Beijos Letais escrita por WhiteKiller


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Chegamos a 20 leitores! Uhuull
Além disso não tenho nada demais para falar para vocês, só espero que gostem e comentem !! Boa leitura.



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O corpo morto a minha frente me deixou confuso, de onde aquela faca tinha surgido, eu olhei ao redor e não vi nada nem ninguém, somente a porta sendo aberta por Vincent. Seus olhos me davam medo, ele iria me matar se eu não saísse dali.

“O que você fez?” ele pegou uma espada de trás de um armário.

Eu não consegui fazer nada, eu só me levantei e não consegui achar uma palavra sequer em minha mente, dei um passo para trás e joguei meu peso contra a janela atrás de mim, ela quebrou com facilidade, mas alguns cacos entraram em minhas costas e braços, a queda era um pouco alta talvez eu me machucasse feio. Fechei os olhos e esperei até que a dor lancinante de ossos quebrados me atingisse, mas ela não veio, eu cai em cima de alguns arbustos que suavizaram a minha queda, é claro que eu estava sentindo dor em todos os membros do meu corpo, mas nada estava quebrado.

Fiquei olhando para as folhas verdes que me rodeavam até que a dor se amenizasse. Senti o forte gosto de ferro em minha boca, um líquido quente escorria pelas minhas costas, consegui forças para sair de lá, e raspei todo meu corpo nos galhos ásperos e finos. Rolei para fora e vi uma pequena estradinha de terra batinha. Coloquei minhas mãos no chão e me coloquei de pé, minha situação deveria estar deplorável. Bem que Vivian falou para eu não ir com essa mulher. Mas, como ela sabia disso?

Precisava falar com ela, ela conseguiria me ajudar com esses cortes. Caminhei lentamente entre a escuridão para me esconder. O quarto de Vivian ficava perto dos estábulos então segui para lá. Os cavalos não pareceram se incomodar com a minha presença, eu me esforcei para abri uma das janelas e me empurrar para dentro, meu corpo bateu contra o chão pesadamente fazendo os cacos se afundarem na minha pele, eu gemi de dor.

Dentro de minha cabeça eu rezei para que Vivian estivesse no quarto. Arrastei-me pelo chão porque não tinha mais força para me levantar. Bati na porta três vezes, e ela se abriu calmamente. Olhei para cima de vi Vivian vestida com seus usuais pijamas, uma calça largar masculina e uma regata branca. Ela ficou espantada na hora que me viu.

“Desculpe lhe causar tanto trabalho...” falar me fez gemer um pouco de dor.

“Fique calado, e não se mexa.” Ela me puxou delicadamente para dentro do quarto pelos braços.

Eu sentia muita dor quando ela me tocava, mas eu sabia que era necessário. Assim que eu estava completamente dentro, ela fechou a porta e empurrou par alonge tudo que estava em volta de mim, pegou várias velas e as acendeu ao meu redor. Pegou sua maleta de primeiros socorros e se sentou ao meu lado.

“Porque você foi se meter em confusão Peter...”

“É assim que eu sou.”

Seus delicados dedos limparam o sangue que escorria de minha boca. Ela rasgou minha camiseta já rasgada com as mãos, pegou uma pinça comprida e começou o árduo trabalho de tirar todos os cacos de minhas costas e braços. Eu gemia de dor a cada caco que ela puxava, alguns eram mais difíceis outros mais fáceis.

“Eu odeio ouvir você esses gemidos de dores seus.” Ela disse sem olhar para meu rosto.

Eu não consegui falar nada, a dor não deixava, nós passamos algumas horas ali, ela tirava caco por caco daqui a algum tempo Jasper e Julie entrariam pro aquela porta. Depois de tirar todos os cacos ela puxou um pano e passou um pouco de desinfetante.

“Vai doer não vai?” eu perguntei.

“Quem mandou se machucar.” Vou o que eu ganhei em resposta.

Ela passou o pano sobre os lugares sujos de sangue e terra, ardia, uma dor aguada e lancinante, ela não parou nem quando eu comecei a gritar de dor. Pareceu durar dias, mas foram apenas alguns minutos, ela examinou minhas costas que agora estavam limpas e puxou o kit médico mais para perto.

“Você quer que eu seja direita, ou quer esperar para ver o que eu vou fazer.” Ela me perguntou com uma cara não muito alegre.

“Seja direta..” Eu disse.

“Você tem onze pequenos cortes, mas alguns cortes vão ter que ser costurados, não sei se você lembra da dor que você sentiu no seu braço?” ela me perguntou.

“Mais ou menos.” Eu disse.

“Agora você vai sentir.” Ela parecia triste em me dizer isso.

“Ande logo com isso, por favor.”

“Sim, só vou passar unguento nos outros cortes.” Ela passou suavemente a pasta verde em minhas costas me aliviando um pouco da dor.

Nesse momento Beatrice e Jasper entraram no quarto, eles não nos viram pois estavam se beijando loucamente, eles estavam quase pisando em mim.

“Ei!” Vivian gritou “Eu não sei se vocês perceberam, mas não existe só vocês no mundo.” Eu soltei uma leve risada que me fez gemer de dor.

“O que aconteceu!?” Jasper agachou ao meu lado extremamente preocupado.

“Eu dei uma caída em uma janela.” Eu disse irônico.

“Trate de tomar mais cuidado da próxima vez. E vocês dois ou vocês me dão licença, ou vocês vão para fora. Jasper, fique tranquilo ele vai ter dar uma explicação, depois” Ela deu ênfase na palavra depois.

“Depois você vai me explicar isso.” Ele me lançou um olhar de curiosidade e preocupação.

“O que vai fazer?” Beatrice perguntou a Vivian.

“Alguns ferimentos foram fundo demais...” pelo olhar de Beatrice ela entendeu.

“Estou saindo, você vai ficar Jasper?” ela já estava na porta com as mãos tremendo.

“Eu vou com você, voltaremos daqui uma hora.” Vivian assentiu.

“É tempo suficiente.” E então os dois saíram.

Ela abriu o kit médico e puxou de lá duas agulhas uma linha preta e grossa em comparação as usadas para costuma de tecido, ela preparou tudo e colocou e puxou uma cadeira improvisando uma mesa e colocou as agulhas fincadas na parte estufada, minha respiração ficou mais pesada a cada momento que eu esperava a dor me atingir. Depois de feito isso ela tirou alguns pedaços de pano finos e esparadrapos, assim como os do meu braço que já estavam sujos e velhos.

“Vou aproveitar a situação e tirar os pontos do seu braço.”

Ela desenrolou a gaze que cobria meu braço e tirou todos os curativos, e então ela tirou uma tesoura com uma ponta fina e corto o nó do fio. E o puxou, eu senti uma leve dor, mas nada insuportável e assim ela colocou o fio preto ao seu lado no chão. Ela passou os dedos pela cicatriz, quase não existia, era somente um fio branco assim como os de Vivian.

“Está tudo bem, cicatrizou do jeito que eu esperava.” Ela falou com ela mesma.

“Que ótimo.” Eu disse.

“Seria melhor ainda se eu não tivesse que fazer isso de novo.” Ela se levantou e voltou com um pedaço de pano rasgado “Morda isso.” Ela me entregou.

“Porque?” eu perguntei.

“Não quero ouvir seus gritos. Coloque na boca logo.”

“Antes, disso eu queria lhe perguntar, porque Beatrice ficou tão nervosa quando você falou sobre meus ferimentos?” perguntei-lhe com cautela.

“Beatrice sofreu algumas coisas na vida que ela prefere que não sejam comentadas, agora morda o pano.” Eu o coloquei na boca.

Eu não acho que iria ter problemas com a dor, mas eu estava muito fraco. Eu senti a agulha passando por minha pele, não era nada demais somente uma dor totalmente suportável, mas então ela continuou e minha pele pareceu ficar quente as dores atacaram os lugares em que a agulha furava. Eu segurava meus gritos, mas só consegui isso por pouco tempo, eu soltei o pano sem perceber e gritei de dor, não aliviava nem um pouco Vivian não tirou os olhos de meus machucados um só segundo, ela parecia perturbada, mas não conseguia prestar muita atenção nisso. Eu nem percebi quando ela terminou o processo, a dor parecia continuar lá.

Eu comecei a ter dores musculares, meus músculos contraíram, eu não tinha mais controle do meu coração isso não era a dor do processo que eu tinha acabado de passar, Vivian não estava mais costurando meus machucados era um ataque epilético, dessa vez eu conseguia sentir o meu sangue correndo em minhas veias, minha pressão estava subindo. Eu ouvia o som do meu coração e não ouvia mais nada, eu perdi o controle de meu corpo, minhas forças para continuar acordado estavam se esvaindo. Vivian não pareceu se preocupar, simplesmente puxou um frasco com os mesmos remédios laranja iguais aos de Jasmine. E então eu desmaiei.

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“E eu achando que o efeito do veneno já tinha passado.” Falei para mim mesma.

Peter estava deitado no chão completamente estático, os pontos ainda estavam expostos, cobri tudo com os devidos curativos e me levantei lentamente, os gritos de dor dele ainda ecoavam em meus ouvidos como eles eram altos e horríveis. Eu ouvia a pesada respiração dele enquanto andava até a varanda para espairecer, a Lua brilhava fraca no céu, o relógio bateu cinco vezes, daqui a pouco o Sol iria nascer, eu ouvi a porta do quarto se abrindo, Jasper e Julie entraram no quarto.

“Jasper, você poderia colocar Peter na minha cama?” eu ainda olhava para o céu.

“Ah, sim claro.”

Eu me sentei no sofá ao lado de fora, e olhei minhas mãos sujas de sangue, não o sangue de Peter, mas o de Nina. Eu não queria mata-la eu perdi o controle de meus atos, eu fiz sem pensar não estava mais sendo profissional e no fim das contas eu a matei, ela estava em desvantagem eu estava no plano alto, eu estava escondida ela nem deve saber quem a matou. A única coisa que eu me deixa com a consciência mais leve é o fato dela e seu irmão terem matado Lucas. Só de pensar nisso o ódio percorria minhas veias.

O Sol começou a surgir no horizonte respirei fundo o ar fresco tentando relaxar a mente, uma tentativa totalmente falha. Eu já matei tantas pessoas e nunca me senti assim, porque agora? Ela havia matado Lucas, eu já matei por motivos muito piores do que este, porque eu estava pensando desse jeito justo agora que é o momento em que eu preciso ter em mente que eu preciso matar.

Uma brisa gélida brincou com os meus cabelos o que me fez tremer de frio, mas eu não ligava, eu não queria ligar, eu iria visitar o túmulo do Lucas e seria agora. Olhei para dentro do quarto, Julie e Jasper provavelmente estavam com Peter. Levantei-me e corri para a porta, abri-a e corri até meu cavalo, o corcel negro me esperava, passei minha perna por cima doe seu lombo segurei suas rédeas e senti o vento em meu rosto.

O cavalgar era suave, eu aprendi a andar a cavalo quando tinha apenas seis anos, meu mestre exigia muito de mim então minhas habilidades com corcéis estavam muito bem desenvolvida. Eu queria passar na casa de Lucas primeiro pegar tudo que era importante para ele e enterrar ao seu lado. Eu adentrei a cidade sem nem mesmo ligar para os guardas e segui diretamente para casa de Lucas. Ela estava com a mesma cara de velha, mas agora ela estava totalmente vazia.

Desci do cavalo e amarrei-o a um poste, a porta estava destrancada abri-a lentamente, estava vazio como sempre, escuro como sempre, triste como nunca esteve. Fechei a porta atrás de mim procurei pelas pederneiras de Lucas e acendi seu fogão a lenha dando um pouco de luz a casa, estava tudo empoeirado, tudo parecia esperar a chegada de seu dono.

Uma lágrima grossa e pesada rolou de meu olho, eu a limpei rapidamente não iria demonstrar fraqueza, comecei a andar ao redor, subi a escadaria que levava para a sala de armas, destranquei ela com os meus grampos e entrei no cômodo, estava totalmente remexido, algumas armas tinham sumido e as outras estavam jogadas no chão totalmente quebradas, todo o trabalho de Lucas jogado no lixo, eu vi ele produzindo aquelas armas anos e anos produzindo aquele trabalho, para ele ser destruído em questão de horas.

Olhei ao redor e achei o facão que Lucas usava, peguei-o nas mãos ele gostaria de ser enterrado com ele. Andei para a porta ao fundo do quarto, segurei a maçaneta alguns instantes, alguma coisa me dizia para não entrar lá, mas eu simplesmente não liguei, eu abri a porta, me arrependi na hora o facão pareceu pesado e eu o soltei, meus joelhos encontraram o chão enquanto eu vomitava tudo que tinha dentro do meu estômago.

A sala inteira estava suja de sangue, havia correntes penduradas nas paredes eu olhei para o chão e vi os dedos decepados de Lucas, havia dentes espalhados pela sala, até mesmo unhas inteiras, pedaços de sua língua, limpei a boca com a minha mão. Fechei a porta o mais rápido que pude, e me virei deitada no chão e comecei a chorar. Minhas lágrimas rolavam pela minha face até o chão, meus gritos romperam o ar. Lucas tinha sofrido tanto antes de morrer. Não, eu não tinha mais dó de ter matado Nina, eu não tinha mais peso na consciência, meu coração começou a bater mais rápido, meu ódio emanava, Vincent iria sofrer. Iria sofrer mais do que Lucas sofreu naquela maldita sala.

Levantei-me com certa dificuldade peguei novamente o facão e tudo que consegui pensar e fazer foi correr para fora daquela casa, deixei a porta aberta, desamarei o cavalo e cavalguei até o cemitério o mais rápido que pude, as patas do cavalo batiam no ritmo que as minhas lágrimas batiam em seu pescoço, eu podia sentir a força em suas pernas seus músculos tensionados sobre os meus, sua respiração pesada, meus pulmões subindo e descendo, eu precisava me distrair tirar aquelas imagens da minha cabeça.

Consegui ver os portões abertos do cemitério, amarrei meu cavalo ali mesmo e corri para dentro, era extremamente pequeno, havia poucas lápides. Não seria difícil encontrar o nome de Lucas, comente precisava ir às lápides mais recentes que ficavam mais ao fundo do cemitério. Uma pedra polida e nova me chamou a atenção eu li o nome Lucas Bertonian, agachei-me lá, cavouquei um espaço suficiente para que seu facão entrasse então o cobri de terra.

“Não lhe trouxe flores, desculpe” mais lágrimas rolaram “eu demorei em vir eu sei, desculpe” eu soluçava a cada palavra “Eu não sei como vou conseguir sem você Lucas, porque você tinha que morrer? Eu não sei se sua alma procura vingança, mas a minha procura, eu não ligo se você quer ou não Vincent e Nina mortos, mas eu quero! Eu quero a minha vingança, eles te tiraram de mim. Eles tiraram uma das coisas mais importantes da minha vida. Lucas eu te amo. Nunca vou esquecer de você, vou continuar lutando e lutando por nossas vidas, e parece que não vamos nos encontrar, porque você está no céu, e eu vou para o inferno.”

O sangue corre pelo chão, não mais pelas veias do coração, os movimentos aos poucos param, assim como a respiração, o paraíso lhe aguarda, pois nada pode ser mais terrível do que morrer nas mãos de um assassino. Sorria para os deuses, pois é hoje que ira encontra-los. O céu lhe aguarda velho amigo, e o inferno me espera. Agora eu rezo por sua alma, para que o céu ela alcance, que os deuses perdoem os seus pecados, e assim me punam com seus punhos divinos, o que deveria lhe ter punido, pois não há nada mais terrível do que morrer nas mãos de um assassino. Sorria meu querido porque é esta noite em que seus pecados foram tomados por mim, o andarilho noturno aquele que se esconde na noite, aquele que se declarou mais forte e tomou para ele mais que seus próprios pecados.” Recitei essas palavras em voz alta rezei até não poder mais pela alma de Lucas.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e comentem! Beijão.