Beijos Letais escrita por WhiteKiller


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Gente perdões, mas realmente muito difícil de escrever, é que eu estou tendo que dormir no hospital pois minha mãe teve que fazer umas cirurgias e eu tenho que ficar com ela, então estou me dedicando a cuidar dela, e consegui esse tempo de madrugada agora para escrever esse cap. E não se preocupem com ela porque ela está totalmente bem.
Bem, estamos na reta final dessa fic, sim reta final. Nem acredito que eu realmente consegui levar essa paixão até o final. Eu já tenho mais um capítulo praticamente terminado, e bem eu estou chorando enquanto eu escrevo (isso é meio um Spoiler, mas ok), então se você realmente é emotivo se prepare. Um beijo para você leitores.



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Este era o começo de meu final, eu não iria conseguir viver, mas tinha que levar a vida de Vincent comigo, eu não tinha matado Nina, mas morrerei como se tivesse. Eu não o deixarei sair ileso depois do que fez com meus amigos, uma lágrima de dor, ódio, raiva, tristeza rolou sobre minha bochecha, não a limpei, não a afastei porque mesmo que tentasse o sentimento ainda estaria ali, independente de tudo no mundo.

Pelo menos Vivian estava a salvo e bem, ela e Beatrice, como será que elas estão? Provavelmente longe daqui e bem seguras. Eu sorri com este pensamento, talvez Beatrice conseguisse ficar com Jasper, ele ainda pode estar vivo, e eu aqui vou fazer Vivian sofrer, este vai ser o meu pior pecado fazer uma dama chorar.

“Pensando em que Peter?” eu ouvi Vincent dizer “Em como vai ser sua morte?”

“Se eu morrer aqui, você vem junto.” Eu disse empunhando firmemente a espada.

“Agora que temos um momento eu e você.” Ele disse andando de um lado para o outro “Vamos conversar um pouco.” Ele parou de súbito.

“O que quer conversar Vincent?” eu disse “Temos algo para conversar?”

“Porque matou minha tão querida e amada irmã?” ele disse olhando fundo em meus olhos.

“Eu não a matei, só estava no lugar errado na hora errada.” Ele riu alto e ironicamente.

“Não minta para mim Peter, você a matou!” ele tossiu sangue no riacho estava seriamente machucado “Você é um bom lutador, olhe o estado que estou.” Ele apontou para seu próprio corpo.

“De qualquer jeito, ela iria me matar, então quem a matou salvou minha vida.” Eu disse com um olhar brincalhão.

“Não fale assim dela! Ela não é só mais uma vida para ser jogada fora.” Ele gritou cuspindo sangue.

“E a minha é? Vocês matavam por matar, eu não vou deixar que isso continue!” eu gritei colocando a minha lamina entre eu e ele.

“Você consegue me deixar realmente nervoso.” Ele disse se acalmando “Mas, sei me controlar, não vou deixar aberturas para você.”

“Desculpe, vou tentar de um jeito melhor te deixar irritado.” Eu disse dando uma risada irônica.

Olhei a mão que cobria meu machucado disfarçadamente, estava coberta de sangue e a dor começou a evoluir para um estagio insuportável, eu me mantive estável com todas as forças possíveis, eu não aguentaria muito mais tempo precisava acabar logo com aquilo não podia mais enrolar com Vincent, eu precisaria achar seu ponto fraco agora, eu precisava atacar, precisava apostar em um último ataque.

Uma aposta é algo que se pode perder ou ganhar, eu estou apostando, eu tenho uma chance de 50% em ganhar e 50% em perder, mas era a única chance que eu tinha... A última também.

Ergui minha espada pela última vez, gotas de suor frias rolavam pela minha testa, puxei meu último suspiro e juntei minhas últimas forças e dei passo depois de passo, passada depois de passada, Vincent corria em minha direção as nossas espadas estavam em mãos, nossos olhos cruzados, nossas respirações sincronizadas o medo da morte nos tomou por completo.

O som metálico invadiu meus ouvidos, meus joelhos encontraram a água gélida e as pedras duras assim como minha espada, minha blusa rasgada e ensanguentada havia caído no rio e boiava ao meu lado meus cabelos estavam avermelhados, meus dentes estavam sujos de terra e sangue, olhei para trás e vi Vincent de pé sangrando assim como eu com sua espada caída no rio sendo banhada pelas águas vermelhas. Ele se virou para mim. Um longo corte lateral residia um pouco abaixo de seu ombro, ele caminhou lentamente e com dificuldade até o meu lado.

“Então Peter, parece que você não é tão bom quanto os boatos falam.” Ele me segurou pelos cabelos me fazendo ficar de pé “Olhe só sua situação, se ajoelhando para mim.” Ele segurou-me pescoço me levantando do chão.

Minha respiração foi travada ele forçou minhas mãos contra seus braços na falha tentativa de me soltar, o ar era pouco sem estar sendo enforcado, tudo começou a ficar preto, meus braços ficaram fracos e começaram a cair ao lado de meu corpo. Senti os músculos de Vincent se contrair e então meu corpo batendo contra o fundo do riacho. Engasguei-me com a água quando respirei desesperadamente fazendo com que eu vomitasse.

“Não vou lhe matar assim, vou lhe matar de assassino para assassino.” Ele pegou a espada no riacho.

“Vamos logo com isso então!” gritei “O que vai mudar se me matar.” Eu me sentei sobre minhas pernas me esforçando para não gritar de dor.

“Vingança Peter!” ele segurou a espada em posição de ataque.

“Do que!? Da pessoa que eu não matei!” eu gritei fazendo com que eu vomitasse sangue “Você matou os pais de Marcos e praticamente matou todos de sua aldeia.”

“E daí!” ele parece hesitar, mas foi por pouco tempo “Eu sou um assassino de sangue frio e sem coração como qualquer outro. Veja só Jasmine, ela engana tudo e todos, até mesmo eu e Nina.” Ele abaixou a espada “Você fala como se eu fosse o único, ela é pior do que eu era, ela consegue fazer o que quer e sair ilesa, nem eu e Nina, os famosos Begaones conseguimos mata-la.” Ele tirou sua capa e logo depois sua blusa “Vê essa cicatriz?”

Ele apontou para seu tórax e um “J” grande estava queimado em seu peito ia do final de seu pescoço até um pouco a cima da virilha, parecia ter sido feito com uma espada em brasas de um jeito cruel e doloroso, como se estivesse com um único propósito, nunca deixar Vincent esquecer daquela marca, da dor que ele sentiu naquele dia.

“Não tem vontade de saber o que aconteceu?” ele disse.

“J, de Jasmine?” eu pensei alto.

“Exatamente, eu não sou o pior, ela fez isso comigo.” Ele pareceu se lembrar da cena, pois balançou a cabeça como se estivesse afastando um pensamento “Sabe por quê? Para que eu nunca esquecesse como ela é mais forte que eu, como ela me superou, como ela poderia ter piedade de alguém!” ele gritou em ódio “Eu a odeio mais que tudo.”

“A pergunta é porque ela fez isso?”

“E o que interessa?” ele disse com um olhar de ódio “Ela poderia ter me matado! Não ter me feito sofrer.”

“Ela teve piedade de você.” Ele apontou a espada em minha direção.

“Se você quer defende-la então que seja, mas alguém como eu não precisa de piedade. A únicas pessoas que ela teve compaixão foram Lucas e Julie, seus únicos companheiros, e não sei se ela não estava somente os usando.”

“Julie?” não sabia que ela já teve outro companheiro além de Lucas.

“Sim, a sua companheira de cela, ela fugiram juntas. Vocês nunca iam conseguir mata-las mesmo, nem para saber quem fugiu junto com ela.” Ele disse com desdém “Vocês são patéticos.”

“Essa tal Julie deve ser muito forte para andar com Jasmine .” eu disse tentando enrolar um pouco mais.

“Uma ladra muito boa no que faz, muito bonita pelas descrições. Mas, chega desse papo...” eu o cortei.

“O que mais quer de mim Vincent?” eu disse tentando o enrolar com esperança que algum de meus companheiros acordasse.

“Sobre aquela Vivian, ela é muito bonita, depois de mata-lo gostaria de pega-la para mim.” Ele disse sorrindo com malicia.

“Não!” gritei “Nem pense seu desgraçado.”

“Então você realmente se importa com ela.” Ele disse rindo de um jeito irônico “É, eu realmente a quero.”

“Cale a boca, você nunca vai tê-la, ela já deve estar longe daqui!” Eu gritei.

“Então acho melhor acaba com isso logo para eu poder ir atrás dela.”

Ele empunhou a espada, estávamos a no mínimo 10 metros de distancia, ele havia me jogado longe. Então ia ser assim, a morte viria da espada de um assassino, é o que mais eu poderia esperar. Bem pelo menos ia ser rápido não ia? Quero morrer de olhos fechados, imaginando os melhores momentos de minha vida, é pelo menos posso escolher no que vou pensar. Fechei os olhos, a primeira imagem que me veio a cabeça foram as imagens de meus amigos, as risadas, as rodas que fazíamos em voltas de fogueiras cantávamos músicas de nossas terras natais matávamos a saudades delas, mesmo sem dinheiro dávamos o nosso jeitinho, sempre tentando ver as belezas da vida, as lindas aventuras que vivemos juntos, as paisagens que apreciamos. Todos por todos o tempo todo.

E Vivian, aqueles olhos negros sorrindo para mim, seus lábios formando uma curva quando falavam que me amavam, seus longos cabelos negros fazendo cócegas contra a minha pele, seu corpo contra o meu, o cheiro de Jasmine e rosas que ela tinha, seus braços ao redor de meu pescoço, aquele sorriso encantador, a sensação de meu coração estar batendo mais rápido quando estou ao seu lado à sensação de sua respiração contra meu peito, o jeito que ela ria, que ela cuidava de seus animais e encantava até mesmo eles, o jeito que ela andava saltitante, quando ficava triste ela falava olhando para as estrelas procurando um refugio entre elas, queria poder entrar nesse mundinho dela e nunca mais sair, o jeito que ela falava do que amava. E por fim a sensação de seus lábios contra os meus, o seu delicado corpo procurando refugio em meus enormes braços como se eu fosse à barreira que separava ela do mundo, o jeito que ela via o mundo. Era isso que eu amava em Vivian, seu jeito carinhoso e cheio de bondade, com um coração doce...

Ouvi os passos de Vincent se aproximando de mim, o barulho da água contra suas botas pesadas, o barulho de sua respiração pesada, e o som do ódio dentro de seu coração, o cheiro de sangue e morte que ele carregava consigo, o som de minha morte eminente. Eu podia sentir a espada se aproximando de meu coração, eu iria morrer com orgulho, sabendo que eu tinha lutado até o final, eu quero morrer com honra mesmo que seja por uma espada de um covarde.

Uma lágrima não se sabe ao certo de que escorreu sobre minha face, gotas de chuva começaram a cair junto com ela como se eu tivesse algum poder sobre ela, o sangue escorria pelo meu rosto abri os olhos e olhei para o céu e as estrelas olhavam de volta, era um dia bonito para se morrer, a Lua brilhava alto no céu, deixei que meus pensamentos se perdessem entre as estrelas procurando pelos de Vivian, falando para ela o quanto eu a amava, e o quanto eu queria que eu pudesse continuar com ela. Falhei em minhas duas missões, matar Jasmine e proteger meus amigos.

A árvore a cima de mim deixou uma flor cair no meio de minha testa a sensação de suas folhas contra minha pele me deu um arrepio na coluna eu sorri pela última vez, ela era totalmente branca e pura, nunca presenciou a morte, tão bonita e delicada como uma dama, dançava com o ar como uma rainha dança com seu rei, um vento levou ela pra longe, e fez com que ela caísse na beira do lago pelo menos ela estava ilesa.

Fechei novamente os olhos e esperei minha morte com honra e glória, dizem que quanto mais perto da morte estamos, você começa a realmente perceber as belezas da vida, acho que é verdade, nunca tinha pensado em minha vida como bela antes, mas posso dizer que pelo menos conheci muitas pessoas, culturas, o mundo em que vivi e conheci o amor. Meu último pensamento foi nas estrelas que Vivian sempre olhava. Eu te amo Vivian. Vou sentir falta de vocês também pessoal, isso é um definitivo adeus.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e comentem ! Beijos



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