Incandescente escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 27
26. O final nunca é o bastante.


Notas iniciais do capítulo

Olá amadinhas!! Leiam as notas finais, ok? Espero vocês lá...



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POV Nina.

As pessoas passam por mim numa rapidez inacreditável. Eu sorrio e aceno para Charlotte, ela enfim me viu. Corre até a mim, é tão bom finalmente abraçar alguém que realmente me ama. Que realmente gosta de mim. Que sentiu minha falta! Charlotte está eufórica por me ver, seus olhos dizem isso. Trocamos um abraço apertado e demorado. Quando ela me solta exibe sua mão direita. Há um enorme solitário de diamantes nela. Tão bonito...

— Eu finalmente consegui! Ele vai se casar comigo amiga! — E grita animada. Eu grito também. As pessoas ao nosso redor não entende. — Onde está Olívia?

— Eu... Iria te perguntar sobre ela. Nenhuma notícia, Char? — Ela nega rapidamente ajeitando sua bolsa em seu ombro, eu engato meu braço no seu. Nós fazemos o caminho para longe da multidão de pessoas no aeroporto.

— Eu pensei que ela viria me buscar... Poxa. — Lamentou — Mas ao menos você está aqui! Eu senti tanto a falta de vocês duas. Estou simplesmente ansiosa por noticias. Christopher?

— Se você malditamente atendesse ao telefone... — Ela riu, eu involuntariamente ri também — Acabou.

— Como assim acabou? Não pode ser! — Bem, acho que pode... Pelo visto o tesão não é suficiente para se manter uma relação. Principalmente quando o amor está em outro lugar... — Eu lamento, Nani. Olívia esteve com você nesse momento?

— Olívia foi à causa dele... — Charlotte diminuiu o passo, mas já estávamos perto do carro. Ela entrou assim que desbloqueei as portas. Entrei no lugar do motorista.

— O que ela fez? — O que nós fizemos... Eu realmente não quero falar sobre isso agora. Charlotte parece tão feliz e animada. Ela finalmente está noiva! E sonhou tanto com isso. Não posso ignorar seu momento só para ter o meu... Eu não consigo ser tão egoísta com ela. Quando é somente um ser inofensivo, inocente, amoroso... Bondoso. Tão linda e cheia de planos. Crente que a felicidade será vitalícia. Eterna... Pobre Charlotte... Mas, no entanto, não serei eu a desmanchar seus sonhos românticos. Perturbá-la com minha vida amarga.

— Enquanto eu dirijo para o Vianna você poderia me contar sobre suas semanas mágicas na cidade luz... Paris é especial, não?

— Nan! Paris é um sonho realizado! Derek foi tão romântico... Bastou um jantar na torre Eiffel e eu tive em meu dedo um dos anéis mais lindos que já vi! Foi o momento mais incrível da minha vida...! É claro que foi um desastre conhecer a família dele. — Charlotte pausou e fez cara de nojo — A burguesa da irmã dele só faltou vomitar nas minhas roupas. E a mãe dele... Sogra é coisa do inferno! — Ah sim... Concordo plenamente. Em pensar de tudo que passei com a mãe de Christopher.

— Sogra é coisa do inferno mesmo! — Concordei. Nós rimos. — Mas e o sogro?

— O sogro é divino! Eu já te mostrei a foto... Mas ele consegue ser muito mais charmoso pessoalmente. Você o conhecerá no casamento. Quem sabe não consegue convencê-lo de que estar com você é muito melhor que aquela velha maldita com mais plásticas que a Hebe? — Gargalhamos.

— Estou fugindo de relacionamentos. Apesar de que seu sogro é o cara mais charmoso que já vi em uma foto...

— Ele é mais charmoso quando se conversa, amiga. Você irá adorá-lo. Olívia também. Porém acho que ela vai gostar mais da irmã dele... — A encarei, Charlotte colocou a mão na boca como quem guardasse um segredo.

— A irmã dele é lésbica? — Fui direto ao ponto.

— Bissexual.

— Como a Olívia... — Bom, estava na cara que ela sabia algo de Olívia. Tive certeza quando ela assentiu. Apertei o volante. — E quando eles virão?

— No próximo mês... Você sabe, no meado do ano que vem já quero estar casada. Mas teremos uma festa de noivado aqui também. Para minha família e a sociedade... — Maldita sociedade. Ela acabava com tudo que eu achava ter. Respirei fundo ainda pensando na irmã do noivo de Charlotte... Principalmente em Olívia.

— Fico imensamente feliz por você... Principalmente por ser a primeira a ver o anel! — Rio, ela rir também. Enquanto faço a curva para manobrar no estacionamento Charlotte admira seu anel. — Você nasceu para isso. Casar... Ter filhos...

— E você, Nina? — Indagou ela rapidamente. Me surpreendendo.

— Eu nasci do lado avesso... — Ela me encarou séria e depois riu. — Não tem conserto.

xXx

Eu segurei a mão direita de Molly, ela sorriu sem jeito. Tremia e soava frio. Deixamos o carro de Christopher na entrada do aeroporto, visualizei Martha, logo após Lilian... As mães, elas realmente não precisam estar aqui. Principalmente se são figuras públicas então. A mãe de Molly parece não se importar se está disfarçada. Ela tem seguranças por perto, mas quase não consigo vê-los. No fundo está Joseph, ele é quase um armário perto das senhoras. Nada poderia ser tão reconfortante, ou é uma piada? Eu tive um ano de cão! E sair daqui nesse momento é a melhor escolha que poderia fazer. Simplesmente a melhor. Eu posso esquecer todas as dores passadas e posso retomar minha vida de onde eu deixei. Ser quem eu sou sem realmente precisar ser submissa a alguém. A pergunta é: Christopher saberá lidar comigo? Do jeito que realmente sou? A já então mulher que em sua adolescência foi tempestiva e quase rebelde? Que nunca foi para a diretoria, porém estava envolvida nas piores brigas da escola. Sempre entorno da polemica. Aquele rosto inocente e de toda forma, coração inocente... Para aceitar e lidar com Frankie sem realmente ver quem era. Eu atingi o ápice da inocência.

— Você a chamou? — Fiz que não com a cabeça, Molly respirou resignada. Caminhou sem mim até sua mãe, eu vi quando ela trocou um abraço simples e rápido o mesmo fez com a minha. Eu não quis me aproximar até Christopher está ao meu lado.

— Adiantou o assunto? — Sussurrou. Fiz que não com a cabeça.

— Você pode me dizer o que elas estão fazendo aqui? — Sussurrei de volta, ele riu e mordeu seus lábios. Traidor! Eu não queria despedidas. Não quando estava ressentida com todos. Principalmente com meus pais.

— Vamos ou vocês perderão o voo.

Caminhamos, Martha me abraçou assim que pode. Nós percorremos o caminho até o interior do aeroporto, enquanto eles esperavam por nós, Molly e eu fizemos nosso cheque-in. Quando voltamos eu senti um aperto no coração. Christopher estava no telefone, o que levou muitos minutos para que toda minha vida ao seu lado passasse por minha mente. Cada detalhe, desde o primeiro dia que eu havia visto aqueles olhos verdes enfezados. Camisinhas caídas ao chão... Seu rosto no documentário. Seu rosto naquela festa. A forma graciosa como ele sempre riu. A felicidade. Eu agora posso entender que ele ficou feliz por me ver, além de ter adorado em infernizar por uns meses... Eu daria tudo para nunca ter passado por isso. Mais daria minha vida só para conhece-lo. Sem drama.

— Vocês dois...? — Martha me encarou. Eu dei de ombros. Fiquei esperando momentos inesquecíveis da minha infância ao lado da minha família passar por minha mente. E passou. Muitas brigas, eu trancada em um apartamento no décimo andar. Mamãe e vovó brigando. Eu triste por não poder nunca estar com meus primos, principalmente minha prima Mônica, na qual muitos anos eu tive como metade da laranja. Trocando telefonemas escondidos pela madrugada... Ela não esteve no meu casamento. Nem me escreveu desejando felicidades. Aliás, faz anos que não sei noticias suas. Essas são as lembranças mais marcantes dos meus pais: sempre me dando e tirando tudo que é mais valioso.

— Estamos nos resolvendo... — Digo, eu vejo sua reação de decepção. Ela sempre tem isso por mim. Martha nunca está satisfeita, apesar de saber expressar melhor um pouco de “amor”, diferente de Greg, que a única expressão é feições preocupadas e algumas noites de sonos perdida.

— Não erre assim. Não faça isso com você mesma... — Parou de falar quando Christopher caminhou de volta para nós, ele simplesmente sentiu o clima da nossa conversa, estava estampado em sua face.

— Tudo bem? — Assenti sorrindo. — Ela sabe? — Assenti também. — Ah... Eu sei que... Enfim, você é minha sogra. Eu sei que tudo que passou não vai morrer, principalmente para quem guarda mágoa.

— Eu não guardo mágoa de você. Só não acho que você sirva para minha filha. — Atacou ela, Christopher assentiu.

— Eu entendo perfeitamente. — Ficamos em silêncio — Eu vou sentir sua falta. Você liga quando chegar? Mal posso conter a saudade... — E me abraçou. Ele simplesmente me abraçou. Cheirei seu pescoço e segurei o choro.

— Eu ligo, já disse que ligo... — Ele fungou — Você vai segurar a onda?

— Claro. Por você. — Ri e ele me soltou — Estão chamando seu voo. Vou dar um abraço em Molly. — Ele se foi, Martha me puxou para seus braços.

Foi bem demorado até. Ela não disse nenhuma palavra, mas sua cara não era de muitos amigos. Greg apareceu a seguir, ele me abraçou também, menos demorado. Bem frio até. Me encarou, seus olhos estavam lacrimejados.

— Eu sinto muito que sua mãe tenha colocado esse cara na nossa vida. — Assenti — Eu criei você pensando que estava fazendo a coisa certa, sabe? Deixando você longe disso. Mas se tivéssemos falado sobre o assunto... Aberto o jogo. Você não teria se metido nessa. — Eu ri. Irônico. Cínico até. Ele havia me apostado... Como simplesmente a culpa agora pode ser minha?

— Christopher não é um monstro. O que ele me fez passar... Ok. Foi bem difícil. Mas isso beneficiou vocês por muito tempo. — Grunhi, Greg tentou debater — Eu tenho certeza que você desviou a sua mesada, papai... — Sussurrei o final. Martha levou a mão até a boca fingindo horror — É claro que vocês não podem bancar aquele hotel só com o rosto bonito. — Sorri e dei de ombros — Ele é mesmo meu marido e vocês... Bom, meus pais. Mas depois que um filho se casa, bom... É o marido que se torna sua família.

— Felipa! Vamos perder o voo! — Gritou Molly, acenei para ela.

— Vocês ouviram... — Os dois assentiram juntos. — Até, se cuidem. Eu vou... Pedir ao Christopher um pouquinho de misercordia. Vocês poderão voltar para casa em breve. Vou manter vocês informados. — Eles assentiram.

Dei as costas e corri para Molly, ela parecia bem ansiosa. Christopher me abraçou de novo ao seu lado. Dessa vez com força desnecessária.

— Eu vou te ver assim que eu puder.

— Eu venho assim que puder. — Respondi. Molly teve seus olhos sobre nós todo o tempo. — Eu te amo...

— Ok, eu te amo mais. — Rimos. — Você vai perder seu voo... — Constatou. Selou seus lábios no meus. Que se dane, momentaneamente que se dane o que dirão... — Eu amo você mil vezes mais.

— Ok, vamos... — Molly me puxou.

Enquanto fazíamos o caminho para o embarque ficamos em silêncio. Sapatilhas retiradas, relógio e cinto. Algumas perguntas respondidas, detector de metais. Bagagens revistadas... Uma burocracia chata. Tivemos que nos arrumar novamente após passarmos pelos portões de embarque. Molly enfiou em seu rosto um óculos de sol que escondeu todas suas olheiras. Nós arrastamos nossa bagagem e esperamos que fossem arrumadas.

Nossos lugares estavam lá, esperando por nós. E só eu sei o quanto dormiria todo o caminho... Querendo. Sonhando. Almejando vê-lo por lá.

— Vocês dois estão juntos? — Murmurou ela. Não respondi — Sabe... Eu fiquei chocada com tudo que aconteceu entre vocês. Mas ele te ama.

— Ele me ama mesmo. — Eu ri. Abobada. Apaixonada.

— E você malditamente ama ele. — Assenti. — Como se sente tendo tudo que tanto quis?

— Nas nuvens?

— Eu imagino... — Divagou ela — Não seria o caso de você ficar, Felipa?

— É claro que não! — Declarei — Oh Molly... Minha amiga. Seattle já deu tudo que poderia dar. Essa cidade é pequena demais para todos nossos problemas...

— Dizem que deveríamos enfrentar os problemas... — Declarou ela, dei de ombros. — As pessoas dizem cada coisa estupida.

— É verdade! — Nós rimos — Não fica com essa cara. Sabe o que minha intuição diz? — Molly faz que não com a cabeça — Bom, ela diz que nossa vida vai mudar completamente no próximo ano...

— Eu espero que você esteja certa, então! — Voltamos a rir. Molly segura minha mão, nesse momento somos interrompidos por um casal. Eles estão desesperados por saber o número de suas poltronas, nós somos gentis para indica-lo as poltronas a nossa frente. Eles são tão parecidos... Parecem britânicos. Olhos tão azuis! Cabelos negros... Lisos. E riem numa sincronia perfeita. Apaixonados... Molly me encara e eu sei o que ela está pensando... Que nós deveríamos ser como essas pessoas. Eu entendo.

Afundo-me mais em minha poltrona, aperto a mão da minha amiga. Ela imita meus movimentos. Colocamos nossos fones de ouvidos ao ouvirmos o aviso para que todos os eletrônicos sejam desligados. Cintos apertados. O avião irá decolar em breve. A aeromoça faz suas explicações chatas e avisos desnecessários em caso de emergência. Eu só quero que o tempo passe... Perco-me nos sorrisos e risadas a minha frente, eu posso ver os olhos verdes sobre mim, ele está sorrindo. Provavelmente agradecendo a ajuda, e então se vira novamente para frente. E eu sinto que estou decolando... Há um friozinho na barriga. Mas o avião está parado. E meu coração completamente acelerado. O que está havendo?

xXx

POV Christopher.

Dias depois.

Olho o papel pela última vez. É o único endereço que tenho e espero sinceramente que seja o certo. Não me pedem identificação na entrada do edifício. E não me surpreendo por não ter elevador. Me surpreendo por ser no terceiro andar. Pablo não é do tipo que prefere morar em um lugar alto. Ele é o tipo de cara que prefere uma bela casa, esposa, cachorros e filhos. Mas pelo visto quanto mais o tempo passa, menos conhecemos as pessoas...

Eu posso ter certeza que não conheço mais meu melhor amigo.

Ela abre a porta quando a campainha soa. Está de robe. Seda vermelha. Tem uma cara de sono e um sorriso forçado. Nós nos odiamos e Pablo não podia ter escolhido uma substituta pior para Molly. Eu não espero convite, a empurro e entro. Há bebidas espalhadas pela mesa de centro. E muitas caixas de pizzas e comida chinesa.

— Ele está no quarto. — Diz ela — Vou chamar.

Eu espero. Ele aparece minutos depois. Com a barba para fazer, de roupão e completamente abatida. Com uma expressão cansada.

— Não esperava você por aqui... — Diz ele, eu entendo. Tenho ignorado desde então. Mas acho que chegou o momento de uma conversa. Talvez uma conversa final. — Veio para lição de moral?

— Eu preciso te dar uma lição de moral? — Pergunto. Ele rir.

— Devo te convidar para sentar? Tomar algo? — Faço que não com a cabeça. — Você não deve me dar lição de moral. Ela era a minha mulher e eu fiz o que julguei melhor. Você faria o mesmo com Felipa. você sempre fez com ela o que julgou melhor.

— O melhor para ela era não me ter, lembra? — Silêncio. — Se Molly estava se envolvendo com drogas novamente o melhor seria reabilitação. Ajuda. Não afundá-la mais. Afundar não ajudou!

— Eu sei! Mas... Eu só fiz. Eu não pensei! — Gritou. Eu desviei meus olhos dos seus. Não conseguia encará-lo. Não depois de tudo.

— Você a perdeu. Para sempre. Você sabe, não sabe? — Assentiu ele — Por isso. — Apontei para Frankie. Ela estava encostada na parede um pouco distante de nós. Observava tudo. Pablo revirou os olhos — Eu quero que você olhe para ela. — Ele não olhou — Seja homem e olhe! — Gritei — Olhe bem pelo o que você arruinou sua vida! Preste bem atenção! Você já comeu ela?

— Para cara... — O tom foi brando, mas o meu era sério demais. A resposta estava óbvia.

— Espero que a foda tenha valido a pena. Tenha sido gostosa pra porra! — Pablo mirou seus pés e ficou olhando para eles por um bom tempo. Molly saiu do meu campo de visão — Ela tentou abortar a porra de um bebê! Ela não tem coração! Ela não é uma garota indefesa precisando da sua ajuda, seu otário! — Gritei novamente.

— Que se dane! Você não sabe nada sobre ela! — Rebateu Pablo, furioso.

— E você por acaso sabe? — Gritei — Ela já me deu mole! Ela me paquerou na cara dura! E ela sabia que eu ia me casar com a amiga dela! — Pablo estava vermelho de raiva — Ela não é um anjo! É um demônio! Não pense você que é santa! Você já investigou a vida dela? Você foi atrás? Você verificou os fatos? Ela teve um filho do Santibñes! E ela matou esse filho!

— O que você está dizendo, Christopher?

— Isso mesmo que você está ouvindo! — Bufamos. Pablo estava com as narinas inchadas e respirava forte, assim como eu. Passava pelos seus olhos a duvida. — Eu voltei com a minha mulher e sinceramente, você é meu grande amigo cara... Mas eu tenho nojo de olhar para você! Vergonha!

— Ora essa! Você não tem moral para isso! — Grunhiu ele, revoltado. Nervoso. Gargalhei.

— Eu tenho! Pior que tenho! Você que não tem. Nem para isso, nem para nada! Eu vou ficar longe de você, infelizmente pelos motivos errados, porém certo. Enquanto você tiver indo para a merda com essa garota, esqueça que eu existo! Eu consigo lidar com o fato de você ter estuprado sua mulher. Mas nunca com o fato de você ter estuprado sua mulher por causa dessa vagabunda que você acolheu nas costas dela! — Eu o soquei. Sem pensar, Molly simplesmente merecia mais do que isso. Merecia que ele estivesse morto, Pablo cambaleou, mas antes que ele voltasse eu o soquei novamente.

— Para com isso! — Ouvi o grito de Frankie. Ela se pôs na frente dele — Para! Você é louco!

— E você é uma piranha. O mundo está mesmo perdido! — Grito, ela não revida. — Isso foi pouco. O que você merece está por vir. Será nunca mais poder chamar a mulher que você ama de sua. Aproveite bem a bosta que é sua vida! E fique longe dela se não quiser que eu faça da sua vida um inferno... — Limpei o suor do meu rosto enquanto me distanciava. Olhei para trás a última vez, Frankie estava limpando o nariz de Pablo que sangrava. — Longe dela quer dizer longe de tudo. Da família. Dos amigos. Da casa dela! De tudo, Pablo!

Voltei para o carro, deixei minha cabeça tomar no volante e respirei fundo. Minha mão doía infinitamente. Me arrependi quase instantaneamente de não ter batido mais. Ele realmente merecia ter aquele rostinho desfigurado. O ódio subiu ao extremo. Eu imaginei minha mulher passando por isso. E a vontade de vê-lo no inferno aumentou. Quando Felipa me diz que Molly não dorme, eu o amaldiçoou cada vez mais.

Busquei meu telefone em meu bolso. Nossa foto estava estampada no protetor de tela. Linda... O sorriso. O abraço. O beijo. Eu precisava urgentemente tê-la perto de mim.

— Amor?! — A voz dela do outro lado da linha soa descontraída. Isso aquece meu coração. — Eu estava mesmo pensando em você. Estou tão cansada!

— Oi amor... Que bom... Também estava pensando em você. O que andou fazendo? — Ela riu, eu também.

— Compras... Minhas aulas começarão na próxima semana. Eu convenci a Molly de trabalhar. Ela conseguiu um emprego em um escritório de advocacia! Não é um máximo? Ao menos ela não vai pensar em coisas ruins... Ela está tão animada! — Eu rio, Felipa está feliz. Molly está melhor. Isso faz eu me sentir bem.

— Que bom... Isso é muito bom na verdade! — Exclamo extasiado.

— Só faltou você aqui hoje. Foi tão divertido! Apesar que você não tem senso de humor para isso... — Brincou, eu ri.

— Nossa! Como ela está abusada, não? Eu não pude estar hoje, mas se pudesse estar amanhã? — Ouvi-a suspirar do outro lado da linha.

— Seria um sonho! — Murmurou frustrada. Eu ri.

— Talvez seu sonho vire realidade, cinderela... O efeito dura até meia noite. Ainda bem que eu adoro uma gata borralheira! — Gargalhou, eu amava o som da risada dela. — Eu vejo você amanhã, minha gatinha.

— O quê?

— Isso mesmo. Até amanhã... Eu te amo.

—O quê? Mentira! Mentira! — Ela gritou. Em gozo. Feliz. — Molly, Christopher virá amanhã! — Ouvi mais gritos do outro lado da linha. — Meu Deus, vem logo! Vem logo! Eu te amo, eu te amo!


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Notas finais do capítulo

Quais são as palavras certas para um agradecimento? Me sinto no palco do Oscar agora, hahaha! Chegar ao fim de INCADESCENTE foi muito difícil. Desenrolar. Tramar. Escrever. Postar. Principalmente por ser uma adaptação de uma história já escrita, bem bolada e muito amada por tantos pessoas... Foi uma época incrível.
Muito obrigada a todas as meninas que leram, comentaram, vibraram e pediram por mais. Pela recomendação da Ju. A animação da Luu, a revolta da Pepsi... Todas vocês são muito especiais!



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