Terrible Love escrita por Isabella Cullen


Capítulo 21
O que ela não é


Notas iniciais do capítulo

Bom meninas é o seguinte avisos importantes. Todo mundo pediu um POV do Edward, mas eu não estava pronta para fazer e na verdade ele não estava nos planos. No entanto, ele surgiu porque nesse ponto da fiction vocês podem perceber que as coisas mudaram... para ele pelo menos. Então, o POV veio a partir de uma música que eu ouvi por sugestão de uma autora em um outra fiction. Eu só tenho a agradecer a ela pelo POV porque no final das contas a música traduzia a vida do Edward. Esses dois capítulos dessa semana serão o POV dele, só que... se eu postar um só e outro depois vocês me matam... eu sei que matam! kkkkkkkkkkkkkkkk Então eu vou postar um agora e outro amanhã de manhã assim ninguém me mata. E esses dois equivalem aos dois dessa semana combinado?
Se quiserem comentar só no segundo, só no primeiro... sintam-se a vontade meninas!



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Paraíso Sombrio – Lana Del Rey

Todos os meus amigos dizem que eu deveria seguir em frente

Estou deitada no oceano, cantando sua música

Ah, é como você a canta

Amar você para sempre não pode ser errado

Mesmo você não estando aqui, não vou seguir em frente

Ah, é como nós a tocamos

E não há remédio para a lembrança

Seu rosto é como uma melodia

Não sairá da minha cabeça

Sua alma está me assombrando e me dizendo

Que tudo está bem

Mas eu queria estar morta

EDWARD

O dia estava igual aos outros. Como tantos outros. Iguais. Vazios. Sem nenhuma emoção. Se olhasse para porta eu juraria com todas as minhas forças que ela entraria feliz com um suco nas mãos me falando que trabalho demais, reclamando que deveríamos viajar e relaxar antes do bebê nascer. Seus cabelos loiros presos num coque mal feito e seus vestidos largos com um barriga saliente, ela sempre passava a mãos nela e ficava falando com o bebê como se ele pudesse responder ela a qualquer hora do dia. Se eu fechasse os olhos Kate sussurraria em meus ouvidos que ela estava aqui e que tudo iria ficar bem, motivo que desenvolvi uma insônia, eu não queria a ilusão dela estar perto, já bastava o cheiro dela e tudo que ela deixou.

Tinha dias que eu juraria que isso permaneceria comigo e eu chegava as raias da loucura. Outros eu queria ir até ela. Morrer com ela. Eu e ele nunca mais e eu chorava feito criança, gritava alto e jogava algo na parede querendo que aquilo quebrasse em mil pedaços como eu estava quebrado. Por mais que todos falassem que o luto era algo que passaria eu não poderia ver como isso um dia dissipasse, não via saída para minha dor. Kate nunca mais ficaria na cozinha conversando com Sue, ela não entraria pelas portas reclamando de alguma coisa, falando mal de suas amigas ou fazendo planos para alguma festa ou evento. Nunca mais sentiria sua pele macia ou teria seus sorrisos pela manhã.

Então tinha Isabella. Eu não fazia ideia do que fazer com ela. Sue vivia me enchendo dizendo que eu a mataria. Eu estava tão confuso, sempre fui racional e centrado, só que a morte de Kate tinha me levado a um nível de loucura que eu sabia que mataria a nós dois. Quando eu pensava que ela se revelaria ela se mostrava mais ao contrário. Eu deixei fotos nossas espalhadas e a vi chorando por Kate, onde estava a menina rebelde que eu queria matar com as minhas próprias mãos? Ela não reclamava ou falava mais que o necessário. Era medo? Levantei e fui pegar mais um bebida lembrando de quando a vi ajudar uma empregada. Ela tinha medo nos olhos, mas mesmo assim ajudou ela e voltou quase correndo para o quarto como um bicho assustado. Ela era um mostro! Um monstro! Mas quando começava a chorar toda essa minha certeza desaparecia e eu não sabia mais o que fazer e então eu me afastava.

Ela era perigosa e letal. Letal para mim. De alguma forma eu a queria tão longe quanto possível, mas as palavras daquele garoto me faziam querer estrangular ela. Kate também merecia viver e ser feliz, ter a mim e ao nosso filho. O que a fazia mais especial? Tomei um gole da bebida me sentindo um fraco. Sue entrou com seu olhar reprovador para mim.

– Vai jantar ou deixar a menina morrer de fome?

– Eu queria que ela morresse de fome!

Eu estava mentindo para mim mesmo quando disse aquilo. Uma voz dentro de mim falava isso com tanta força que eu nem podia mais articular nada.

– Pois bem, fiquei sozinho em seus planos, amanhã estarei indo visitar minha família e espero que o senhor enterre sua mais nova esposa sozinho.

– Chame ela.

Eu estava cansado das brigas com Sue por causa dela. Eu estava cansado. Sue não estava brincando quando disse que iria embora, eu a conhecia bem demais para achar que ela não faria. Eu estava matando Isabella? Por que isso me incomodava? Eu não queria matar e muito menos ser o monstro, isso iria contra todos os meus princípios e tudo que com muita dificuldade construí todos esses anos. Depois de alguns minutos eu sabia que não estava pronto para encarar Isabella e nem sua expressão triste e seu rosto sem vida, mas eu teria.

Quando se toma certas atitudes nunca se imagina o fim que aquilo poderia ter, eu nem imaginava qual seria o meu destino e o de Isabella. Assim que avistei ela apoiada nas escadas eu me aproximei, Sue estava com uma expressão de horror e só deu tempo de segurar ela. Era uma visão totalmente diferente, mas aquele sentimento de perda era o mesmo. Ela morreu em meus braços. Deus eu matei Isabella.

– EDWARD REAJA! ACORDE!

– Ela... ela...

Sue se posicionou na nossa frente, Isabella estava mais pálida do que o normal e não havia nela nada que me dissesse que ela estava respirando.

– Ela está ardendo em febre!

Eu ouvi então um gemido baixo como se o toque a fizesse despertar por um tempo.

– Vou chamar um médico... – olhei para Sue desesperado – Ou acha melhor um ambulância? Deus ela está tão branca...

– Ferro...

Isabella fez um esforço tão grande para uma palavra tão pequena.

– Ferro... Isabella o que tem o ferro...

– Eu... preciso...

– Ela tem baixa taxa de ferro? – Sue estava agora em seu modo desespero. Nos olhos dela tinha um desespero que só se iguala ao meu com ela em meus braços. – Deus ela vai morrer.

Eu não podia permitir aquilo. Eu não permitiria aquilo.

– NÃO OUSE FAZER ISSO ISABELLA!

E então corremos com ela para o meu carro. Sue ia logos atrás de mim falando coisa que eu não conseguia entender. Eu só conseguia pensar em documentos, chaves e hospital. Isabella parecia ainda pior a cada minuto que passava, quando peguei no volante eu precisei de todas as forças para não começar a desabar logo ali.

– Eu avisei que isso iria acontecer!

Sue chorava no banco de trás com Isabella pálida e sem vida, ela estava morta? Deus que ela não estivesse morta. O que eu fiz? Eu dirigi feito um maluco até o hospital mais próximo, entrei gritando com ela nos braços e a visão dela na maca sendo socorrida por dois médicos e vários enfermeiros foi horrível.

– Como... onde ela...

Sue tinha ido estacionar o carro melhor e voltou quase sem fôlego.

– Levaram ela. Levaram ela.

Eu me dei conta de que como Kate eu nunca mais poderia ver Isabella viva novamente. E tinha tantas coisas para ela que eu queria dizer, só que elas não estavam ali antes. Levantei, andei, sentei. Levantei, fui até a recepção, assinei alguns papéis, sentei de novo contrariado. Eu não queria estar ali. Eu só poderia ter uma visão de mim num hospital. Com Kate e meu filho. Nada disse se realizou. Nada do que eu esperei tanto se concretizou e agora eu era o responsável pela morte de Isabella.

– Senhor Cullen?

– Edward o médico vamos...

Ele nos levou até o quarto em que Isabella estava. Parecia menos pálida, mas estava com algumas coisas em seu pulso, soro e um outro medicamento. Uma enfermeira anotava algo na ficha e entregou para o médico antes de sair. Sue se aproximou tocando em seus cabelos. Eu senti a mesma vontade de repente.

– O fluxo menstrual de sua esposa tem estado regular?

– Eu... – eu não sabia nem se ela havia menstruado nesses últimos dias. Olhei para Sue, mas ela também não soube responder.

– Algumas são discretas quanto a isso. Eu acredito que o fluxo forte alterou o quadro.

– Que quadro? – perguntei confuso.

– Sua esposa tem deficiência de ferro, ela deve ingerir um comprimido por dia. Sabe se ela está tomando a medicação?

– Acho que não... – Isabella tomava algo? Eu não sabia que ela deveria tomar alguma coisa. Olhei para ela deitada imóvel e me perguntei o que mais deixei passar.

– Bom, ela poderia estar morta agora.

– Deus... – a voz de Sue soou ao fundo. Ela estava novamente horrorizada com suas previsões se tornando realidade com a confirmação do médico que parecia sério.

– Isso pode ser... revertido?

– Sim, ela vai precisar ficar uns dias no hospital. Com certeza depois disso estará melhor. Mais alguma queda e ela precisaria de uma transfusão. Boa noite senhor Cullen, estarei de plantão caso esteja com mais alguma dúvida.

– Estou olhando essa menina deitada e pensando quando foi que se transformou num monstro Edward.

Sue saiu antes mesmo de ouvir minha resposta. Eu não era um monstro ela sim era. Saí do quarto sem rumo, eu estava completamente perdido e sem rumo. Sentei sozinho na cafeteria remoendo minhas dores. Foi um erro ter casado com ela, ter tirado ela de casa e feito tudo que fiz. Kate deveria estar tão envergonhada de mim nesse momento, fechei meus olhos e chorei. Chorei porque no final das contas era tudo que me restava.

Eu fui para casa sabendo que naquela hora Sue deveria estar longe de mim. Ela tinha nojo de mim. Nojo do que eu fiz. Não conseguia entender como ela não tinha raiva ou ódio de Isabella, ela matou nossa Kate. Não tinha o que ser feito, o médico foi claro. Eu não dormi, não consegui sabendo que ela estava mesmo fora de perigo, em um hospital por causa da falta de comprimidos. Eu teria dado caso ela tivesse falado? Eu não deixei ela falar nem por alguns meros minutos. E então chorei mais um pouco enquanto deixava o tempo passar.

Os dias passaram e Sue sempre me informava alguma coisa. Eu queria ir no hospital, falar com ela e senti uma falta dela quando vi a mesa do café posta e ela não estava lá. Estranho isso. Mas eu senti e isso me deixou um pouco mal, eu tinha que sentir falta de Kate e só ela. Tomei um ódio por isso em um determinado momento, ódio de tudo que senti por aquela garota. E só de imaginar ela vivendo no lugar da minha esposa todo meu corpo voltava a sentir tudo que senti quando encontrei com ela pela primeira vez. Eu a mataria com as minhas próprias mãos naquele dia em que a busquei. Ódio dela ter matado Kate e meu filho e foi nesse ódio que eu fui ver Isabella pela última vez. Eu tive somente algumas horas para fazer o que eu queria, mas consegui fazer tudo como eu queria. E assim seria. Quando entrei no quarto os seus olhos estavam assustados e receosos. Era o que eu queria não? Que ela pelo resto de sua vida me temesse?

– Não sabia que tinha que tomar remédios. – comecei. Ela não respondeu. Só ficou me olhando assustada. Eu a queria dessa forma?

– Eu tomei uma decisão.

Eu tinha que continuar. Eu precisava.

– Você não vai para minha casa. – disse firme e sério. – Eu não quero você lá. – doeu nela as palavras eu podia sentir sua dor. – Não suporto olhar para você Isabella e não quero mais você perto de mim ou de Kate. Conversei com o reitor de Harvard, as aulas só começam daqui a duas semanas. Vou te enviar para lá, não querela o mais olhar na sua cara.

Eu me levantei e fui até ela com o ar mais sério e determinado que eu tinha. Ela precisava entender que eu estava falando sério. Ela se encolheu com medo de mim. O monstro. E a voz de Sue na minha mente.

– Eu vou te falar uma coisa. Você estará lá para ficar longe de mim, mas não pense que vai curtir a vida. Eu te proíbo de se envolver com alguém, eu mato Isabella como você matou Kate. Eu mato o homem que encostar em você e faço isso na sua frente. – Ela sentiu a verdade nas minhas palavras – Não darei o divórcio, será casada comigo até morrer. Pode fazer o que bem entender em relação aos seus estudos, não me importo, mas nenhum homem tocará em você e eu espero Isabelle que encontre o homem da sua vida, que ele a deseje como ninguém e que você conviva com o fato de nunca ser dele! – comecei a chorar – NUNCA! NUNCA OUTRO HOMEM A TERÁ!-Ela tapou seu rosto e chorou alto. Meu coração ficou apertado, mas eu tinha que fazer. Era o certo. Não era? - Isso mesmo, e espero que saiba que estarei acompanhando cada passo seu, não pense que ficará lá e não será vigiada. Cada passo seu será monitorado Isabella, se você respirar eu vou saber.- Andei pelo quarto nervoso. Ela poderia passar mal? Aquilo não faria bem. Mas eu estava fazendo o certo! Eu queria gritar para todo mundo que isso era o certo. - Amanhã seu motorista a levará para o dormitório, eles foram abertos e apesar das aulas só começarem mais tarde, algumas atividades já estão funcionando. Por isso terá tempo para fazer o que precisar, ele será seu motorista e não poderá sair sem ele. Seja para o que for, ele deverá ir. – Edward mexeu nos bolsos. – O cartão da conta conjunta, só use ele. Não quero você usando outra coisa. Não tem limite de saque ou crédito. Compre até uma casa com isso, só não se envolva com ninguém. Eu mato Isabella ou mando matar. Estou sendo claro?

– Sim...

Eu saí do quarto mais abalado do que quando entrei. Eu me sentia um filho da puta miserável. No carro mesmo eu desabei. O que eu era naquele instante foi tudo que Kate sempre temeu. Foi tudo que minha mãe sempre lutou para eu não ser. Esme e Elizabeth ficariam tão decepcionadas comigo que eu nem poderia ao menos pensar no olhar de decepção de minha mãe. Chorando ainda eu me arrependi e prometi a mim mesmo nunca mais ficar perto dela e fazer nenhum mal, a imagem dela naquela quarto ficaria para sempre em minha mente me lembrando de que se ela matou minha esposa eu matei algo dentro dela a cada dia que ela passou comigo.

Sue estava me esperando nervosa na porta. Ela sabia que eu iria fazer alguma merda bem grande, ela me conhecia muito bem.

– Eu...não posso me vingar...não consigo...

– Então você conseguiu descobrir o que ela não é Edward?

Charlie Swam estava atrás de Sue o olhei envergonhado e ele se aproximou de mim com calma.

– Vamos conversar filho.

Nunca entenderia como esse homem poderia me tratar daquela forma.


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Notas finais do capítulo

Então meninas... o que acharam? Amanhã eu posto o segundo ok? Não matem a autora, não roubem o HD externo dela e muito menis façam macumba... ela é legal!
Beijos!