Incandescente escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 23
22. Frankie x Pablo x Molly


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/431037/chapter/23

Capítulo vinte e dois.

POV Felipa.

— É uma resposta que eu estou esperando. O que você está fazendo aqui? É o Christopher? Ele colocou você pra me seguir, não é? Meu Deus! Você se prestando a esse papel! — Silêncio total. Pablo parecia completamente constrangido e Francine pálida, mais do que já estava. — Por favor, Pablo. Me espere lá fora. Christopher deveria ter limites... Esse momento é muito delicado para Frankie.

— É... Desculpe. Eu espero lá fora. — E saiu.

— Me desculpe por isso. Mesmo...

— O que houve entre você e seu marido?

Fiz sinal para que ela ficasse em silêncio, caminhei até a porta para conferir se Pablo estava longe. Não havia sinais dele. E tão pouco uma chave na porta! Que absurdo. Voltei para Frankie.

— Nada demais! Só estamos em crise. — Mordi o lábio inferior pensando se ela acreditaria, como previ, deu de ombros — Eu preciso ir dispensar ele, tudo bem?

— Não! Fica comigo...

— Eu volto, eu juro... — Puxei minha mão da dela. Quase corri para procura-lo, não havia nenhum sinal de Pablo do lado de fora. Nem na sala de espera. Ando até a entrada do hospital, não há sinal algum de Pablo. Desapareceu completamente. Procuro em minha bolsa o celular, há algumas chamadas perdidas. Meu pai. Molly... Christopher. Disco o número de Molly.

— Onde você está? — Nervosa. Apreensiva.

— Ele mandou o Pablo até a mim! Onde você está?

— Em casa! Onde você está? Eu não consigo falar com o Pablo, alguma coisa está errada nisso!

— Eu estou no hospital — silêncio — Frankie... Teve seu bebê. E...

— Você está em um hospital? E o meu marido aí?

— Não! — Grunhi, Molly bufou — Ele estava. Abriu a porta do quarto e eu até me surpreendi. Provavelmente me seguindo... Não sei. Mas, Molly... O bebê... Morreu... — Mais silêncio. Retomo o caminho para o quarto de Frankie.

— Que situação. Mas... Pablo? Ele não é o tipo de homem que persegue uma mulher — pausa e fica em silêncio — Eu... Que situação horrível! Você e sua amiga!

— Ei... O que houve? Você não parece legal. — Paro em frente a porta do quarto de Frankie, minha amiga, a mais próxima de mim fica em silêncio do outro lado da linha.

— É coisa da minha cabeça. Você não ia embora, Felipa? — Muda de assunto rapidamente.

— Eu... Não sei mais. — Confessei. — Ele vai me achar. Pablo já deve ter contado...

— Por que ele atende o Christopher e não eu? — Ficamos em silêncio. — Tem alguma coisa errada com o meu amigo. Eu... Vou desligar.

— Molly! — E ela desligou. Respirei fundo e ao abrir a porta não encontrei Frankie na cama. Pela frecha da porta do banheiro pude ver a luz — Fran? — Chamei. Ela não respondeu, caminhei até a porta. Mas antes que pudesse bater ouvi sua voz sussurrada.

— Ela saiu daqui. Está te procurando. Onde você está? — Me aproximei da porta e me concentrei o máximo possível para ouvir — Eu não sei. Você disse que não voltaria hoje! Céus! — Silêncio — Tenta falar com o Christopher ou você estará encrencado se ela contar a sua esposa...

Distanciei-me da porta. Encostei-me ao carrinho de refeição de Frankie, ele não estava ali alguns minutos atrás. Fez barulho. Hoje as surpresas não iriam acabar mesmo? Fechei a boca e tentei conter o horror. Pablo... É capaz de uma coisa dessas? Com Frankie! Céus. Apressei meus passos para a saída, eu não iria conseguir olhá-la com naturalidade depois disso...

xXx

Molly estava de pé na porta da sua casa enquanto eu atravesso os grandes portões de ferro. Poucas vezes estive aqui e nenhuma delas fora tão marcante quanto esta visita. As feições no rosto de minha amiga era de pura apreensão. Ela me abraçou brevemente e puxou-me para dentro, enquanto entrava procurava por ele. Ou eles. Mas como havia me garantido não tinha sinal de Christopher ou Pablo na casa. Nós continuamos andando, passamos pela sala de star e entramos em um cômodo mal iluminado, Molly trancou a porta e acendeu a luz. Era sua biblioteca. As paredes extensas com enormes prateleiras lotadas de livros de diversas formas. Nós sentamos no confortável sofá de couro branco.

— Ninguém vai nos ouvir aqui. As paredes são a prova de som. — E era verdade. Eu não podia ouvir nada além de sua voz. — Você parecia tão apreensiva no telefone, o que houve?

— Eu... Nem sei como dizer isso a você... — Sussurrei devagar, ela respirou fundo.

— Meu pai me ligou depois que cheguei que deixei sua casa. Ele é o vice-prefeito e Pablo trabalha com ele. Principal assessor. Você sabe, apesar de não ter interesse algum ele tem acesso as contas aqui de casa. As contas principais de Pablo. A minha conta. Pablo comprou um apartamento! Do outro lado da cidade. Ele está estranho! Silencioso... Felipa! Meu marido está me traindo?

— Eu... Não sei amiga. — Solto o ar lentamente — Ouvi Frankie falar ao telefone quando voltei para o quarto. Era com ele, com certeza. Ele avisou que eu estava o procurando...

— Ele não foi lá por você... — Completou, assenti — Frankie Martin? — Perguntou incrédula. — Nada contra, mas ela é uma pirralha!

— Eu sei... — Admito.

— Não fica com essa cara de vergonha. Você é muito mais madura que o Christopher, o que já a torna o ser mais superior do mundo. Mas ela Felipa? ELA? Eu não acredito! O filho? Ela nunca te disse quem era o pai, certo?

— Ela diz ser um motoboy...

— MOTOBOY? PARA! — Grita — Ela não é zé povinho, Felipa. Ela tem dinheiro. Ela tem família! Essa é a pior mentira que ela poderia contar. Quando uma menina da classe dela teria um filho com um motoboy? — Não sabia o que responder, nem poderia.

“Molly! Molly”... — Gritos. Muitos gritos. Molly sobressaltou do sofá quando ouviu as batidas incessantes na porta. Era Pablo.

— Fica calma... Eu vou ficar lá nos fundos... Vamos ver o que ele vai dizer, tudo bem? — Sussurrei, Molly assentiu.

Corri para o fim, me escondi atrás de duas grandes estantes. Observei Molly secar as lágrimas, seu rímel e lápis de olho estava borrado. Ela caminhou calma até a porta e a abriu. Pablo tinha os cabelos desgrenhados caindo em seus olhos, ele os afastou. Estava nervoso e soava. Arfava.

— O que aconteceu com você? Eu estou gritando há uns cinco minutos! — Disse nervoso. Prendi a respiração, o medo que ele pudesse me descobrir estava estampado em meus olhos — Christopher está maluco procurando a Felipa, ela por acaso esteve aqui?

— Não... — Molly sibilou alto suficiente para que eu pudesse ouvir, mas havia uma calma estranha demais.

— O que houve com você, Molly?

— Eu estou lendo... Você pode sair, por favor? — Pediu rapidamente. Ele voltou a encarar o interior da biblioteca, num instante seus olhos encontraram os meus, porém me pareceu que ele só encarava o vazio. Ele não podia me ver.

— Toda borrada? O que aconteceu? Tem alguém aqui com você? — Andou na minha direção. Apertei os olhos com força.

— Qual é o seu problema? — Molly gritou — Você quer o que aqui? Saia, Pablo! Eu mandei você sair, agora! Eu não quero falar com você agora! Não quero! — Molly agarrou os braços dele, impulsionou toda a força do seu corpo para empurra-lo contra a porta, Pablo tentou rebater, mas ela ainda gritava para que ele saísse.

— Eu não vou sair! O que está havendo com você, Molly?

— Ah! Você não vai sair? Não vai? — Gritou novamente — Então saia você Felipa, pode vir! Pablo acha que pode continuar me fazendo de idiota! — Molly correu até a prateleira mais próxima e começou a atear livros sobre o marido, essa era a minha hora de sair — Odeio você! Ordinário! Filho da... Eu odeio você!

— Para com isso, Molly! — Segurei seus braços — Fica calma, por favor...

— Você e a vadia da sua amante vai me pagar bem caro! E eu falo de dinheiro! Eu vou processar vocês! Seu cretino! Como você pode deitar todo dia do meu lado e dizer que me ama enquanto compra um apartamento para a sua vadiazinha? Eu vou matar vocês, Pablo! Matar! Você não me conhece!... — Parou para respirar, Pablo estava completamente pálido — Ou melhor, você me conhece muito bem...

— Ei, ei, ei... Vamos acalmar os ânimos... — A voz dele. Aquela voz. Molly e eu olhamos no mesmo instante para a porta, Christopher estava lá. Diferente de horas atrás ele parecia equilibrado. Centrado. Como sempre.

— Eu não estou traindo você! — Pablo grunhiu. Segurei Molly em meus braços quando ela avançou para estapear o marido.

— Ok, vamos amigão. — Christopher calmamente segurou o ombro do amigo, Pablo retirou a mão dele as pressas — Assim você não vai conseguir nada, Pablo. Vamos... Molly vai conversar com você na hora certa.

— NUNCA! EU VOU ME DIVORCIAR DE VOCÊ! SEU IDIOTA! — Gritou.

— VOCÊ NÃO É LOUCA! — Gritou Pablo — Eu não tenho nada com Frankie! Por Deus! Eu só a ajudei! Por caridade! O que você falou para ela, Felipa? — Me olhou furioso.

— Não coloca minha mulher nos seus rolos, Pablo. E vamos logo. — Ríspido, grosso. Christopher tentou puxar Pablo, ele desvencilhou novamente, encarou Christopher e andou sozinho para fora da biblioteca.

xXx

— Fica calma, Molly. Não foi assim que eu te criei você é mais que isso. — Molly revirava toda sua sala de star, sua mãe se mantinha firme ao seu lado, ela apenas chorava e gritava muito. Descontrolada.

— NÃO VOU DAR MEU MARIDO PARA AQUELA PIRRALHA! EU NÃO VOU! — Desespero percorria todos seus olhos claros, os cabelos vermelhos estavam grudados em sua testa soada. Molly deixou seu corpo cair no sofá e escondeu o rosto entre as mãos.

— Vocês não podem se divorciar hipótese alguma! Esse é o ano de eleição. Seu pai virá a prefeito! Vocês não podem fazer isso. Que escândalo. Que vexame! — Silêncio.

Sentei-me do lado de Molly e segurei seus braços, ela estava apertando seus punhos para não responder a afronta de sua mãe. Era claro que ela esbravejaria a qualquer momento que não estava nem ligando para o fato de que seu pai seria candidato a prefeito nessas novas eleições.

— Se não for para ajudar, por favor... — Murmurou baixo, sua mãe bufou e bateu nas próprias pernas.

— Eu não vou comentar nada com seu pai, fica tranquila. Sem divorcio, sem escândalo...

— Lilian, por favor... — Molly a encarou assim que eu interrompi sua mãe — Ela precisa ficar quietinha agora. Não vai ter escândalo nenhum, por ela, porque ela não pode ter a imagem manchada por isso.

— Ouça a sua amiga, ouviu Molly? O casamento dela não é flores, tire isso como exemplo.

— Mãe! — Exclamou minha amiga.

— É verdade. Christopher se deixa fotografar em cenas horríveis com tantas mulheres! Desonroso isso. Você precisa ver isso, se seu marido teve uma aventura... O que há demais? Ninguém sabe ao menos!

— MÃE, VAI EMBORA! — Lilian arqueou as sobrancelhas assustada. A essa altura eu já estava vermelha de vergonha. Ela tinha razão.

— Não me puna por dizer verdades, me desculpa Felipa, mas...

— Por favor, Lilian... — Pedi. Ela puxou sua bolsa para o ombro e saiu rapidamente.

— Pelo amor de Deus, atenda esse celular! Eu não aguento mais ouvir o toque insiste...

Me afastei da sala e a deixei só, caminhei em direção a cozinha e fitei o número de Christopher, respirei antes que pudesse atender.

— Como a Molly está? — Ele perguntou rapidamente.

— Mal.

— Pablo me contou o que está acontecendo, eu não sabia. Sério. Eu jamais deixaria ele fazer uma coisa dessas, eu odeio aquela garota, você sabe. — É, eu sei.

— Ele nunca poderia ter feito isso com ela...

— Ele não está a traindo, ele não é louco! — Respirei fundo — Ele só estava realmente dando um suporte. É sério, está estampado na cara do Pablo de bobão o quanto ele ama a mulher.

— Não é eu que devo acreditar... — Respirei fundo.

— Mas se você acreditar já vai ajudar muito... Ele está desesperado. Vai passar a noite no meu apartamento...

— Seu apartamento? — Surpresa. Christopher riu.

— É... A casa dos meus pais, bom... Eu já não vivia com eles há algum tempo. Morava só, voltei para lá por você. Uma casa. Ter uma família... — Silêncio — Precisamos conversar, por favor...

— Eu vou dizer para Molly o que você me disse, tudo bem? Contenha Pablo aí, melhor uns dois dias longe. Tempo suficiente para eu colocar alguma coisa boa em relação a ele na mente dela, tudo bem? Espero que ele não chegue perto de Frankie esses dias, cada passo de Pablo agora chegará aos ouvidos da Molly.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse capítulo é tão.... SOCORRO QUE COISA MAIS NADA "HAVER". RSRSRS Gente! Me perdoem o sumiço, principalmente a falta do aviso do mesmo. Estou louca estudando, trabalhando, estudando mais e mais.... Não dá tempo pra viver! :S quem vive essa rotina sabe bem... Passo mais tempo no ônibus que em casa, rs... Mas ao menos escrevo no bloco de notas no cel! Tá saindo, tá fluindo... Mas tão pouco ): O fim tá escrito, mas as pequenas coisinhas que ficaram vagas precisam se encaixar com o cronograma. Agora só falta esse drama Molly x Pablo x Frankie acabar pra então.... FIM rsrs. Não me abandonem!! Saudades bonitinhas, beijocas! Até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Incandescente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.