A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 39
Colocando o plano em prática


Notas iniciais do capítulo

Escrito... agora. Espero que gostem (eu quero terminar de escrever/postar até o natal, já que o último capítulo vai ser natalino :S [vai ser lindo cara, quero fazer vocês chorarem])



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XXXIX

SABRINA

SABRINA ESTAVA CERTA de que o plano não iria como planejaram, mas eles tinham que tentar. Ela, Suzana, Elizabeth e John se esconderam atrás do que parecia uma grande árvore antes da ponte de gelo que os levaria até o palácio de Éolo, então eles teriam outros problemas que só resolveriam na hora.

Ela tinha conversado com Elizabeth a respeito de quando ela iria para o Mundo Inferior. Embora Lizie não parecesse mais tão animada com o plano, concordou com Sabrina que esperaria até um momento oportuno.

Sabrina podia ver que a entrada para a ponte de gelo estava guardada por anemois, apenas uma dupla. Sabrina se sentia confusa – por que elas precisariam das caçadoras se eram apena alguns? – mas então John – percebendo sua confusão – apontou para a ponte.

Acima da ponte de gelo, vários anjos negros rodopiavam. Alguns eram mais humanos, outros pareciam pégasos de vento negro. John então assentiu para ela – seria uma subida difícil.
– Então – disse ele – corram com tudo. Tentem não derreter a ponte nem balança-la no caminho, ela é feita de gelo e nuvens. Se acontecer de tudo se desfazer, eu só posso pegar duas de vocês. – ele então olhou para as três. Para a surpresa de Sabrina, Elizabeth levantou uma mão.
– Eu não vou subir com vocês. – Sabrina levantou uma sobrancelha e ficou boquiaberta.
– O que? – disse Suzana. Johnathan parecia curioso, mas contido.
– Vocês vêm escondendo algo, não é? – disse Johnathan.
– Sim. – disse Elizabeth – Catherine está sequestrada no mundo inferior, a Feiticeira vai usá-la como sacrifício para despertar. – Johnathan então ficou boquiaberto.
– Oq... – Elizabeth estendeu uma mão o silenciando – eu sou necessária lá, você aqui. Além do mais, acabou de dizer que no caso de cairmos só pode salvar duas. É um plano bom. – John parecia pasmo e propenso a argumentar mais, porém, Suzana que falou primeiro.
– Elizabeth você vai ir sozinha salvar Catherine? – disse Suzana – É muito perigoso.

Para a surpresa de todos, Elizabeth corou.
– Eu não vou... bem... uh... estar sozinha. – Johnathan levantou uma sobrancelha muito loira parecendo estar com uma cara de “você está brincando, né?”.
– Aquele cara morto?
– Isso não importa. – disse Elizabeth – O que importa é que só eu posso ajudá-la. Você deve compreender isso, sendo romano e tudo mais.
– É você está certa. – Sabrina pensou que John parecia um pouco melancólico e ressentido quando respondeu.

Longe dali, Sabrina ouviu um assovio. Thalia, mais próxima dos anemoi do que eles, fez um sinal de que era a melhor hora para atacar. Sabrina então olhou para seus companheiros, eles assentiram. Ela fez o sinal de volta para Thalia, que levantou o polegar para ela antes de puxar seu arco mágico das costas e apontar duas flechas para os anemoi. De algum modo milagroso, cada flecha acertou cada um dos dois espíritos da tempestade que guardavam a frente da ponte.

Sabrina então tomou as rédeas da situação, pulou a pedra que os escondiam e disparou na direção da ponte de gelo. Ela viu Suzana a acompanhar de perto, mas então quando olhou brevemente para trás percebeu que Johnathan estava falando algo para Elizabeth com uma expressão séria, então ele começou a correr na direção delas.

Isso era um trocadilho pobre, mas Sabrina achou que Johnathan corria como o vento – o menino praticamente passou ela e a fez comer poeira, sendo o primeiro a pisar na ponte de gelo e disparar o caminho acima.

Quando Sabrina adentrou a ponte, um pensamento veio à ela como um tapa – esse negócio não pode e não vai me aguentar. Mas então ela se lembrou do corpo de Verônica e disparou ponte acima, pouco se importando se estava mesmo pisando na ponte ou praticamente cambaleando nos vãos entre as tábuas finas de gelo.

Foi na metade do caminho que Sabrina notou o caos que o lugar estava se tornando: primeiro, flechas, flashes de raios e rajadas violentas de vento iam em todas as direções quase matando ela a cada segundo. Depois, o turbilhão provocado por isso – a briga entre Caçadoras e anemois – estava fazendo com que a ponte se diluísse mais rápido do que deveria.

Sabrina lutava por fora e por dentro: uma voz dentro dela dizia “são muitos degraus! Isso não vai aguentar até que eu chegue ao final!” e a outra dizia “Eu não chegaria ao final nunca! Minhas pernas não foram feitas para correr!”.

Ela se forçou a continuar mesmo que cada vez mais parecia estar correndo em uma corda bamba e então – bam! – tudo se desfez de baixo dela.

Ela fechou os olhos e abraçou a si mesma enquanto o vento batia contra ela por causa da queda. Então outra coisa bateu nela, e ela pensou estar subindo.

Sabrina não arriscou abrir os olhos até que estava em terra firme. Ela tossiu no chão ao lado de Suzana, então viu Johnathan com uma expressão presunçosa ao lado delas.
– Certo, é aqui que as dificuldades começam.

Sabrina olhou ao redor – estavam em uma ilha no meio do ar (de repente, terra firme não era tão firme assim) acima de Peaks Pike (então queria dizer realmente alto). O palácio que se estendia para ela era de um cristal que parecia lilás. Haviam muros de bronze circulando todo o lugar com um portão enorme de seis metros de altura que parecia estranhamente aberto.

Ela ouviu o assovio do vento em seus ouvidos e então olhou para Johnathan, que parecia ter ouvido também.
– Vamos sair daqui de uma vez – disse – não podemos contar com as caçadoras pra sempre.

Eles avançaram para dentro dos portões. Sabrina viu que a entrada era dividida em quatro – cada uma para uma estação do ano, ou os deuses dos quatro ventos cardinais – mas não teve muito tempo para apreciar o lugar. Ela achou que já que John era o único que já estivera ali, era melhor não o perder de vista.

Quando eles entraram no palácio de Éolo, Johnathan disse a elas para fazer o mais absoluto silêncio. Eles caminharam cautelosamente pela entrada – o lugar era absurdamente transparente e cheio de vento para todos os lados, com aviãozinho girando com o vento e auras girando para todos os lados tentando pegá-los.

Isso está um caos – pensou Sabrina enquanto eles andavam de fininho até uma sala à esquerda do hall.

A sala se revelou um cômodo escuro, como os túneis nos quais os telkines tinham sequestrado Sabrina. Ela tinha vários buracos enormes nas paredes, o teto ia até bem no alto e no meio da sala – que era redonda – uma escada descia até tão baixo que Sabrina pensou que se pulasse no corrimão e deslizasse por ele (como ela tinha visto Elizabeth fazer algumas vezes, embora não fosse o melhor exemplo já que a filha de Hades geralmente ganhava roxos e arranhões com essas manobras) até o final, acabaria no Mundo Inferior. Johnathan então puxou a espada de Ouro Imperial e foi até um dos buracos nas paredes, pegando um lampião no chão e avançando na direção do túnel.
– Eu tenho uma ideia de onde o Velocino está – ele disse – temos que ir por aqui.

Sabrina não tinha uma boa experiência com túneis escuros – e Suzana também parecia repudiar a ideia – mas seguiu John pela escuridão. Felizmente, não havia água no chão para molhar e congelar seus pés, então ela puxou sua adaga e seguiu Johnathan.

No meio do percurso, Sabrina se lembrou de algo muito importante.
– Nós te dissemos a respeito do ferro estígio no seu acampamento, certo? – Johnathan assentiu.
– Sim, quando estávamos deixando o labirinto.
– Ahm. – Sabrina se sentia desconfortável – Desculpe, pelo negócio da Catherine. – Johnathan parou e a encarou com um cara de “está brincando né?”.
– Olha, eu não tenho problema nenhum com vocês e eu entendo, de coração. Mas eu acho que é melhor nós salvarmos o seu acampamento por hora antes de tentar fazer um milagre no meu, ok?
– Se você diz....

Sabrina não confiava muito naquilo, mas prosseguiu pelo túnel. Algo dentro da cabeça dela estalava e dizia que estava sendo fácil de mais.

Quando chegaram no fim do túnel, ela teve o que queria – ou melhor, o que esperava.

Sabrina ouviu um latido tão alto que quase a deixou surda. Ela cambaleou para trás e quase caiu em cima de Suzana. Johnathan espreitou pelo túnel – que felizmente fazia uma curva ótima para se espreitar antes do final – e então olhou para elas com uma cara feia.
– Ótimo – ele disse – que deu a ideia de mandar a ossuda pro submundo?

Sabrina estava confusa, até que espreitou pelo túnel.

Ela quase morreu do coração – um cão infernal guardava o Velocino de ouro depois de um penhasco entre eles e um pouco de chão. O Velocino estava flutuando um metro acima do chão, e bem em sua frente um cachorro enorme preto de duas cabeças e com um rabo de serpente latia e rosnava ferozmente, provavelmente sentindo o cheiro deles.

Um cão infernal.

Puta que pariu, onde diabos estava Elizabeth quando ela precisava?! – ela então bateu com sua cabeça na parede: ela tinha concordado com a filha de Hades em deixa-la ir para o submundo. Teria que dar um jeito na situação sem ela e rezar para que tudo estivesse indo bem no mundo inferior.


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