Heaven Base ~ ONE PIECE escrita por Dr Chopper


Capítulo 14
START #14 - Todo mundo tem um hobbie




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Kizaru andou alguns metros por aquela rua procurando mais pistas. Os piratas, com agilidade, iam atrás da solução do mesmo mistério, queriam ver aonde a investigação do senhor almirante iria chegar. Se enfiavam em becos e atrás de caixas mantendo-se escondidos dos tiranos.

—Senhor! Senhor!—gritou um dos soldados— chegaram informações de que não há nenhum registro de uma empresa chamada "Airship's Dummont".

O almirante permaneceu em silêncio, olhou a sua volta e fez seu som de questionamento.

—Escutem...—sussurrou em muito baixo tom.

De trás de uma caixa, Nami observava junto de Chopper que mascava chiclete para liberar a tenção. Quando se deu conta do barulho que estava fazendo ao mascar, parou instantaneamente e prendeu a respiração.

Agora é inútil...

Kizaru brilhou e sumiu no mesmo instante, surgindo atrás dos dois piratas que escutavam a investigação e que agora tremia sem parar. Olharam para trás e viram o rosto de Kizaru a meia luz...

—CORRE!

* * *

Alguns minutos atrás...

Robin e a garota arrastavam Usopp pelas pernas, num extenso corredor. Passavam degraus e elas nem tomavam o cuidado de evitar que a cabeça do pobre rapaz quicasse escada a baixo.

—Não precisa me carregar—gritou— Minha cabeça já está doendo!!

—Tudo bem—a garota fez uma pausa— nós vamos te tirar daqui e te salvar senhor herói. Sei o efeito do veneno, ele deixa essa dor mesmo.

—Mas eu estou sentindo dor por causa do...

Mais um degrau, pancada na cabeça, mordida na própria língua.

—Estamos quase lá senhor herói.

Ele se sentiria feliz em ganhar esse nome, mas os degraus que o faziam bater a cabeça desviavam sua alegria para dor.

Chegaram até um salão, que era muito diferente dos outros. Não havia parede externa, ou seja, a parede a frente dava direto para o exterior, dessa janela o ar gélido rasgava para dentro atingindo seus rostos. Um trilho grande de ferro cruzava ao lado do abismo. Havia várias munições e esferas amarelas espalhadas em caixas pelo chão.

—É o salão de carga e descarga do...

O som dos trilhos sendo usados atravessou a sala, e um veiculo que estava sobre passou por lá e parou à frente produzindo um som de ferro rangendo.

—Canhão de raio—continuou.—Abaixem-se, escondam-se atrás da caixa.

Usopp tomou o resto do leite que cortava o efeito do veneno, e se jogou de qualquer jeito no chão.

Um som de descompressão surgiu do veiculo à trilho que parou logo a frente. Dela saiu uma garota incrivelmente linda que deixou Usopp de olhos arregalados. Tinha os cabelos negros como a noite, mechas onduladas, seus olhos eram como jabuticabas de tão pretos, e seu corpo incrivelmente intacto, sem muitos exageros. Ela caminhou por entre o salão, alguns soldados chegaram correndo, gaguejavam pela falta de atenção na conversa, realmente uma mulher muito bonita, e que deixava qualquer homem com lingua presa.

—Chamam ela de Dabera, pois ela mata os inimigos como mágica... Abracadabra, coloca-se o "e"...

—E que mágica...—continuou Usopp, suavizando.

—Por favor, recarreguem o canhão.—Sua voz era tão doce e suave que aconchegava os ouvidos de todos naquele salão, até mesmo dos piratas.

—Que voz linda...—Robin sussurrou.

Usopp colocou a mão no ombro dela e silabou:

—Só a voz?

—Cala a tua boca, senhor herói.—a garota emburrou.—Aquela é a atiradora do canhão de raio. Provavelmente vocês conseguiram fugir do tiro dela quando entraram, não é? Muita sorte a de vocês—pausou—com todo o respeito.

Robin, tranquila, olhou por um instante pra ela e sem expressar qualquer emoção murmurou:

—Não, nosso espadachim partiu o tiro ao meio.

—COMO É QUE É?—a garota gritou—Partiu ao meio?

—Yakizinhavocê perde o controle as vezes...—a voz doce sussurrou

—QUEEEE??—todos gritaram.

Olharam para frente novamente e viram a atiradora, que sem explicação surgiu atrás deles.

—Eu disse—disse pegando uma arma e apontando pra eles— que vocês não sabem ficar escondidos.

A garota olhou para Usopp com um olhar de "Vai, você não é o herói?". Porém vendo que só ela podia resolver esse problema,num ato de coragem, saltou para frente e entrou na mira da arma.

—Atira!

—Mas que menina louca—guinchou, Usopp.—Sai daí, YAKI!

A atiradora colocou o dedo em cima do gatilho, olhou para o rosto da garota e sorriu.

—Muito esperto da sua parte...

Abaixou o punho logo em seguida.

—Lisonjeada—vociferou.—Agora autorize a passagem, e tudo ficara bem.

Olhou desafiadamente para os olhos de Dabera. Então um androide surgiu saindo de uma porta à direita, olhou para eles e apontou o braço, mostrou as palmas da mão de onde germinou luz. Dabera com estranheza olhou discretamente para o androide que não se desfazia de sua postura, ouviu um som de tiro, e com susto se encolheu pondo os braços em proteção de seu rosto, ficou com os olhos fechados, pensou que havia sido atingida, engoliu seco... Abriu os olhos e foi erguendo a cabeça.

—YAKI!—Robin gritou.

Ela havia entrado no caminho do tiro, e estava de costas preenchendo a visão da atiradora.

—M-menina!—Usopp gaguejou— O que está fazendo? Droga, acabamos de te salvar.

E ela se mantinha de pé, intacta como pedra.

—Obrigado por me salvar...—Dabera riu, olhou para os dois ali agachados.—Olhem mais atentamente.

Ela se virou para Usopp e Robin, com o rosto sério e sussurrou:

—Vamos sair daqui.

Os dois observaram o corpo da garota e se entreolharam boquiabertos; A garota estava intacta, não havia nenhum sinal de dano. Levantaram-se.

—Esperem...—rosnou Dabera—Quem são vocês?

Robin olhou para Usopp com estranheza novamente.

—Somos do bando do Chapéu de Palha.

E como resposta tiveram um som labial que ia de desaprovação à positividade. Pegou uma das armas e entregou na mão de Robin. E do corredor vários passos, supostamente de androides, ecoaram para o salão. Usopp por um momento se perguntou o do porque, mas era óbvio demais.

—A graça acabou—ela recarregou um fuzil que tinha em mãos.

O trio correu o mais rápido possível para a beira do castelo, da onde podiam ver toda a vasta organização de prédios. Ao por o pé na beira daquele precipício, olharam, e até mesmo Robin ficou assustada com tamanha altura.

—Foi tão fácil assim?—Usopp questionou—Achei que tivéssemos que lutar contra ela.

Olharam para os fundos do salão onde viram a atiradora estourando a cabeça de cada pedaço de lata que passava pela fenda porta.

—Algumas pessoas—Robin argumentou— vivem por seus hobbies. E o dela é o "apertar de gatilhos". Fazer o que gosta é algo que preenche qualquer vazio, ainda mais se você faz bem feito. Somos piratas porque gostamos, e ela é atiradora porque gosta...

—Ela não segue ordens—Yaki concluiu.

Na porta não parava de surgir androides, e Dabera não estava conseguindo mantê-los. E quando acharam que nada podia piorar, a parede estourou e dela saiu um androide de modelo diferente que era três vezes maior e mais robusto. Dos trilhos surgiram vários outros androides de tamanho menor.

—Vamos ter que pular!—Yaki gritou.

—Realmente.—Robin disse com desinteresse—Vai lá Usopp!

—POR QUE EU?

Não pode nem mesmo discutir, sentiu um empurrãozinho nas costas, que deu-lhe a sensação de queda para o inferno, sua mente ficou em silêncio, não ouvia nada. Seu coração bateu, provavelmente, o dobro do comum. Sentiu seus órgãos perderem o sentido de gravidade e seu estomago congelar. Sua boca se encheu de grito sem som, devido imensa frustação. Desceu vendo as antenas e torres pontiagudas passarem próximo de seu corpo. Abriu os braços para evitar velocidade, e pode ouvir um pouco do vento passar por seus ouvidos. Olhou para um lado, viu Robin, olhou para o outro e viu Yaki, ambas com um sorriso no rosto por estar adorando aquela sensação.

—USOPP!!—gritou.

Sua visão a partir daí sumiu e sentiu um baque no corpo. Em sua mente veio a primeira vez que foram ao céu, em Skypiea. Seus olhos foram se abrindo aos poucos, usou o cotovelo para erguer-se, estava num piso de madeira, e que tremia inexplicavelmente.

Estava em cima do incrível e gigantesco navio Noah, que, como um brinquedo, passou por cima, esmagou e destruiu uma avenida inteira de Heaven Base. Usopp olhou para trás e ficou sem palavras ao ver a enorme trincheira que a grotesca arca deixou, um traço enorme de destruição ia em direção ao castelo.

Então com uma enorme pancada a arca parou de uma só vez , projetando o corpo dos três para a humilde parede de dez metros,em madeira, do Noah.

—Estão todos bem?

Daquele dia em diante o hobbie preferido de Usopp, com certeza, não seria a sensação de adrenalina percorrendo seu corpo.

Espera, porque o Noah está aqui?


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

A partir de agora os segredos serão revelados...

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Semana que vem tem especial



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