Silêncio Vermelho escrita por Ella NH


Capítulo 11
Capítulo 10: O branco da Compreensão


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Sei que estou atrasada com os posts, mas quem me acompanha deve ter notado que estou no meio de uma crise de criatividade. Sim... Muito triste. Esse é meu último capítulo escrito. Estava também trabalhando numa short fic (que ainda não postei) que também está parada. Tenho pesquisado e estudado também pra promover a vocês uma maior qualidade na leitura, principalmente estou investindo em meus estudos em estratégia. Aqui vocês verão apenas o início da estratégia e da história por trás do passado.

Bom pessoal, um grande beijo e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/430137/chapter/11

Lord Naruto encarava a todos em claro espanto, mas deixou sua mente esquece-los por um instante enquanto sentia o pequeno menino em suas pernas. Com os olhos em copioso choro de felicidade, abaixou-se ao nível da criança e a pegou em seu colo.

O cavalheiro de cabelos de sol olhava com atenção cada detalhe do rosto do filho, tocando-o cuidadosamente como que para ter certeza de que esse era real. Acariciava a face sorridente de seu menino deliciado na constatação de que não era mais uma alucinação sua. Olhos azuis idênticos aos seus se encontravam enquanto a felicidade de ambos era palpáveis.

—Oi, papai. A mamãe falou que eu era igual ao senhor e ao vovô. Viu como somos iguais? O cabelo amarelo, o olho ajul! —O menino falava olhando dentro dos olhos de seu pai e ao comparar as características tocava cada lugar com gentileza e animosidade.

—É azul, querido. Azul! —Lady Hinata corrigiu o pequeno filho gentilmente.

O menino sorriu e olhou para mãe por um instante. Essa lhe retribuiu, mesmo com os olhos cheios d’água.

—Azul. —O menino repetiu voltando a olhar no fundo dos olhos de seu pai. Olhos idênticos aos seus. Todos na sala prestavam extrema atenção a pai e filho.

—Sim, Hikaru. Somos muito parecidos, não é mesmo? Você é exatamente como eu achei que seria. Com a minha aparência e o jeito doce de sua mãe. —Naruto constatou com um lindo sorriso no rosto.

O sorriso era largo, os dentes brancos e alinhados se mostravam através dos lábios esculpidos que estavam repuxados naquele momento. Nas bochechas formavam-se covinhas e o sorriso alcançaram seus olhos que pareciam iluminados. Não brilhavam apenas pelas lágrimas, mas aquela felicidade que havia se perdido, voltava com força e intensidade aos lindos olhos azuis. O menino a frente refletiu o sorriso possuindo todas as exatas características do pai, parecia uma reprodução em tamanho menor.

Ainda sorrindo, Naruto colocou o filho no chão e desfazendo a expressão, olhou com receio a esposa e o casal que o encara em frente à porta fechada. A mulher possuía longos cabelos presos ao alto em um rebuscado penteado que denunciava seu nervosismo com a situação por apresentar alguns fios escapando da grande obra de arte que era seu cabelo. Olhos azuis como o início do crepúsculo denunciavam receio, temor e ansiedade. Naruto sentia que poderia lê-los com um simples olhar. A boca se repuxava num sorriso ansioso, mas o que o assustava era o formato do rosto da mulher, algo que confirmava para Naruto as palavras que o homem ao seu lado proferira ao entrar na sala.

O homem ao lado dela, era o mais assustador de todos. Naruto podia se ver e se reconhecer em cada traço, em cada detalhe. Desde as sobrancelhas arqueadas pela ansiedade até a expressão de seriedade que ele carregava. A boca tinha o mesmo formato que a sua, o nariz aristocrático levemente arrebitado era idêntico ao seu. Os mesmos olhos azuis vibrantes como um dia de sol no verão, o mesmo cabelo despenteado e bagunçado displicentemente caindo levemente sobre os olhos dando um ar libertino ao porte alto e esguio, porém forte e robusto. O homem que se apresentou como seu pai parecia o analisar assim como ele fazia. As expressões eram tão idênticas que chegavam a ser assustador para as outras pessoas que assistiam e ainda não conheciam a história por trás do passado de, agora, lord Namikase Naruto.

Balançando a cabeça como que para se libertar da confusão, o cavalheiro do alvorecer desviou seu olhar para a esposa. Novamente sentiu as lágrimas voltarem a cair com extrema intensidade. Hinata que ainda estava a sua frente, apenas ergueu as mãos e limpou docemente as lágrimas que banhavam o rosto de seu amado, o marido.

—Porque não me contou que estava viva Hinata? Porque não me pediu ajuda? —Pediu em suplica as respostas.

Hinata apenas lhe sorria gentilmente, embora fosse possível enxergar que seus olhos estavam úmidos pelas emoções que a inundavam nesse instante.

—Eu não podia meu amor. Eles estavam te observando e eu estava muito ferida pra conseguir salvar nosso filho mais uma vez. —Ela lhe respondeu com a voz transbordando dor.

—Ferida? —Perguntou Lord Naruto com a voz falha. Não queria imaginar a mulher machucada, mas não sabia em que condições ela conseguira escapar da suposta morte.

—Uma perfuração do lado esquerdo do tronco de um lado ao outro do corpo provocado por uma espada, a parte de trás de cada joelho esfaqueado, a mão esquerda quebrada ao tentar se soltar das cordas que a impediam de chegar a Hikaru, o ombro esquerdo deslocado quando se jogou da janela com a casa em chamas, vários machucados espalhados pelo corpo ao se arrastar pra sair de perto do fogo, cortes profundos na mão direita devido a fuga desesperada... —Era Lady Kushina quem citava a extensão dos ferimentos da menina. Todos olhavam espantados para a jovem que lutou contra a própria morte para salvar o marido e o filho. Até mesmo o Czar que não sabia das condições em que sua nora saiu da investida dos traidores se espantou, ele teve que fechar os olhos devido à raiva que o preencheu.

Lady Hinata fechou os olhos com incomodo ao escutar sua sogra listar tudo que sofrera, ainda se lembrava da dor agonizante e teve que fechar os olhos para esquecer, logo a imagem de Naruto e Hikarua abraçados em sua mente a fez ter coragem para abrir os olhos. Era por eles que lutava, então por eles toda aquela dor valia a pena.

Lágrimas agora caiam com mais intensidade dos olhos do homem de cabelos de sol a frente da menina de olhos de luar. Ele ergueu as mãos e tocou a face dela com emoção. Sua mente tentava, sem sua permissão, encontrar aqueles danos na pele lisa e macia da mulher que amava, mas nada podia encontrar. Seu olhar desceu para o tronco da mesma e com incerteza, tocou-lhe o lado esquerdo do corpo. Notando sua reação, a bela dama do anoitecer, pegou com delicadeza a mão forte do marido e colocou no local exato do ferimento, logo abaixo do seio esquerdo. Ali havia uma cicatriz imensa, mas o vestido a cobria com facilidade.

Lady Sakura e Lady Ino arquejaram. Conheciam um pouco de anatomia, pois possuíam o grande sonho de se tornarem médicas tal qual Lady Senju Tsunade. Sabiam que um ferimento ali era certamente fatal, e que aquela mulher havia duelado com a própria morte para permanecer viva e ainda proteger a criança.

Lady Kushina observando ambas as reações sorriu para as damas e assentiu. Ambas encararam a rainha com os olhos arregalados e logo focaram seu olhar admirado em lady Hinata.

—Porque vocês ficaram surpresas? —Lee foi o primeiro a demonstrar sua curiosidade.

—Porque um ferimento ali é inevitavelmente fatal. Ela deve ter lutado bravamente pela vida e ainda ter conseguido salvar o filho e fugir da casa em chamas. —Foi lady Sakura quem respondeu.

Lord Naruto olhava extasiado para sua brava menina. Sempre soube o quão forte aquela menina era quando a vida dos que amava estava em risco. Lembrava-se de quando essa ainda era a pequena menina sonhadora de longos vestidos pesados que o defendera da ira de seu pai sem se importar com as consequências que sua ousada atitude acarretaria. Sempre conheceu a força dela da mesma maneira em que ela conhecia a sua. Sua mulher sabia que o jovem se tornava um leão raivoso e letal quando a vida dos que amava estava em risco.

Logo o cavalheiro de olhos azuis celestes, como num estalo, voltou à realidade e se afastou delicadamente de sua esposa, mas ainda sim mantendo a atmosfera intima através do leve roçar de dedos que compartilhou com a moça. Lady Hinata sorriu e se postou ao lado do marido de frente para o casal emocionado por reencontrar o filho.

Lady Kushina sorriu amavelmente para o filho. Era um sorriso de amor, um sorriso de saudade, era um sorriso de esperança, era um sorriso de paz. Era como se ela pudesse voltar para seu lar pela primeira vez nesses mais de 20 anos.

—Acho que precisamos esclarecer algumas coisas antes de explicarmos a vocês e ao Naruto a história por trás de seu passado e sobre os pais dele. —Foi Lord Yamanaka quem se pronunciou solenemente.O Cavalheiro do alvorecer assentiu sem desviar seus olhos do casal que se dizia seus pais.

O homem de longos cabelos loiros assentiu olhando na direção da rainha de longos e sedosos cabelos vermelhos. Todos se aproximaram da mesa em concordância enquanto os jovens que já estavam próximos ou sentados à frente, apenas os aguardavam.

—Primeiramente, foi minha nora quem sugeriu que contássemos a todos vocês. Nós não poderemos nos reunir frequentemente devido a constante observação sobre nós. Então nossa única oportunidade para esclarecer tudo seria essa. —Kushina começou com a seriedade inundando a voz como se essa traçasse um plano de batalha, o que, dada a situação, realmente era. — Assim, Inoishi cuidou de tudo.

Kushina olhou sugestivamente para Hinata que logo com um olhar terno para seu amado anjo dourado se afastou do mesmo e se colocou ao lado da sogra.

—Precisaremos de todos vocês. Sei o quanto se importam com meu marido. Estive observando cada passo que o meu Naruto dava e sei exatamente quem o monitora, como e quando. —A mulher de compridos cabelos como o véu da noite presos em um elaborado penteado alto era encarada com surpresa e admiração. Ela apenas ignorou os olhares, extremamente constrangida e continuou seu discurso com a seriedade denotada em cada nota de sua bela voz. —Mas ainda há muito mais informações que precisaremos reunir, pois temos apenas 6 meses para que tudo aconteça.

Foi Lord Neji quem ergueu a mão em legítima curiosidade. A dama do anoitecer, assentiu para que ele prosseguisse.

—O que ‘aconteça’, Hinata? Quem fará isso e por quê? —A dúvida que todos que não tinham o conhecimento da história possuía foram expressas nas palavras do rapaz de longos cabelos castanhos.

—Quanto a quem e porque será devidamente explicado na história, mas responderei sobre a dúvida do oque. O que acontecerá é o meu assassinato e um golpe de Estado seguido por uma guerra sanguinária por todo o reino que o Senhor, nosso bom Deus, nos concedeu. Uma guerra que matará milhões de inocentes e que já condenou milhares a este fim, em busca de silenciá-los desse horrendo plano. —A pergunta foi respondida pela voz inflexível do Czar.

O horror e a surpresa eram estampados em cada frase.

Shikamaru então olhou para Naruto e logo para o Czar e assentiu.

—Muito engenhoso o plano deles! Assassinar o herdeiro do trono e desestabilizar seu reinado antes de tirá-lo do poder. Assim, não haveria força nas revoltas internas do país. Entendo porque vossa majestade, a rainha, fingiu a própria morte. — Lord Shikamaru quebrou o clima tenso e buscou ser mais objetivo em relação à exposição dos fatos.

Kushina assentiu lhe com um sorriso de cumplicidade.

A expressão curiosa de Sakura concedeu a lord Shikamaru a oportunidade de um suspiro cansado.

—Era a única maneira de surpreender seu oponente. Se ela exercesse sua função de rainha do jogo de xadrez e sacrificar-se a si como peça para proteger o rei, o rei ficaria mais vulnerável, pois a rainha estaria fora do jogo, pelo menos para o nosso oponente. Milady, a senhora Kushina se tornou a partir daí um peão para que quando fosse necessário pudesse ser promovida a qualquer outra peça e assim facilitar o nosso ‘xeque-mate ’, a melhor das estratégias para pegar o oponente desprevenido, se me permite. A sobrevivência de Naruto também o tornou um peão, mais uma peça a ser manejada, o que acarretaria na perda do foco por parte do outro jogador, pois o aparente risco que ele colocaria em seus planos e a possibilidade de ser usado como trunfo , ameaçaria mais o jogo deles do que o risco que mais um peão do adversário poderia cometer, nesse caso, um peão que inclusive estava fora do jogo. Além de com isso, proteger a vida de Naruto.— O genial lord preguiçoso explicou da melhor forma possível.

Sakura assentiu e voltou seu olhar de admiração a rainha.

Lord Naruto ainda encarava o casal intensamente. Ele ainda não sabia o que sentia dentro de si com a revelação de que seus pais estavam vivos, eram as pessoas mais poderosas do país e o amaram todo esse tempo sem poder estar com ele nos momentos mais difíceis de sua vida. Olhou para seu filho que brincava quietamente no colo de lord Neji e sabia que sem hesitar tomaria a mesma decisão se fosse a melhor maneira para protegê-lo. Suspirou mais uma vez antes de voltar seu olhar de volta a seus pais. Sua mãe tomava a dianteira para começar a falar.

—Então antes de explicar o plano contáreis-lhes minha história:

“Conheci Minato durante uma fase rebelde de minha vida. Meu amado pai havia me dito que seria obrigada a casar-me com um desconhecido, que esse era o meu dever como uma mulher. Claro que fiquei extremamente insatisfeita com tal afirmativa e decidi que iria provar que as mulheres poderiam tomar suas próprias opiniões. É claro que meu pai não gostou de minha audácia, mas fez uma aposta comigo. Se eu conseguisse, em seis meses voltar com a mesma quantia do dote por minha mão, eu estaria livre para escolher o que fazer e com quem me casar, mas se eu falhasse, teria que casar-me sem reclamar e honrar meu marido pelo resto de minha vida. Decidida saí de casa em busca de um emprego. Por cerca de um mês, procurei incansavelmente, porém não achei emprego digno algum que fosse dado a uma mulher, foi quando tive a ideia mais absurda de todas: Me vesti de homem e me tornei ‘marinheiro’ em um grande navio.”

As reações foram adversas por parte dos ocupantes da sala ao escutar a história de lady Kushina. Lord Naruto tinha os olhos brilhando ao constatar que até agora, essa história era a mesma que lady Tsunade lhe contara incansavelmente em sua infância. Lord Inoishi a encarava em expectativa e curiosidade para conhecer a história. Lord Shikamaru parecia estar prestes a dormir, Lady Temari encarava a dama de cabelos vermelhos com a mesma admiração que Lady Sakura, lady Ino e Tenten . Lord Gaara e lord Sasuke pareciam prestar atenção, porém não demonstravam nenhum outro interesse que não fosse o de olhar as reações de lord Naruto. Choiji, Lee,lord Neji e Kiba pareciam realmente interessados na história e Shino possuía o olhar perdido, mas parecia estar atento ao discurso da bela dama. Hikaru ainda parecia entretido, Lady Hinata se colocara ao lado do marido e o encarava amorosamente alheia as coisas ao seu redor, como se ela estivesse se enchendo da presença dele ao seu lado, Lord Minato encarava a mulher também amorosamente deliciado com sua voz e sua postura altiva que ele tanto amava, ele a olhava com orgulho.

“Trabalhei sem descanso no navio, me dedicava e fazia sempre o meu melhor, mas parecia que isso nunca era o suficiente para aqueles homens, mas não me deixava abater. Logo conheci um rapaz que tentou ser gentil comigo e ser meu amigo, mas logo procurei o afastar de mim para que não descobrisse meu segredo, porém, ocorreu uma forte tempestade e o deck precisava de toda a ajuda possível por isso o capitão pediu que ele me encontrasse. Quando ele adentrou na cabine, eu estava tomando banho e ele me pegou da maneira como o Senhor, bom Deus me enviou a esse mundo. Constrangido, o rapaz fechou a porta e desesperada me vesti rapidamente, não me importando com meu banho. Corado, o rapaz me esperava no lado de fora e gaguejando me passou a ordem.”

“Nunca em toda a minha vida senti tanto medo de morrer. Sabia que se aquele rapaz estranho contasse pra alguém que eu era mulher, eu poderia ser condenada a morte imediatamente. O medo e a raiva me corroeram e eu não conseguia pensar em mais nada do que uma forma de me livrar daquele rapaz. Os dias se passaram e o jovem não comentou sobre o incidente, porém sempre que me olhava, corava absurdamente, mas nada dizia. Quando o capitão contratou mais marinheiros e por isso decidiu me realocar em outra cabine, ele logo se colocou disposto a compartilhar a dele comigo. Sempre me esperava tomar banho para tomar o dele em seguida e várias vezes que outros estavam a ponto de descobrir meu segredo por mais cuidado que eu tomasse ele aparecia pra me ajudar. Eu temi essa ajuda, ele poderia querer algo em troca de tudo isso. Foi por isso, que eu dei uma surra nele... Tadinho do meu Minato. Aguentou tudo calado sem levantar uma mão contra mim. Claro que, arrependida cuidei dele com afinco, foi assim que ele me confidenciou que também estava infiltrado no navio, que não iria me julgar porque também estava em busca de entendimento e liberdade. Foi assim que nos tornamos inseparáveis e eu logo me vi apaixonada pelo rapaz que poderia me condenar à morte com apenas poucas palavras.”

“Quatro meses se passaram desde que comecei a trabalhar, e nesses quatro meses havia conseguido uma quantia que pagava mais da metade do meu dote, porém eu só tinha um mês pra voltar pra casa, e eu ainda não tinha o suficiente. Quando o navio aportou em terra, meu coração pesava e essa tristeza alardeou meu Minato. Ele me questionou sobre o motivo de tamanho pesar e mesmo com resistência, lhe contei sobre o que me levara ali. E mais do que disposto, Minato me deu a exata quantia que faltava para que eu completasse a soma e pudesse voltar pra casa e ser livre. De início, eu me neguei a aceitar, mas depois de muito insistência, voltei pra casa com toda a quantia que precisava, deixando meu coração para trás junto a Minato.”

Um suspiro apaixonado pode ser ouvido por parte das mulheres, com exceção de Lady Hinata que ainda olhava extasiada para seu amado marido.

“Quando cheguei a casa, minha mãe me recepcionou animada, depois de me questionar como eu havia conseguido aquele dinheiro, meu pai aceitou o valor do meu dote e deixou que eu fosse feliz da maneira como eu havia escolhido, pois ele era um homem de palavra. Eu pensei que a liberdade fosse me deixar feliz, mas deixar meu Minato para trás me deixara com um grande vazio no peito. Andava inquieta e a tristeza me abatia, foi quando meu pai sugeriu que eu fosse atrás do jovem que eu amava. De início me assustei, mas uma determinação me inundou e logo saí de casa para o lugar em que o deixei para trás. Quando cheguei, os homens me disseram que ele havia ido embora. Fiquei imensamente triste, mas decidi procurar por ele mesmo assim, fui a todos os lugares que podia e com a minha tristeza, meu pai começou a se preocupar comigo. Como ele era um príncipe, dono de um imenso condado, tentou me ajudar a encontrar o rapaz e depois de uma conferência com o Czar, lhe contou sobre minha tristeza. O Czar lhe confidenciou que seu filho estava da mesma maneira por uma moça que conhecera durante o período que se aventurou como marinheiro. Mesmo com a impossibilidade da situação, meu pai sugeriu ao Czar que nos colocássemos frente a frente para sabermos se era a mesma história por pontos de vistas diferentes, e com a possibilidade de alegrar ao seu filho novamente, o Czar aceitou. Logo esse pediu que eu fosse convidada ao palácio imediatamente.”

“Eu não queria sair de minha casa, mas como era uma ordem do próprio Czar, me arrumei o melhor que podia e parti para a capital de nosso país. A tristeza ainda me abatia, mas eu sabia que precisava ser forte. Pelo meu amado pai. Assim que fui convidada a sala de reuniões cumprimentei o Czar solenemente e ao meu pai. Esperei que me explicassem o motivo do convite, mas nada me disseram, apenas pediram que eu esperasse. Minutos se passaram e logo um sonolento Minato adentrou a sala. Eu fiquei em choque, meu coração acelerou, minhas mãos transpiravam e meu rosto corou. Minhas pernas pareciam não ser capaz de aguentar meu peso e por isso quase caí, mas me obriguei a ser forte. Ele ainda não havia me visto, mas parecia cansado, estava mais magro e parecia doente, mas quando ele enfim percebeu minha presença, sussurrou meu nome e logo vi a vida retornar aos olhos azuis mais lindos que já havia visto. Eu corria pra ele, ele correu pra mim. Apenas nos observamos com a alegria estampadas na face e num cortes cumprimento ele beijou minha mão castamente.”

“Não havia reparado que naquele momento nossos pais ficaram felizes por ver nossa felicidade, e pela possibilidade que cogitaram se mostrar correta. Minato me cortejou por um curto período e logo nos casamos. Dois anos depois meu pequeno Naruto nasceu para apenas aumentar nossa felicidade.”

O sorriso de lady Kushina e lord Minato era esplêndido. Naruto os encarava extasiado, mas assim que o sorriso de sua mãe morreu, ele pode ver que era o momento em que ele fora separado dos pais.

“Eu voltava de uma visita a fronteira em nome de um acordo de paz com o nosso país vizinho, quando escutei o plano de traição que meu próprio irmão fazia com nosso mais cruel aliado. Esse era um bandido sujo e mesquinho com sede de poder que havia tomado o poder de seu país depois de um golpe e estava em nosso país pra reafirmar a aliança que nossos governos tinham antes do golpe. Ele e meu irmão falavam em matar meu bebê para enfraquecer o poder de Minato que desde que se casara comigo, havia subido ao poder no lugar de seu pai e já havia conquistado o apoio da população ao seu reinado. Eu não podia deixá-los matar meu querido bebê e foi por isso que forjei a nossa morte. Eu queria contar a meu marido, mas aquele dia não fora fácil pra ele e pra mim. Não consegui contar meu plano e por isso procurei uma alternativa nos remédios de minha melhor amiga, lady Tsunade. Esperei escondida próxima ao meu filho. Se eu ficasse junto a ele poderiam não agir e nos pegar desprevenidos em outra ocasião. Assim que se aproximaram pra sufocar o meu bebê, eu parti pra cima do agressor. Nós lutamos intensamente, mas ele era mais forte do que eu e me feriu bastante, quando ele se aproximou novamente do meu filho, o acertei e peguei Naruto e ficamos próximos a janela. Havia sangue e muitas pastes do meu vestido destruído pelo cômodo. Com o barulho, os servos apareceram e foi nesse momento em que me deixei cair da janela dentro do foço com meu filho nos meus braços. Pude escutar a gritaria e o horror daqueles que presenciaram a cena. Mas não me deixei perder o foco e escondida, sai do fosso o mais rápido que pude pra não ser realmente morta pelo frio ou comida por algum dos animais na água e corri pra dentro da floresta.”

“Fiquei escondida por um tempo, e dias depois, Tsunade me encontrou, assim como eu planejara. Eu iria ficar com ela enquanto me recuperava, mas ao notar que ela fora seguida por meus algozes, decidi usar a outra possibilidade. Havia me preparado para isso, e os ferimentos visíveis e a minha aparência me ajudaram com o teatro. Tomei uma dose do remédio de Tsunade, e quando ela chegou a mim, implorei que cuidasse do meu filho, pois ele poderia ser usado no futuro contra meu marido para que tomassem seu poder e logo fiquei inconsciente. Quando acordei estava parcialmente enterrada na terra. Soltei-me e fechando ao buraco fui embora sem ser vista ou rastreada. Namikase Kushina estava morta e a dama de vermelho nascia.”

“Nesses 24 anos recolhi toda a informação possível da organização que pretendia tirar meu amado Minato do poder e matar meu bebê. Procurei descobrir seus objetivos e seus planos. Procurei vigiar meu marido e meu filho e com isso consegui vários e confiáveis informantes. Descobri quando a revolução teria início, que seria o momento em que todos os membros da organização estariam unidos, e já elaborava meu plano para impedi-los quando recebi a notícia sobre a morte da mulher de meu filho assim como a de meu neto. Irei-me, mas procurei acreditar que meu Minato e meu Naruto tinham gostos parecidos para mulheres e procurei encontrar minha nora. Meu menino não me decepcionou.”

Nessa hora o sorriso e as palavras de Kushina fez com que tanto Lord Minato quanto Lord Naruto corassem e uma risadinha escorresse por parte dos demais presentes. Era inegável que mesmo tendo crescido longe do pai, Naruto tinha o mesmo gosto para mulher. Lady Hinata e Lady Kushina tinham muitas similaridades. O jeito de se portar, o tamanho dos longos cabelos, o gosto para se vestir, a força que ambas tinham, a coragem para fazer o impossível por amor, poucas eram as diferenças na maneira de ser, embora a dama do anoitecer fosse visivelmente mais discreta e sutil. Essa combinação apenas fez com que as risadas aumentassem. Os dois homens se encaravam constrangidos espelhando um a reação do outro. Hikaru foi o único a não entender e por isso, procurou o colo do pai.

—Papai, porque todos estão rindo? Porque o senhor e o vovô estão com o rosto vermelho? —O menino perguntou naturalmente com a expressão curiosa. Seu pai, o encarou, pegou no colo e pareceu limpar a garganta e pensar antes de responder.

—É porque eu e... Eu e... Eu e seu avô... Somos muito parecidos e meus amigos acharam engraçado. — O rapaz de cabelos de sol pronunciou com a voz embargada e levemente incerta.

O menino assentiu com um sorriso no rosto parecendo ter entendido e ficar satisfeito com isso. Deitou a cabeça no peitoral de seu pai e voltou a brincar com os objetos em sua mão.

Hinata olhou encantada para cena, enquanto os olhos de Kushina e Minato brilhavam tanto pelas palavras incertas do filho quanto pela interação dele com seu neto.

Limpando a garganta Kushina se obrigou a prosseguir.

“Encontrei minha nora e juntas traçamos uma estratégia. Primeiro conseguiríamos todos os aliados possíveis e para isso precisávamos contar a verdade. Foi por isso que ela escreveu uma carta ao meu marido pedindo que nos encontrássemos, pediu que Inoishi o entregasse e pedisse a filha para organizar uma reunião com os amigos. Depois de Minato nos encontrar viemos até aqui lhes encontrar. Agora iremos precisar do apoio dos líderes das grandes famílias aqui e dos soldados nos apoiando. Cada um de vocês será importante numa das fases do nosso plano. Cada um. E o mais importante é que a parte de cada um precisará ser cumprida exatamente e no tempo correto, pois não poderemos nos encontrar uma próxima vez para rever o plano. Podemos contar com a ajuda de todos vocês?”.

Todos na mesa assentiram com convicção. Todos estavam dispostos a ajudar Naruto. O Czar sorriu feliz por seu filho ter tantos bons amigos.

“É importante que nenhuma informação saia daqui. Ouça nosso plano: Primeiro, Amanhã Hinata e eu iremos até Lord Hyuuga e explicaremos a história. O apoio dele é fundamental como explicarei mais tarde. Para isso, precisaremos da ajuda de lord Neji e da companhia do meu Naruto. Lá explicaremos tudo a ele e precisamos contar com a boa atuação de cada um de vocês para ficarem tristes e emotivos. Lembrem-se ainda estão sofrendo a perda de Hinata. Lá iremos passar a parte do senhor Hyuuga: Ele irá ficar de luto por uma semana e depois procurará Minato pra pedir a cabeça de Naruto!”

Nessa hora o choque foi geral. Kushina continuou sem hesitar.

“Lógico que Minato não irá conceder imediatamente. Antes disso irá investigar a menina pra saber o que aconteceu, para isso pedirá ajuda a seus melhores no assunto que será Inoishi e seu clã. Essa movimentação irá chamar a atenção da organização e fazê-los se focar em Naruto como uma isca perfeita. Concorda, meu filho?”

Naruto lhe sorriu sadicamente. Queria vingança contra as pessoas que o fizeram sofrer sua vida toda. Vingança não. Justiça. Ele assentiu ainda com aquele sorriso nos lábios Kushina lhe retribuiu e Minato rolou os olhos. Nesse ponto mãe e filho eram idênticos.

— Essa é somente a primeira fase da distração. A segunda fase e a terceira fase da distração precisarão de Chouji, Kiba e Lord Sasuke. Amanhã mesmo, o Senhor Chouji irá chamar os líderes mais confiáveis que o seu clã de cozinheiros possuírem. Você os explicará que o governo está em risco de um golpe e que precisam ajudar o Czar e que precisarão convocar uma reunião geral duas semanas depois para forjarem uma revolta. Arrume uma desculpa pública qualquer para a reunião como a criação de novos cardápios. Aqui tem uma lista de todos os espiões da “organização”, então cuidado com eles, não podemos permitir que eles descubram.—Hinata começou depois de uma breve risadinha com sua voz doce em concentrada explicação. Pegou um pergaminho escondido na segunda camada da saia de seu vestido enlaçado por uma fita azul. As pessoas a encaram surpresas, com exceção da dama de cabelos vermelhos. — A segunda parte da distração será realizada da mesma maneira por Lord Sasuke. Apenas os capitães mais confiáveis e que não estiverem em sua lista poderão participar. Arrume uma desculpa sobre uma divisão para novos treinos. —Hinata lhe entregou agora um pergaminho enlaçado por uma fita vermelha. —Essa revolta deve ocorrer uma semana depois que o senhor Czar iniciar sua investigação sobre meu marido e três dias antes do Senhor Chouji iniciar sua revolta. O objeto da suposta revolta é a “reclamação pelo abandono por parte do Czar e sua busca sem fundamentos que prejudicam a nação”. Nessa parte Kiba entra para incentivar explicar os soldados de baixa hierarquia o motivo da suposta revolta. Você trabalhará ao lado de Sasuke para o sucesso da missão, então cuidado com os espiões... Enquanto isso o plano realmente começará com Lord Gaara e Lord Shikamaru, claro, com a ajuda de Lady Temari...

__________________________________________________________________

Passaram-se quase duas horas de explicações quando Lord Sasuke convidou o amigo a conversar com os pais em um dos aposentos de sua casa para tivessem mais privacidade. O Czar, a rainha, a dama do anoitecer, o cavalheiro do alvorecer e o pequeno raio de sol de nome Hikaru, estavam no quarto de hóspedes, que devido a constante presença do cavaleiro de armadura dourada desde a ‘morte’ da menina Hinata começara a ser designado a ele.

Todos estavam de pé encarando-se como que esperando a primeira reação uns dos outros. Foi o belo lord Naruto quem iniciou a conversa. Hikaru apenas deitou na cama na qual seu pai passara tantas noites chorando por sua perda e se aconchegando dormiu tranquilamente sentindo o gentil cheiro de seu tão esperado e amado pai.

—Eu... Bem... Se me perdoam pela ousadia, não sei o que dizer. —O homem falou olhando sem ação para os pais a sua frente. Ele agora não tinha dúvida da palavra deles, não depois de escutar tudo que acontecera e tudo o que passaram para que ele pudesse ficar vivo e seguro.

—Não diga, meu filho. Apenas deixe-me abraçá-lo como gostaria de ter feito todos esses anos. —Foi a rainha quem ofereceu com lágrimas nos olhos e braços abertos. Naruto apenas aceitou o abraço da mãe e logo em conjunto um abraço do pai.

Naquele momento o coração do lord Namikase Naruto estava completo como jamais esteve. Ele estava seguro, amado, querido. Ele finalmente encontrara seu lugar.

Depois de alguns minutos daquela forma os três se separaram e limpando as lágrimas do rosto o agora, herdeiro ao trono (embora sem que a nação tivesse o conhecimento) colocou um sorriso feliz na face.

—Então... Eu pertenço à realeza? —Perguntou com o humor na voz.

Os quatro adultos riam da frase.

—O herdeiro do país, meu filho. —Foi lord Minato quem respondeu com um belo sorriso estampando a face.

—Então eu acho que não terei mais problemas com seu pai, querida. Meu título é maior que o dele. —Naruto completou fazendo com que todos rissem audivelmente dessa vez.

Mesmo com o clima bem humorado, a tensão se instalava no fundo da alma de cada um ali, porque logo estariam separados de novo, não apenas isso. O medo se esgueirava preguiçosamente no fundo do olhar de cada participante daquele plano louco, porque agora tudo dependia deles. Os amigos, a família o país.

O jogo começava e agora era a hora de usar a seu favor o pesado carcereiro da qual foram condenados: O silêncio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficou grande, né? Espero que isso compense o atraso! Rsrsrsrrsrsrsrss
Gostaria da opinião de vocês: Acha que eu preciso mudar algo? Tem alguma cena, personagem, acontecimento que gostaria de ver na fic? ( A melhor resposta poderá fazer parte do enredo).
Minhas aulas na facul já me cumprimentam, então poderei demorar novamente para postar, mas farei o máximo pra superar a crise e conseguir escrever e postar o quanto antes.
Beijão pessoal. Até o próximo!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Silêncio Vermelho" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.