Fix You. escrita por Autumn


Capítulo 4
Capítulo 4 – Carinho.


Notas iniciais do capítulo

Leia as notas finais. Obrigada.



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Sabe o que é mais ruim do que você ser magoada por alguém? Todo mundo achar que você está sendo muito dramática, mas acima de tudo as perguntas. Eu sempre odiei isso, desde pequena, quando eu começava a chorar e vinham me perguntar o porquê.

O problema é que se você vai ao psicólogo ele vai te perguntar o que está acontecendo, porque eles são malucos que conseguem ver como você está, mesmo que você coloque um saco na cabeça sorrindo - tudo bem que se eu colocasse um saco na cabeça iriam achar que estava acontecendo algo mesmo -, e a dra. Jackson é a pior! Ela tinha me dito que tinha um filho da minha idade, e por isso sabia como eu me sentia, porque o garoto era parecido comigo, mas eu nunca caí nesse papo fiado. Ela só era doida e cautelosa.

As piores pessoas do mundo são assim, elas sabem de tudo. Elas prestam atenção em tudo. Elas sabem os seus pontos fraco.

Bem, talvez eu não estivesse fazendo todo esse mimimi se não fosso por causa do dia maravilhoso que eu tive hoje. Vejamos, foi meio que assim:

Eu tinha acordado hoje de manhã, domingo, assustada. Aquela garotinha com a qual eu tinha topado no elevador estava me assombrando de novo. Eu comecei a pensar nela do nada e não consegui dormir até ser obrigada pelo meu corpo, que não aguentava mais. Digamos que eu consegui dormir umas duas horas, mas eu também sonhei com aquela garota.

Eu levantei e fui para a cozinha do apartamento onde eu estava morando com a minha mãe e meus irmãos. Eram umas seis horas da manhã, e em duas horas eu teria que estar no hospital para ver a dra. Jackson, então eu tomei um banho quente, que me fez quase desmaiar de sono. Estava muito calor, e banhos quente me dão sono (o que eu menos precisava naquele momento), mas eu nunca conseguia tomar banho frio. Mas, de qualquer forma, eu consegui sair do banheiro toda mole e me fui me trocar. Coloquei a roupa que a minha mãe tinha escolhido para mim colocar hoje e fui me observar no espelho. Eu odiava que a minha mãe escolhesse roupas para mim. Eram confortáveis e bem bonitas, mas ela sempre escolhia essas de propósito, porque nenhuma combinava com o meu boné, e minha mãe achava que o boné não era bem aceito pelo pessoal do hospital, não sei por quê.

Eu me rendi e sentei na cama, observando meu reflexo no espelho que estava na minha frente. Eu estava bonita, tenho que admitir. Minha mãe não era uma pessoa que se importava muito com o visual, mas sim com a utilidade da coisa. Eu gostava daquilo pelo menos. Era leve e combinava com os meus olhos, mas sem ser extravagante e chamativa. Uma coisa que não faltava na minha mãe era o pensamento. Ela pensava de formas estranhas e que faziam sentido. Cores primárias chamavam muita atenção, pois são as que mais simples e fáceis de usar, então estão por todo o lado. O cérebro se acostuma com elas facilmente e as localiza bem mais rápido do que localiza as secundárias ou terciárias. Por isso a minha mãe nunca deixa que eu use roupas vermelhas ou azuis. Ela prefere que eu use amarelo e tons pastéis - sério, se eu estiver usando uma roupa vermelha e ela não ver isso, quando tiver chance me leva até a loja de roupas mais próximas e me faz comprar uma roupa cinza para que eu use.

Hoje ela tinha feito eu usar uma bata roxa bem clarinha e uma calça jeans branca com uma sapatilha cinza clara. Era bonito e confortável, mas fala sério, não combinava nenhum pouquinho comigo.

Penso nisso eu fui até um armário no canto do quarto onde eu dizia que guardava material escolar (e que também era trancado) e peguei uma chave que eu transformei em pingente e pendurei no pescoço. Eu tinha mandado banhar a ouro para ficar mais convincente, mas sem afetar a chave.

Dentro do armário haviam várias mochilas e alguns livros que a minha mãe sempre considerou estranhos e quis tirar de mim - eu tinha falado que já havia doado para a biblioteca bem no dia que ela disse que iria jogar fora, mas na verdade eu tinha guardado bem a tempo.

Eu peguei uma das mochilas e chequei se dentro tinha o que eu precisava. A porta do quarto abriu atrás de mim e a cabeça da minha mãe apareceu sorrindo lá. Tranquei o armário de novo e coloquei a chave no colar de novo.

– A cordinha estourou e eu fui ver se tinha uma outra ali dentro - menti, sentado na cama. - Eu tenho mais meia hora, então não me apresse.

– Então... É sobre isso que eu queria conversar com você. Hoje você pode ir de táxi? Eu tenho uma reunião de emergência, a planta do primeiro andar que eu projetei parece estar fora do padrões. Me deram as medidas erradas - ela falou, envergonhada. - Tem dinheiro em cima do balcão para o táxi e almoço, o.k.? Quero você aqui às quatorze, nós temos um jantar importante e a Afro vai te levar ao shopping para comprar roupas para o jantar e depois você vai visitar o novo cabeleireiro dela e se arrumar lá! Vai ser a primeira cliente, não é legal?

– Tanto faz. - Dei os ombros e levantei, ponto a mochila nas costas. - Eu vou estar aqui as quatorze e ser sua princesinha delicada e blá, blá, blá o dia todo. É para isso que eu nasci, não?

– Annabeth... Por favor, não fale assim. Eu fico magoada.

Eu estava magoada. E ela resolveu tocar nesse assunto de magoas! Justo quando eu tinha parado de pensar no Luke e na Thalia.

– Você nunca ficou magoada de verdade! A sua mãe nunca fez você não poder ver seu pai ou começou a namorar alguém que você nunca aprovou. Você não sabe o que é estar magoada. Você simplesmente diz as coisas por dizer, pensando que eu vou ficar com remorso, mas eu não ficou com remorso porque eu sei que essas palavras não tem sentimento ou motivo. Palavras assim são simplesmente palavras, elas não tem nenhum pouco de amor nelas - eu falei, ameaçando chorar. Mas eu não iria dar esse gostinho para aquela mulher e engoli o choro, desviando dela e saindo do quarto sem nem olha-la.

– Você não fazer nem ideia do que fala, Annabeth... - ela falou baixinho, mas eu já tinha saído do quarto e ido chamar um táxi.

~*~

– Annabeth, ignora-los não vai ajudar, só vai piorar as coisas - a dra. Jackson falou depois que eu abri o jogo e contei todo o episódio de ontem. Eu não disse sobre a garotinha e nem sobre como eu me sentia, mas ela parecia ter entendido o que eu tinha sentido quando Luke tinha me tratado daquela forma. - Eu entendo você, mas não é assim que resolve as coisas.

– Mas... - você não entende não.

O Luke sente um carinho muito grande pela Thalia, ele apenas teve uma crise de raiva porque ela não estava bem e descontou na primeira pessoa que fazia sentido ter culpa, você... - Ela parecia estar meio triste. - Querida, você sabe que os dois gostam muito um do outro e isso é comum entre dois amante.

– Não... Não! Eles não gostam um do outro, o Luke não gosta da Thalia! Ele não precisa gostar da Thalia, ele pode gostar de mim!

– Ele não pode gostar da Thalia porque ele pode gostar de você, é isso? - ela perguntou, e eu me senti triste, com vontade de chorar.

Eu queria chorar. Queria chorar por causa que o Luke gostava da Thalia e não de mim, porque eu não conseguia aceitar isso, porque a Thalia também gostava dele e não me contava, porque eu não queria que ela me contasse mesmo. E eu chorei mesmo, me encolhi ali naquela divã e chorei quietinha, tentando fazer com que a doutora não percebesse, mas claro que ela tinha percebido que eu estava chorando.

– Isso doí. Machuca. O Luke é do mal, o Luke não me ama... Eu quero que o Luke goste de mim, Sally. Por quê? - Eu desabei no choro. Estava tentando guarda tudo dentro de mim, mas ela tinha me feito perguntas. Perguntas horríveis, que me faziam lembrar de tudo que estava acontecendo.

– Isso que você sente machuca, eu sei. Eu sei - ela dizia, tentando me acalmar e segurando minha mão. Eu tinha prometido tentar não ter crises de novo, e eu estava indo muito bem. Mas aí tinha acontecido isso, e eu estava me sentido tão ruim. O meu cabelo pesava e eu sentia meu corpo mau, triste.

– Annie, acalme-se. Está tudo bem agora, viu? - A voz da doutora me acalmou e eu parei de tremer um pouco, conseguindo secar as lágrimas do meu choro. - Eu estou aqui com você... Não, não. Não precisa se esforçar, pode ficar quietinha, isso.

Eu me sentia uma criança quando isso acontecia, e tudo ficava nublado, triste e frio. Precisava de carinho, precisava de amor... Eu precisava de uma mãe de verdade, eu precisava da Sally. Precisava da minha psicóloga comigo, e a última coisa que eu queria agora era que ela não ficasse mais comigo hoje. Eu não queria deixar ela e a abracei com força, para que ela não saísse e fosse embora.

Tudo que eu mais precisava agora era de amor, nem que eu precisasse ser uma maluca com problemas. Eu era uma maluca cheia de problemas, mas nesse momento não importava.

A Sally era diferente, ela se importava com a gente. Não era mais uma psicóloga que só servia para dizer que nós não devemos fazer essas coisas e indicava remédios, ela sentia aquilo que nós estávamos passando com a gente.


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Notas finais do capítulo

Cara, o que eu posso dizer? Eu amo vocês!!!!! Quanto carinho :3 Obrigada por tudo. Eu consegui atingir algo que eu nem imagina que atingiria com uma fanfic! É a primeira - vamos fingir que é, tá - e eu estou muito feliz com o resultado. Então, bem-vindo quem chegou a pouco e obrigada quem ficou desde o começo, mesmo que sejam tão poucos (dois -q, que eu amo).

Então... Eu tinha prometido que o Percy iria aparecer nesse capítulo, mas eu não consegui. Eu sei! Eu sei! Desculpa, mas não consegui. Digamos que eu pensava numa coisa, mas na hora de escrever virou algo muito mais diferente! Desculpem o meu lado dramático em ação e por causa que eu não fiz o que prometi hoje ou amanhã eu já mando um capítulo todinho sobre o Percy e o encontro entre ele e a Annabeth. Bein, preparassem para umas duas mil palavras, eu acho -q



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