Colombo-2035 escrita por Goldfield


Capítulo 4
Capítulo Quarto




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Capítulo Quarto

O resgate.

Em Nova York, 2035, o garoto James Grey, filho de um piloto da ONU, Gerald Grey, tinha aula de História na escola:

–         Bem, classe! – disse o professor. – Recapitulando, a História é dividida em Pré-História, Idade Antiga ou Antigüidade, Idade Média, Idade Nova ou Idade Moderna, Idade Contemporânea e Idade Futura, segundo a última análise do historiador italiano Benjamim Justiniano, e por isso essa divisão da História é chamada de “Divisão de Justiniano”, mas existem outras. Quem sabe me dizer qual foi o marco da Idade Futura?

–         A Revolução Tecnológica de 2018! – respondeu um aluno.

–         E onde ela começou?

–         No Japão, e as principais invenções foram os jatos de mega-propulsão e os robôs modernos!

–         Muito bem! Agora vamos voltar para o Egito! Onde paramos na aula passada?

–         Na escravidão dos hebreus! – respondeu James.

–         Bem, como dizia, os hebreus foram escravizados pelos egípcios. Porém, durante o reinado de Ramsés, o Egito foi conquistado por quatro pessoas, que, graças a um poder bélico avançado, igual ao de hoje, conseguiram a vitória e mais tarde derrubariam Roma, conquistando todo o mundo antigo, só sendo vencidos durante as invasões bárbaras!

–         Quatro pessoas? – perguntou um aluno.

–         Sim, mas armados com, podem acreditar, canhões laser! O líder deles era Maximus Patrick, que, depois de se tornar senhor do Egito, se tornou líder do império que destruiu Roma e atingiu os confins da Índia!

–         Puxa! Esse cara era bom!

–         Sim, e é um homem com este mesmo nome que partiu na expedição com destino a Éden, ontem!

–         Sim! Será a salvação da humanidade!

–         Se Deus quiser!

Nisso, o sinal bateu. James, saindo da escola, foi para casa. Seu pai estava numa reunião importantíssima na ONU.

Era para discutir, se, em caso da expedição falhar ou não conseguir sair de Éden, quem iria comandar a expedição de resgate.

Na sala de reuniões, o presidente Walker e o general Franklin J.R. estavam reunidos com Gerald e outros pilotos. Walker começou:

–         Senhores, estamos aqui para discutir quem irá comandar uma possível expedição de resgate, caso a Colombo se perca ou não consiga sair de Éden.

–         Estes são alguns dos melhores pilotos da Terra – disse o general Franklin. – Todos são totalmente confiáveis!

–         Eu sei. Vamos ao que interessa: quem irá!

O general Franklin distribuiu algumas folhas de papel a cada piloto, dizendo:

–         Este teste tem cem perguntas! Se acertarem pelo menos oitenta e cinco, serão aprovados! Analisaremos os resultados no computador!

Todos fizeram o teste.

Uma hora depois, já tinham o resultado, que o general anunciou:

–         Só Gerald Grey conseguiu passar! Parabéns!

–         Muito obrigado!

Todos se retiraram, menos Gerald, o presidente e o general. Estes dois últimos o levaram até uma sala escura, onde lhe mostraram um filme que explicava toda a missão da Colombo.

Depois, lhe apresentaram a ficha da tripulação, que Gerald leu:

–         Bárbara Scott, EUN, cientista, 28 anos. John Houston, EUN, biólogo, 35 anos. Yuri Valeriev, Polônia, biólogo, 38 anos. Pedro Cintra, Brasil, major, 43 anos.

–         É uma elite de especialistas! – disse o general.

–         Parece-me mesmo uma boa tripulação! – concordou Gerald.

Nisso, um homem entrou na sala, dizendo:

–         Senhor presidente! O transporte está pronto para levá-lo até a Casa Branca!

–         OK! Estou indo! – respondeu o presidente.

–         Até mais, senhor presidente! Foi uma honra! – disse Gerald.

–         Igualmente! – disse o presidente, saindo.

–         Agora é esperar! – disse o general. – Se a expedição falhar, você entrará em ação!

–         Estou preparado! Se for para salvar a humanidade, farei de tudo!

–         Gosto de patriotas...

–         Não sou um patriota, senhor! Apenas alguém que, como todo humano que gostaria de ter esta oportunidade, quer cumprir seu dever!

–         Mesma coisa... – disse o general, servindo-se de uísque. – Se você tivesse visto tudo o que eu vi na guerra, concordaria!

–         O que o senhor viu?

–         Muitos russos morrendo, sendo mutilados, correndo desesperados! A guerra é um horror...

–         Posso imaginar...

O general serviu-se de mais uísque, enquanto Gerald olhava o velho homem embriagar-se.

Passaram-se alguns dias. Logo veio a informação de que a Colombo havia se perdido durante a expedição. Gerald e seus homens estavam em Cabo Canaveral, prontos para partir em caso de emergência. Havia chegado a hora.

Toda a tripulação vestiu-se e seguiu para a base de lançamento subterrânea. Ao chegarem no complexo, o general Franklin lhes mostrou a nave de resgate: chamava-se Magalhães e era menor que a Colombo, mas funcionava quase do mesmo jeito. Era mais uma nave de resgate, que viajava mais rápido do que a primeira.

A tripulação entrou na nave, ansiosa. Franklin deu a ordem que iniciou a contagem:

–         Vamos iniciar a contagem! – informou, no controle da missão.

–         Estou ligando os motores! – informou Gerald, que pilotava a nave, sozinho, não necessitando de um co-piloto.

–         Dez, nove, oito, sete...

–         Iniciando a seqüência de decolagem!

–         Seis, cinco, quatro, três...

–         Tudo pronto! Comportas se abrindo!

–         Dois, um, zero! Agora!

A nave decolou, numa bonita imagem. Como a antecessora, deixou um rastro no céu.

Rapidamente, saiu da órbita da Terra, onde os mega-jatos, mais rápidos que os da Colombo e já na potência máxima, fizeram a nave desaparecer entre as estrelas, numa velocidade jamais vista.

                                                                 

Deixando no piloto automático, Gerald saiu da sala de comando e foi até o laboratório, onde os dois biólogos e a cientista trabalhavam.

–         Olá pessoal! – disse, entrando.

–         Olá Gerald! – respondeu Bárbara.

–         O que estão fazendo?

–         Estudando a nossa rota. Esta nave é realmente rápida! Já estamos quase nos limites da Aliança! A Colombo está em Éden. Logo chegaremos!

–         Eu tenho um pressentimento ruim sobre isso... – murmurou Gerald.

–         Vá descansar! Já faz duas horas que está pilotando! – sugeriu Yuri.

–         Acho que é isso o que farei! Descansar estes velhos ossos...

Gerald saiu e foi até a sala de descanso, onde Cintra tentava dormir.

–         Olá Cintra! – saudou Gerald.

–         Olá...

–         Não consegue dormir?

–         Não! Vou lhe contar algo...

–         O quê?

Cintra hesitou uma vez e disse, coçando as costas:

–         Eu matei muitos na batalha do Panamá... Já ouviu falar?

–         Sim.

–         Toda noite vejo os rostos dos russos que matei. Não consigo dormir por esse motivo... As almas deles me atormentam!

–         É verdade... Matar é algo muito ruim.

–         Lutei por muito tempo na guerra. Desde as investidas comunistas na América até a guerra anglo-polonesa. Só Deus sabe o que vi. Acho que a humanidade não merece outra chance!

–         Às vezes penso o mesmo, mas Deus é bom! Ainda vamos conseguir colonizar outro planeta e recomeçar sem guerras!

–         Não dá! Parece que precisamos de guerra para viver...

–         Durma e reflita!

Gerald deitou-se, seguido por Cintra, que fez o mesmo. Cochilaram, enquanto a nave parecia estar na velocidade mínima, apesar de estar na máxima, e que máxima...

Tudo tranqüilo... De repente, Yuri entra correndo na sala de descanso, acordando Gerald e Cintra, dizendo que uma transmissão de emergência havia sido mandada da Terra.

Todos se reuniram na sala de comunicações. Gerald ligou o aparelho e viu a mensagem. Na tela, o general Franklin gritava, desesperado, com gritos e urros abafando sua voz:

–         Grey! Acabou! Holocausto nuclear! Colapso total! Dezoito bilhões de mortos! Cento e cinqüenta e cinco mil sobreviventes! Estamos sendo atacados por lagartos mutantes! Oh, não! Um agarrou minha perna! Não...

A transmissão acabou aí. Grey balançou a cabeça, enquanto alguns tripulantes choravam ou riam, confusos:

–         Que piada! Essa foi boa, Franklin! – ria John.

–         Será que é mesmo piada? Os serviços de inteligência poloneses não respondem! – disse Yuri, desesperado.

Depois, Gerald disse, entendendo o que ocorria:

–         Não desistiremos! Se conseguirmos sobreviver, vamos propagar nossa raça em Éden! Temos que conseguir! Temos que conseguir!

–         Pense no seu filho! Está morto... – disse John.

–         Não estou abalado... Durante a Terceira Guerra, minha mulher viajou para a Europa a negócios. Sua nave de transporte foi derrubada por uma maldita esquadrilha de naves-caça dos russos, que provavelmente também foram os culpados disso! Desgraçados...

Nisso, Gerald começou a chorar. Aquilo era muito para ele. Dezoito bilhões de mortos. Era o fim de uma longa história. Tudo havia acabado.

–         Deve ter sido assim que os dinossauros morreram... – murmurou John.

–         Pare de falar lixo! – gritou Bárbara, abalada.

–         Dezoito... Dezoito... – repetia Gerald, balançando a cabeça.

–         Também perdi tudo! – disse Cintra. – Temos que continuar! Não podemos desistir!

–         É...

Nisso, chegaram aos limites da Aliança. Gerald, voltando para o comando da nave, disse:

–         Seremos os senhores de Éden! Governaremos o planeta! Seremos deuses! Segurem-se! Temos um planeta para colonizar! E, Bárbara, eu sei que é um pouco ruim, mas você terá que nos ajudar a propagar a espécie... Pela liberdade, honra e ideais que construíram a civilização, recomeçaremos em Éden! Por todos e além!

–         Sabe comandante, até que lhe acho atraente... – murmurou Bárbara.

–         Que bom começo...

A nave continuou na mesma velocidade, rumo a Éden...

Na sala de pesquisas, Yuri examinava uma planta original de Zamuria. Disse, ao ver Bárbara se aproximar:

–         Tudo acabou...

–         Não havia meio... Nós fizemos isso!

–         Quantas pessoas perdeu?

–         Dezoito bilhões!

–         Compreendo...

–         Yuri, você concorda com o que os russos fizeram até chegarem a esse resultado?

–         Sou polonês, não nego a raça, mas sempre quis o bem da humanidade, ao contrário de meus descendentes e compatriotas!

Meia-hora depois, a nave já se preparava para entrar na órbita de Éden. Gerald iniciou a seqüência de pouso. Ligou os freios, acionando os trens de pouso e o flutuador.

Porém, a nave foi pega por uma tempestade magnética durante o pouso. Ela foi desviada da rota, e, num processo rápido, mas devastador, caiu dentro de uma fonte de energia fortíssima, localizada numa cratera...

–         Onde estamos? – perguntou Bárbara, saindo de baixo de um escombro.

–         Não sei... – respondeu Gerald, tossindo.

–         Hei! Acorde Yuri! – disse Cintra, tentando reanimar o cientista. – Está morto!

Os três saíram de baixo dos destroços e encontraram John, que teve a mesma sorte de Yuri.

–         Onde estamos? – perguntou novamente Bárbara.

–         Vamos sair para ver! – disse Gerald, chutando uma parede, revelando uma paisagem desértica.

Os três aventureiros saíram, vagando pelo deserto desconhecido. Achavam que deveria ser Éden, mas onde estava a fonte de energia que os havia sugado?

–         Já estudaram Einstein? – perguntou Bárbara.

–         Um pouco! – respondeu Gerald.

–         O tempo é relativo... Varia de aspecto de acordo com o observador...

–         Nunca entendi essa teoria... – disse Cintra.

–         Os átomos entram em reação e...

–         É assim que uma bomba atômica explode! – completou Gerald.

–         Quem não sabe isso?

–         O que bombas atômicas têm a ver com o tempo? – perguntou Cintra, confuso.

–         O tempo não é uma grandeza exata! É relativa! Os planos de um novo tipo de arma foram revelados pelos americanos em 2015, feitos em 1947. Era uma espécie de bomba muito poderosa, que liberava um vácuo temporal. Einstein fez mais experiências do que pensavam. Na época, os americanos acharam um projeto muito sonhador e o ignoraram. Mas quando conseguiram tecnologia suficiente, o retomaram, batizando-o de Apocalipse, e, dizem, foi roubado pelos russos. Há uma teoria que diz que Einstein nem morreu, mas desapareceu em seu laboratório, possivelmente viajando no tempo! Mas acho que Einstein não planejaria nenhuma arma, ainda mais uma tão devastadora...

–         Como dezoito bilhões de pessoas morreram em tão pouco tempo? Faz sentido... – disse Gerald.

–         Tudo isso me assusta...

Nisso, duas charretes pararam na frente deles. Um homem moreno e alto disse, apontando um arco e uma flecha:

–         Venham conosco!

–         OK!

Os três os seguiram. Bárbara perguntou:

–         Onde estamos?

–         No Egito, terra do glorioso Maximus Patrick! – respondeu o homem.

–         Oh não... Viajamos no tempo quando entramos na redoma de energia!

–         Para onde estão nos levando? – perguntou Cintra.

–         Para o palácio! Levamos todas as dádivas de Ísis para lá!

Continuaram pelo deserto, até entrarem numa cidade, onde havia várias pirâmides e uma esfinge de Patrick. Vários hebreus trabalhavam, junto com outros escravos diferentes.

–         Quem são eles? – perguntou Gerald.

–         Hebreus e escravos que Ísis manda! Dizem ser de uma tal Arret!

–         Meu Deus... Acho que vou acabar ficando louco...

Nisso, chegaram ao palácio, de onde saía um homem barbudo, furioso, que gritava:

–         Vai ver, Maximus! Vou reunir os magos da Irmandade e nós faremos uma rebelião contra a sua tirania!

–         Vou estudar o seu caso, mas não abaixarei os impostos! – respondeu uma voz.

Os três entraram no palácio, escoltados. Bárbara murmurou:

–         Meu Deus... O que está acontecendo afinal? Será um sonho?

–         Por que tenho um pressentimento de que a maior surpresa será agora?

Nisso, entraram numa grande sala, onde um homem e uma mulher estavam sentados em tronos, cercados por escravos e empregados. Numa parede, alguns canhões laser estavam pendurados e guardados atrás de uma grade de bronze.

–         Ajoelhem-se perante o imperador faraônico Maximus Patrick e a imperatriz faraônica Jennifer Smith! – ordenou um soldado.

–         Hum... O que temos aqui? – perguntou Patrick, saindo do trono e dando voltas ao redor dos três.

–         Mas o quê? – surpreendeu-se Gerald.

–         Estados Unidos do Norte? – perguntou o tirano, arrancando a bandeira que Gerald tinha num dos ombros do uniforme. – Que surpresa! Uma equipe de resgate!

–         Mas... Como sabe de tudo isso? – perguntou Gerald.

–         Não se lembram de Max Patrick? O homem em cuja já exterminada humanidade demonstrou confiança?

–         Meu Deus! Agora tudo faz sentido! Entraram no vácuo temporal e vieram para cá, dominando o Egito com suas armas! – concluiu Bárbara.

–         Sim! E Éden é a nossa Terrinha!

–         Sim... Faz sentido! Meu Deus... Que história complicada!

–         Sim, mas não gosto de intrusos! Guardas! Levem-nos para o calabouço!

–         Mas... Patrick! Por que tudo isso? – perguntou Gerald, enquanto era amarrado.

–         Se não há futuro, por que não curtir uma boa vida no passado? – respondeu, rindo. – Falando nisso, sabiam que os zamurianos ajudaram a construir as pirâmides?

–         Desgraçado...

Foram levados para o calabouço, onde foram trancados.

Anoitecia. Bárbara, irrequieta, murmurava:

–         Nós temos que evitar a catástrofe no futuro! Precisamos sair daqui!

–         Talvez nos libertem com os hebreus... Em que ano nós estamos?

–         Não faço a mínima idéia... – murmurou Gerald.

–         Eu sempre quis conhecer o Egito Antigo, mas não desta maneira!

–         E eu sempre quis ler pergaminhos... – suspirou Bárbara.

Nisso, Cintra tirou um pequeno aparelho do bolso. Colocando-o junto à grade, a fez cair.

–         O que é isso? – perguntou Bárbara.

–         É um gerador de pulso eletro-magnético! Vamos sair daqui!

Saíram do cativeiro, fazendo um guarda desmaiar com o gerador.

Cruzaram os corredores do calabouço rapidamente.

Nocauteando dois guardas, entraram numa sala cheia de pergaminhos.

–         Que rica biblioteca! – disse Bárbara, indo examinar alguns.

–         Vamos sair daqui! – murmurou Gerald.

Nisso, Bárbara, com um pergaminho nas mãos, disse:

–         Hei! Olhem isto: “O poder está nas pirâmides! Num período de mil em mil anos o sol se alinhará entre as três pirâmides de Set, provocando um triângulo de luz e energia! Quem entrar nele irá para o reino de Osíris, mas apenas os justos serão escolhidos”.

–         É a nossa saída! – disse Gerald. – Quando será esse dia?

–         Não sei... – respondeu Bárbara, guardando o pergaminho.

–         Vamos sair daqui! – murmurou Pedro.

Os três saíram da sala e escaparam do calabouço. Cruzando um pátio aberto e nocauteando um guarda, os três deixaram o palácio.

Havia três camelos dormindo ao lado de uma palmeira. Os três heróis não pensaram duas vezes: cada um subiu em um e os animais, que despertaram rapidamente, seguiram pelo deserto sem fim noite adentro.

O próprio Patrick, munido de seu canhão laser, comandava um grupo de soldados a cavalo e a camelo que perseguia os fugitivos.

–         Para onde eles vão? – perguntou Patrick, nervoso.

–         Para as pirâmides de Set – respondeu um soldado. – Eles estão indo para o norte.

–         Aquela área é controlada pelos magos que ameaçam iniciar uma rebelião... Quero os três vivos para continuar a mudar os livros de História!

–         Sim senhor.

Os três heróis vagaram pelo deserto até avistarem, ao longe, três pirâmides de mesmo tamanho, que formavam um triângulo eqüilátero.

–         As pirâmides de Set... – murmurou Bárbara, olhando para o pergaminho.

–         Como sabe? – indagou Gerald.

–         O lugar é exatamente igual ao desenho do pergaminho...

Quando eles chegaram às pirâmides, amanhecia. Foram recepcionados por um homem velho, maltrapilho, de longa barba.

–         Os heróis... – murmurou o mago.

–         Como sabe que somos heróis? – perguntou Pedro Cintra.

–         Nós, Magos do Tempo, de tudo sabemos...

–         O quê?

Os três fugitivos desceram dos camelos e seguiram o velho.

–         Você é um mago? – perguntou Bárbara.

–         Sim, mulher. Sou um mago. Um Mago do Tempo.

–         Como assim?

–         Sigam-me e verão!

Eles encontraram um grupo de homens velhos como o que os guiava, todos magos, que estavam sentados em volta de um círculo feito na areia com um graveto, perto de uma das pirâmides.

Os três heróis estranharam aquilo. O mago que os guiara até ali os convidou a se sentarem em volta do círculo como os outros, e assim eles fizeram.

–         Chamem-me de Senhor do Tempo – disse o mago que os guiara. – Sou o chefe desta Irmandade.

–         Agora me lembro... – murmurou Bárbara. – Você era aquele homem que saía do palácio de Maximus enquanto chegávamos...

–         Neste círculo! – apontou o mago. – Aqui neste círculo nós podemos ver o passado e o futuro!

–         Mas e o presente? – perguntou Gerald.

–         Nós não temos poder sobre ele...

O Senhor do Tempo pronunciou algumas palavras e, no círculo, apareceu uma paisagem desértica e desoladora.

–         Essa é a Terra após o Apocalipse causado pelos russos – explicou o mago. – Só vocês podem evitar a tragédia...

–         Como?

–         Nós Magos do Tempo, que formamos a Irmandade do Tempo, transportamos sua nave caída em Éden para cá. Éden é a Terra no futuro, como o imperador faraônico lhes disse. Nós trouxemos Maximus para cá, pois, no interior mais profundo de seu coração, ao invés de um herói da humanidade, está um ditador pior que Koskorva, o líder dos russos. Se ele continuasse no tempo de vocês, causaria muita dor. Tudo em seu devido tempo...

–         E como vai nos ajudar? – perguntou Gerald, interessado.

–         Vocês ficarão entre as três pirâmides de Set e serão transportados para o seu tempo. Devem ir agora, imediatamente, pois o vento do leste nos diz que Maximus e seus soldados se aproximam e o sol já se alinha no céu...

Os magos os levaram para dentro do triângulo que as pirâmides formavam. Depois, os Senhores do Tempo começaram a pronunciar estranhas palavras e o sol se alinhou sobre as pirâmides...

Gerald, Bárbara e Cintra foram tele-transportados, em um processo rápido, mas surpreendente.

Os três sobreviventes da missão de resgate foram parar no terraço de um prédio, em Nova York. Estavam na Terra, 2035.

–         Conseguimos! – gritou Gerald. – Agora temos que evitar tudo isso!

Saindo do prédio, os três pegaram um táxi e foram até a ONU, onde ficava o controle da missão. Lá, informaram tudo ao general Franklin, que ainda nem havia organizado a expedição de resgate. Este custou a acreditar na história, mas logo começou a perceber que era verdade.

O projeto Apocalipse estava sendo conduzido pelos russos, que já tinham pronta a bomba. Foi aí que a situação ficou complicada, pois, se não tomassem a atitude certa, os russos usariam a tão devastadora arma.

–         Eu tenho um plano! – disse Franklin, que já havia chamado o presidente.

–         Qual? – perguntou Gerald.

–         Quando perdermos contato com a nave, fingiremos que a expedição foi um sucesso. Os russos não têm acesso às nossas comunicações e não poderão comprovar tal fato. Enquanto ficam mais perdidos do que cego em tiroteio, iniciaremos a retaliação final!

–         Bom plano!

–         Mas e agora? – perguntou Bárbara. – Nossas versões do passado também estão aqui!

–         É só elas não descobrirem! – disse Franklin, servindo-se de uísque. – Depois disso, poderemos congelá-las.

Então ficaria assim. Iria o plano mesmo funcionar?

Continua... 


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