Incandescente escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 22
21. Acerto de Contas.




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Vinte e Um.

Acerto de contas.

POV TERCEIRA PESSOA.

O médico gaguejava enquanto tentava dizer a ela o que acontecera ao bebê. Frankie encontrava-se no estado mais avançado de histeria possível, enquanto o homem trajando roupa cirúrgica azul clara tentava acalmá-la, outro preparava uma medicação para seda-la. Ela debateu-se, queria saber o maldito motivo de seu bebê não estar chorando. E porque o médico recusava em trazê-lo. Tinha sentindo a dor descomunal do parto normal e só valeria a pena se Nick estivesse em seus braços.

Horas depois seus olhos encontrou a luz verde fosca, os olhos fora de foco. Tentou mexer as pernas, sem controle. Seu corpo não obedecia e o teto parecia estar em 3D, ora ameaçava cair em sua cabeça e em outras estava tão longe que parecia voar. Deduziu que estava drogada. Quis xingar, tentou levantar a cabeça mais uma vez e sem sucesso, estava dolorida demais. Com a boca seca e tonta.

Uma mão quente tocou seu rosto, demorou até que ela conseguisse focalizar Pablo. Os cabelos loiros estavam molhados, como se estivesse saído de um banho recente. Ela não conseguiu ler a expressão vazia do rosto do homem a sua frente.

— Onde está Nick? — Formulou com muita dificuldade as palavras em sua mente. Negava-se a volta a dormir, por mais que seus olhos pesassem como se sustentasse sozinha o peso de mil elefantes nas costas.

— Querida... — Havia algo de errado. Pablo não era do tipo que a chamava de querida, ela nunca se quer ouviu-a chamar assim, nem nos momentos mais tristes que compartilharam. — Houve uma complicação... Nick demorou a nascer e isso levou que ele ingerisse muita água do parto. Eles fizeram tudo que podiam...

— O que...? — Ela tentou controlar o aperto no peito, não dera certo. Frankie impulsou seu corpo mais uma vez contra a cama — Você permitiu que eles me drogassem — Agora as palavras já surgiam com mais facilidade. Por mais que seu raciocínio fosse lento, ela entendia bem o que ele queria dizer.

— Eu sinto muito Fran... O nosso menino não resistiu...

— Não... — Ela lamentou. As lágrimas não demoraram a escorrer por sua face.

— Ele foi forte. O tempo inteiro. O mais forte dos bebês, mas não era pra ser, entende? Ele é um anjinho...

— Sem esse papo furado, Shepard! — Ela gritou descontrolada — Eu quero ver o meu filho! Agora!

Ela só pode ver seu bebê horas mais tarde. Pablo recusou-se a ir embora, por mais que ela tivesse mandado ir por diversas vezes. Não queria compaixão. Estava um caco e agora, para piorar, seus peitos latejavam e estavam completamente cheios de leite. Vazavam e doíam muito. Seu corpo inchado e mal recuperado pedia por descanso, mas ela ainda assim se mantinha forte sentada na cadeira de rodas que Pablo fizera questão de empurrar até necrotério neonatal.

Diferente do que ela pensou, não havia outros bebês mortos no local. Apenas Nick. O pequeno coberto por um lençol branco. Com dificuldade e apoio de Pablo ela ficou de pé, escorou-se na maca de alumínio onde o pequeno corpo inerte do seu bebê estava e com as mãos tremulas puxou aos poucos o lençol. Não aguentou o choque. Tombou o corpo até está nos braços de Pablo, onde apoiou a cabeça em seu ombro e chorou profundamente.

Nick estava pálido como cera... Estava limpo e usava uma fralda para recém-nascidos. Quando Frankie dirigiu-se a ele novamente e o tocou surpreendeu-se pela temperatura mínima do corpinho sem vida. A deformação no braço não era mais um problema. Jamais imaginou que ficaria tão abalada assim, não queria a criança desde o inicio, mas também não desejava ver seu próprio filho morto. Apesar de ter tentando mata-lo quando era um ser pequeno, frágil e inofensivo. Agora podia ver o tamanho da dor que o causara. E do estrago que fizera. Caso Nick sobrevivesse viveria toda a vida com a limitação de não ter um dos braços. Agora ela tentava pensar pelo lado bom da coisa... Se realmente tivesse.

— Já chega de emoção por hora, Srta. Martin — Seu médico interviu, Pablo assentiu puxando-a aos poucos. Frankie voltou a sentar contra vontade na cadeira e virou o rosto em direção contrária a do filho morto.

— Eu preciso... Amamentar... — Grunhiu chorosa. Secou as lágrimas e tentou não surtar.

— A enfermeira lhe ajudará com isso... Não se preocupe. Em breve eles irão secar, você não está produzindo muito leite como outras mães que eu conheço. Precisaria de um estimulo maior para que essa quantidade aumentasse, não tendo logo ela cessará.

— Quando ela terá alta, doutor? — Pablo parecia ansioso. O médico ponderou.

— Depende. Da obstétrica em dois ou três dias. Mas ela precisará passar nas mãos de outros profissionais...

— Há algo de errado com ela?

— É isso que vamos descobrir. Mas não fiquem nervosos, vai ser apenas algumas consultas bobas. Nada que vai mudar o modo de vocês viverem... — Eles assentiram — Eu sinto muito mais uma vez pela perca de vocês...

— Hm, obrigado — Pablo pigarreou empurrando a cadeira de Frankie de volta para o quarto.

— Vocês são jovens, poderão ter outros filhos...

— Ele não é...

— É claro! — Pablo a cortou. Provavelmente Frankie diria que ele não era o pai do bebê. Pablo não sabia dizer por que, mas toda vez que ela insistia nisso sentia um incomodo. Ele havia se apegado demais a criança que nem tinha chegado ao mundo, e quando recebeu um telefonema de emergência dizendo que precisava vir ao hospital porque havia algo de errado com Frankie e o bebê ele não pensou duas vezes.

POV CHRISTOPHER.

E ela se foi. A casa ficou complemente vazia. Mas eu ainda posso ouvir seus passos na minha mente, sua risada boba. Algumas das suas reclamações. Sua voz implorando por mim... Não sei como eu declinei tanto.

O carro engasgou na neve. Mais uma acelerada. Mais uma arrancada e ele foi. O velocímetro indicava que eu estava acima do limite permitido na área, e daí? Quando se é apunhalado pela mulher que julgou ser a única que poderia decepcioná-lo qualquer infração de lei é permitido. Alguns sinais ultrapassados e algumas manobras arriscadas para cortar carros e pegar o caminho mais rápido para o outro lado da cidade. O montanhoso. Nunca odiei ela morar tão longe. O caminho da pequena serra estava perigoso e escorregadio, do alto eu podia ver cada vez mais a vista da densa floresta sumir dando vida a um enorme penhasco... E se Nina acidentalmente caísse dali? Essa era minha vontade. Matá-la. Vagabunda. Mas, então, eu ainda tinha esperanças. Olívia podia ser uma louca. Mentirosa. E Nina ser totalmente leal a mim. Porém, a fúria. A enorme e crescente fúria é como um tigre selvagem no meu interior, a minha mulher – MINHA MULHER – deixou minha casa há uma hora. Eu não posso ter calma e cautela. Eu não posso simplesmente confiar em Nina depois de tudo. Nós dois somos farinhas vencidas. Estragadas. Nós merecemos a lama.

— Nina! — Flocos de nevem mancharam meu sobretudo negro. Enquanto eu corria para a varanda de Nina, já chamava por ela. Soquei sua porta e gritei novamente — NINA!

— Céus! Amor. O que houve? — Pude ouvi-la antes mesmo de abrir a porta. Estava apreensiva. Olhos vermelhos e rosto levemente inchado. Como se tivesse chorado recentemente. Eu levei bastante tempo para analisa-la enquanto bufava. Então, adentrei sua casa. A sala estava revirada. Eu encontrei o ramo de flores que havia lhe enviado pela manhã espalhado por todos os lados. Vidro e água. E uma Nina totalmente desconcertada.

— Olívia... Foi na minha casa. — Iniciei calmamente. Punhos cerrados. Não podia ver a reação de Nina atrás de mim, mas ainda fitava a bagunça que estava sua sala de visitas.

— O que ela foi fazer na sua casa? — Murmurou com uma voz fria. Morta.

— Você não sabe mesmo? — E então eu a encarei. Diferente de como a encontrei, Nina parecia desconcertada. Ainda com a face ruborizada devido ao choro recente. Ela desviou seus olhos do meu e deu de ombros — Ela foi dizer que vocês tem um caso. Que são amantes... — Parei e ri em escárnio — Ela disse a minha mulher que eu e você estávamos tramando contra ela. Você a mandou ir à minha casa, Nina?

— Liv... Está tão... Perturbada — Gaguejou e riu — Eu não acredito que ela se dispôs a isso. Estou surpresa.

— Então ela mentiu? — Perguntei calmamente. Mais uma vez tive seus olhos longe dos meus — Ela mostrou o cartão que lhe enviei para Felipa. Ela sabe de tudo agora! Foi tudo em vão! Ela me deixou!

— O quê?! Isso é ótimo! Não foi em vão, ela... Passou por poucas e boas! Agora vamos ficar juntos! — Gritou e se aproximou de mim, antes que me tocasse a empurrei.

— CALADA! — Gritei — Você é uma vagabunda mentirosa. Está na sua cara! Estampado em negrito “ sou uma cadela. Vadia. Não valho um tostão” como você simplesmente... — Cerrei os punhos, chutei a lateral do seu sofá com força. Não era a metade do que gostaria de fazer com ela — Minha mulher foi embora!

— Não fala assim comigo! — Nina já chorava. — Você sempre soube que ela iria. Olívia não tinha o direito de fazer isso, mas já que fez nós devemos aproveitar isso. Você já teve sua vingança...

— Você dormia com sua amiga enquanto trepava comigo... — Grunhi lentamente. Andei até ela, Nina fugiu dando passos curtos pra trás. Segurei seus braços finos. Os olhos escuros estavam opacos e sem vida. O medo corria por eles. As lágrimas desciam em silêncio — Você acabou com tudo! Você! Sua puta! — E a sacudi. Rosnando de ódio, a empurrei para longe. Nina cambaleou várias vezes antes de cair no chão.

— Você... Não... Pode falar nada. Você dormia com a sua “mulherzinha”

— Calada! — Gritei. Ela estremeceu — Eu dormi com ela uma vez. Uma única vez... O suficiente para morrer de vontade de ir de novo... E de novo... E sempre. Mas eu não fui.

— Por que você se apaixonou por ela! Seu idiota! Podia ter tido tudo, mas se apaixonou!

— EU A AMO! — Grito em descontrole. O choque das palavras saindo pela minha boca faz eco na casa. Ficamos em silêncio. Puxo meus cabelos enquanto agora as lágrimas quentes jorram por meus lábios. — Você conseguiu acabar comigo. E a culpa é toda minha... — Constato. Ela não responde. Nina esconde seu rosto em sua mão e chora. Profundamente. Sinto pena dela.

— A culpa é toda sua! Você planejou tudo e agora Olívia se foi! — E ela está lamentando sua perca também. Por incrível que pareça no fim nós dois perdemos. Enquanto estivemos o tempo todo confabulando o mal de pessoas que amamos. Nós as perdemos.

— Nojo. De mim e de você. Eu tenho. — Ela não me encara, seus soluços se intensificam — Nunca mais me procure. Nunca mais. Porque no final ao menos nos teríamos, mas você acabou com tudo. Burra.

Enquanto fazia meu caminho para o carro eu pude ouvir o som da risada de Felipa em minha mente. Poucas vezes eu a via tão feliz, ela era tão simples. Eu que a estragava. Eu sempre a estragava. Mas o poder que queria exercer sobre ela é de dono. Um objeto valioso que jamais poderia dar a outra pessoa.

— George! — Ele está de pé assim que ouve. Apreensivo e tem a mesma cara de choro que eu — Mudança. Vamos voltar para casa. Eu não aguento mais nem um segundo nesse lugar.

— Tudo bem, Sr. Molina. Lá sempre esteve pronto para o momento que decidisse voltar.

Pablo... Eu só poderia contar com ele agora. Ele entende muito mais desses assuntos que eu, ele que sempre foi o cara apaixonado da turma. Ele que se casou cedo. Ele que ama por quase todo mundo. Ele precisa me ajudar nessa. Mas, apesar de tudo... Apesar de todos os conselhos... Eu não consigo encará-lo. O que eu fiz? Eu me meti e me afundei em uma vingança sem cabimento... Minha mãe morreria de vergonha se pudesse me ver.

— Alice? — Chamei por ela. Andei rapidamente até a cozinha, ela estava revirando a geladeira e tremeu de susto — Alvinha ainda está na Suécia?

— Me assustou! — Reclamou e riu. — Está... O que aconteceu Sr. Molina?

— Por favor, Alice! — Grunhi — Nós brincamos juntos! Ok? Já chega de me chamar de senhor...

— Claro... É sobre a Senhora...

— Sim, sobre Felipa. Preciso muito falar com a sua mãe. Mas

— Você já tentou ligar? — Ri apreensivo e neguei, Alice mexeu em seu celular e depois o passou para mim — Está chamando. Acalma-se e conversa com ela... Dona Alva sempre sabe o que é melhor, ouça bem. — E deixou a cozinha.

— Oi meu amor! Quanto tempo! Como estão as coisas aí? E Christopher?

— Alvinha? Sou eu...

— Chris! — Ela explodiu de felicidade — Estava tão preocupada! Tive um sonho tão ruim essa noite com você e Felipa...

— Ela me deixou, — a interrompi — a mãe dela veio aqui... e a levou.

— Como assim Christopher?

POV FELIPA.

Como? Como isso pode realmente estar acontecendo? Fechei os olhos com força e me lembrei de todos os momentos com ele. Cada pequeno momento feliz e até mesmo triste. Todos eles estavam aquecendo meu coração agora. Christopher nunca poderia ter feito isso comigo. Ele nunca poderia ter feito isso com ninguém! Tão desumano... A sua dor, a dor que viveu durante toda sua vida... Como foi difícil e torturada. Ainda assim, tudo isso não justifica causar dor a outra pessoa. Principalmente uma pessoa que só fez amá-lo... Amá-lo com tudo que tem. Com toda a alma e coração! Como dói! A traição tem um peso insuportável. E agora vendo Martha fazer as malas com pressa. Greg andar de um lado para o outro raivoso. Torturado. E muito provavelmente se sentindo culpado. Ouvindo o telefone tocar, ouvindo seus gritos... E tendo que também fazer uma mala. Com todas as minhas roupas antigas e tão antiquadas para uma mulher casada! Nem assim minha ficha cai. Ele me traiu... Ele me traiu! E mesmo sabendo que nada de bom poderia sair dele, existia a esperança. Existia a compaixão... O amor.

— O que vai acontecer agora? — Murmurei baixinho. Martha respirou fundo e eu fechei os olhos lembrando de como tudo havia mudado em tão pouco tempo. — Que ano terrível!

— Foi realmente horrível! O pior de todos os anos! — Gregório rosnou. Olhei pela sala, havia algumas malas — Nós só podemos levar roupas. Nada mais. Tudo que isso aqui é do seu marido... Por ventura, seu. — Me encarou.

— É melhor nós irmos... Ele não vai desistir assim tão rápido! — Insistiu Martha. Tinha tanto medo rondando seus olhos.

— Ele não vai fazer nada. Fica calma mãe...

— Você não conhece essa família Felipa. Muito menos o homem com quem esteve casada. Ele é capaz de qualquer coisa.

— Então vamos...

Minutos depois recebemos a ajuda do porteiro com as malas. Nosso carro estava pronto no térreo, eles estavam completamente apressados. E eu preocupada com meus documentos, ao sair da casa de Christopher eu fui só. Apenas a roupa do corpo. Não trouxe nenhum documento comigo, agora estava protegida com meus documentos de solteira. E praticamente fugindo do estado e muito provavelmente do país só para estar longe dele. Ele... Ao pensar nele meu celular vibrou, revirei minha bolsa e o nome de Frankie piscou na tela. Ignorei. E então ela ligou de novo. E de novo.

— É ele? — Meu pai olhou-me pelo retrovisor colocando o sinto de segurança.

— Frankie...

— Então atenda. E diga que não pode falar. Ele deve estar prestes a ter o bebê, não?

— Eu... — Fiquei quieta quando ouvi o choro assim que atendi o celular — Frankie?

— Nicholas! Nicholas morreu! Meu bebê morreu! Eu preciso de você, Felipa! Preciso de você.

xXx

O cheiro de hospital embrulhava meu estômago trazendo lembranças tensas. Christopher desacordado. Chris em uma ambulância. Duas horas sem nenhuma noticia sua e depois o vejo junto com ela, a vagabunda da sua amante. Não há mesmo nenhuma razão para gostar de estar nesse lugar. Porém, sempre há um motivo.

— Oi, boa tarde! Estou procurando pela minha amiga. O nome dela é Francine Martin. Ela está internada na neonatal.

— Senhora... O horário de visitas começa daqui duas horas. — A enfermeira murmurou sem vontade, desviou seus olhos do meu, apertei o punho.

— Eu quero falar com o médico dela então. Pode ser? — A ouvi bufar. Ela pegou o telefone, discou um número e trocou algumas palavras com alguém.

— Acabou de entrar no seu primeiro intervalo. — Disse.

— Você sabe quem é Francine Martin? — A mulher me olhou sem esboçar nenhuma reação, na verdade ela parecia entediada — Não, né? Ela é a minha melhor amiga. Ela me ligou chorando e disse que algo ruim aconteceu. Ela está me esperando. E eu quero vê-la! — Exclamei e a mulher nada disse. — Eu quero ver minha amiga! — Suprimi um grito.

— Senhora... O horário de visitas começa em duas horas, sinto muito!

— Ei, o que está acontecendo aqui? — Um senhor aproximou-se de nós com uma feição preocupada. Era um médico, provavelmente. — Eu conheço a senhora? — Perguntou ele.

— Eu... Provavelmente não...

— Sim, eu conheço. Minha filha estava foleando uma revista hoje e você estava na capa... Espera. Eu lembro seu nome... É... Jamie Norman? A modelo! É claro... — Quem diabos é Jamie Norman?

— Eu acho que...

— Por favor! Por favor! Eu sei que não é hora, mas poderia autografar? Sheila me arrume um papel e caneta! — Eu provavelmente iria socar a cara desse homem — E depois deixa a menina ver a amiga. Ordens minhas. — Opa...

— Tudo bem? Qual nome da sua filha? — Respirei fundo. Seja lá qual for o jogo, estou dentro.

— Elise Sparks.

Rabisquei qualquer coisa e lhe entreguei, observei a recepcionista chamar uma enfermeira, esta me encaminhou por um longo corredor, guiou-me entre alas até abrir uma porta. O quarto estava iluminado, mas era tão fúnebre quando um cemitério. Frankie estava deitada e não olhou em nossa direção. Pedi para que a enfermeira nos deixasse só, Frankie nem se quer olhou quando ouviu minha voz. Ela não reagiu. Parecia morta.

— Eu estou aqui... — Disse entredentes. Arrependida por tê-la deixado. Christopher não mereceu esse sacrifício.

— Você... Desobedeceu seu marido e veio... — Choramingou ela.

— Tudo que importa é seu bem estar. Como se sente?

— Morta.

— Fran... — Caminhei até ela e recebi um olhar triste. Segurei sua mão e sentei na cadeira vazia ao lado da sua cama. — Eu sinto muito...

— Não vai dizer que eu mereço? — Rosnou magoada. Neguei.

— Nunca diria isso pra você. Eu sei que nós não estamos mais tão... Unidas como antes. Mas... Você continua sendo a melhor amiga que eu poderia ter na vida.

— Agora você tem a Molly. — Rebateu. Respirei fundo e acariciei sua mão.

— Ela é uma nova amiga. Muito especial também... Ela está me ajudando a lidar com o Christopher.

— Vai reclamar dele agora? Eu infelizmente não estou a fim de ouvir. — Respirei fundo e ela virou o rosto — Eu nem sei por que liguei. Você poderia ir embora?

— Eu acabei de chegar Fran! Você não sabe o que fiz para entrar aqui agora... Um médico me chamou de Jamie Norman! — Ela me olhou e riu, eu ri também.

— Você até que lembra um pouco... É uma modelo, Felipa.

— Eu não sabia. — Ri mais.

— Ela é linda. Ele foi gentil com você.

— Prometo que pesquiso sobre ela quando voltar para casa... E... Falando em casa... Fran... Eu vou para faculdade. Em Londres. Você não acha que é uma boa para você? Ainda mais depois de tudo que aconteceu.

— Em Londres? Está de mudança? E por Deus! Como eu me manteria? Você enlouqueceu.

— Vamos trabalhar, Frankie... — Não queria contar sobre Christopher a ela. E não sabia o porquê; — Vamos ficar juntas no campus... Vamos nos virar. É o sonho americano, vamos?

— Para o sonho inglês, né? — Eu ri — Conhecer o príncipe William.

— Ele se casou... Vamos pensar no Harry agora.

— Felipa... — Ela se interrompeu. Ouvimos o barulho da maçaneta. Eu olhei pra trás e quando vi quem passou por ela. Nada mais nada menos que...

— Pablo! O que você está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Oi meninas!!! Depois do super capítulo anterior eu fiquei tão "xôchinha" que perdi a inspiração pra tudo... Então eu fiz esse capítulo pra encher linguiça, confesso... Já estamos na reta final hein... Fiquem comigo e vamos descobrir juntas o que vai ser de Felipa e Christopher! Hahaha, confesso que não sei...



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