Um mês depois...

Nesse mês que passou Emmett e Emmelie foram se adaptando cada vez melhor a falta que Rosalie lhes fazia. Emm não se esquecia dos momentos bons e ruins que passou com a esposa, mas também não se deixava mais prender e se afundar nas memórias como antes. Emmy ainda ouvia as histórias da mamãe que tanto ama mesmo sem conhecer, sonha com ela, mas não ouve mais a voz de Rosalie em seus sonhos. Apenas são lembranças criadas por sua mente inocente para fortalecer os laços eternos com sua mamãe que foi para o céu.

Nesse meio tempo, Emmett pensou muito em Shay. A mulher de cabelos castanhos e cacheados, com sorriso que lhe tirava o fôlego, preencheu seus pensamentos de tal forma que não havia mais o que fazer. Ela agira seria seu segundo passo pra seguir em frente. Os dois conversavam muito, e saíram algumas vezes para jantar juntos. Emmett estava apaixonado pela jovem encantadora, e mal sabia ele que o sentimento era mais que recíproco. Ou talvez soubesse.

Alice, como sempre serelepe e empolgada com essa nova fase na vida do irmão e agora da amiga, estava completamente ansiosa pra meter o nariz onde não foi chamada e ajudar os dói a se acertarem de uma vez. Coisa que Esme e Eleazar proibiram terminantemente. Não queria que outra confusão entre os irmãos acontecesse outra vez.

A única coisa que Alice sugeriu e Esme aprovou foi darem um almoço em família para comemorar a volta de Jasper. Sim, o filho mais velho de Carlisle estava voltando para Port Angeles para ficar por um mês de férias. E isso deixava a Alice mais que saltitante. A caçula dos Cullen só faltava jogar confetes pela casa, esboçando em sua mente fértil mil e uma maneiras de aproveitar esse mês com o namorado.

–Mãe, já está tudo pronto? – Alice desceu as escadas da mansão Cullen, entrando feito um furacão na cozinha. Ela estava com um grampo enrolando a franja, de pijama e pantufa. Esme riu do estado que viu a filha.

–Alice, respira meu bem. – Esme chegou perto dela, pegando em suas mãos. – São 11 horas ainda. Falta mais de uma hora para eles chegarem. E olha como você está. – ela riu quando Alice fez um bico, constrangida pelo modo que estava vestida.

–Ah mamãe, é que estou empolgada. A Shay e o Emm vão estar aqui e espero que eles se acertem de uma vez. E o melhor de tudo, meu jazz vem pra ficar um mês comigo. E poderia pedir coisa melhor? Sinto que esse almoço promete. – Alice sorriu abertamente.

–Te entendo, filha. Mas lembre-se: nada de se meter na vida do Emmett de novo, ok? – Esme a avisou.

–Eu sei, eu sei. Me arrependo do dia que falei aquele bando de asneiras pro meu irmão. – ela falou e seu rosto realmente tinha um semblante de arrependimento.

–Tudo bem, amor. Já passou vocês se perdoaram. – Esme a abraçou e depois se afastou para beijar a testa de sua caçulinha. – Agora sobre lá e vai tomar um banho.

–Ok mamãe. Obrigada. Vou ficar bem gata pro Jazz. – Alice piscou e subiu as escadas correndo, deixando Esme sorrindo, pensando no quanto sua filha parecia animada feito uma criança mesmo já sendo uma mulher feita.

Esme voltou a se concentrar na coordenação do preparo do almoço, junto com as duas cozinheiras. Sempre muito simpática com seus funcionários, embarcou numa conversa animada com as duas moças que adoravam a família Cullen sobre a empolgação e o jeitinho cativante da filha mais nova. Esme lhes contava as proezas que Alice fazia quando criança.

A hora passou e mesa do almoço dos Cullen ficava cada vez mais colorida e arrumada. Havia até flores pela casa, coisa de ninguém menos, ninguém mais, que Alice Cullen.

–Mãe, chegamos. – Edward avisou, entrando em casa com a linda e simpática namorada.

–Oi amor, olá Bella. – Esme veio ao encontro deles, cumprimentando primeiro a nora e depois o filha. -Está linda Bella. – Ela sorriu, segurando sãs mãos da morena.

–Obrigada Esme. A senhora também. E está tudo com um cheiro maravilhoso. – Isabella comentou com um sorriso que iluminava seus grandes olhos castanhos.

–Nem estou arrumada ainda, querida. Estava terminando de organizar tudo aqui. Alice me mata se tudo não estiver perfeito. – Esme comentou fazendo todos rirem.

–Ah mãe, você sabe como aquela baixinha é exagerada. – Edward falou, no exato momento em que Alice descia as escadas com dois vestidos nas mãos.

–Eu ouvi isso, Edward cabeçudo Cullen. – Alice bateu na cabeça do irmão.

–Vamos parar Lice, já está bem grandinha pra isso, não é?- Eleazar apareceu na sala, saindo do escritório. Usava roupas confortáveis para uma tarde em casa com a família.

–Ah papai, o Edward me irrita. Enfim, eu ia pedir para mamãe, mas como você está aqui Bella, pode me ajudar a escolher entre esses vestidos? – Alice pediu, fazendo uma carinha pidona adorável. Bella sorriu, entrelaçou o braço no da cunhada e juntas subiram as escadas rumo ao quarto de Alice.

–Ótimo, perdi minha namorada para Alice e suas centenas de roupas. – Edward falou revirando os olhos e se jogou no sofá espaçoso.

–Sinto muito filha. – Eleazar deu um tapinha na cabeça dele e se sentou na poltrona que havia ali, ligando a tevê para relaxar. Ele e Esme riram da cara do filho.

–Vou subir e me aprontar. Pode ligar para o Emm e perguntar se já está vindo, querido? – Esme pediu ternamente, olhando para o marido.

–Claro, querida. – Eleazar respondeu, esticando o braço para pegar o telefone da base ao se lado.

Enquanto isso, na casa de Emmett...

–Emmy, não faz isso. – Emmett tentava fazer a pequena parar de atirar água da banheira para todos os lados. – Bonequinha, está me molhando todo. Já estamos para almoçar na casa da vovó.

Emmelie ria da cara de Emmett, se esquivando das gotas de água e espuma que ela jogava pra cima.

–Eu góto de jogá epuma, papai. Góto sim. Ó. – Emmelie assoprou uma porção e espumas na cara do pai e caiu na gargalhada. Emmett fechou os olhos limpando o rosto, mas no final não conseguiu resistir e riu também.

–Você está muito sapeca, Emmy. – o pai babão tocou o narizinho dela, a fazendo se encolher na banheira rindo.

Nesse momento o celular dele tocou no bolso detrás da calça e ele ficou de pé para atender. Emmelie o olhava com olhinhos curiosos, querendo saber quem interrompera sua brincadeira com o papai.

–Alô? – Emmett atendeu.

–Filho? Tudo bem? – Emmett reconheceu a voz do pai do outro lado da linha e sorriu.

–Oi pai, sim e por aí?

–Tudo certo, tirando sua irmã que está deixando todos loucos com esse almoço. – Eleazar riu e o filho o acompanhou.

–Alice como sempre muito exagerada. – Emm comentou.

–Foi o que Edward disse. Mas me diga, onde está a Emmelie? – perguntou, querendo saber da neta que tanto ama.

–Está aqui tomando banho e jogando espumas para todos os lados. – Emmett sorriu, olhando para sua pequena. Emmelie devolveu o sorriso, jogando mais espumas pra cima que caíram em seu cabelinho ensopado.

–Travessa como Alice. – Eleazar riu. – Vocês já estão vindo?

–Só vou arrumar minha bonequinha e já vamos pai. – Emmett avisou.

–Tudo bem. Até já filho. – Eleazar se despediu e os dois desligaram.

Emmett tornou a colocar o celular no bolso e voltou a dar banho em Emmelie. Terminou o banho da pequena a enrolou numa toalha cor amarela do Piu-Piu e a levou para o quarto.

–Papai, o tio loilinho vai tá pelando a gente lá? Vai, na casa da vovó? – Emmelie perguntou de pé na cama enquanto o pai a secava.

– Vai sim, meu amor. O tio Jazz vai estar lá na casa da vovó Esme. – Ele respondeu lhe secando os cabelos cumpridos, que pingavam em suas costinhas.

–To com muta saudade do titio. – a pequena falou e o pai lhe sorriu.

–Todos nós estamos bonequinha. A tia Alice não para de pular que o vovô disse. – Ele riu vendo a gargalhada que Emmelie.

–Tia Lice tá com muta saudade, tá sim. Tá pulano assim ó. – A garotinha começou a pular em cima da cama macia. Emmett pegou a calcinha e tentou vesti-la nela, mas Emmelie não parava de pular.

–Vamos bonequinha, o vovô já ligou para nós. – Emmett falou mais sério. Emmelie parou fazendo um biquinho e se apoiou no ombro do pai levantando a perninha. Ele conseguiu vestir a calcinha branca com florzinhas nela e viu sua carinha séria.

–Dá um sorriso para o papai, amor. E aí você pode pular enquanto o papai procura sua roupinha. – Ele pediu e começou a fazer cócegas nela, notando que a filha não abriria seu sorriso gostoso tão fácil. –Assim que eu gosto. – Ele piscou pra ela e foi abrir o guarda-roupa dela, atrás de uma roupa confortável.

Emmett voltou encontrando a filha rindo feliz e saltitando na cama. Aquele som preenchia seus ouvidos e coração de uma maneira inexplicável, fazendo tudo dentro de si se aquecer de tal forma, que não imaginava mais viver sem ela. Sem ouvir o som de sua risada, de sua filha, seu pedacinho de Rosalie.

Foi então que ele percebeu que não havia sorriso no mundo que se comparasse aquele. Aquele sim era o sorriso mais parecido no mundo ao de sua esposa que partiu. O de Emmelie. O mais precioso e encantador.

–Vem bonequinha linda do papai. – Emmett pegou sua menina no colo e encheu de beijos seu rostinho fazendo Emmelie gargalhar.

–Papai dá beijinho assim ó. –Emmelie pediu segurando o rosto de Emmett entre suas mãozinhas. Aproximou-se roçando seu narizinho no dele, num beijinho de esquimó. Era a forma que ela mais gostava de demonstrar seu carinho pelo pai.

–Amo você bonequinha. – Emmett falou olhando para seu pequeno tesouro com um brilho inigualável no olhar.

–Amo você papai. Mutão. Amo sim, amo. – Ela falou encantada com o homem que a segurava com tanto cuidado e proteção.

O amor entre pai e filha, rompendo toda lógica, ficando mais forte a cada dia.

Emmett beijou a testa dela e a colocou de pé novamente na cama. Vestiu na pequena calça legging branca com estampa floral, jardineira jeans e uma camiseta branca por baixo. Calcou nela tênis branco que tinha detalhes em laranja e uma jaqueta jeans.

–Pronto bebê, agora só falta pentear esse cabelão. – Emmett beijou o topo da cabeça dela e foi buscar a escova de cabelo cor de rosa e o creme de pentear. Sentou Emmelie em seu colo e lhe penteou.

Pai e filha desceram de mãos dadas às escadas e quando chegaram à parte de baixo Emmelie correu para pegar o tablet da Monster High que ganhara no último natal de Alice. Pegou o aparelho cor de rosa com detalhes em preto, estampado com suas monstrinhas favoritas e voltou para perto do pai, que arrumava a chaves no bolso.

–Pode levá papai? Pode? Pá eu bincá com o titio, pode? – Emmelie pediu pulando impaciente ao lado do pai.

–Pode Emmy. Agora vamos.

Os dois saíram de casa e Emmett trancou a porta. Logo Emmelie estava presa na cadeirinha de segurança no carro do pai e ele dirigindo rumo à casa da família.

[...]

Na casa dos Cullen, Emmelie jogava no tablet sentada no colo de Jasper. Não desgrudara do tio desde que chegara e ele já estava lá. Alice, sorrindo feito boba encantada, do lado dos dois, dando pitacos no joguinho da sobrinha como se estivesse a ensinando brincar.

Emmett conversava com Edward sobre um campeonato de futebol americano que passava na televisão, enquanto o pai falava com Carlisle sobre o trabalho de ambos. Esme falava do quanto era bom ter a família reunida e Isabella confirmava, falando da falta que sentia de sua mãe que morava há cinco anos na Florida com o novo marido.

Nenhum deles estavam sentados à mesa para dar início a refeição simplesmente porque esperavam três convidados muito especiais. O pai de Shay finalmente saíra do hospital, há exatas 3 semanas e tinha se recuperado bem, porém não podia deixar de cuidar da saúde. Cheryl, mãe da jovem, estava com um novo humor, feliz por ter o marido recuperado de volta ao seu lado. E Shay estava satisfeita e agradecida por ter sua família bem e completa de volta.

Os três haviam sido convidados por Esme, por intermédio de Alice, para esse almoço. Emmett ficou bastante contente com a notícia, pois hoje faria um pedido a Shay e ter sua família presente seria mais que especial. Ele não podia mais esconder o que sentia pela bela morena e nem ela aguentava mais prender esse amor dentro do peito.

Hoje a família Cullen, Hale e Houston estaria reunida. Isso seria apenas a primeira reunião, de muitas que viriam por aí.

A campainha tocou e Esme se levantou para atender. Assim que abriu a porta seu sorriso de alargou por ver os Houston sorrindo simpáticos para ela.

–Shay querida, entre. E vocês também. – ela os recebeu, abrindo mais a porta. Os três entraram agradecendo.

–Tia Shi! – Emmelie falou empolgada, pulando do colo de Jasper assim que a viu e correu se jogando nos braços dela que se baixou para receber o carinho. Emmelie já havia conquistado o coração de Shay e vice-versa.

– Oi pequena. Você está bem? Já sarou? – Shay perguntou, quando se afastou um pouco de Emmelie, segurando suas mãozinhas e a olhando e cima a baixo.

No último fim de semana Shay estava tomando café da tarde na casa de Emmett como ele a convidara. Os dois conversavam animados sobre uma feira de livros que teria em breve na cidade e já acertavam tudo para irem juntos. Emmelie tirava um cochilo em seu quarto, o tempo estava esfriando e lá fora a chuva ameaçava cair. Logo uma crise asmática tomou conta da menina e ela acordou chorando com dificuldade respiratória. Emmett não conseguia acalmá-la como na maioria das vezes. Dessa vez era algo um pouquinho mais grave e não teve jeito, o pai preocupado teve que levar a garotinha ao hospital. Shay ficou imensamente preocupada vendo o estado de Emmelie, chorando baixinho já sem forças por não conseguir respirar.

–Eu salei sim, tia Shi. Salei. Papai tá cudando de mim, colocando remedinho que sai fumacinha, tá sim. – Emmelie explicou que estava tomando inalação a gora todos os dias, como o médico havia receitado a Emmett durante toda essa semana que o tempo em Port Angeles ficara consideravelmente frio.

–Que bom, princesa. – Shay a puxo, dando um beijo estalado em sua bochecha.

Emmett e Alice se levantaram vindo dar atenção aos convidados. Shay abriu um sorriso enorme quando viu Emmett tão bonito vestido, de maneira tão simples, jeans e camiseta. Carlisle e Eleazar puxaram conversa com o pai de Shay no mesmo instante e Esme agradecia os constantes elogios que Cheryl fazia à decoração de sua casa.

Em certo momento, todos já estavam com fome e a empregada veio avisar que tava tudo, finalmente, pronto para se sentarem a mesa. Todos foram para cozinha encantados com Emmelie que falava como era legal ter tanta gente na casa da vovó. Cheryl, um pouco mais atrás, segurou o braço de Alice a fazendo parar de andar. Jasper também parou, esporando que pudessem seguir juntos, já que estavam de mãos dadas.

–Alice, querida, eu posso falar com você só um instante? – pediu a mãe de Shay.

–Claro. – A baixinha respondeu e lançou um olhar para jazz que entendeu o recado e foi seguindo para mesa.

Alice encarou a senhora a sua frente preocupada, esporando que ela fosse ter o mesmo comportamento que tivera na noite que foi jantar com a sobrinha em sua casa.

–Alice, eu queria me desculpar com você querida. – Cheryl falou de repente.

–Se desculpar? – Lice a olhou, confusa.

–Sim, meu bem. Aquela vez que foi em minha casa eu fui muito mal educada com você e sua sobrinha. Eu estava nervosa com os problemas de saúde do meu marido e não estava pensando direito quando te tratei mal daquela forma. Perdoe-me, sim? – Cheryl explicou realmente arrependida da maneira que havia tratado Emmelie e Alice aquela noite.

Na maioria das vezes em que estamos em situações difíceis costumamos descontar em pessoas que simplesmente não tem culpa de nada. E depois temos que deixar o orgulho de lado e pedir perdão.

Alice suspirou, encarando os próprios pés calçados em botas pretas sem salto muito bonitas. Depois voltou a encarar Cheryl. Lançando-lhe um sorriso sincero.

–Está tudo bem, senhora Houston. – ela começou.

–Cheryl, querida. – A senhora a corrigiu.

–Desculpe. Como estava dizendo, está tudo bem mesmo Cheryl. Aquela noite já ficou no passado, ok? Eu te perdoo sim, não foi nada. Só espero que isso não possa se repetir na presença da Emmelie, não quero minha florzinha magoada. – Alice disse.

–Isso não tornará a se repetir, meu bem. Jamais. Perdoe-me, mais uma vez. Percebi há dias que sua sobrinha é um docinho de menina, vou tratá-la como uma netinha agora. – Cheryl falou e trocou um sorriso sugestivo com Alice.

–A senhora também já percebeu, não é? – Alice comentou, se referindo ao fato de estar rolando um clima entre o irmão e a amiga.

–E como, querida. Shay está muito sorridente. Seu irmão faz bem a ela.

–Eles fazem bem um ao outro. – Alice piscou passando o braço em torno dos ombros de Cheryl e as duas foram juntas para cozinha sorrindo.

Logo todos estavam almoçando tranquilamente, rindo das coisas que Alice comentava com sua empolgação nata e que Emmelie fazia questão de comentar fazendo todos rirem mais.

[...]

Os Cullen, Hale e agora com a nova companhia dos Houston, conversavam tranquilamente espalhados pela sala de estar dos Cullen após um almoço delicioso e muito elogiado.

Alice e Jasper aproveitavam o momento a dois, sentados na varanda de frente para piscina. Esme e Cheryl falavam sobre suas respectivas famílias, histórias que toda mãe tem pra contar sobre os filhos. Bella e Edward brincavam com Emmelie no tapete da sala, tentando distrair a pequena enquanto seu papai conversa com Shay mais afastados. Os homens mais velhos, sentados no sofá maior, falavam sobre variados assuntos, desde trabalho a esportes.

Emmett estava começando a ficar mais nervoso do que deveria, estava na hora de conversar a sós com Shay e lhe dizer tudo que sentia. Ele pediu a ela que fossem até a aérea de fora da casa para conversar e assim que se levantaram Emmelie quis ir atrás.

–Fica aí bonequinha, o papai vai conversar com a Shay lá fora e já volta. – Ele pediu, tocando a bochecha dela.

–Não papai, quelo ficá cá tia Shi aqui. – Emmelie segurou a mão de Shay, não querendo que ela saísse, achando que a jovem fosse embora.

–E não vou embora, princesa. Vou só falar com seu papai. Já volto, tá?! – Shay ficou de joelhos e beijou a bochecha de Emmelie. A pequena fez um biquinho vendo o pai e a morena se afastar.

–Ei lindinha, vamos lá em cima ao quarto do tio Edward? Vamos mexer no violão dele, vem. – Bella a chamou, ficando de pé com a mão esticada na direção de Emmy.

–Titio não góta que mexe no vilão dele, não góta. Né tio? – Emmelie falou olhando para Edward que ria sentado no chão.

–Hoje eu deixo princesa. – Ele piscou para sobrinha ficando de pé. Os três subiram a escada em direção ao quarto de Edward, com Emmy de mãos dadas a Isabella.

Lá fora, no jardim...

Emmett e Shay caminhavam pelo jardim bem tratado de Esme. As margaridas e rosas dando cor ao local. Os dois estavam visivelmente nervosos, e quando foram tentar começar uma conversa acabaram caindo na risada por começarem a falar juntos.

–Pode falar Emm. – Shay disse, rindo de leve.

Emmett coçou a cabeça, se sentindo um adolescente bobo outra vez. Como quando foi se declarar para Rosalie. As palavras travaram na garganta e tudo que tinha em mente parecia ter evaporado.

–Shay, eu... – ele engoliu seco, recomeçando. –Eu estou parecendo um idiota, mas que seja.

Ele fez a morena soltar uma linda risada lhe dando a certeza que era aquilo que deveria fazer.

–Olha Shay, eu queria dizer que ter me aproximado de você durante essas ultimas semanas foi a melhor coisa que fiz. Você me ensinou que é sim possível seguir em frente. Que ainda há muitas coisas pra se viver, e que nem a perda de pessoas importantes pode nos parar. Um pedaço do meu coração sempre vai faltar pela partida dela, mas eu sinto que com você eu posso ir me recompondo ao poucos.– Emmett falou, sustentando firme o olhar de Shay e segurando sua mão. A morena sorria e desviava o olhar, mas logo voltava a encará-lo encantada.

–Obrigada por dizer isso Emm. Que bom que pude ser essa amiga pra você e estar do seu lado te ajudando a começar uma nova fase. Por você e pela Emmelie. – Ela sorriu, usando a palavra “amiga”, mesmo querendo gritar para ele que eram muito mais do que isso.

–Amiga? Não, não Shay. Você foi bem mais que amiga. E desde aquele beijo você sabe disso. Não dá mais para negarmos o que se passa entre nós. Bom, da minha parte não quero mais negar. – ele respirou fundo. – Mulher, eu amo você. – Emmett puxou Shay pela cintura, colando seus corpos e a beijando profundamente. Ela apenas correspondeu ao beijo, se entregando, cansada de lutar contra algo que já a tinha dominado por completo. Era esse o homem que ela esperou a vida toda e agora teve a chance de conhecer.

Os minutos não passavam para o casal que se conhecia cada vez mais entre o beijo. Era intenso, urgente e necessário, mas ao mesmo tempo era cuidadoso, romântico e carinhoso. Uma mistura única e exclusiva deles.

Quando se separaram, Emmett abriu os olhos, dando de cara com uma Shay sorridente que o encarava com um brilho inigualável nos olhos castanhos claros.

–Achei que esse beijo nunca fosse se repetir. – Ela comentou e os dois riram de leve.

–Eu sou complicado. – Emmett deu de ombros.

–A gente descomplica. – Ela falou, agora tomando a iniciativa e começando outro beijo.

As mãos de Emmett aparatavam seus quadris bem delineados, enquanto sua mão afundava nos curtos fios de cabelo dele. Estava tudo parado em volta deles, e girando só entre os dois.

Se separaram novamente com sorrisos, e Shay agora encarava o chão um pouquinho envergonhada nãoa creditando que ela atitude havia partido dela. Era assim, Emmett despertava outro lado dela. E a morena estava amando isso.

–Acho que finalmente estou começando uma nova fase na minha vida. E quero que você faça parte dela. Completamente. Shay Houston quer namorar comigo? – Emmett pediu, tomando coragem. Afinal, depois daquele beijo seria inevitável que muitos outros não viessem.

–É lógico que sim, Emmett Cullen. Eu amo você. – Ela respondeu e suas bochechas pareciam que se rasgariam de tanto sorrir.

Depois de outro beijo apaixonado, agora entre namorados, Emmett e Shay se desgrudaram dando alguns selinhos. Ele passou o braço firmemente em volta da cintura dela e resolveram voltar para sala.

Alice estava sentada no colo de Jazz e abriu um sorriso radiante quando os viram entrar juntos e tão próximos.

–Hm, eu sinto que rolou alguma coisa lá fora. – Ela comentou e Esme bateu d eleve em sua perna. Todos na sala riram.

–Alice, deixe os dois em paz, por favor. –Esme a censurou.

–Não, tudo bem dessa vez. A baixinha acertou. Estamos namorando. –Emmett falou, trocando um olhar intenso e sorrisos com a nova namorada. Todos abriram sorrisos e logo uma chva de parabéns caiu sobre o mais novo casal.

–Aleluia! – Alice comemorou, ficando de pé e indo abraça-los. – Eu sabia que isso ia acontecer hoje. – Ela falou orgulhosa.

–Do que você sabia sua baixinha pentelha? – Edward perguntou, descendo das escadas com Emmelie no colo, sendo seguido por Bella logo atrás.

–Eu sabia que o Emm e Shay iriam começar a namorar hoje. E sempre sei das coisas. – Ela deu de ombros, com o nariz empinado.

–Papai tá namoando a tia Shi? Igual o titio loilinho e a tia Lice? – Emmelie perguntou, enquanto Edward a colocava no chão.

As famílias se entreolharam, cada um com sua insegurança sobre o que a pequena iria pensar. Talvez fosse muita informação para a pequena assimilar de uma vez. Shay se ajoelhou na frente dela, segurando suas mãozinhas.

–Nós estamos namorando sim, princesinha. Espero que esteja tudo bem pra você. – Ela olhou nos olhinhos castanhos escuros da pequena, iguais aos do pai. Não queria demonstrar, mas estava nervosa por medo de que Emmelie não aceitasse seu relacionamento com Emmett.

–Você vai sê minha mamãe, agola Shi? Vai sê minha mamãe igual à mamãe que foi plo céu?- Emmelie perguntou, tentando entender a nova situação.

Shay olhou para Emmett como se pedisse permissão para falar o que havia em seu coração. Ele apenas assentiu, notando no olhar dela o brilho da nova possibilidade.

–Olha, meu amor, eu nunca vou ocupar o lugar que sua mamãe Rose tem no seu coraçãozinho. Ela vai estar aí pra sempre. – Shay tocou o lado esquerdo do peito de Emmelie, sentindo o coração da pequena bater um pouquinho mais forte. – Mas se você quiser e deixar, é claro, eu posso ser sua nova mamãe. Eu amo tanto seu papai e você. Criei um laço com vocês que bem sei como explicar. Eu vou ser o que você quiser que eu seja Emmelie.

Shay terminou secando uma lágrima que teimara rolar, mas logo outras cristalinas escorriam e foi impossível contê-las.

–Não chola, Shi. Não chola. Eu vou ser sua filhinha tá? Meu papai deixa, não deixa papai? – ela olhou inocente para o pai, que agora também com lágrimas nos olhos se ajoelhou para ficar de frente pra ela.

–Claro que deixo bonequinha. – Emmett lhe puxou dando um beijo na testa.

–Viu Shi? Agola você vai sê minha mamãe daqui. E tem a ota mamãe do céu. Agola tem duas mamães, vovó. – Emmelie falou, virando a cabeça na direção de Esme. A avó lhe sorriu, também secando as lágrimas de emoção.

–Tem sim, meu amor. Agora você tem duas mamães que te amam muito, assim como nós amamos. – Esme confirmou.

–Tem a mamãe Shi agola. – Emmelie falou.

–Mamãe Shi? Meu Deus, como minha sobrinha é fofa falando tudo tão certinho. – Alice se intrometeu, brincando. Pegou a sobrinha no colo e mordeu suas bochechas fofas como tanto gostava de fazer.

–É mamãe Shi, tia Lice. Eu góto muto da mamãe Shi. Góto sim. – Emmelie sorriu abertamente para tia, exibindo as covinhas herdadas do pai. Esticou-se na direção de Shay, que agora estava de pé abraçada a Emmett. A nova mãe a recebeu no colo com todo carinho, amor e cuidado. Beijou-lhe as bochechas em cima das covinhas, a testa, o narizinho e o queixo, apreciando esse momento único em sua vida. Uma sensação que nunca imaginou ser tão perfeita. A sensação de ser mãe.

–Eles formam uma família linda, não é? – Cheryl comentou se aproximando de Esme.

–Formam sim. – Esme falou ainda visivelmente emocionada. Os olhos azuis brilhando com as lágrimas. -E eles sempre vão se amar.

– Assim como nós sempre vamos amá-los. – Alice completou, abraçando de lado a mãe.

Ali, naquela sala, não havia mais família Cullen, Hale e Houston. Havia uma grande, linda e maravilhosa mistura. Eram pessoas compartilhando do sentimento mais puro e profundo que poderia existir. Comemorando, juntos, uma fase que começava, não só na vida de Emmett ou Emmelie, mas sim na de todos. Fazendo novos laços. Laços esses que seriam indestrutíveis, pra sempre.

Por que não havia nada mais forte, duradouro e inigualável que esse sentimento. Algo capaz de ultrapassar barreiras, limites, dimensões. Capaz de perdurar por vidas inteiras, sem nunca diminuir, esfriar, ou morrer. Apenas aumentar. Capaz de superar acontecimentos que pareciam insuperáveis. De dar força, animo e vontade de viver.

Seja ele de mãe, irmão, amigo, namorado ou filho. Nada poderia ser mais forte do que esse sentimento. Nada era mais forte que o amor.

“O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno."

– Henry Van Dyke

Fim...