A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 19
Um velho inimigo filho de Júpiter


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal :3 Eu tava de bom humor então eu decidi postar esse hoje. Aproveitem e comentem :D



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XIX

ELIZABETH

POR MAIS NERVOSA QUE ELIZABETH pudesse estar, quando entrou na principia se sentiu estranha, como se estivesse bêbada, mais tonta do que de costume. O ar era mais frio, como se algum idiota tivesse deixado o ar condicionado ligado no meio do inverno. O teto em abóboda mostrava uma pintura de dois homens, aparentemente guiados por uma loba. Elizabeth não precisava ser filha de Hades para saber que eles já estavam mortos.

No chão, o lugar também era legal. Elizabeth sentiu um emaranhado de tuneis subterrâneos debaixo de seus pés, e seu GPS sobrenatural disparava como um micro-ondas após ter terminado o tempo. Para ajudar, Evan tinha seguido ela o caminho inteiro desde que entraram no Acampamento Júpiter e feito piadinhas a respeito dos romanos que Elizabeth realmente achou engraçado.

O chão era feito de mármore branco, assim como as paredes. Haviam livros e armas para todo o lado, assim como quadros muitíssimo velhos e uma entrada com grade para o subterrâneo. Haviam também dois galgos – um prata e um dourado – cada um ao lado de duas cadeiras escuras com encosto. Sentados nas cadeiras, estavam dois jovens mais ou menos da idade de Elizabeth. Um menino e uma menina.

O menino era ruivo, tinha uma pele naturalmente mais clara que a de Sabrina – embora milagrosamente bronzeada no inverno – e sardas flamejantes. Seus olhos eram castanhos e ele usava uma mistura de toga e armadura com várias medalhas, assim como uma alijava com flechas nas costas (embora estivesse sentado) e all stares vermelhos. Seus braços eram muito musculosos. O cachorro dourado estava ao seu lado, encarando Elizabeth como se ela fosse de carne (o que ela era).

A menina era definitivamente mais impressionante. Ela era uma mistura de voluptuosa com esbelta, como se pudesse pesar 200kg e ainda pareceria deslumbrante. Ela tinha cabelo castanho claro cacheado longuíssimo, quase até sua cintura atado em uma trança. Seu rosto era em formato de coração e como o menino ao seu lado, sua armadura tinha muitas medalhas por cima da toga e de uma camiseta rocha. Seus olhos eram negros como ônix, e ela levava uma pequena faca na cintura. O cão prata estava ao seu lado, mas olhava para Evan.

Espere, Evan? – Elizabeth levantou uma sobrancelha. Não, só ela podia ver Evan. Ele era seu bebê.
– David. – disse a menina – Eu vejo que você trouxe os representantes gregos. Você pode voltar ao seu posto. – David assentiu e os deixou, o que fez com que Elizabeth ficasse um pouco insegura com a situação.

O menino parecia de bom humor, analisando cada uma das meninas como se fosse balançar a cabeça e dizer “hmm, gosteeei”. Já a menina era outra história. Parecia capaz de arrancar um dos olhos de Elizabeth só para saber se ela iria gritar. Ambos se levantaram. (O que fez com que Elizabeth quase morresse do coração – o menino era imenso).
– Você trouxe um dirige para o Acampamento, filha de Pluto. – Disse a menina em um tom preocupante, embora não necessariamente brava. Elizabeth teve a impressão de que estava falando com ela (por que a – o ciclope tinha chamado ela de filha de Pluto e b – era a única entre as três que iria cometer a burrice de traficar algo para dentro do acampamento, embora ela não soubesse o que e c – ela falou olhando para ela).
– Uh, me desculpe? – ela disse – Eu não falo latim.
– Um guia. – traduziu ela, pacientemente – Um guia do outro mundo.
– Ahh. – ela disse, então olhou para Evan, que estava com as sobrancelhas levantadas – Acho que ela pode te ver. Tire a droga dos bolsos cara.
– O que?!
– Nada. – ela podia ouvir Sabrina e Suzana segurando o riso – Desculpe, mas eu não exatamente trouxe ele, ele que me seguiu. E além do mais, como vocês podem vê-lo?
– Eu não posso. – disse o ruivo – Mas Catherine tem poderes sobre a névoa, é mais fácil para ela ver sob isso.
– Eu me pergunto... – disse Catherine, rondando eles como um leão ronda a presa e arrastando sua toga branca no chão – por que um fantasma esconderia sua presença, com exceção de uma pessoa? Isso requer muito poder sobre a névoa, principalmente por que ele está morto.

Elizabeth se sentiu tentada a colocar as mãos no peito e exclamar: você está morto? Por que não me disse antes! Mas achou que não era exatamente a melhor hora para ironias. Além disso, ela mesma se sentia em dúvida.

Atrás dela, ela podia ouvir as meninas cochichando.
– Então, ele existe mesmo!
– Além disso – ela sorriu pela primeira vez, examinando elas – o que traria três semideusas e um dirige para a minha humilde principia?
– Nós precisamos de ajuda – disse Sabrina – mas não queremos sua legião. Não temos certeza, mas acho que estão sendo tão atacados quanto nós. Apenas queremos que nos... emprestem um de seus semideuses, se ele estiver disponível.
– Você quer algum qualquer ou um específico? – perguntou o menino sorrindo.
– Theo... – começou Catherine.
– Estou falando sério. Esse tipo de informação deve ter vindo de uma profecia, vocês não viriam até aqui e pediriam apenas um semideus por um palpite falso, não é?
– Sim. – disse Sabrina – Estamos procurando por um filho de Júpiter.

Theo e Catherine se entreolharam.
– A profecia da semana passada...
– ... Johnathan.
– Você está muito quieto – sussurrou Elizabeth para Evan – um gato comeu sua língua Gasparzinho?
– Eu não tenho nada de relevante para falar.
– Que novidade. Onde estão suas piadas sobre romanos agora?
– Ficaram lá na rua, eu estou aproveitando um ar condicionado romano agora. Não me sinto na necessidade de reclamar. – mas está frio para caramba lá fora, pensou Elizabeth.
– Nós temos que ler os agouros – Elizabeth quase pulou quando o ruivo veio em sua direção – eles dirão se chegou a hora da profecia.
– Certo – disse Catherine, então ela estreitou seus olhos para Evan – E eu ouvi.
– E eu com isso. – disseram Evan e Elizabeth em uníssono. Catherine sorriu, como se tivesse visto através de Elizabeth (por que já estava vendo através de Evan).

Theo tirou um cachorrinho de pelúcia da estante, e então puxo uma faca que Elizabeth não tinha visto dentro de suas roupas – ainda bem – e para o espanto dela, rasgou o cãozinho verticalmente espalhando espuma para todo o lado.

Então ele enfiou a mão lá dentro e mexeu um pouquinho, até que estreitou os olhos para as tripas de fibra, como se fosse um quebra-cabeça difícil de se decifrar. Elizabeth achava que Gina colocava esse ruivo tingido no chinelo.
– Os agouros dizem – ele começou – que devemos confiar na palavra dos gregos, ou pelo menos por enquanto. Além disso, a outra profecia está começando.
– Você tem certeza? – perguntou Catherine.
– Absoluta. Devemos chamar ele agora.

Como que se tivessem combinado, a porta da principia se escancarou. Um menino, mais ou menos do tamanho de Evan entrou. Ele usava uma armadura romana com algumas poucas medalhas, e carregava uma espada em sua cintura. Ele sorriu para Catherine e Theo.
– Oi pessoal. – disse, Elizabeth achou que a voz era familiar. Então se reclinou e colocou os olhos no rosto do menino. Arrependeu-se no momento no qual o fez.

Ele não era feio, pelo contrário, até que era bom para os olhos. O que incomodava Elizabeth não era os cabelos cor de areia, ou a pele rosada, ou a estatura. Eram os olhos. Malditos olhos de um azul tão celeste que era quase roxo. Só duas pessoas em todo o mundo tinham: Hugh Laurie (que interpretava o Dr. House) e Jonhathan Cesaroni.

Jonhathan cabeça-de-vento Cesaroni. Esse era o nome do menino que fez da sua vida um inferno nos primeiros dez anos de sua vida. Teve a maldita sorte de estudar em todas as turmas com ele, o que fez com que suas tendências antissociais e a falta de jeito com as pessoas não passasse despercebida pelo resto da turma, principalmente os populares valentões, como Jonhathan. Ela fechou os olhos e se sentiu com sete anos de novo, tentando explicar para a professora que não havia quebrado o vidro quando ele sorriu e disse “foi ela”. Tentando dizer aos orientadores que só havia batido nele por que ele a provocou, mas ele chorava e os seduzia e os convencia de que ela era a culpada, a má da história.

Elizabeth quase voou em seu pescoço no momento que o viu, mas decidiu que não era a melhor ideia se queria o apoio dos romanos.
– Jonhathan, - disse Catherine – é uma coincidência que tenha aparecido agora. Estas são as representantes gregas, você irá em uma missão com elas.

Elizabeth olhou para Evan, que olhava para ela como que espera uma bomba explodir. O menino olhou para cada uma delas, e então olhou para Elizabeth. Ambos se encararam por um momento. Elizabeth estava prestes a pegar sua espada e arrancara a cabeça do garoto fora quando ele sorriu maldosamente para ela.
– Ele é o único filho de Júpiter por aqui? – ela perguntou à Catherine.
– Sim – respondeu ela – algum problema? – Elizabeth não sabia como responder – Vocês se conhecem?
– Não. – ambos responderam juntos. Catherine não pareceu acreditar, mas apenas suspirou e se sentou novamente.
– Me fale sobre a missão. – disse Theo – Quero saber no que estamos metendo Johnathan.
– Espere, me metendo? Do que estão falando? Que missão é essa e por que eu tenho que sair com graeccus?
– Estava tentando explicar, quando me interrompeu. – disse Elizabeth maldosamente.
– Me desculpe, eu não queria magoar os seus sentimentos. – respondeu ele de mal gosto.
– Não aceito suas desculpas. – disse Elizabeth, deixando todos perplexos. Então ela começou a história. Suzana e Sabrina a ajudaram nas partes que ela não sabia, o que quer dizer que Sabrina contou quase toda a história e as outras mencionavam fatos sem importância como fome, sono e outras necessidades.
– Essa profecia do seu oráculo – disse Theo – vocês sabem ela de cor?
– “Três semideusas, três enfrentarão o jogo, Serão aquelas que enfrentaram o cavalo de fogo. Em uma viajem em busca do filho do céu, entre os quatro, uma não provará do troféu. Será a pomba, o elmo e a coruja, lutando contra aquela chamada de Bruxa. O filho dos céus ao deus dos ventos irá guiar. A feiticeira e o fantasma na escuridão a esperar.” – recitou Sabrina tão perfeitamente que Elizabeth se assustou. Sabia que a amiga era muito inteligente, mas não que tinha uma memória inumana.
– Não é a profecia encontrada semana passada? – perguntou Johnathan – Quando os ataques começaram?
– Pedimos pela profecia na manhã de ontem. – disse Suzana – Nosso oráculo a fez por que precisávamos de uma solução para os ataques, mas nosso acampamento já estava sendo atacado fazia uma semana. – todos se entreolharam.
– As mesmas datas, a mesma profecia. – Catherine se levantou novamente e começou a perambular de um lado para outra na principia, como se estivesse no telefone – Seu oráculo fez mais alguma profecia? – as meninas se olharam. Elizabeth não tinha certeza, podia ter acontecido antes de chegarem. Por outro lado, não teriam pedido por uma profecia se já houvesse outra.
– Não. – disse Sabrina.
– Temos que leva-las ao templo – disse Catherine.
– Eu concordo, mostrar a Grande Profecia.
– Grande Profecia? – perguntou Sabrina.
– Uma grande profecia é uma profecia importante que marca o começo ou fim de uma hera. – respondeu Theo – Essa profecia foi marcada pelo meu pai, Apolo, para acontecer na nossa década. Estamos nos preparando há três anos e então semana passada outra profecia foi dada e os ataques começaram.
– Vocês não planejam partir imediatamente, não é? – perguntou Catherine, olhando para Sabrina (ela era esperta o bastante para reconhecer quem era o adulto responsável da missão).
– Não queremos abusar da sua hospitalidade. – disse Sabrina – Além do mais, nos emprestar uma coisa como um semideus poderoso já deve enfraquecer muito sua frota.
– Não muito – disse Theo – apenas temos uma cabeça a menos para incomodar, no caso de John. – ele piscou para o filho de Júpiter.
– Obrigado pela parte que me toca. – respondeu.
– Vamos fazer assim – disse Catherine, parecendo decidida – vocês vêm a profecia, tomam um banho e se alimentam, talvez passem a noite conosco. Isso certamente dará tempo a John de se preparar.
– E quem disse que eu vou ir? – disse Johnathan. Elizabeth se perguntou se Catherine se importaria se ela o estapeasse naquele momento, duvidou que ela iria se importar.
– Eu. – disse Catherine – É uma ordem direta de seus superiores. – Johnathan revirou os olhos.
– É claro que eu vou, parem de ser tão sérios. - Catherine parecia tentada a voar em seu pescoço. Elizabeth não podia culpa-la.
– Mas o que você queria, quando veio aqui? Até onde eu sei, não é vidente. – disse Catherine para ele.
– Ah – ele coçou as têmporas, se lembrando – tem uma guerra de comida no refeitório. Só para vocês saberem. – Catherine e Theo se entreolharam, de novo.
– Leve elas até a profecia, e depois ajude no que precisarem. Eu cuido disso.
– Pra mim, está ótimo. – ele sorriu para elas – Senhoritas?


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