O Mundo do Outro Lado escrita por Alasca


Capítulo 8
Novo ataque e um problema


Notas iniciais do capítulo

Oi povo maravilhoso!!! Demoramos, desculpem, mas voltamos com um capítulo que acabou de sair do forno! Espero que gostem.
Manatica



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432360/chapter/8

POV America

Eu ainda não acreditava no que via, mesmo que estivesse na minha frente, eu não podia acreditar. Eu estava sonhando? Não, me lembrava muito bem de tem acordado de manhã, mas só para constar, dei-me um beliscão. A cena continuou a mesma, era real. Ele começou a me olhar assustado, eu devia estar olhando para ele apavorada desde que vi seu rosto.

–Você... é...- Gaguejei.

–Sou...?- Disse ele confuso

"Não, a voz!" Pensei. Era a mesma voz! A mesma voz dele! Só podia ser coisa da minha cabeça, uma alucinação muito estranha! Ele não podia estar lá, não podia! Dizem que quando você ama uma pessoa, fica vendo o rosto dela em todos os lugares, comigo foi outra coisa. Meu subconsciente achou que só ver a cara de Maxon por todos os lados não era o suficiente, ele criou um Maxon por completo pra me seguir. Essa era a única explicação!

–Hmm... você está bem?- Perguntou, demorei um pouco para responder.

–Não... não estou!- Respondi, vi que isso era idiotice, aquele cara não existia, por que falar com ele? Mas parecia real demais, era exatamente igual a Maxon! Mas... não completamente. Seus cabelos tinham um corte diferente, usava roupas diferentes, até seu olhar parecia diferente.

–Tá bem...- Disse ele -Você quis dizer que eu era parecido com quem?

–Hmm...- Não sabia como falar.

–Maxon Schreave?- Falou como se aquele nome não fosse nada de mais. Ele riu desviando o olhar e sussurrou algo parecido como: "Então somos iguais...". Não entendi, poderia ter ouvido errado. Melly apareceu, já ia tirar a dúvida dele ser real.

–Meri! Mahi me falou do pesadelo, você tá melhor?- Perguntou

–Sim, eu acho...- Respondi

–Você disse que não estava agora a pouco.- Falou o rapaz, Melly olhou para ele e depois para mim, que sorte, era de verdade. Mas isso só aumentou meu pânico, como duas pessoas podiam ser iguais?

–Mas eu estou melhor, obrigada!- Falei. Parece que Melly notou que eu olhava apavorada para o garoto e tive que me explicar. Ela pareceu surpresa, mas nem tanto.

–Então são idênticos?- Perguntou ao cara

–Parece que sim!- Falou ele sorrindo pra mim. Melly notou e não gostou muito.

Andamos um pouco pelo acampamento, eu queria conhecê-lo já que não sou mais uma prisioneira. Jonatan, o rapaz idêntico ao Maxon, me mostrava tudo e conversávamos um pouco, ele era muito legal. Depois de muito tempo, notei Melly atrás de nós e ela parecia mais irritada ainda, e não era pra menos. Ela gostava do Jonatan, eu tinha acabado de dizer que ele era idêntico ao homem que amo, e ele não parava de sorrir.

Becca apareceu e me levou a cozinha, ela disse que eu poderia ajudá-la a mudar o cardápio, então deixei o casal a sós para se entenderem.

POV Mahina

Depois do pesadelo de Meri, voltei ao meu dia normal. Treino, treino e treino. Eu já havia cansado de treinar depois do meio dia, então comecei a andar por aí. Andar é a coisa mais estranha que eu faço, porque quando ando por um lugar, não tropeço ou esbarro em nada se não prestar atenção no que estou fazendo, mas quando eu presto, acabo caindo ou me batendo contra alguma coisa.

Bem, depois de um tempo caminhando, vi que estava em uma parte do acampamento que não ia muito, um pouco longe de onde eu costumava andar. Normalmente, lá moravam as pessoas que chegavam entre 1 e 2 anos no acampamento. O pessoal de lá parecia que gostava mais de ficar dentro de casa do que fora, então ninguém os conhecia muito bem.

Nasci na outra parte do acampamento, então não ia muito naquele lado. Vi o vislumbre de um reflexo, olhei na direção e o reconheci com aqueles cabelos ruivos e os óculos com aquela armação que o deixava engraçado. Então ele era um rebelde.

–Lucca!- Falei depois de me aproximar. Ele pareceu surpreso de me ver lá.

–Ei, lembra do meu nome!- Falou -O que faz aqui?

–Eu estava andando pelo acampamento e cheguei aqui.

Conversamos por bastante tempo, ele contou como havia se alistado aos rebeldes e por que todos os novatos viviam dentro das casas(pareciam que tinham medo dos guardas nos acharem, ainda não se convenceram da segurança do local). Ele também gostava de opinar sobre o que falava, o que deixava a conversa interessante. Era tão bom conversar com ele!

Depois de andarmos mais da metade do acampamento juntos conversando, eu finalmente achei que meu dia ia ser ótimo dali em diante, mas fui chamada para uma reunião com o Chefe.

–O que você fez?- Perguntou ele

–Por que acha que fiz alguma coisa?- Falei

–Brincadeira- Disse depois -Acha que é sobre o que?

–Sei lá, uma nova estratégia?- Chutei

–Bem, então a gente se vê depois.- Falou, então lembrei de uma coisa.

–Hoje a noite eu e uns amigos vamos fazer uma fogueira perto da clareira. Se quiser pode vir.- Falei

–Certo, pode avisar que eu vou.- Disse sorrindo.

Sorri de volta e fui para a sala de reuniões. Poderia ser uma reunião legal, chata, irritante ou até desnecessária, mas eu ia continuar sorrindo. Segundos antes da reunião começar, Melly entrou na sala e parecia que iria explodir a qualquer momento.

–O que aconteceu?- Perguntei

–Nada de mais!- Disse meio baixo

–Pelo jeito que você quase derruba a porta, não pareceu "nada de mais."

O Chefe chegou, era hora da reunião. Mas eu ia tirar isso a limpo.

POV Mellynda

Foi mais ou menos isso que aconteceu:

–O que foi?- Perguntou Jonatan

–"O que foi?"? Está bem claro isso!- Falei

–Ainda não entendi, o que foi? Ela é nova aqui, precisa de amigos.

–Ela já tem amigos o suficiente!- Falei meio ríspida demais.

–Qual o problema de ter um a mais?

–Nenhum, mas você tem!

–Por que?- Que pergunta imbecil, era óbvio! -O que eu fiz?

–Está sendo carinhoso, prestativo e gentil demais!- Respondi

–E daí? Não vejo problema nisso!

–Eu vejo!- Aumentei o tom de voz, quase gritando.

–Onde? Na parte do gentil? Ou do carinhoso? Ou quem sabe no prestativo?

–Em tudo!- Dessa vez gritei

–E como isso pode ser um problema?- Ele começou a subir o tom de voz também.

–Isso é um problema!-

–Em que mundo? Até onde eu saiba, é assim que as pessoas gostam das outras!- Ele começou a gritar também.

–Então agora você quer que ela goste de você?- Rebati

–Melly, onde você quer chegar com isso?

–Responde logo! Quer que ela goste de você, não é?

–Quero, e daí?- Essa foi fundo, me machucou! Mas minha raiva era tanta que isso só ia ser sentido depois. -Qual é o problema de sermos amigos?

–Ah, por favor Jonatan!

–Por que está agindo desse jeito?

–Desse jeito como?

–Desse jeito! Grossa, briguenta, reclamando por besteira...

–Reclamando por besteira?- Fiquei mais irritada.

–É sim, reclamando por besteira! Não tem nenhuma razão por você estar fazendo isso!- Gritou, dava para ver que ele estava furioso também.

–Claro que tenho!- Rebati

–Diga então! Quero ver se é boa o bastante!

–Eu não gosto de ver você sendo assim com outra garota!- Admiti logo de uma vez, a raiva era tão grande que não consegui mais reprimir isso. Ele podia fazer tudo, menos o que fez depois. Ele cruzou os braços e cerrou os olhos, depois falou em uma voz calma, mas dava para ver pelos seus olhos que ele não estava.

–Que eu me lembre, sou descompromissado querida. Não a pedi em namoro em momento algum. Então, se eu quiser ficar com qualquer garota, eu fico!- Disse ele, depois virou de costas e foi embora.

Fiquei estancada, não tinha acreditado naquilo, ele não podia ter me dito isso! "Aquele... aquele..." Não podia chorar, senão significaria que ele havia vencido, e ele não me venceria tão cedo. Com os olhos marejados saí daquele lugar e entrei na floresta. Andei por um bom tempo até encontrar um galho bem grande.

Depois de pegar o galho, achei uma pedra grande e extravasei minha raiva na pedra, batendo nela sem dó. O galho se quebrou ao meio depois de um tempo, mas continuei com a outra metade até que não restasse mais raiva dentro de mim. Achei que isso iria me acalmar, mas depois que a raiva se foi, a tristeza e o medo tomaram seu lugar.

Estava sozinha, então me permiti soltar uma lágrima, mas esta convidou outras, então não pude controlar o grupo. Esse grupo deu espaço a outro, e assim por diante até que eu estivesse sentada, apoiada na pedra e tentando me livrar daquelas lágrimas. Eu havia perdido Jonatan, havia perdido ele por causa de uma idiotice. "Por que eu não podia conviver com aquele ciúme idiota? Por que não me controlei?" Pensei "Se eu tivesse me segurado, ele poderia me pedir em namoro mais tarde..."

Uma luz se acendeu. Ele nunca havia me pedido em namoro, a única coisa que demonstrava amor vinda dele eram os beijos que ele me dava, mas somente isso. Agora que isso aconteceu, não conseguia mais ver o amor daqueles beijos, talvez nunca tivesse havido. Talvez ele nunca tivesse gostado de mim.

Depois do choque de realidade, fiquei naquele lugar por mais tempo. As lágrimas secaram, mas eu continuava parada e imóvel. Só saí daquele lugar ao crepúsculo, não queria mais saber de nada além da minha cama, queria dormir para esquecer daquilo por pelo menos algumas horas. Mas alguém me chamou, o Chefe queria uma reunião. Era meio tarde, mas fui do mesmo jeito.

...

–NÃO!- Disse Becca

–Ele não disse isso!- Disse Mahi

–Eu bem que queria acreditar...- Falei.

Estávamos na minha tenda, eu havia contado a elas sobre a "briguinha" entre mim e Jonatan. Eu já havia chorado muito pro meu gosto, só queria botar tudo pra fora antes que me sufocasse. Acreditem, falar sobre isso foi melhor que chorar.

–Aquele idiota!- Disse Becca -De todas as coisas mais insensíveis do mundo para ele falar, escolhe logo essa?

–Vamos cancelar a fogueira- Falou Mahi

–Não, nunca cancelamos a fogueira.- Reclamei

–Sempre tem uma primeira vez pra tudo.- Respondeu

–Mas por que?- Perguntei

–Por que você está mal, e não íamos nos divertir com você sofrendo aqui.- Disse Becca

–Não estou sofrendo!- Quase gritei -Posso muito bem ir!

–Melly...

–Nada de Melly, vamos!- Falei empurrando as duas. Chegamos na fogueira rápido, ela ainda não tinha sido nem montada. Aos poucos todos foram chegando. Ananda, Dreke, Mark, Gabriel, Jeremy, Joey, Kaio, Beatrice, Meri e Angel. Nenhum sinal de Jonatan, o que era bom. Perguntei aos seus irmãos onde ele estava, pra fingir que estava tudo normal.

–Por que? Quer dar outra caminhada comigo?- Disse Dreke sorrindo idiotamente.

–Mark?- Chamei

–Sei lá, ele não apareceu até agora.- Respondeu

Até que estava indo tudo bem, o chocolate quente estava ótimo, as conversas malucas levantavam meu ânimo, todos se deram bem com Lucca, o novo "amigo" da Mahi(NMa: Pra quê as aspas no amigo? NMe: Por nada não...), teríamos uma missão de manhã cedo e Jonatan estava longe de mim e de meus pensamentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem gostou? Quem quer mais?