sobrancelha para ele.
– Você sabe da situação do acampamento grego filho de Zeus? – disse Ártemis rispidamente – O acampamento Júpiter parece um parquinho comparado aquela matança. Vocês têm Terminus para proteger suas fronteiras, mas o que os gregos têm?

Johnathan ficou em silêncio.
– Foi o que eu pensei. – disse Ártemis, então ficou um pouco mais calma – Vocês estão muito cansados, é melhor que descansem um pouco antes da batalha. Vocês podem usar as minhas tendas, e minhas Caçadoras os ajudaram no que for necessário. – Suzana sorriu para a deusa.
– Muito obrigado, senhora.

Ela e os outros quatro saíram das tendas, eles parecendo um pouco confusos. Thalia então saiu da tenda também, e sorriu para Elizabeth.
– Jaqueta legal. – ela disse, então Suzana percebeu que Thalia também usava uma jaqueta de couro.

Ambas as jaquetas eram pretas, tinham um desenho que parecia confortável e vários bottons. A diferença era que a de Elizabeth tinha bottons de bandas mais atuais (na grande maioria) como Green Day, Halestorm e Paramore, e de alguns animes. A de Thalia tinha bottons de Elvis Presley, Johnny Cash e The Beatles. Suzana também percebeu que Thalia usava um cabelo muito curto, mas que era repicado com menos “ação” do que o de Elizabeth e mais ondulado em alguns lugares.
– Quantos anos você tem? – perguntou Elizabeth – Elvis Presley? – Thalia riu de todo o coração.
– 15. – ela disse – Mas tenho 15 desde 1952.
– Você é bem rodada. – disse Elizabeth. Thalia então riu bastante, apenas para apontar para uma das tendas mais longe.
– É aquela que vocês podem usar. – disse – Eu vou leva-los lá. – então ela olhou para Suzana – Mas fique aqui, minha senhora quer falar com você.

Suzana ficou curiosa – o que Ártemis poderia querer falar com ela? – mas ficou em pé na neve até que eles desapareceram na tenda que Thalia apontou. Então Ártemis apareceu diante dela, quase a matando do coração.
– Por favor, me acompanhe. – Suzana ainda se sentia nervosa, mas acompanhou Ártemis pelo acampamento – Suzana, se você me permite te chamar assim.
– Está ótimo. – Ártemis assentiu.
– Suzana, eu gostaria de te fazer uma proposta. – disse Ártemis – Eu quero que você se junte à Caça.
– Uh? – ela ficou confusa – Á Caça?
– Sim – disse Ártemis – Eu quero que você saiba que não existe apenas duas opções para lidar com a sua profecia – disse ela – você pode ser uma de minhas Caçadoras Virgens e ter mais chances de continuar viva. – Suzana então entendeu.
– Uma Caçadora – ela meditou – com você, ir ao redor caçando monstros?
– Sim.
– Isso – disse Suzana – parece... ótimo! – ela não conseguiu parar o entusiasmo. Era isso que ela realmente queria! Seu destino não teria que depender de romance e de circunstâncias enganadoras. Então ela se lembrou de seu pai, e suas amigas.

Ela sabia que não importava o que acontecesse Sabrina e Elizabeth nunca conseguiriam desistir dos homens, eram muito taradas. E seu pai... droga, tinha recém descoberto que ele ainda estava vivo!
– Senhora Ártemis – ela disse – eu tenho algumas perguntas, e também não quero fazer uma decisão precipitada. – Ártemis pareceu entender.
– Quais são suas perguntas?
– Meu pai – ela disse – eu não iria poder vê-lo, não e?
– Uma vez que você descobre que é semideus, mais se distancia de seus familiares mortais. – disse Ártemis – Você iria acabar vendo ele tanto quanto se não se juntasse a mim, pois ficaria longe pela sua segurança e a dele. – isso pareceu bom para Suzana.
– Minha mãe me disse que se eu tentasse ir contra profecia só ia resultar em desastre – disse Suzana – você não acha que isso seria... ir contra a profecia?
– Na verdade – disse Ártemis – eu acho que é exatamente o que a profecia quis dizer. Uma vez que você abdica a companhia masculina, está desistindo do amor e se juntando a mim para ser imortal. Se você disser não, talvez acabará envelhecendo ou as circunstancias de suas batalhas provoquem uma morte precoce.
– Ah. – disse Suzana – Certo, era isso que eu queria perguntar. Eu poderia ter um tempo para pensar? – Ártemis assentiu.
– Apenas esteja ciente – disse Ártemis – que você pode não ter todo o tempo do mundo.


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Notas finais do capítulo

Romaaaaaaaaaaaance no próximo capítulo (a volta do Gasparzinho) XD