Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 13
Gatinhos e avós


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas a todos os leitores que fizeram questão de vir aqui procurar novos capítulos e nada encontram, realmente minha semana foi bem corrida. Cara fiquei sem assistir minha série favorita, realmente minha semana foi uma bosta.
Desculpa de novo, agora vamos para o capítulo.
Espero que não se decepcionem, vocês possuem ideias muito boas, mas minha cabeça funciona de modo idiota.
Talvez eu seja Luana Mackenzie.



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— Fala. — Sussurrei apreensivamente.

— Bem, estou envergonhado.

— Diz logo, cacete. — Quem fala piolhento agora? Julie Martins, não mais.

Suspirou de modo alto.

— Eu estou grávido.

Revirei os olhos e virei para o outro lado da cama.

— É assim? Eu estou grávido, sabe minha barriga está chutando. É difícil se sentir gordo e com as roupas apertadas. Pensei que você seria mais compreensiva, estou magoado. — Falou gesticulando igual a uma mulher.

Sorri e virei-me novamente para visa-lo. Sua feição estava extremamente séria, eu o contrataria caso fosse diretora de um filme.

— Só aceito com o teste de DNA.

— Você é tão grossa. — Bufou. — Não precisamos dela Geraldo. — Acariciou seu abdômen.

Soltei uma risada um tanto vergonhosa a meu ver, ele acabou rindo juntamente. Ficamos em silêncio por alguns segundos, e ele continuará a acariciar sua barriga, como se realmente estivesse grávido. Aquilo me fazia rir de modo com que eu não me preocupasse com mais nada.

— Você sabe que você não está grávido não é? — Preciso garantir que tudo é apenas uma gozação.

— Quem é você para dizer isso? Nunca me explicaram o motivo de minha menstruação não vir, ou seja, eu provavelmente estou grávido. — Sentou-se ao mais próximo de mim. — Agora me faça um brigadeiro, desejo de grávido.

— Vai se foder.

— O.K.— Adquiriu um biquinho em seus lábios. — Meu filho nascerá com cara de brigadeiro.

Tapeei seu ombro e ri logo em seguida, pegou-me em seu colo e anunciou que iriamos fazer aquele maldito doce de qualquer modo. Resisti nos primeiros momentos, mas depois cedi o meu corpo aos seus braços, até chegarmos à cozinha.

Colocou-me no chão de modo rápido, mas atencioso. Procurei as panelas e colheres até chegar aos ingredientes:

— Onde está o achocolatado em pó, leite condensado e manteiga? — Joguei a colher sobre o balcão.

— Bem, acho que não tem.

— Como você quer que eu faça o brigadeiro? Com leite e café? Mackenzie, como consegue ser tão idiota.

— Isso são detalhes, vamos atrás disso.

— São duas horas da manhã.

— Tá bem, vamos numa conveniência vinte e quatro horas, atrás desses ingredientes tão importantes.

— Não pode esperar até amanhã?

Fez sinal negativo com a cabeça.

Fomos a pé, já que provavelmente haveria alguma lojinha aberta a este horário. Andamos por longos minutos, atrás de dois meros ingredientes. Nada mudaria a ideia de Philips a esse momento, apenas outro doce melhor que brigadeiro.

Coisa que para ele não existe.

Tudo falho, encontramos apenas folhas voando diante da ventania noturna e mendigos bêbados se aventurando em seu mundo de anfetaminas. Nós voltamos para a casa, eu feliz por finalmente ter a chance de dormir e ele decepcionado por não ingerir um mundo de calorias.

Talvez meu dia tenha mudado apenas pela presença dele.

Talvez eu deva parar de duvidar de minhas opiniões e torna-las concretas.

Deitei minha cabeça sob o travesseiro e cai gradativamente em um sono profundo, os sons em minha volta iam diminuindo aos poucos até se tornarem numa sincronia perfeita de ninar. Acordei com o barulho de Mackenzie derrubando metade de seu quarto a procura de uma camiseta.

— Qual o seu problema Mackenzie? — Perguntei ainda com a voz fanha e olhos meramente cerrados.

— Eu preciso da minha camiseta. Aquela estupida e importante camiseta.

— Qual camiseta? Que diabos, não pode se vestir com a mesma roupa de ontem?

— Não, por que (a) isso é nojento e (b) eu preciso da camiseta do aniversário da minha avó.

— Daquela avó que eu conheci?

— Não, a avó por parte de pai. A qual me obriga a usar uma camiseta salmão com uma estampa de gatinho em todos os seus aniversários. Por que ela bordou, e fica extremamente orgulhosa de ver isso em meu peito.

— Você precisa achar essa camiseta. — Gargalhei, seria uma das melhores vistas ver Philips Mackenzie com uma camiseta rosa de gatinho.

Levantei-me para ajudá-lo na busca pela a camiseta, que de certo modo era meio inútil já que o seu quarto é totalmente desarrumado. Creio que se tirássemos todas as roupas, cintos, mochilas e gel do chão-penteadeira-cama encontraríamos um verdadeiro palácio submerso.

Mergulhamos no mar de fel que havia ali, todas as camisetas rosas iam para uma pilha em cima da cama, quando não sobrasse mais nenhuma tiraríamos todas do avesso com uma grande esperança no coração. Supostamente, Philips possui mais camisetas rosa do que eu.

— Por que tem tantas camisetas rosa?

— Salmão.

— Rosa, sério.

— Esse seu preconceito é formado pela seita capitalista, sua consumista de merda.

— Você tem dezoito camisetas rosa e eu sou consumista? — Revirei os olhos enquanto fazia o mesmo com as camisetas.

A penúltima era a qual nos desejávamos.

Eu desejava mais que ele.

A camiseta realmente era rosa e nela estava escrita a seguinte frase:

‘’ Ame a sua vovó do mesmo modo que ama gatinhos’’.

Não vou questionar esta frase, ela é realmente muito inteligente. Podemos a interpretar de várias formas, como exemplo um gatinho é tão amável quanto uma vovó.

Tudo bem, só há está forma de deduzir.

Sentei-me sobre sua cama a fim de esperar como ficaria com aquela majestosa blusa, demorou alguns minutos até que ficasse pronto. E realmente, está foi uma das melhores visões de minha vida.

A camiseta estava completamente apertada em seu corpo, parecia que foi produzida quando tinha apenas quatorze anos. Um pouco de sua barriga ficava a mostra, deixando tudo aquilo mais ridículo. Não contive minha risada diante da situação.

— Tá, é ridículo. — Suspirou. — Mas eu amo minha avó, como eu amo gatinhos. Devo honrar essa frase como Marshall McLuhan honrou o conceito da globalização.

— É claro, podemos comparar você a ele. Não seria pecado algum.

— Você sabe que não pode ficar aqui, quando o meu pai estiver aqui. Não é?

Pudemos ouvir fielmente o barulho do portão da garagem abrindo.

— Por que diabo não me lembrou disso antes? E agora? — Gritei tentando tirar minha camiseta de pijama e logo em seguida desistindo da ideia.

— Fodeu. — Ele trancou a porta.

Olhei para ele sarcasticamente.

— Temos a janela. — Apontou para o local.

Aproximei-me para fitar a altura em que teria que pular não que eu tenha medo de altura, mas, não iria saltar deste local nem que me dessem uma fábrica de chocolates.

Com direito ao Johnny Depp dentro.

Talvez, o Johnny mudasse a minha ideia, mas poucas chances.

Tá, muitas chances.

Descemos as escadas com a fidelidade de que eu chegaria a tempo na porta da sala e sairia com toda a alegria de não ser pega pôr os pais deles. Tudo uma ilusão, lá estávamos nós dois, ele com a camiseta de sua avó e eu de pijama.

Meu rosto corou de certo modo que podia o sentir queimando, meus olhos não se desprendiam da cara de desgosto do seu pai e da cara de orgulho da sua mãe, estilo meu filho tem uma namoradinha.


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Notas finais do capítulo

E então?