Beijos Letais escrita por WhiteKiller


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

É última semana de aula eu to estudando muitooo então ta difícil de escrever por isso esse capítulo demorou mais e está um pouco menor, eu estou estudando muito.
Desculpem pelo tamanha pequeno, mas espero que gostem e comentem!



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Eu sentia as lágrimas na minha face enquanto as patas do cavalo martelavam o chão, eu tinha perdido o controle de meus sentimentos pela última vez na minha vida, olhava somente para frente eu guiava meu cavalo para o castelo, eu precisava falar com Julie precisava pela última vez despejar os meus sentimentos para fora de minha cabeça e precisava de alguém para isso. O Sol sorria para mim no céu, mas eu não queria o seu calor, eu queria que a Lua estivesse lá em cima, assim eu poderia me esconder de tudo na escuridão.

O espaço de meu cavalo estava vazio no estábulo, eu o coloquei lá e tirei suas rédeas colocando-as na porta. Passei a mão nos pelos macios no topo da orelha de meu corcel, encostei minha testa contra sua cabeça, ele ficou lá parado como se entendesse que eu precisava ficar lá com ele por um tempo. Separei-me dele e fechei a porta ao sair.

Pulei a janela aberta que me levaria ao meu quarto meus pés bateram com um baque surdo no chão, eles estavam completamente sujos de terra e até um pouco machucados o suor descia pela minha testa, meus olhos estavam inchados e provavelmente vermelhos passei a mão sobre eles tentando afastar as lágrimas inutilmente, eu empurrei a porta com delicadeza, Julie e Jasper estavam sentados na mesa e me olharam com curiosidade e preocupação.

“O que aconteceu Vivian?” Jasper me perguntou.

“Licença, eu preciso falar com Julie.” Ele assentiu “Desculpe, mas preciso falar só com ela.” Falei baixo enquanto ele passava ao meu lado para sair do quarto.

“Não se preocupo, volto mais tarde para ver como Peter está.” Ele passou a mão em meu ombro como um sinal de carinho eu sorri para ele o melhor que pude.

Eu passei por Julie e fui direto para a varanda meu lugar predileto em todo quarto, eu ouvi seus passos me seguindo de perto, eu me sentei no mesmo sofá de sempre sentindo o Sol forte em meu rosto. O estofado afundou assim que Julie se sentou ela olhava para mim preocupada, um silencio se instalou entre nós, eu não queria começar a falar e ela muito menos.

“Então Jas, o que aconteceu?” ela finalmente quebrou o silencio.

“Eu fui visitar o tumulo de Lucas.” Eu não conseguia parar de chorar.

“Conte-me mais...” ela falou.

“Eu passei em sua casa primeiro... E não gostei do que eu encontrei, nem quero me lembrar disso. E então eu fui para o cemitério, não foi a melhor sensação do mundo, mas eu não poderia ir embora daqui sem me despedir de Lucas. Eu perdi meu melhor amigo, meu amor, um pedaço da minha vida. Eu vou sentir muita falta dele.” Eu limpei minhas lágrimas.

“Jas, eu não vou dizer que te entendo, porque eu nunca perdi ninguém próximo, porque além do mais você é a única pessoa próxima que eu tenho que eu realmente me importo, eu não consigo imaginar minha vida a partir de agora sem você.” Eu sorri com seu comentário “A única coisa que eu posso te falar é que quem quer que matou Lucas merece pagar.”

“Eu matei Nina está noite, ela estava prestes a matar Peter quando eu atirei uma faca nela.” Eu disse sem pensar, naqueles cinco segundos de coragem.

“O que?!” ela gritou.

“Ela matou Lucas e ia matar Peter também eu fiz aquilo sem pensar.” Eu disse me defendendo.

“Sim eu entendo que você tenha perdido o controle, mas e quanto a Vincent eu aposto que quer ver ele morto também” Julie se acalmou.

“Eu não o quero morto eu quero vê-lo sofrer, assim como Lucas sofreu.” Eu sei que aquelas palavras eram más, mas eu realmente iria fazer jus a elas, e naquelas palavras as lágrimas cessaram.

“Eu não vou lhe atrapalhar.” Ela disse “Peter está dormindo em sua cama, Jasper o colocou lá como pediu, durma no meu quarto descanse um pouco.” Ela segurou minha mão.

“Vou ficar com Peter, ele pode ter outro ataque epilético, e obrigado por arrumar minhas coisas, e limpar o chão.”

Levantei-me e me dirigi ao meu quarto, abri a porta e vi Peter deitado de bruços mostrando todos os curativos com a cara pálida, o frasco com os comprimidos laranja estava no criado mudo, somente mais um, abri meu closet e tirei os travesseiros reservas e o cobertor grosso e fofo, coloquei-os no chão, passei a mão pelos cabelos de Peter que estavam suados, dei-lhe um suave beijo e morno e então finalmente me deitei no chão em cima de minha cama improvisada. Fechei meus olhos cansados e dormi instantaneamente.

Eu sentia que flutuava no chão, mas não tinha coragem para olhar para os meus pés para ver se isso realmente acontecia, meu corpo não obedecia meus comandos, eu seguia para a direção que o vento me levava, na minha frente um ponto de luz, o resto era só escuridão, meu corpo foi puxado com força para aquela luz, e a cada vez que eu chegava mais perto dela, mais medo eu tinha. Eu tentei me afastar, gritar, me debater, mas meu corpo não obedecia e era puxado com tamanha força que eu não conseguia mexer um músculo. E então o meu eu fui puxada para dentro da luz.

A luz ficou alaranjada, haviam velas a minha volta, a sala tinha somente uma cadeira de madeira e uma porta atrás de mim, o quarto começou a se formar aos poucos até eu perceber onde eu estava. Na casa de Lucas, no lugar onde ele tinha sido torturado. Eu tentei abri a porta, mas minha mão atravessou-a. A porta se escancarou e passou pelo meu corpo. Era Lucas, ele trancou-a com um cadeado. Uma folha de papel e um lápis tremiam em suas mãos, ele apoiou o papel na cadeira e começou a escrever algo desesperado, sangue pingava de sua cabeça para a folha, ele estava machucado.

Alguém bateu a porta ele olhou para trás assustado e então voltou sua atenção para o papel, eu não conseguia ver o que ele estava escrevendo, ele se deu por terminado, ele abria e fechava a boca como se estivesse gritando algo, mas eu não conseguia ouvir nada. Ele puxou uma pedra do canto direito a porta e colocou o papel lá dentro e então colocou a pedra por cima e foi então que a porta foi arrombada por Vincent, o cadeado se estraçalhou a única coisa que ficou de pé foi à porta. Eu tentei parar Vincent, mas minhas mãos o atravessam todas as vezes que eu chegava perto dele. Ouvi barulhos de correntes sendo arrastadas e então vi Nina com um sorriso macabro atrás de mim.

“Vivian!” Nina gritava “Acorde!” aquela não era a voz de Nina.

Eu sentia a pressão forte de mãos em meus ombros, eu ouvia uma voz baixa e seu volume foi aumentando até que virassem gritos, e então eu ouvi a minha voz o meu grito, eu abri os olhos e vi Peter a minha frente, a voz vinha dele ele parecia desesperado eu me levantei assustada e encontrei os olhos de Peter para me tranquilizar. Eu precisava encontrar aquela tal carta, aquilo não fora apenas um sonho, aquilo era o passado.

“Vivian! O que aconteceu?” ele sentou-se a minha frente.

“Um pesadelo” eu percebi que suava frio.

Ele me abraçou e minha cabeça encaixou em seu ombro eu respirei fundo, eu não iria chorar não na frente de Peter, eu o segurei pela cintura e lá ficamos naquela posição durante um longo tempo, Julie deveria estar com Jasper fora do quarto, pois não ouvirá meus gritos ou os de Peter. Eu respirei fundo e me acalmei, eu precisaria voltar àquele maldito quarto, e faria aquilo sozinha eu iria voltar a me controlar. Peter segurou meus ombros e olhou dentro dos meus olhos eles pareciam preocupados e tristes, ele olhava fundo em minha alma.

“Estou melhor Peter.” Eu disse tentando o tranquilizar.

Seus lábios tocaram os meus com ternura, eu gostei da sensação, mas minha cabeça estava focada em Lucas, eu pensava naquela carta eu pensava em meu pesadelo, nos olhos aterrorizados de Lucas, o seu sangue e principalmente naquela carta, eu preciso encontra-la. Eu ainda estava trocando carícias com Peter, ele passava as mãos pelas minhas pernas, uma sensação calorosa percorreu o meu corpo, como uma injeção de adrenalina, mas eu não iria fazer nada com ele, não hoje.

Levantei-me bruscamente da cama improvisada deixando Peter confuso e até um pouco assustado, eu não estava no humor e não poderia explicar o que tinha que fazer, abri a porta do quarto rapidamente, eu ouvia a voz de Peter atrás de mim eu não ligava eu arrombei a porta do quarto e trombei com Jasper fazendo com que eu e ele caíssemos no chão duro e frio de pedra, ele estava assustado com o que acabara de acontecer, eu estava em cima dele e Julie me olhava assustada, ela sabia que alguma coisa tinha acontecido. Eu levantei-me sem falar com nenhum dos dois. Pulei a janela fazendo um longo corte em minha perna, e cai no chão em dores, forcei meu corpo a se levantar e corri de volta para meu cavalo.

Eu subi em meu corcel negro sem pensar em colocar as rédeas, seu couro machucava minhas pernas que agora estava provavelmente em carne viva, sua crina se entrelaçava em meus dedos fazendo com que eu ficasse no lugar e pudesse controla-lo. Eu sentia seus cascos retumbando o chão no ritmo em que meu coração batia, eu sentia contra as minhas pernas seus pulmões subindo e descendo, seus músculos se tencionavam contra os meus, a força de um cavalo. Isso me lembrava de Lucas, um homem forte e que se pode apoiar, que não vai lhe deixar.

O vento gritava em meu rosto, meus olhos ardiam por que eu me esquecia de piscar. Eu senti o cheiro de sangue, sabia que estava em frente a casa de Lucas, aquela casa parecia cada vez mais difícil de ser olhada e aberta por mim, aquela casa me despertava sentimentos horríveis. A porta ainda estava aberta como eu havia deixado, eu a adentrei e segui para o andar de cima sem sequer hesitar, a porta me chamava com todas as suas forças, eu fechei os olhos e respirei fundo algumas vezes, um pé depois o outro, um pé depois o outro e então estava em frente ao meu destino. Segurei minha respiração para não sentir o cheiro forte de sangue, abri a porta e vi novamente aquela horrível cena, tentei ignora-la indo rapidamente para o canto e logo achei um tijolo um pouco solto e desnivelado puxei-o com delicadeza e lá estava um pedaço de papel sujo de sangue com as letras de Lucas, era mais ou menos cinco páginas, no meu sonho era apenas uma, segurei aquilo contra o meu peito sai do quarto e fechei a porta. A carta que Lucas tinha escrito estava em minhas mãos.

Desci lentamente até o primeiro andar peguei uma vela, coloquei-a acima da mesa de centro, puxei um cobertor jogado no chão e me joguei no sofá enrolada no cheiro de Lucas, abri a carta e puxei a vela para que pudesse ler. E lá estavam as últimas palavras de Lucas.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e comentem.



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