Deathbed escrita por Grani008


Capítulo 2
First Kiss


Notas iniciais do capítulo

Oh, Primeiro quero dar um pouco dos créditos pra minha prima Sofy, ela me ajudou mt ;) EhE AHN eu espero que gostem hehe.; Desculpa a Demora. ps.: os próximos capítulos podem ser meio cruéis.



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Cap.2 --------- Nico Di Angelo

Eu odiava a escola, é simples, é um lugar aonde as pessoas vão para... Eu não sei pra quê.

A sensação que tinha era de claustrofobia, mas abrir as janelas e portas não era uma solução, sentia-me enjaulado por pessoas.

A aula ainda não tinha começado, evitei olhar para trás, com um medo contínuo de que meu olhar encontrasse o dele. Não encontrei motivos para justificar isso. Talvez fosse algo que eu não quisesse encarar.

Afastei a ideia que ia se formando e fixei meus olhos na porta. Meu dia estava para mudar.

Leo, Leo Valdez, as palavras se repetiam na minha cabeça, a sua voz parecia contorcida. O garoto entrou na sala com a mochila sobre o ombro, sua mão segurava a alça na intenção de não deixa-la cair, mas não me parecia muito pesada. A outra segurava um papel do qual ele não tirava o olho, usava um terno preto que não combinava nada com seu jeito travesso, a gravata estava mal colocada e pendia para o lado, os all stars sujos deixava o modelito rebelde, combinando com os cabelos despenteados, os olhos que não me permitiam confiar nele e a boca... Que se contorcia em um sorriso sarcástico que me incomodava.

Ele tirou os olhos do papel e olhou para todos nós, uma série de adolescentes estranhos estavam divididos em grupinhos, mal organizados pela sala, trinta e cinco pessoas desalmadas com rostos completamente diferente, milhares de expressões diferentes, conjuntos de características distintas, mas não, ele não poderia... Não poderia estar olhando para mim?

Poderia? Minhas dúvidas se contorceram em um gélido “sim” quando ele caminhou até mim.

Sentou-se ao meu lado. Agora eu tinha certeza. Abriu a boca pra falar comigo. Virei a cara.

Ele se aproximou jogando todo o peso do seu corpo no braço da cadeira e quase gritou no meu ouvido:

– Oooooooooooooi.

Não respondi. Ele praticamente sussurrou no meu ouvido:

– O que você está pensando?

Um arrepio percorreu meu corpo, o encarei, e fiquei com ainda mais raiva quando percebi que todos tinha a atenção direcionada para mim. Eu odeio ter toda a atenção.

– Sabe o que eu estou pensando? – Gritei.

– O quê? – ele respondeu calmamente se afastando um pouco.

– Que tipo de retardado vem pra escola de terno?!

As bochechas dele coraram, só agora percebi que falei alto demais. Ele pegou a mochila e foi para o fundo da sala, a umas duas cadeiras de Percy. Não o queria perto de mim, mas algo não me deixava feliz em tê-lo perto de Percy. Qualquer um, menos ele.

Ninguém falou com ele, os professores não o notaram, as garotas cochichavam, os garotos criticavam, eu ignorava. E Percy... Percy puxou assunto.

Não esperei o sinal bater, quando o ponteiro do relógio deu o horário, peguei as minhas coisas o mais rápido que pude, joguei todas elas na mochila esfarrapada e disparei pelo corredor.

Eu esperava encontrar um lugar onde pudesse ficar sozinho, e passar o horário do almoço sozinho, mas os passos pesados atrás de mim me fizeram desistir dos meus planos, eu comecei a correr, os corredores iam começar a se encher em segundos.

Passei direto por uma fileira de armários, no final do corredor escorreguei. Ganhei alguns arranhões mas tentei continuar, só que dessa vez eu era mais lento, ele me alcançou em instantes. Mas quando me virei eu não encontrei quem esperava, não era Percy na minha frente, o cara alto de cabelos negros e olhos verdes mega atraentes, quer dizer, deviam ser atraentes para as garotas e tal, mas continuando, quem estava na minha frente era Leo.

– Tudo bem? – ele perguntou no maior tom de calma possível.

Limpei a garganta e respondi:

– Bem? É acho que eu tô bem sim.

Continuei andando, mas ele me puxou pelo braço, oque trouxe a tona aquele choque incômodo novamente, mas dessa vez não nos separamos.

– Então, oque você tem contra mim?

– Não é comum ver um cara a centímetros da minha irmã todo dia sabe?

Ele me soltou e passou as mãos nos cabelos cacheados, exibindo um sorriso, como se estivesse se divertindo com isso.

– Cara eu e sua irmã? Sério?! – ele riu alto e senti meu rosto esquentar.

– E eu estava errado em pensar isso? - vociferei.

Ele riu mais.

– Cara, ela não é bem... Meu tipo.

Deixei-o rindo no corredor e fui em direção a enfermaria sabendo que lá não teria ninguém pra me incomodar.

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O resto da aula passou devagar e já tinha cochilado cinco vezes na aula de biologia quando o sinal tocou novamente e todo mundo saiu correndo porta a fora. Dessa vez não fui direto pra casa, resolvi ficar zanzando por aí, mas na verdade tinha medo de encarar a minha irmã em casa. Um medo que na verdade, não tinha motivo eminente.

Quando percebi que estava sendo seguido já estava quase nos fundos da escola, resolvi me aproveitar da situação e dizer umas boas verdades para aquele idiota do Valdez. Continuei andando até passar para os fundos, eu sabia que a pessoa não ia se atrever a sair de trás da parede. Ainda bem, eu não via ninguém.

Encostei-me na parede.

– Já pode aparecer Valdez.

Errei de novo. Ele usava uma blusa azul, calças jeans escuras, tênis All Stars rabiscados de canetão e um colar de contas no pescoço, esperava que ele não tivesse percebido a minha expressão quando vi seu rosto, os olhos verdes penetrantes, as sobrancelhas negras e grossas, a boca de um tom de vermelho vivo, e os cabelos desgrenhados negros. Percy, não Leo.

– Valdez é? – ele deu um sorrisinho de desânimo – Acho que vou ter que te decepcionar dessa vez Nico.

A sua voz me atingiu em cheio, como um balde de água fria bem na minha cara, demorei um pouco, mas me recompus.

– O que você quer?

– Saber uma coisinha, se me permite.

– Vai em frente – respondi.

Ele mudou de posição, apoiando o peso do corpo na perna esquerda, oque sempre fazia quando estava confuso.

– Qual é a sua relação com o Valdez?

Eu ri forçado, mas que tipo de pergunta foi essa?

– Eu odeio aquele cara, e isso não é da sua conta!

Ele se aproximou e me empurrou contra a parede, minha mochila caiu e eu podia sentir a respiração dele contra a minha. Eu afastei o rosto e o olhar o máximo que pude e percebi que tinha uma única árvore ali atrás, uma cerejeira. Não tive muito tempo para admirá-la, o problema real estava bem à minha frente.

– Me larga Per...

– Não é da minha conta? – ele me interrompeu.

– Não! Qual é a sua?

Ele não respondeu, mas eu acho que os lábios dele contra os meus poderiam ser considerados uma resposta, que eu teria que decifrar sozinho.

Seus lábios tinham um leve tom salgado e eu pisquei algumas vezes pra entender. Ele realmente estava me beijando? Tipo, lábios nos lábios? Não podia ser real. Demorei alguns segundos pra receber o choque do que estava acontecendo, eu tentei fazer ele se afastar mas ele me prendeu mais forte contra a parede, eu tentei mover meus braços mas ele os segurou.

Não tinha como eu me livrar daquele beijo.

Ele sussurrou no meu ouvido:

– A minha é que eu gosto de você.

Ele enfiou um pequeno papelzinho dobrado em um quadradinho minúsculo no bolso da minha jaqueta, e saiu me deixando pasmo. Caí no chão tentando cair na real, eu tinha realmente beijado um garoto?!

Acho que sim, retirei o papel do bolso e li, tinha um pequeno número escrito com caneta de tinta azul fluorescente. Só o número, sem, nome, mas eu não tinha dúvidas de que era dele.

Joguei o papel no chão e pisei em cima algumas vezes antes de pegar minha mochila e sair em direção ao meu apartamento.

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Passei a tarde mudando de posição na cama, desconcertado, me sentindo estranho, desconfortável. Confuso. Violado. Poxa, foi só um beijo, e de fato, ele que me beijou, e não o contrário.

Eu pude ouvir o som da porta se fechando quando deu a hora da minha irmã chegar ao apartamento, mas eu ouvi as mesmas risadas da noite anterior. Será que ele não percebia que ela estava caidinha por ele? Era como se aquele idiota estivesse usando Bianca, e eu não gostava da ideia. As coisas pioraram ainda mais quando eu ouvi o som de batidas na porta do meu quarto.

– Vai embora! – Gritei.

– Acho que você não tem opção.

Leo entrou no meu quarto sem a mínima permissão, invadindo o único lugar em que eu me sentia sozinho, ou seja, que eu me sentia bem.

– O que você quer?

– Ah, só te devolver uma coisinha – ele falou em voz baixa como se fosse um segredo – eu achei isso aqui e acho que te pertence.

Ele me entregou o papel rasgado de folha de caderno, aberto oque indicava que ele leu, mas não de como ele sabia que era meu, será que tinha visto tudo? Não me atrevi a perguntar, fiquei olhando pasmo para o papel com o número de telefone brilhando em azul.

– I-isso não é meu – gaguejei.

– Ah, Nico, por favor – ele sorriu – eu vi tudo, a vista da árvore de cerejeira era ótima na verdade.

Não tinha forças pra responder, nem sabia como. Se ele já sabia, quantos mais sabiam?

– Não se preocupe, eu não contei pra ninguém... Ainda. – Ele pareceu ler meus pensamentos.

– A propósito, eu vou dar uma festa amanhã, sua presença é obrigatória.


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Notas finais do capítulo

aaaaaaaaaaaahn. comentem please' hehe espero q gostem. :D