Beijos Letais escrita por WhiteKiller


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem não tenho muito o que falar hoje, e vejo vocês no próximo capítulo. Beijos espero que gostem desse cap e que comentem. Beijos :*



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Não senti a espada contra o meu coração, abri meus olhos um vulto negro estava em minha frente, de braços abertos com duas adagas em mãos, ele estava estático, não sabia dizer se era homem ou mulher, usava uma capa longa que ficava com as pontas na água, a ponta da espada estava aparecendo pela sua carne em suas costas o sangue na ponta metálica pingava no rio, Vincent parecia surpreso pela aparição do vulto.

Seus braços caíram ao lado de seu corpo soltando duas adagas no rio, Vincent riu alto e começou a falar algo em uma língua que eu não conhecia, o homem em sua frente parecia perto da morte, à espada devia ter passado em um órgão vital.

“Então é isso Vincent?” era uma voz feminina “É assim que nossa história acaba.” Ela cuspiu sangue no rosto de Vincent pela fina máscara que podia ver que ela usava.

“Sua nojenta!” ele enfiou mais fundo a espada fazendo com que ela gemesse de dor “Você não está em posição de fazer nada.” Ele riu.

“Última carta na manga.”

Os braços da mulher foram em direção ao estomago de Vincent formando um longo corte com uma curvatura no final haviam duas facas de arremesso em sua mão, era um corte fundo e fez com que sangue jorrasse em suas próprias roupas. As pernas vacilaram, mas suas mãos não soltaram a espada em um momento sequer.

“Vadia!” ele deu um tapa em sua cara fazendo com que ela vomitasse sangue.

“Pelo menos ache um palavrão mais criativo.” Ela riu gemendo de dor.

“Você nunca muda não é mesmo!” ele colocou uma das mãos no corte.

Seus dedos ficaram sujos de sangue e ele desenhou algo em seu próprio rosto, parecia um símbolo estranho e complicado, a mulher em sua espada pareceu tentar se afastar dele, mas seu corpo não tinha mais nenhuma força.

“Vincent, você não vai fazer isso!” ela gritou.

“Você pensa que eu não tenho coragem?”

Ele colocou a enorme mão na testa da mulher que pareceu desesperada, ele fechou os olhos e encostou sua testa na dela e começou a sussurrar uma língua que eu não conhecia, a mulher em sua frente caiu de joelho e Vincent caiu junto com ela sem nunca parar de falar os separar uma testa da outra.

“Cale a boca Vincent!” ela gritou “Pare, mate-me logo.” Ela gritou em desespero.

Ele não a soltou até que parou de falar e abriu os olhos ele sorriu cínico ela gritou algo em uma língua que eu não entendi e Vincent respondeu na mesma língua.

“Você se safou de mim dessa vez, agradeça a ela aqui.” Ele correu mancando para longe.

Ele sumiu no meio da mata, a menina puxou a espada gritando de dor, sangue jorrou de sua ferida fazendo com que ela caísse de costas no riacho sem forças para se manter sentada, e lá ela ficou gemendo, tremendo perto da morte, ela salvou minha vida, arrastei-me até ela com muita dificuldade, quando finalmente pude ver quem era, não acreditei. Um grito de ódio e dor veio de trás de mim.

“JASMINE!” uma menina de preto veio correndo, era Beatrice com seus cabelos ruivos “Não, não, não!”

Ela se ajoelhou ao lado da mulher, eu estava em frente à Beatrice, e me trocou olhares comigo, Jasmine ainda estava acordada, com dificuldade, eu queria ver seu rosto, queria ver quem era ela. Não vi quando ela colocou a sua mão em meu rosto, manchando ele com seu próprio sangue, seus olhos negros sorriam carinhosamente para mim.

“Porque fez isso?” eu perguntei-a.

Sua mão saiu de meu rosto e foi para sua máscara, ela puxou-a para baixo lentamente, fazendo minha curiosidade aumentar mais e mais, e então o sorriso dócil de Vivian me atingiu como uma tempestade, suas lágrimas caíam junto ao sangue que havia em seu rosto, minha cabeça rodava tudo estava confuso, ela puxou com suavidade meu rosto para perto do seu e selou seus lábio com os meus fazendo eu sentir o gosto de ferro que havia em sua boca. Eu coloquei sua cabeça em meu colo.

“Eu fiz isso para provar, que tudo o que você disse de mim...” ela tossiu devido ao sangue que havia em sua boca e gemeu de dor “Era mentira, eu não sou sem coração, eu fiz tudo aquilo pela minha sobrevivência, e para afastar todas as suspeitas de mim e de Julie, eu só queria um futuro para ela. Eu nunca menti para você eu te amei até o final.”

“Como assim Vivian!” eu disse em desespero.

“Jasmine, eu chamo-me Jasmine. E eu tenho um coração.” Ela sorriu para mim “Eu te amo Peter.” A mesma curva formou-se em seus lábios, aquela mesma curva que eu amava.

Seu braço caiu inerte na água, eu não ouvia mais sua respiração, eu sentia lágrimas escorrendo pelo meu rosto, não importava se ela era Vivian ou Jasmine eu a amava, eu a amei, e ainda amo. Ela não havia mentido para mim, ninguém mente em seu leito de morte, porque não importa o que ela falar ela vai morrer de qualquer jeito. E apesar de tudo o que Jasmine tinha me feito passar, eu ainda a amava.

“Porque?” Beatrice gritou “Sua estúpida! Você poderia ter ao menos me avisado o que ia fazer! Juntas nós talvez conseguíssemos sua otária.” ela soluçava.

“Beatrice...”

“Julie! Meu nome é Julie, mas não importa quem eu seja agora. Porra Jas. Eu te odeio sabia disse, eu te odeio. Pronto falei, o que você estava pensando!”

Eu ainda estava confuso, Julie ou Beatrice se levantou e começou a chutar as pedras no fundo do riacho com raiva, ela puxou uma faca e jogou com ódio fazendo com que ela fincasse no tronco de uma árvore com profundidade. Ela gritou, o mais alto que pode jogando tudo para fora, chorando, eu sentia a tristeza e a dor dela, pois sentia o mesmo.

“Porque Jas? Porque você fez isso comigo?” ele se ajoelhou bruscamente colocando sua cabeça em suas pernas “Como eu vou viver sem você para me acompanhar em minhas aventuras, eu queria compartilhar com você tudo, desde nossa fuga da prisão até eu ter me apaixonado por Jasper, você era a irmã mais velha que eu nunca tive, sem alguém para conversar, sem alguém para eu me preocupar!” ela olhava para o corpo inerte em meu colo “Eu quero poder ter você de volta.”

“Julie, venha cá.” Eu disse carinhosamente.

“Porque, você só queria mata-la, não é mesmo?” ela se levantou e veio em minha direção apontando-me o leque de Laura “Ela não é nada para você.”

“Cale-se!” eu gritei com ódio, o que fez ela dar um passo para trás “Eu a amei, sendo Vivian ou Jasmine eu ainda a amo.”

Lágrimas rolaram em minha face caindo sobre as bochechas de Jasmine, eu olhei para aqueles olhos negros agora sem vida, aquela boca que não iria mais se curvar enquanto falava que me amava, aqueles cabelos negros não iriam mais ser meus, Julie se ajoelhou ao meu lado e me abraçou. Eu segurei o corpo de Jasmine com as mãos de Julie em cima das minhas. Puxei o fio que deixava sua capa presa em seu pescoço e a joguei para a beirada do riacho que não estava longe.

Passei meus dedos pelas suas delicadas bochechas, fechei suas pálpebras, minhas mãos tremiam por conta das lágrimas pesadas que eu derramava, eu senti Julie se levantar e ir em direção a clareira, mas eu não prestei atenção.

“Ei, Jas? Posso te chamar assim?” funguei um pouco “Não sei se vai querer saber disso, mas eu ainda te amo, espero que um dia a gente se encontre lá em cima” olhei para as estrelas “aquele vai ser o nosso refugio.”

Eu chorava como uma criança, eu havia perdido parte de mim, ela realmente estava morta, eu queria poder viver ao seu lado para sempre, era para eu ter morrido não ela, ela poderia ter vivido uma vida, uma mulher bonita inteligente ela poderia ter sido tanto e morreu por um mero mercenário. Hoje eu mudei minha visão sobre assassinos, hoje eu aprendi a amar, hoje é a pior noite de minha vida, hoje é o dia de meus arrependimentos.

O sem coração da história fui eu, ela fez tudo aquilo porque queria um futuro para Julie, e nós só queríamos o dinheiro que sua cabeça valia, ela abriu meus olhos. Eu nunca vou esquecer o amor que Jasmine me fez sentir.

“Eu te amo, até o final dos tempos Jasmine.”

Uma flor branca caiu em cima de seu corpo ficando aos poucos vermelha, peguei outra flor limpa da água com as mãos tremulas e coloquei entre os cachos de Jasmine, peguei água com as minhas mãos e limpei o sangue de seu rosto e mãos, minha respiração estava ocilante, eu tinha perdido o controle de meus sentimentos.

Eu dei um último beijo nos lábio daquela linda mulher que um dia sorriu ao meu lado, este era o meu adeus, porque aquela era minha despedida, me levantei com dores e carreguei o corpo de Jas até a margem colocando-o cuidadosamente na grama verde, sujando-a de vermelho, Julie cuidadosamente se aproximou de mim e me entregou um papel amassado e sujo de terra.

“Jasmine escreveu isto para você antes de pular na frente da espada, ela sabia que ia se matar por você no momento em que viu Vincent.” Ela deixou o papel ao meu lado “Ela não se arrepende de nada que faz Peter, ela realmente te amava.”

Segurei em minhas mãos aquela folha com delicadeza, aquelas então eram as últimas palavras de Jasmine, Julie se afastou e foi cuidar de meus amigos caídos no chão.

Eu apertei a folha contra o meu peito sujando-a um pouco de sangue, desdobrei o papel com cuidado para não rasga-lo, abri e vi as letras rabiscadas rapidamente de Jas, eram pequenas e ocupavam a página por completo hesitei em ler, não sei se meus sentimentos aguentariam, respirei fundo e tomei coragem e comecei a leitura.

Querido Peter, esta carta é dedicado somente a você.

Não sei o que vai acontecer depois que descobrir que eu sou Jasmine, mas quero que saiba que eu morri amando você, você foi à única pessoa que conquistou meu coração. Provavelmente você me odeie por tudo que eu fiz para você ou para seus amigos, e eu não ligo, mas eu fiz pela Julie, eu queria dar um futuro para ela, eu morri e quero que você e Jasper consigam dar para ela um futuro, ela não fez nada para vocês, eu fiz. Ela merece viver uma vida decente.

E Peter, obrigado por proporcionar os melhores momentos de minha vida. Você me protegeu com sua vida, eu sabia que nada ia me acontecer, mas aquilo foi a coisa mais importante que alguém fez por mim, eu me sentia amada.

Peter, eu te amo pelo jeito que você me segura entre seus braços, o jeito que seu coração bate contra o meu ouvido, o seu sorriso envergonhado quando me beija, o jeito que suas bochechas ficam vermelhas quando eu falo que te amo, o jeito que você fala sem pensar o que sente sobre mim, o seu sorriso, o jeito que me olha quando eu falo das estrelas, o jeito que brinca com meus cachos, a sua respiração contra o topo da minha cabeça que fazia cócegas.

Estou tentando disfarçar para Julie que estou chorando, já me despedi dela.

Desculpe Peter, por tudo mesmo, por ter te deixado assim de repente. Essas são minhas últimas palavras para você meu amor. Eu te amo e espero te ver num futuro viajando entre as estrelas.

Escrevi este poema a tempos atrás, sabia que ia morrer ou ir embora então eu escrevi visando um dia lhe entregar ele fala de você.

Esta triste à noite sem teus beijos as estrelas procuram teus suspiros o de sempre talvez mais solitário, não suporto a vida sem ti. O amor que senti meu querido, não pode ser resumido em tão simples palavras. Mas, eu tento. Nosso amor trata-se de uma afinidade imensa e instável. Que sorri, ri e chora. Uma afetividade que segrega mito e magia. Alimenta-se de ilusões e quimeras inválidas pelo imaginário. As coisas vividas, as experiências ganhadas, as risadas trocadas tudo que fizemos ficou guardado. Nosso amor não terminou ele continua nas estrelas. Eu amo-te até o fim. Não fiquei preso no passado, porque você não pode interromper o futuro nem modificar o passado.

Aquela foi a pior noite da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e comentem.