Deathbed escrita por Grani008


Capítulo 3
Jogo do Beijo


Notas iniciais do capítulo

;) Nico:15 Leo: 16 Percy: 17(n me perguntem pq eles estao na mesma serie pq eu n tenho uma boa explicação)



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Cap.3 ---------- Nico Di Angelo

Mesmo sendo contra a ideia, tomei um banho, coloquei um jeans folgado, uma blusa preta, meu all star e deixei que Bianca me arrastasse para o apartamento ao lado. Sim, ele é meu vizinho, e não. Não estou feliz com isso.

Surpreso? Talvez. Envergonhado? Um pouco. Com medo? Morrendo.

Talvez medo por as pessoas descobrirem o que aconteceu, ou medo por ele ficar jogando comigo, mas eu sentia que era medo por algo mais, algo que eu não conseguiria aceitar, nunca.

Já podia ouvir o som alto quando coloquei o pé pra fora do meu apartamento: eletrônica no mais alto som, já previa as reclamações dos vizinhos, por mim tudo bem, quanto mais rápido essa festa acabar melhor. Bianca não pensava desse jeito, ela tinha colocado um vestido azul escuro tomara que caia curto, amarrara os cabelos de lado deixando-os cair sobre os ombros, uma maquiagem prata leve, um batom rosa escuro e um salto tão grande que eu ficava tonto só de pensar em como ela conseguia se equilibrar naquilo. Minha conclusão: eu amo all star, meu bom, velho e sujo all star.

Ela estava linda demais para aquele pivete. Para mim, não era uma opção aceitar ela gostar tanto assim dele, mas o que eu podia fazer? Ele abriu a porta com o maior sorriso na cara e a abraçou, eu passei direto o evitando, quanto menos Leo melhor.

O apartamento estava cheio, e não era pequeno. Uma pista de dança foi improvisada no meio da sala, a varanda tinha dois sofás enormes que estavam sendo ocupados pelos nerds e seus vídeos games portátil, algumas garotas formaram grupinhos nos cantos, de vez em quando eu via alguém saindo de uma porta lateral que deveriam ser a cozinha, o andar de cima parecia oficialmente interditado. Os caras considerados “legais” estavam rodeados de garotas na pista de dança, alguns casais se beijavam aqui, outros tinham uma DR ali. Eu resolvi, já que a noite ia ser uma droga mesmo, me aproveitar da mesa de bebidas. O Barman parecia não se importar muito com a minha idade e já foi misturando algumas coisas quando eu me sentei.

Peguei a bebida gelada, mas não bebi, fiquei mexendo com o copo por um tempo, o líquido transparente se movia dentro rotativamente deixando meu tédio cada vez mais interessante.

Alguém se sentou ao meu lado e falou:

– Uma tequila, por favor.

Pensei em me afastar, mas não me movi, deixei por conta dele me perceber ali ou não. Infelizmente ele o fez:

– Oi Nico.

– Oi.

Beckendorf era uma boa pessoa, mas nunca falei mais do que dois minutos com ele. Era pra quem se pedia tudo, ele não era bonito, mas compensava isso com a personalidade perfeitamente gentil e amigável, até onde sabia, ele namorava Silena, a garota mais popular do colégio. Nunca descobriram como era possível ela estar namorando com ele a mais de um ano.

– Como vai? – ele perguntou.

– Bem – Menti.

– Se estivesse bem não estaria aqui. – ele riu, pedindo mais uma para o garçom.

– Tudo bem – resolvi ser sincero – tudo vai de mal a pior e eu não sei como melhorar essa porra de vida.

– Agora sim – ele levantou o tom da voz – quer saber um segredo?

Não respondi, mas ele continuou:

– Não há nada como um copo de bebida pra resolver os problemas – disse ele, gritando, me dando um péssimo exemplo de como deveria guardar um segredo.

Dando ouvido ao conselho, virei o copo e senti a bebida passar queimando pela minha garganta, depois de mais dois copos saí de lá e fiquei caminhando pela festa, de vez em quando trocando algumas palavras com algumas pessoas que conhecia. Nada muito interessante.

Quando já tinha mais ou menos uma hora que tinha entrado ali, já estava pensando em voltar pra casa, de fato, eu tinha marcado presença e pessoas o suficiente me viram pra confirmar, e se ele ia contar pra todo mundo, não queria estar ali pra ouvir. Quando realmente me levantei e ia me dirigir até a porta a música parou e Leo tomou o microfone e junto, a atenção de todos. Apressei o passo, era agora mesmo que ele ia acabar com a minha vida. Mas alguém me puxou de lado.

– O que foi? – perguntei encarando Percy.

– Ele não vai contar – agora que fui pensar se Leo também tinha conversado com Percy – não agora.

Tirei sua mão do meu braço e fui para o canto da sala, não ouvi nem metade do que ele falou no microfone, mas a última parte fez as pessoas gritarem e empurrarem uma mesa redonda de vidro para o meio da sala e juntarem todos os sofás, cadeiras e pufes em torno dela. Ele disse “... E que tal uma partida do jogo do beijo pra animar a festa?”.

Minha irmã me empurrou para a rodinha no meio da sala, com tanta gente que me encolhi em um cantinho, eu não queria jogar. Todo mundo sabia o que era o Jogo do Beijo, era pior do que verdade ou consequência, alguém girava um objeto na mesa e em quem parasse tinha que ter um beijo. Leo fez as honras e girou primeiro, e tive a chance de vê-lo beijando Silena, ao mesmo tempo em que Beckendorf saiu do apartamento, ela não pareceu se importar muito e continuou na festa. Depois Clarisse beijou Chris Rodriguez, depois Grover beijou Júniper, e assim mais uns dez casais se beijaram quando Leo tentou girar de novo. Gostaria muito que ele não o tivesse feito, a seta tirada de um joguinho de banco imobiliário parou apontada pra mim, nos primeiros segundos eu fiquei que nem um bobo olhando de queixo caído para a seta.

A segunda reação foi amaldiçoar mentalmente a seta pela eternidade. Todos na sala ficaram em silêncio.

– Dá pra girar de novo não dá?

Ninguém me escutou, nem haveria como, a sala explodiu em gritos desgovernados, todos gritando “Beijo! Beijo! Beijo!”. Eu não estava acreditando. Leo deu de ombros e sorriu, dando a volta na mesa e vindo à minha direção, eu não me movi. Os gritos continuavam.

Senti minha visão embaçar e o efeito daqueles copos de bebida começar a chegar. Ele já estava a centímetros de mim quando eu resolvi que não estava nem aí, um garoto já tinha me beijado que diferença ia fazer? Mas dessa vez eu ia fazer direito.

Não esperei que ele me beijasse, o puxei pra perto de mim e o beijei, fechei os olhos e senti aquele mesmo choque de quando nos conhecemos percorrer o meu corpo, mas junto àquele beijo, não era uma sensação ruim. No começo Leo não reagiu, parecia surpreso, mas depois de um tempo ele também me beijou, me puxando para mais perto de si, me envolvendo em um beijo quente, não, nos envolvendo.

Seus lábios eram quentes ao mesmo tempo em que os meus eram gelados, mas isso não pareceu o incomodar. Abri mais a boca para deixar sua língua entrar, beijar um garoto, pra mim, não fazia a mínima diferença agora, e acho que ele pensava da mesma forma. O beijo durou uns quarenta segundos, até que nos afastamos. Olhei para Leo uma última vez, um pouco envergonhado e só pude sentir o flash de uma câmera incomodando meus olhos. As pessoas da sala estavam com as mais diversas expressões, algumas de nojo, outras sorrindo, outras surpresas, outras apenas interessadas em tirar fotos e atualizar seu status com os vídeos do meu beijo, algumas bêbadas o suficiente pra cair na gargalhada. Sabia que na manhã seguinte eu já estaria em todas e qualquer rede social. Passei as costas da mão na boca.

– Até que você não beija mal Valdez. - Tinha certeza que aquela era a gota d'água pra acabar com a minha vida social.


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Notas finais do capítulo

ooooooooooooooooooooh espero q tenham gostado, especialmente para Jinx eu to adiantando um cap pq vc realmente se empolgou kkk' Como prometido Leco ou Leico (como quiser).~nolita~